Como eram as festas coloniais no Brasil?

Licenciatura Plena em História (Faculdade JK-DF, 2012)
Pós-graduação em História Cultural (Centro Universitário Claretiano, 2014)

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O período da colonização brasileira inicia-se em 1500 na costa litorânea do nordeste. A população era formada por brancos (senhores de engenho), índios catequizados, negros africanos escravizados e mestiços. A sociedade colonial brasileira foi constituída em um modelo patriarcal, onde o homem não era somente o chefe de família, mas também o dono de tudo.

A princípio toda fonte de subsistência da sociedade estava ligada à agricultura e ao latifúndio. A primeira cultura a render lucros foi a cana-de-açúcar, depois o tabaco, seguido do algodão e a pecuária. A maior parte da mão de obra era africana e o objetivo era comercializar com a Europa. Entre os séculos XVI e XVII o Brasil se tornou o maior produtor e exportador de açúcar.

A sociedade foi se estabelecendo em povoados onde o convívio social se resumia à lavoura e atividades da Igreja. No início a casa do senhor de engenho era construída de palha ou sapê, o piso era de terra, havia poucas portas, janelas e mobílias. Eles costumavam dormir em redes, os utensílios de cozinha eram de cerâmica e havia poucos talheres.

A casa grande ficava muito próxima das senzalas e por medida de segurança contra os ataques indígenas e revoltas de escravos, com o tempo, ficaram maiores e mais seguras para o senhor de engenho. Embora a proximidade ainda continuasse a mesma, normalmente os colonos ficavam à frente e os escravos ao fundo, por vezes em pequenos porões.

O senhor de engenho demonstrava sua riqueza através da quantidade de escravos que tinha ou pelas suas vestes. Só depois da vinda da família real para o Brasil em 1808, passou a prevalecer a posse de objetos. A casa grande foi construída perto do engenho, serviu como escola, enfermaria e igreja, onde eram guardadas as joias e os ouros. Eles acreditavam que haveria menos possibilidade de roubar tesouros se estivesse ligada à santidade.

Havia pouco tempo de descanso e logo quando nascia o sol, os homens levavam os escravos para a lavoura e as mulheres designavam as tarefas das escravas, que além de fazerem tarefas domésticas e cozinhar, eram vistas como reprodutoras e cuidadoras das crianças. Não havia água encanada, o que ocasionava um mau cheiro do local. Ao final do dia, era servida uma refeição, os escravos no geral dormiam juntos e haviam guardas nas portas onde eles dormiam para garantirem a segurança dos nobres e evitar fugas de escravos. Os que fossem capturados em fuga, eram espancados na frente da porta da Casa Grande.

As festas que havia nesse período eram inteiramente ligadas aos santos católicos e aniversários de príncipes ou princesas de Portugal. A Páscoa, Semana Santa e o Natal eram datas de grande prestígio. Eram celebradas missas, procissões, comes e bebes e o mais esperado, o baile. Era um momento de muita integralidade entre toda sociedade colonial, vestir roupas novas e luxuosas trazidas da Europa e conversar com as pessoas.

No Natal os senhores de engenho mais ricos preparavam o baile na sua propriedade. Era uma chance de paquerar uns aos outros e proporcionar maior convívio social entre os senhores e as famílias dos vizinhos. O mais interessante era que os escravos também eram liberados para fazer suas festas do modo que queriam. As danças e culto aos deuses africanos atraíam muitos brancos, resultando na interação social e cultural entre esses povos que resultou na formação da sociedade brasileira como um todo. Estudiosos afirmam que essa proximidade foi o que diferenciou a sociedade colonial brasileira das outras colônias, pois permitiu um maior convívio de pessoas e trocas culturais.

Referências:

//basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=831&Itemid=1 14. 01.2019.

//g1.globo.com/pernambuco/educacao/noticia/2016/09/dica-de-historia-explica-sociedade-colonial-brasileira-e-seus-modelos.html 14.01.2019.

//historiahoje.com/as-festas-no-brasil-colonia/ 14.01.2019.

//pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil#Hist%C3%B3ria 14.01.2019.

//super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-uma-senzala/ 14.01.2019.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/historia/sociedade-colonial-brasileira/

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    Publicado: Quarta, 24 de Novembro de 2021, 19h07 | Última atualização em Quarta, 24 de Novembro de 2021, 19h07

    No primeiro século da colonização, as festividades seguiam os rituais religiosos do calendário cristão e movimentavam toda a população, caracterizando-se por uma europeização dos costumes nas terras americanas. Ocupando posição de destaque na sociedade, as festas integravam diferentes estratos sociais, etnias e religiosidades no Brasil colonial. De uma maneira geral, as festas dividiam-se entre as religiosas e as públicas: as religiosas dedicavam-se ao culto a Jesus Cristo (nascimento, morte e ressurreição) e aos santos padroeiros e mártires, sendo promovidas pelas igrejas e irmandades; já as públicas eram organizadas pelas autoridades portuguesas e coloniais, celebrando, sobretudo, a coroação de reis, batismos e casamentos dos membros da família real. Tais festejos podem ser vistos como um modo de consolidar os vínculos coloniais, fortalecendo a monarquia e sua burocracia. Eram também uma forma de introjetar a cultura católica no seio de uma sociedade mestiça, disseminando as práticas e costumes brancos, estimulando a devoção popular. O poder exercido através das festas acontecia em tal grau, que a recusa em participar destes eventos poderia resultar em acusações de heresias ou subversões, coagindo a participação efetiva de todos os membros da comunidade. As festividades, religiosas e públicas, serviam também como momento da manifestação de rebeldia e protesto contra os poderosos. No entanto, dentro deste espaço delimitado, possibilitava a manutenção da ordem colonial. Aos poucos, as festividades foram abrindo espaço para o lúdico e o profano, seduzindo cada vez mais os colonos. Entre as principais manifestações, estavam as festas do calendário religioso (abarcando cerca de um terço do ano), as congadas negras e as cavalhadas dos brancos luso-brasileiros (representação da rivalidade entre mouros e cristãos).

    Como eram as festas no Brasil colonial?

    As festas eram compostas por missas, novenas, procissões, fogos de artifício, bailes, além de comilança e bebedeiras. Em um ambiente extremamente pobre em atividades sociais e culturais, estas ocasiões tinham grande importância para a população em geral.

    Qual a função das festas na colônia?

    As festas do Brasil Colonial eram relacionadas ao calendário religioso católico, mas também eram motivos para realização de festas públicas para celebrar o nascimento de um príncipe, casamentos reais ou aclamações de um soberano.

    Como eram as festas de antigamente?

    As festas de antigamente tinham sanduíches feitos pela mãe e que às vezes eram embrulhados em papel alumínio… Tinham pipoca no saquinho, milho e gelatina no potinho de plástico, além dos docinhos tradicionais: brigadeiro, beijinho, cajuzinho…

    Quais as festas eram mais comuns durante o Império Brasileiro?

    Os nascimentos de príncipes e princesas, os casamentos da nobreza, e até as mortes de figuras ilustres – tanto do Brasil quanto de Portugal – eram bons motivos para festança. No âmbito religioso, Páscoa (na verdade toda a Semana Santa), Natal e os dias dedicados aos santos eram as datas mais comemoradas.

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