Diferença entre os artesãos regulamentados pelas corporações de ofício e as indústrias domésticas

História

Os artesãos na idade média eram pessoas muito respeitadas em sua sociedade. Pois saber fazer algum objeto essencial para a vida dos camponeses ou dos nobres não era tarefa fácil, era necessário possuir um dom. Passado alguns anos, esse trabalho dos artesãos precisou ser regulamentado através de algumas associações que foram denominadas de Corporações de Ofício.

Esse método de produção, surgido no século XII, era baseado em algumas regras. A primeira delas era o estabelecimento e respeito da hierarquia. Esta era dividia em: mestre, oficial e aprendizes.

É válido frisar que todo o processo de feitio da manufatura estava sob a posse do mestre da corporação de ofício. Isso é um fato importante, visto que séculos mais tarde, na Revolução Industrial, tal fato já não acontece mais. Sendo que cada empregado vai saber apenas fazer a sua parte e não o produto todo.

As corporações eram tidas como associações, visto que, nesse espaço, havia pessoas que dominavam a mesma função. Dessa forma, a corporação tendia a ser uma forma prática de defesa dos interesses dos artesãos.

Estas haviam de todas as “categorias” como, por exemplo: dos sapateiros, dos carpinteiros, dos ferreiros, dos alfaiates, dos construtores, dos artesãos dentre outras mais.

Não podia trabalhar em mais de uma corporação, caso isso viesse acontecer, o indivíduo poderia ser expulso da cidade sem defesa alguma. Além do mais, as corporações também, só podiam se organizar em um ramo de trabalho.

Essas guildas tinham em praticamente todas as cidades com mais de 10 mil habitantes. É válido lembrar que nestas cidades as corporações se multiplicavam.

COMO FUNCIONAVA UMA CORPORAÇÃO DE OFÍCIO

As pessoas que faziam as mesmas funções se organizavam para determinar algumas coisas, como, por exemplo: preço, qualidade, quantidades de produção, margem de lucro, aprendizado, forma de vender, hierarquia de trabalho.

RAZÕES PARA A FORMAÇÃO

Essas são perguntas que intrigaram alguns historiadores: por que as corporações de ofício foram sendo criadas? Quais foram as motivações para o seu surgimento?

Pensando em responder essas questões, elencamos algumas razões para esse agrupamento:

  • A religião foi uma inspiração para a sua criação. Pois como se sabe, as confrarias eram associações que tinham um santo patrono, onde as pessoas iam até lá para pregar a caridade para todos os membros, em nome desta santidade.
  • Outra razão foi a econômica que procurava defender os artesãos de abusos de compra de alguns comerciantes. Por isso, era uma forma de garantir um preço único entre todos daquela determinada atividade ou função.
  • No que tange a política, era uma forma de resistir os poderes dos líderes políticos que tentavam subordinar o trabalho dos artesãos aos seus.

MEMBROS:

1) MESTRES: estes eram os donos da oficina. Eles eram os que escolhiam os oficias e também aqueles que davam todo o aprendizado para os aprendizes. Além disso, eles tinham o conhecimento, as ferramentas e também, a matéria prima.

2) OFICIAL: Os mestres eram aqueles que detinham o conhecimento, porém ainda não eram donos da sua oficina. Por isso, essa fase é a intermediária entre a função de mestre e também a de aprendiz.

3) APRENDIZ: Esta função ficava sob a responsabilidade do mestre. Este era um aluno que estava para adquirir conhecimento para depois exercer tal função. Geralmente o período de aprendizado poderia ser de aproximadamente 5 anos.

Por: Cláudio Armelin Melon

Veja também:

  • Economia Feudal
  • Peste Negra
  • A Mulher na Idade Média
  • Fim da Idade Média
  • A Igreja na Idade Média

Assuntos relacionados:

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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Corporações de Ofício foram as associações que surgiram na Idade Média para regulamentar as diversas atividades.

Durante a Idade Média, a partir do século XII, os artífices de diversas atividades começaram a se reunir em organizações que tratavam do conhecimento de determinadas atividades. Não se conhece muito bem a origem de tais organizações, mas suas atividades eram bem claras em prol do conhecimento dos respectivos trabalhos.

As Corporações de Ofício, como eram chamadas essas associações, agrupavam indivíduos com fins religiosos, econômicos ou político-sociais. Quando as organizações eram de cunho religioso, ocorria o culto dos profissionais envolvidos ao santo considerado patrono, pregando ainda a caridade entre seus membros. Associações de fins econômicos procuravam garantir o monopólio de determinadas atividades. E as organizações político-sociais reunia a plebe artesã para fazer frente aos mercadores detentores de poder.

Essas associações corriam em cidades que apresentavam mais de 10 mil habitantes e reuniam indivíduos que desempenhavam as mesmas atividades na sociedade. Elas estabeleciam os preços dos produtos gerados por pessoas que exerciam um mesmo ofício, além de qualidade, quantidade e margem de lucro. Mas havia algumas variações. Somente artigos de primeira necessidade, como era o caso de pão, vinho, cerveja e cereais, que tinham seus preços regulamentados pelas Corporações de Ofício. Produtos como ferro e carvão tinham liberdade para determinação do preço.

As Corporações de Ofício eram ambientes também de aprendizado do ofício e de estabelecimento de uma hierarquia do trabalho. A própria organização interna das Corporações de Ofício era baseada em uma rígida hierarquia, composta por Mestres, Oficiais e Aprendizes.

Quando alguém pleiteava fazer parte de uma Corporação de Ofício, obrigatoriamente sua entrada ocorria na categoria de Aprendiz. Este não recebia salário por suas atividades e estava lá para aprender. Moravam com seus mestres e muitas vezes casavam com suas filhas. O aprendizado poderia durar até doze anos e só depois que o Aprendiz atingia a condição de Oficial.

Os Oficiais passavam um tempo exercendo o que foi aprendido. Para chegar à condição de Mestre era preciso passar por uma prova e pagar uma taxa. O rigor podia variar nas regiões, mas ao chegar mais perto do fim da Idade Média apresentava-se cada vez mais difícil conquistar o posto de Mestre. Os membros mais ricos passaram a ter um domínio sobre as corporações e a ascensão acabou ficando restrita praticamente aos familiares.

Já os Mestres eram os donos das oficinas, das ferramentas, das matérias-primas e do conhecimento. A posição de Mestre era muito gratificante socialmente e economicamente e por isso tão almejada.

Nas atividades das Corporações de Ofício não ocorria a sobreposição de ofícios. Cada organização cuidava e desenvolvia apenas suas atividades típicas.

As Corporações de Ofício ocorreram também no Brasil adquirindo formas adequadas ao local e ao seu tempo. Essas corporações são também associadas com o nascimento da maçonaria.

Fontes:

FRANCO Jr.,Hilário. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. 2ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/historia/corporacoes-de-oficio/

Como eram as corporações de artesãos?

As corporações de ofício eram grupos de profissionais que começaram a se especializar na produção de determinados produtos e se reuniam de forma a garantir vantagens e segurança. Na Idade Média, o sistema produtivo era o feudalismo, sem o desenvolvimento de um comércio intenso, mas sim pautado pela troca de produtos.

Qual é a diferença entre as corporações de ofício e as guildas?

As Guildas Medievais eram associações de profissionais surgidas na Idade Média. Entende-se também por corporações de ofício que eram associações surgidas a partir do século XII para regulamentar o processo produtivo artesanal.

Qual o propósito das corporações de ofício organizadas pelos artesãos?

(Cescem-SP) As corporações de ofícios eram organizadas com o objetivo de: defender os interesses dos artesãos diante dos patrões. proporcionar formação profissional aos jovens fidalgos. aplicar os princípios religiosos às atividades cotidianas.

Qual era o principal objetivo das corporações de arte e ofício?

Oriundas das antigas Guildas, as quais reuniam profissionais de diversas áreas, as Corporações de Ofício tinham o objetivo de regulamentar as profissões e o processo produtivo artesanal, evitar a concorrência, bem como garantir a segurança de seus membros.

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