A Cartografia é a área do conhecimento que se preocupa em produzir, analisar e interpretar as diversas formas de se representar a superfície, como os mapas, as plantas, os croquis e outras composições. Ela é abordada tanto como uma ciência como uma expressão de arte, uma vez que também permite a produção de imagens e construções culturais sobre os espaços por ela representados.
Em algumas definições, a cartografia também é entendida como sendo o conjunto de técnicas resultantes da observação direta ou indireta (através do uso de imagens ou aparelhos) para documentar, retratar e representar os espaços natural e geográfico para a produção de cartas, mapas, plantas, maquetes e outros documentos.
Além disso, existem proposições que não consideram a cartografia nem como arte e muito menos como ciência, mas sim como método acadêmico-científico, uma vez que os mapas seriam apenas os meios ou instrumentos para a compreensão da realidade e não uma finalidade em si mesma.
Diferenças conceituais à parte, a produção de mapas e desenhos para a representação do espaço é muito antiga. O mapa mais antigo que se tem notícia data de 2.500a.C., confeccionado na Babilônia sobre uma placa de argila para representar a localização de um rio que, segundo especialistas, trata-se do Eufrates.
De lá pra cá, muita coisa mudou, a tecnologia transformou as ciências e as sociedades e a Cartografia moderna se constituiu com o aprimoramento na medição e relação entre distâncias e medidas. Ao longo do século XVI, a produção de mapa conheceu um de seus maiores saltos qualitativos, quando a demanda por cartas náuticas se elevou em função das expansões ultramarinas europeias, muito recorrentes em uma época que ficou conhecida como o período das Grandes Navegações.
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Tempos depois, os avanços tecnológicos relacionados às três revoluções industriais permitiram um aprimoramento das técnicas cartográficas, sobretudo na produção de imagens a partir de fotografias aéreas, procedimento denominado aerofotogrametria. O desenvolvimento dos satélites e do Geoprocessamento foram (e ainda são) fundamentais para o aperfeiçoamento dos mapas e a função de representar o espaço geográfico.
Na presente seção, abordaremos alguns temas referentes ao tema em tela, sobretudo aqueles que dizem respeito ao entendimento dos mapas, haja vista que a sua correta leitura se faz necessária tanto para a Geografia quanto para outras ciências, como a História. Esperamos, com isso, oportunizar um aprendizado sobre temas como os tipos de mapas, os elementos cartográficos, a noção de escala, as representações cartográficas e muitos outros.
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Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em
Geografia
Documentos cartográficos
Tipos de publicação, especificação e ordem dos elementos (descrição bibliográfica)
Documentos cartográficos
Entre documentos cartográficos, incluem-se atlas, mapas, globos, fotografias aéreas, entre outros.
Mapas
A descrição bibliográfica de mapas deve ser segundo o modelo:
AUTORIA. Título: *subtítulo. Local de publicação: Editora, ano de publicação. Descrição física (indicar: número de unidades físicas, cor, altura, largura e escala). *Nota.
Exemplos:
GEORGE, S. L’unité italienne. Vienne: Rossignal, [1972?]. 1 mapa, color., 60 cm x 70 cm. Escala 1:500.000.
Ao indicar as dimensões do mapa, deve-se transcrever primeiro a altura.
ESTADO do Paraná: mapa rodoviário e político. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 1993. 1 mapa, color., 72 cm x 52 cm. Escala 1:1.000.000.
PEREIRA, J. C. Brasil e parte da América do Sul: mapa político, escolar, rodoviário, turístico e regional. São Paulo: Michelany, 1981. 1 mapa, color., 79 cm x 95 cm. Escala 1:600.000.
Atlas
A descrição bibliográfica de atlas deve ser segundo o modelo:
AUTORIA (autor ou editor). Título: *subtítulo. Local de publicação: Editora, ano de publicação. Descrição física (cor, número de páginas, dimensão, escala e outras representações utilizadas – latitudes, longitudes, meridianos, etc.). *Nota.
Se não constar autor ou editor, a entrada da descrição bibliográfica deve ser pelo título.
Exemplos:
CARDOSO, J. A.; WESTPHALEN, C. M. Atlas histórico do Paraná. 2. ed. Curitiba: Indústria Gráfica Projeto, 1986. 1 atlas.
IAPAR. Cartas climáticas do Estado do Paraná. Londrina, 1994. 45 p. (Iapar. Documento, 18). 1 atlas.
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO (São Paulo). Regiões de governo do Estado de São Paulo. São Paulo: IGC, 1994. 1 atlas. Escala 1:2.000.
Globos
Globos devem ser referenciados de forma idêntica a mapas, substituindo o número de unidades físicas pela palavra “globo”, e mencionando, na dimensão, o diâmetro do globo em centímetros.
Exemplo:
GLOBO terrestre. [São Paulo]: Atlas, 1980. 1 globo, color., 30 cm de diâm. Escala 1:63.780.000.
Imagens digitais
As referências de imagens digitais devem obedecer aos padrões indicados para material cartográfico, acrescidas das informações relativas à descrição física do meio eletrônico (CD-ROM, on-line, entre outros).
Exemplos:
ESTADOS UNIDOS. National Oceanic and Atmospheric Administration. 19999071318.GIF. Itajaí: UNIVALI, 1999. 1 imagem de satélite. 557 b. GOES-08: SE. 13 jul. 1999, 17:45Z, IR04. 1 disquete, 3 ½ pol.
Informações do arquivo digital:
1999071318.GIF - Título do arquivo
Itajaí - Local
UNIVALI - Instituição geradora
557 b - Tamanho do arquivo
GOES - Denominação do Satélite
08 - Número do satélite na série
SE - Localização geográfica
13 jul.1999 - Data de captação
17:45Z - Horário zulu
IR04 - BandaINSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (São Paulo). Billings: o maior reservatório de água de São Paulo, ameaçado pelo crescimento urbano. São Paulo: ISA, 2000. 1 imagem de satélite, color., 70 x 99cm. Escala 1:56.000. Satélite LANDSAT 7 fornecidas por Alado Ltda., cenas 219-76/77 de 30/04/2000, composição R4 G3 B2 transformadas para cores verdadeiras e reamostradas para 15cm.
Fotografias aéreas
As fotografias aéreas podem gerar alguns subprodutos, tais como: mosaico aerofotogramétrico (montagem das fotografias aéreas eliminando as áreas sobrepostas, cujo resultado é uma imagem contínua da área fotografada) e fotoíndice (reprodução da montagem – reduzida quatro vezes – do conjunto de fotografias em suas posições originais em relação ao voo).
A descrição bibliográfica de fotografias aéreas deve ser segundo o exemplo:
AUTORIA (editora/produtora da foto). Título/Localização (números de faixa e da foto aérea coberta). Local: Editor, data do voo. Identificação do produto (aerofotografia, mosaico ou fotoíndice; vertical ou oblíqua; pancromática ou policromática). Informações secundárias (escala aproximada, tamanho da foto, altura média do voo, câmera utilizada). *Nota.
Exemplos:
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CARTOGRÁFICO. Projeto Lins Tupã: foto aérea. São Paulo, 1986. 1 fotografia aérea. Escala 1:35.000. Fx28, n. 15.
LANDSAT TM 5: imagem de satélite. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1987-1988. 1 fotografia aérea. Escala 1:100.000. Canais 3,4 e composição colorida 3,4 e 5.
TERRAFOTO. SP-20-33261 –Campinas. São Paulo: IBC, 29 jun. 1972. Fotografia aérea vertical pancromática. Escala aprox. 1:25.000, 23 cm x 23 cm, 1.200 m. WILD RCB. 20 fotografias.
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