Porque o IDH representa um avanço em relação às outras formas de medir o grau de desenvolvimento das nações?

Quando falamos em desenvolvimento de um país, o foco vai para fatores que interferem na qualidade de vida da população em termos de renda, saúde e educação. Para mensurar esses itens de forma objetiva, foi criado o Índice de Desenvolvimento Humano, mais conhecido como IDH. Já se perguntou qual é o IDH Brasil?

Neste texto, você vai entender melhor sobre como funciona esse cálculo, em que nível o nosso país se encontra e qual é a relação entre IDH e o acesso aos serviços de saneamento básico. Continue a leitura e saiba mais!

O IDH — Índice de Desenvolvimento Humano

A pesquisa do IDH é realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) e utiliza uma metodologia bastante complexa para dar uma nota que vai de 0 a 1 para avaliar o Índice de Desenvolvimento Humano dos países. Quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento do país.

O IDH leva em conta três aspectos principais para chegar a uma avaliação mais exata: educação, saúde e renda. Vale ressaltar que esse índice não é um indicador perfeito, mas é, sim, uma ferramenta padronizada importante para avaliar o bem-estar da população.

Os resultados são publicados anualmente no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), documento integrante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os dados do IDH são muito importantes para monitorar o padrão de desenvolvimento dos países e descobrir se o crescimento econômico que eles apresentam se reflete na qualidade de vida dos seus cidadãos. O histórico permite acompanhar o avanço, o recuo ou a estagnação de uma nação ao longo do tempo.

Além disso, o IDH também é utilizado para classificar os países em três grandes categorias:

  • países desenvolvidos;
  • países em desenvolvimento;
  • países subdesenvolvidos.

Mas como esse cálculo é feito? É o que você vai ver agora!

Os cálculos do IDH

Os dados são coletados pelo PNUD com base nos bancos de dados internacionais, fornecidos por órgãos como a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a OIT (Organização Internacional do Trabalho). As três esferas de desenvolvimento que são avaliadas levam em consideração as seguintes questões:

  • educação: índices de analfabetismo, tempo esperado que o indivíduo estude para concluir a educação básica e tempo que de fato estudou;
  • saúde: expectativa de vida ao nascer e a expectativa de vida das pessoas, que é a idade média que as pessoas vivem naquele país. Além disso, outros fatores são avaliados, como políticas públicas de saúde, envolvendo campanhas de vacinação, divulgação educativa de conteúdos sobre saúde, fornecimento de medicações e sistema público de saúde;
  • renda nacional bruta (RNB): são cruzados dados sobre a renda bruta do país e o poder de compra dos cidadãos.

Com base nessas variáveis, o país ganha uma nota de 0,000 a 1,000 e pode ser encaixado em uma das seguintes categorias:

  • IDH abaixo de 0,550: baixo desenvolvimento humano;
  • IDH entre 0,551 e 0,699: médio desenvolvimento humano;
  • IDH entre 0,700 e 0,799: alto desenvolvimento humano;
  • IDH superior a 0,800: muito alto desenvolvimento humano.

O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2018 registrou uma pontuação de 0,759 para o Brasil, sendo, portanto, classificado no grupo de alto desenvolvimento humano. No entanto, o país ainda tem muito a avançar para alcançar o “pelotão de frente” dos países com muito alto desenvolvimento humano.

Segundo o estudo, a média de tempo em que o brasileiro passa estudando é de 7,8 anos, e a expectativa de vida é de 75,7 anos. O PNUD avaliou 189 países, e ficamos na 79ª posição no ranking. Entre os latino-americanos, o Brasil ocupou o 5º lugar, atrás da Argentina (47ª), do Chile (44ª) e até da Venezuela (78ª).

Confira algumas das colocações:

  • 1º: Noruega (0,953);
  • 2º: Suíça (0,944);
  • 3º: Austrália (0,939);
  • 4º: Irlanda (0,938);
  • 13º: Estados Unidos da América (0,924);
  • 79º: Brasil (0,759);
  • 189º: Nigéria (0,354).

Os impactos do saneamento básico no IDH Brasil

Os problemas decorrentes da falta de saneamento básico afetam a economia, a saúde, o desempenho escolar das crianças e a produtividade dos brasileiros — fatores que estão diretamente ligados ao IDH Brasil. Essa foi uma constatação de um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil.

Essa queda de eficiência dos trabalhadores e estudantes está relacionada a afastamentos e internações, muitas vezes causados por doenças contraídas pela falta de um saneamento adequado. Entre elas, infecções gastrointestinais provocadas pelo consumo de água contaminada.

Só para se ter uma ideia, segundo um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 10% de todas as mortes de crianças de até cinco anos são provocadas por diarreia. Outras 300 mil nessa mesma faixa etária morrem por causa da malária. Esses são problemas que o saneamento básico ajuda a reduzir.

Esse déficit de infraestrutura adequada nas cidades brasileiras acaba por, indiretamente, impactar nos indicadores de desenvolvimento, como os relacionados à expectativa de vida, mortalidade infantil, renda e tempo efetivo de estudo.

Por outro lado, o saneamento poderia contribuir para a geração de renda por fomentar a criação de vagas de emprego em obras de infraestrutura, tornar as cidades mais atraentes ao turismo e a melhora no desempenho escolar.

Um diagnóstico realizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento aponta para alguns dados alarmantes sobre o saneamento no Brasil:

  • 57% dos brasileiros não têm esgoto tratado;
  • 72% do esgoto coletado é tratado;
  • mesmo na zona urbana, apenas 50,6% da população é atendida com serviços de coleta de esgoto.

Quanto ao abastecimento de água potável, os dados são mais animadores, mas ainda é preciso avançar:

  • 83,5% da população é atendida com serviços de abastecimento – isso significa que cerca de 30 milhões de brasileiros ainda não são recebem água tratada em casa;
  • na zona urbana, o percentual já está na casa dos 94%, caminhando para uma universalização do serviço.

A falta dos serviços básicos é um dos grandes geradores da desigualdade social no mundo. No Brasil, sem dúvida, um dos serviços públicos essenciais com maior atraso é o saneamento básico. Essa falta de infraestrutura empurra o Brasil para trás de países próximos, como Venezuela, Peru e Bolívia.

Os serviços de saneamento são fundamentais para a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento dos brasileiros. Investimentos nesse setor podem ajudar o IDH Brasil a sair da estagnação e ficar mais próximos dos índices atingidos pelos países desenvolvidos.

Quer saber mais sobre saneamento básico? Então, temos um artigo especial para você: acesse e leia agora mesmo o nosso guia completo!

Por que o IDH representou um avanço em relação às outras formas de medir o grau de desenvolvimento dos países?

Utilizado como parâmetro mundial, o IDH permite comparar a qualidade de vida de cada país, identificando o seu desenvolvimento socioeconômico e orientando as possíveis medidas a serem tomadas naquilo que se encontra deficiente.

Qual a importância do IDH para medir o desenvolvimento dos países?

O IDH é um indicador usado para avaliar e comparar o desenvolvimento social e econômico dos países. Dessa maneira, ele serve como um parâmetro de riqueza e desenvolvimento da nação. Os critérios considerados são saúde, educação e renda, sendo que o IDH representa uma média desses três setores.

Por que o IDH é um indicador importante quando se fala de nível de desenvolvimento dos países?

O IDH tem uma importância significativa por permitir que os países identifiquem os quesitos que apresentam algum grau de deficiência e possam, assim, estabelecer estratégias e planos para melhorá-los.

Quais os fatores o IDH mede em relação ao grau de desenvolvimento de uma população?

O cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considera três variáveis principais: a saúde, a educação e a renda da população.

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