Temos, portanto, que a função dos meios é influenciar os receptores, e essa influência pode ser maior se o receptor não dispuser da totalidade das ferramentas para sua análise.
Não é de hoje que vemos e sabemos da força que a mídia possui, e isso fica mais nítido quando por meio de toda essa força ela passa a inculcar nas pessoas uma ideia ou mesmo um ponto de vista já formado sobre determinado assunto. E note que quando fazemos referência à mídia, estamos na verdade nos referindo à todas as suas formas de veiculação, seja ela falada, escrita, televisada e até aquela feita pelos meios virtuais e outros meios que sejam possíveis.
Não se recusa que a mídia possua relevância impar para a manutenção de uma democracia, entretanto, isso não significa que às custas deste argumento ela possa manipular, ainda que de forma velada, tudo aquilo que é veiculado a fim de movimentar a massa social num determinado caminho.
É também notório que a mídia possui grande influência na vida das pessoas, sendo que, pode ser tanto positiva quanto negativa. O importante é que tenhamos a consciência de saber diferenciar ambas as coisas, para que assim, não criemos prejulgamentos, que muitas vezes não coincidem com a realidade.
Nesse aspecto, crianças, jovens, adolescentes e adultos estão interligadas a um ciclo muitas vezes vicioso, onde tudo o que sabem sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo são adquiridos pelos repasses das redes de comunicação. O grande problema é acreditar em tudo o que escutamos, sem procurar se em outras fontes a informação é repassada da mesma maneira. Não julgando a maior rede de comunicações do país, pois a mesma possui profissionais eficientes, mas, é evidente que a manipulação existe, maquiando antes de divulgar para a sociedade. A questão que fica é o por quê?!
No Brasil vê-se muito a relação da sociedade com a mídia que lhe é de alcance, a proximidade e facilidade com o meio televisivo e da internet torna cada vez mais fácil a transmissão de notícias “montadas ou falsas”, com a facilidade e alcance da sociedade com a informação se espalha rapidamente e em pouco tempo chega a um público muito grande sem chance de a informação ser cortada e corrigida a tempo de não influenciar quem viu a notícia falsa.
Muitas vezes a mídia televisiva por ser apoiada por determinado grupo político, influencia em seus noticiários ao telespectador pensar de igual forma que eles pensam.
A não “imparcialidade” das notícias são claras e torna o publico refém de notícia e informação, não havendo chance de formar seu próprio conceito sobre quaisquer outros pensamentos que não seja o transmitido pela mídia.
A liberdade de imprensa é um instrumento de democracia, podendo com ele conter abusos de autoridades públicas, a muito tempo vem sendo o principal motivo que a sociedade cobrava em seus direitos fundamentais para então conseguirem se defender contra eles. As opiniões se divergiam muitas vezes e a imprensa precisa sempre se informar, quando é publicado uma corrente única de opinião se torna vazio o conteúdo.
Mas atualmente percebe-se facilmente que a situação se inverteu, a imprensa está formada por opiniões únicas para alavancar assim tanto progressos para si, quanto instabilidade em um país. Deve sempre tratar-se com muita diligência quais são as responsabilidades e obrigações que a imprensa deve ter.
Rui Barbosa, em brilhante passagem, afirmou que: “A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a ameaça. (…) Um país de imprensa degenerada ou degenerescente é, portanto, um país cego e um país miasmado, um país de ideias falsas e sentimentos pervertidos, um país que, explorado na sua consciência, não poderá lutar com os vícios, que lhe exploram as instituições”.
A OAB estará sempre presente em prol da sociedade no combate à desinformação.
* José Ricardo Costa Marques Corbelino é advogado em Cuiabá e membro da ABRACRIM.
A percepção de que as redes sociais têm muita influência sobre a opinião das pessoas é compartilhada, em média, por 83% dos brasileiros. Mas o percentual varia conforme a escolaridade: é de 76% entre cidadãos que têm ensino fundamental e chega a 90% entre os que tem escolaridade superior. Os dados são da pesquisa nacional Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet, realizada pelo DataSenado em parceria com as ouvidorias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Quanto à frequência com que meios de comunicação e redes sociais são usados como fonte de informação, 79% dos entrevistados responderam que sempre utilizam o Whatsapp, enquanto 50% indicaram que sempre recorrem à televisão e 49%, sempre se informam pelo Youtube.
Em relação a essas três categorias – televisão, YouTube e Instagram – observa-se que, quanto mais alta a faixa de idade, maior o percentual de entrevistados que respondem utilizar sempre televisão como fonte de informação. Por outro lado, para o Instagram e Youtube, o padrão é inverso: quanto mais baixa a faixa de idade, maior o percentual de entrevistados que respondem utilizar sempre essas redes sociais como fonte de informação.
O percentual de brasileiros que afirmam já ter identificado alguma notícia falsa nas redes sociais chega a 83%, mas também varia com características de perfil. É menor, por exemplo, entre os que têm 60 anos de idade ou mais (70%), os que têm até o ensino fundamental incompleto (67%) e os que possuem renda familiar até 2 salários mínimos (77%). Entre a média dos que afirmaram já ter identificado uma notícia falsa, 58% relatam que isso prejudicou a confiança deles nas redes sociais.
Quanto à confiança nas redes sociais, 62% dos brasileiros discordam da afirmação de que “Informações publicadas em redes sociais são mais confiáveis do que as publicadas na mídia tradicional”. Já em relação a notícias falsas, 96% dos brasileiros acreditam que quem as compartilha em redes sociais deve ser punido. A maioria também acredita que a punição deve ser estendida a quem desenvolve o conteúdo falso (69%) e à rede social em que este foi divulgado (68%).
Foram entrevistados 2.400 cidadãos que têm acesso à internet, em todas as unidades da federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, no período de 17 a 31 de outubro. A amostra é estratificada, totalmente probabilística, com alocação proporcional à população segundo o IBGE. A margem de erro é de dois pontos percentuais com nível de confiança de 95%. Algumas questões foram respondidas por grupos específicos da amostra. Para estas questões a margem de erro é superior a dois pontos percentuais.