Muito mais do que a inserção da tecnologia na rotina corporativa, a Transformação Digital promove uma verdadeira revolução no mindset organizacional. Mas e no Brasil, como as empresas estão lidando com este processo? Segundo informações de uma pesquisa realizada pela MJV, o tema já é uma realidade em grande parte das organizações.
De acordo com dados do estudo, cerca de 80% dos entrevistados afirmam que há um planejamento estratégico em curso nas empresas em que atuam, com o objetivo de implementar a mudança de mentalidade e implementar as ações necessárias. A pesquisa foi realizada com mais de 300 gestores, de diferentes indústrias, representantes das principais empresas sediadas no país.
Quer saber mais sobre os caminhos da Transformação Digital nas empresas brasileiras? Acesse a pesquisa da MJV
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL COMO FONTE DE INOVAÇÃO
Para a execução de projetos internos, a maior parte das empresas já conta com um departamento responsável e criado exclusivamente para administrar o tema. E em boa parte das organizações existe um comitê voltado para o processo de Transformação Digital, formado por colaboradores de diferentes departamentos.
Outro dado interessante é a percepção dos benefícios trazidos pela Transformação Digital. A grande maioria acredita que o processo é fundamental para aprimorar a experiência do usuário, colocar as corporações à frente da concorrência e otimizar os processos internos.
Nas respostas dos executivos também aparecem outras vantagens, como facilitar a comunicação organizacional e acompanhar o ritmo de mudanças inseridas no mercado, através de novas empresas, como as Startups.
Os entrevistados também responderam que, entre os projetos mais relevantes ligados ao tema, desenvolvidos nos últimos 12 meses, estão: a criação de setores voltados para Big Data e Business Intelligence, estratégias omnichannel, adoção de metodologias inovadoras, como Design Thinking e Lean Startup e mudanças nas plataformas de Customer Relationship Management (CRM).
A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL É APENAS PARA EMPRESAS DE TECNOLOGIA?
Um dos mitos mais comuns é achar que a Transformação Digital acontece, apenas, para um restrito nicho de empresas do segmento. No entanto, um dos aspectos mais
poderosos da tecnologia é, justamente, a possibilidade de aplicação em qualquer setor, seja indústria ou comércio.
Os benefícios da mudança de mentalidade e da inserção da tecnologia – dentro e fora das empresas – incluem aprimorar a experiência do usuário, otimizar processos internos e melhorar a performance dos negócios de forma geral. Isso significa que as soluções tecnológicas podem beneficiar qualquer organização.
A Transformação Digital é exatamente sobre revolucionar métodos e processos, aprimorando experiências. A tecnologia é democrática e pode ser adotada por qualquer área e para diferentes finalidades, trazendo soluções mais práticas e ágeis. Empresas que se tornaram gigantes, como Uber, Amazon, Netflix, Airbnb, não atuam na área de TI, mas transformaram a forma como as pessoas se deslocam, consomem, se divertem ou hospedam.
PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DIGITAL REDUZ CUSTOS
A Transformação Digital refere-se ao uso da tecnologia para a mudança e flexibilização de processos, aumento de produtividade, melhoria de desempenho e incremento de resultados, de forma a reduzir o tempo de resposta às demandas do mercado. Sem falar na redução de desperdícios – de tempo, dinheiro ou recursos.
Os exemplos mostram não só que qualquer empresa pode adotar soluções de tecnologia para a resolução de problemas complexos e, ainda, que aplicações simples podem trazer grandes impactos.
É preciso lembrar que rejeitar a Transformação Digital também tem um custo elevado. Por exemplo, as empresas que ainda mantêm seus controles em anotações manuais promovem acúmulo de documentos físicos, maior perigo de perda de dados e outros problemas futuros que podem vir a afetar os negócios.
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A transformação digital tem a tecnologia como o centro do seu processo e interfere em todas as áreas da empresa. São utilizados amplamente conceitos de metodologias ágeis, que visam a adoção de processos automatizados entre diferentes setores para a produção rápida e segura de aplicações e serviços, que reduzem custos e tempo.
Porém, para que essas operações se tornem reais, as verdadeiras mudanças devem acontecer primeiramente no mindset da empresa. Durante sua transformação, toda e qualquer organização precisa apoiar e investir esforços na cultura digital.
Muitas vezes, quem dá o primeiro passo são early adopters que, aos poucos, mostram às lideranças qual o caminho que deve ser trilhado. Mas nada impede que a própria C-suite entenda a necessidade de inovar antes de seus colaboradores.
O mais importante aqui é que a cultura digital seja entendida e abraçada por todos os funcionários, de modo que as equipes compartilhem informações e encontrem - muitas vezes em ferramentas digitais - formas de otimizar as entregas em prol de metas comuns.
A implementação de ferramentas para acelerar os resultados e melhorar a gestão contribui não só para diminuir retrabalho e obter mais dados de desempenho, mas também colabora significativamente para que a empresa tome decisões mais rapidamente e possa estar a frente do mercado.
Diante da transformação digital, todas as áreas são impactadas. Uma vez que o movimento realizado é colocar o cliente em primeiro lugar, até mesmo os setores que não mantém relacionamento direto com o cliente necessitam de profissionais capacitados para essa nova era. Seja a área de qualidade, para garantir que serão cumpridos os processos e o cliente ficará satisfeito com o atendimento prestado; seja o produto, que será criado com base na experiência do usuário; ou até mesmo o setor financeiro, na busca de soluções ágeis para pagamento, que reduzem os esforços do cliente e minimizam a inadimplência.
Há um novo movimento que se inicia pensando na jornada completa do consumidor. Na experiência que ele terá com o produto/serviço desde a fase de atração, a nutrição para condução da tomada de decisão de compra e durante a utilização do produto ou prestação de serviço. O esforço é realizado não só para fidelizar, mas também para engajar, a ponto de transformar o cliente em um divulgador da empresa.
Para isso, é necessário entender profundamente o perfil do cliente para oferecer aquilo que vai lhe agradar e tornar prazerosa a experiência com a marca. Seja criar um produto melhor, disponibilizar o canal de interação mais adequado ou atender de forma mais eficiente.
Abaixo, citamos diferentes formas de buscar dados que possibilitam conhecer melhor seu cliente para mantê-lo o mais satisfeito possível e, paralelamente, progredir sua empresa:
- Ideal customer profile - ICP, a partir da análise da base de clientes é possível cruzar os dados comuns;
- Features mais utilizadas - monitoramento de utilização da ferramenta;
- Produtos preferidos - demanda por um determinado produto;
- Interesse nos conteúdos postados pela empresa - acompanhamento das interações no site e mídias sociais;
- NPS - Net Promoter Score - índice de satisfação do cliente.
O terceiro pilar afeta diretamente a estratégia da organização. Devido à mudança nos hábitos de consumo, há a necessidade de reestruturar o modelo de negócio, como exemplo vamos citar a área comercial. Agora tem de pensar nos diferentes canais que seus clientes estão, quais as melhores formas de prospectá-los, quais ferramentas podem utilizar para otimizar seu desempenho - seja para monitorar a leitura de emails de propostas comerciais ou a utilização de discadores automáticos para acelerar a produtividade. Ainda há questões sobre qual o melhor formato da equipe, a importância da hiperespecialização, entre diversos outros aspectos que permeiam a globalização digital.
Além do modelo de negócio voltado para o digital, há também a possibilidade de criar novos negócios online. Um exemplo simples são os jornais, que tinham somente o produto impresso há alguns anos e agora já tem a versão digital para comercialização. Há diversas outras formas de inovar com a tecnologia nesse sentido, como mesclar produtos tradicionais com inteligência: um ar-condicionado que mede a previsão do tempo e liga automaticamente, por exemplo, também se enquadra como um caso de novos negócios digitais.