Por que os americanos comemoram o Dia de Ação de Graças todos os anos?

O feriado de Ação de Graças pode parecer tão americano quanto uma torta de maçã (ou uma torta de abóbora servida como sobremesa), e é exatamente isso. Mas também ecoa festivais de outono realizados em todo o mundo há séculos.

Como o Sucot, o Chuseok, o Dia dos Mortos e outros, todos festivais semelhantes, o Dia de Ação de Graças gira em torno de agradecer por colheitas, desfrutar de uma comida abundante e passar tempo com familiares e amigos. Os festivais de colheita tiveram início em uma era agrária, quando os rendimentos das colheitas podiam significar a diferença entre a vida e a morte.

Uma mulher participa de uma celebração do Dia dos Mortos em 2 de novembro na Cidade do México (© Hector Vivas/Getty Images)

“Há a possibilidade de se alimentar e comemorar sem ter de passar fome durante todo o inverno, e é o momento de comemorar depois do trabalho de realizar a colheita da lavoura”, diz John Turner, professor de Estudos Religiosos e História da Universidade George Mason, na Virgínia.

Ao contrário de outras celebrações, o Dia de Ação de Graças se concentra em uma história cuja origem é americana. Em 1621, peregrinos novos na região e membros da tribo wampanoag, que os ensinaram a cultivar as safras de que precisavam para sobreviver, compartilharam o que é considerado a primeira refeição do Dia de Ação de Graças. Nos últimos anos, os americanos vêm se tornando mais sensibilizados com as contribuições dos wampanoags e também com o fato de que a festividade não representava totalmente a relação existente entre os colonos ingleses, os wampanoags e outras tribos nativas. A isso se seguiram quase cem anos de contato com outros europeus e a dizimação de muitas tribos por conflitos e doenças. 

Mesmo na primeira refeição do Dia de Ação de Graças, os colonos e os indígenas desconfiavam uns dos outros, Turner destaca.

“Em 1675, a relação havia se transformado em uma de conflito e guerra”, de acordo com o Museu Nacional do Índio Americano, do Instituto Smithsoniano* (PDF, 4,3 MB). “Essa seria a história da maioria das relações entre indígenas e não indígenas nos próximos duzentos anos.”

Ao longo dos séculos, americanos, assim como pessoas em outros países, comemoraram periodicamente quando as safras de outono eram abundantes e também assinalaram dias religiosos de “agradecimento” pelas bênçãos em suas vidas — como o fim da seca, o fato de se recuperar de doenças ou a conquista da vitória em batalhas.

Somente em 1863, durante a Presidência de Lincoln e a Guerra Civil, o Dia de Ação de Graças se tornou um feriado nacional. O dia “tinha como objetivo celebrar os Estados Unidos, sendo um rito de unificação”, disse Lucy Long, diretora do Centro de Alimentação e Cultura em Bowling Green, Ohio.

Uma mulher celebra o feriado anual Chuseok colocando uma flor em um altar perto da Zona Desmilitarizada que separa as Coreias do Sul e do Norte (© Anthony Wallace/Getty Images)

Aqui estão alguns dos festivais globais que se assemelham ao Dia de Ação de Graças:

      • Chuseok, na Coreia, é um grande festival de colheita que destaca alimentos de outono como caqui, castanhas e bolinhos de arroz chamados songpyeon. “Esses são alimentos sazonais, da mesma maneira que nós, nos EUA, temos abóbora, milho e maçãs”, diz Lucy. Os sul-coreanos viajam para suas casas ancestrais a fim de ficar com a família durante o feriado de três dias. Como nos Estados Unidos, é uma das épocas mais movimentadas do ano para quem viaja.
      • Dia dos Mortos no México começou como uma tradição asteca, mas agora coincide com o Dia de Finados do calendário católico. As famílias passam tempo juntas enquanto fazem ofertas de comida para homenagear e se conectar com seus ancestrais.
      • Sucot é celebrado por judeus em todo o mundo para marcar as décadas que os israelitas passaram no deserto, no período da era bíblica, diz Rachelle “Riki” Saltzman, professora de Vida Popular na Universidade do Oregon. Como no Dia de Ação de Graças, o Sucot celebra a colheita e o passado. “E decreta ‘Isto é o que somos como povo’”, acrescenta ela.
Um devoto judeu segura as quatro espécies de plantas — folhas de palmeira, frutas cítricas, folhas de murta e galhos de salgueiro — usadas enquanto ora para celebrar o Sucot (© Emmanuel Dunand/AFP/Getty Images)

Hoje, os americanos veem o feriado de Ação de Graças como um dia para estar com seus familiares, diz Turner. Eles assistem a desfiles e jogos de futebol, fazem compras nas liquidações antes do feriado, doam para instituições de caridade e participam de festas em que tudo é feito em casa. Na mistura de culturas que são os Estados Unidos, muitas famílias de imigrantes fazem seus próprios alimentos tradicionais (como arroz laosiano e enchiladas) para servir junto com o tradicional peru e produtos hortícolas que colheram. O coração do feriado, diz Turner, é a família.

* site em inglês

Porque os americanos comemoram o Dia de Ação de Graças todos os anos?

Nos Estados Unidos, o Dia de Ação de Graças é uma data comemorada em família, por isso, é comum as pessoas viajarem para se reunir com os seus familiares. Sua origem veio com as comemorações da fartura das colheitas e, assim, eram realizadas no outono do hemisfério norte - ou seja, no final de novembro.

Qual o significado do Dia de Ação de Graças?

O Thanksgiving Day é um feriado dedicado inteiramente a agradecer e celebrar tudo o que ocorreu de bom no ano que passou. Thanksgiving significa “ação de graças” em inglês. Nessa celebração, as famílias se reúnem para compartilhar momentos de paz, gratidão e, claro, uma mesa cheia de comida!

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