Com o advento da Pandemia e seus reflexos no mundo, a sociedade precisou movimentar-se em prol de adequações as novas realidades enfrentadas no cotidiano. E, na educação não foi diferente.
Com a impossibilidade de encontros presenciais, professores e alunos passaram a procurar plataformas digitais de ensino e aprendizagem para compartilhar conhecimentos e produzir giro financeiro.
Google Scholar/Classroom, Zoom, Microsoft Teams, Udemy, OBS Studio e Telegram são algumas das plataformas e aplicativos digitais/mobile que ganharam ainda mais visibilidade neste período e tiveram um boom em suas interações, ofertando cursos, palestras, seminários e congressos remotos gravados e na modalidade Live, gratuitos ou pagos, promovendo interações de reuniões e tele aulas, possibilitando a troca de informações sobre os mais diversos assuntos.
A sociedade viu nesta modalidade de ensino a possibilidade de “#ficaemcasa” e ainda assim agregar valor aos serviços e a aprendizagem de forma rápida, acessível e disponível para todos os que tiverem acesso à internet. Assim, o que antes era visto de forma, por vezes, dúbia e preconceituosa, o EaD, passou a ser o centro das atenções e estudos.
Com opiniões variadas, a sociedade divide-se entre ser favorável ou contra este tipo de ensino, mas a grande questão é que o ensino híbrido veio para ficar. Escolas, professores e alunos têm buscado adequar seus espaços físicos e equipamentos tecnológicos para receber esta modalidade e viram nela um nicho de atuação que pode expandir negócios, dar visibilidade as empresas e, em longo prazo, reduzir custos fixos de aluguel, energia, saneamento e adequações físicas de forma geral.
De acordo com o IDC do Brasil, para dar continuidade ao trabalho e ao estudo durante a pandemia, as famílias e empresas precisaram adquirir (comprar ou alugar) computadores e demais suprimentos tecnológicos, para permanecer em Home Office, o que levou a um aumento de 16% nas vendas de computadores, se comparado com o mesmo período de 2019.
Embora não seja tão recente, tendo os primeiros registros no Brasil datados em 1904, segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED, a resistência pelo desconhecido, levou ao tardio ingresso nesse universo ainda desconhecido por muitos.
Fato é que, com avanços e retrocessos, o EAD começou seu legado no Brasil, estabelecendo-se como nova forma de empreender e aprender, sendo flexível as necessidades dos mais diversos atores sociais.
Se a globalização e as adversidades imprimem a necessidade do processo de melhoria contínua e da adequação a nova realidade social, o EaD propõe soluções, por meio do uso das tecnologias, para garantir e expandir a reprodução das relações sociais de ensino e pesquisa.
Resultados do Censo da Educação Superior de 2006 apontam um crescimento de 571% no número de cursos de educação a distância no país. Os dados também mostram que o número de matrículas cresceu 315%. Em 2005, os alunos de cursos a distância representavam 2,6% do universo dos estudantes. Em 2006 essa participação passou a ser de 4,4%. A importância e o crescimento da educação
a distância no Brasil são pontos analisados hoje pelo diretor do Núcleo de Educação a Distância do Cesumar (NEAD), Willian Matos, ao lembrar o Dia Nacional da Educação a Distância, neste 27 de novembro. Confira abaixo a entrevista.
A EAD vem crescendo nos últimos anos de forma vertiginosa. A quais fatores o senhor atribui este crescimento e em quanto o senhor acredita que o setor pode crescer?
Willian - O crescimento inicial da Educação a Distância ou EAD deu-se por conta de uma demanda que estava refém das limitações geográficas. Hoje, sabe-se que a flexibilidade proporcionada pela EAD oportuniza muitas pessoas a estudarem, conciliando as suas atividades acadêmicas com seus interesses pessoais. O tempo mudou muito desde a época em que a Educação a Distância limitava-se simplesmente à troca de correspondências via correio. Com as novas tecnologias, adaptações foram feitas para enriquecer o aprendizado e a EAD embarcou muito bem esse enriquecimento educacional. Como na Educação a distância não existem barreiras, alunos de diferentes lugares do Brasil têm a oportunidade de cursarem uma graduação e/ou uma especialização com a mesma qualidade de ensino dos grandes centros urbanos. Essa demanda tende somente a buscar lugares mais altos no setor educacional visto que as novas tecnologias permitem continuamente novas ferramentas de aprendizagem, mais dinâmicas, flexíveis, atrativas e adaptáveis aos desafios das novas gerações. Permitindo cada vez mais a formação integral e continuada do cidadão.
Quais exemplos de EAD no Brasil o senhor aponta como ideal?
Willian - Muitas Escolas que ofertam a EAD no Brasil apresentam bons modelos. No NEAD- Núcleo de Educação a Distância do CESUMAR, não é diferente. Ofertamos uma qualidade de ensino surpreendente, visto que oferecemos vários recursos didático-pedagógicos para que o processo ensino-aprendizagem seja o mais eficaz possível para o aluno, dentre eles, o material didático impresso, DVDs com aulas gravadas, aulas ao vivo, chat, fórum, objetos de aprendizagem e agora com uma proposta de incluirmos livros didáticos, tudo isso sempre a prezar pela qualidade do ensino validada pela satisfação do aluno. Para os alunos que não conseguem assistir às aulas ao vivo, devido às particularidades do dia-a-dia, há um arquivo dessas aulas, ficando registradas no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) por todo o tempo do seu curso, visando a uma flexibilidade para os estudos podendo ainda os alunos assistirem a elas quantas vezes forem necessárias. Os professores que elaboram os materiais didáticos, professores-autores, e os professores que ministram as aulas, professores-formadores, são experientes e especializados em suas áreas de interesse. Além disso, os acadêmicos são acompanhados por professores mediadores que são capacitados para o curso designados e contam com a experiência que uma instituição zelosa pela educação requer. Dessa forma, os acadêmicos têm toda a estrutura de um ensino a distância que garantirá a satisfação para com o curso escolhido.
Quais são os principais problemas hoje da EAD e quais soluções o senhor visualiza para os mesmos?
Willian - Acredito que um dos maiores desafios da educação no Brasil, não somente da EAD, seja a formação integral do aluno com qualidade. Da EAD, em particular, um dos desafios seja reapresentá-la para a sociedade como uma metodologia que enriquece o processo de ensino aprendizagem e, conseqüentemente, contribui para o efetivo desenvolvimento do Brasil, pois a grande vantagem da EaD é sua capacidade de eliminar distâncias, flexibilizar o tempo dedicado ao estudo a disponibilidade do aluno, sua dinâmica e rapidez na atualização da informação e do conhecimento.
Qual é, em sua opinião, o papel do estado na questão do Ensino a distância?
Willian - O Estado, de certa forma, acredita no potencial da modalidade de educação a distância. Resta, no entanto, adequar as ferramentas de controle de avaliação à real necessidade e possibilidades apresentadas por este imenso país continental. Hoje não somos mais somente importadores de modelos de Educação a Distância e sim desenvolvedores desta modalidade de ensino. Zelar por ela, portanto, é imprescindível. Para isso, podemos contar com a parceria das instituições que tanto têm investido na educação de qualidade e lutado por ela. A Educação a Distância é uma ferramenta para que o Brasil possa atingir seus objetivos, dentre os quais, o de aumentar o número de cidadãos formado com qualidade no nível superior, visando a um crescimento sustentável promissor da nossa nação.
Como o senhor enxerga o crescimento das instituições particulares que estão ofertando Educação a Distância no Brasil? E a qualidade dos cursos por elas ofertados?
Willian - O crescimento é fato já consumado e, de certa forma, necessário para que o Brasil atinja melhoria em indicadores educacionais. No entanto, defendo o crescimento com qualidade e essa é a proposta que o CESUMAR tem defendido. Há pouco tempo, existia muito preconceito em relação à Educação a Distância. No entanto, o excelente desempenho do CESUMAR nesta modalidade educacional tem colaborado para mudar tal concepção. Hoje a EAD exige muito do aluno, visto que o acadêmico precisa ser muito disciplinado para que consiga acompanhar o seu curso e atingir seus objetivos. Os brasileiros aprendem rapidamente e se adaptam a novas situações, facilitando assim esta ligação da distância geográfica com a relação humana, seja ela entre colegas e ou professores.
O Enade de 2007 apontou que, em 13 cursos, nos quais é possível fazer uma comparação entre o presencial e o EAD, em 7 cursos, os alunos da EAD tiveram notas melhores que os alunos de cursos presenciais. Como o senhor enxerga este dado?
Willian - Este dado indica que a EAD tem caminhado no rumo certo. Hoje, nas aulas de um Ensino a Distância, existe interatividade entre o educando e o educador, formando grandes salas virtuais de aprendizagem, onde existem trocas de experiências, as quais contribuem positivamente para a qualidade do ensino aprendizagem por que tanto temos primado. Entretanto, temos de ter cautela e aguardar os próximos resultados, já que sempre deve ocorrer uma análise do comportamento desta modalidade para que mantenhamos como principal foco desta seara acadêmica o crescimento pessoal e profissional de nossos alunos.
Qual mensagem o senhor deixa para os estudantes que estão hoje matriculados no ensino a distância?
Willian - Para os acadêmicos que estão matriculados, digo que fizeram uma ótima escolha de ensino, desde que tenham optado por uma escola que vise à qualidade de Ensino e à dedicação a ele, sempre. Para as pessoas que pensam em matricular-se no Ensino a Distância, que assim o façam, pois além do crescimento profissional que este irá lhes ofertar, o aluno terá um crescimento pessoal, porque a educação enriquece o ser humano e o incluirá socialmente, transformando-o em um indivíduo autônomo, crítico e criativo, de que tanto a nossa sociedade precisa.