Quais foram as contribuições dos japoneses para a cultura e economia do Brasil

No ano de 1908, o navio Kasato Maru aportava no Brasil com a primeira geração daqueles que se tornariam imigrantes japoneses. Mais de 700 japoneses chegaram naquela ocasião para trabalhar, essencialmente, nos cafezais do estado de São Paulo.

Entre os conflitos da Primeira e Segunda Guerra Mundial, pouco a pouco, novos imigrantes saíam do Japão e iam se estabelecendo no Brasil, fortalecendo o intercâmbio entre os dois países. Desde essa primeira leva de imigrantes japoneses, de 1908 até 2020, 112 anos se passaram, e, hoje em dia, a população de descendentes de japoneses no Brasil chegou a quase dois milhões de pessoas, tornando-se a maior comunidade dessa nacionalidade fora da terra do sol nascente.

Na década de 50, em comemoração ao Cinquentenário da Imigração Japonesa, membros da Família Imperial visitaram o Brasil, com a presença, inclusive, do casal de Príncipes Mikasa. Desde então, as comemorações acontecem a cada década e, com performances interativas e envolventes, a celebração do aniversário de imigração homenageia a pluralidade cultural do país, assim como a relação de harmonia e respeito construída há tantas décadas entre o Brasil e o Japão.

Em 2018, celebrações aconteceram em vários estados do Brasil, em particular São Paulo, estado no qual se concentra a maior comunidade japonesa do país, para celebrar os 110 anos com eventos culturais, artísticos, esportivos e culinários que simbolizam a contribuição desse país para a sociedade brasileira.

Como exemplo, o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil, localizado em São Paulo (SP), reabriu após quase três meses de obras para modernização estrutural e de seu acervo — para quem quer conhecer mais da história da imigração japonesa no Brasil, o museu exibe duas maquetes do navio Kasato Maru (que trouxe os primeiros japoneses, em 1908), 97 mil documentos, objetos e jornais da época que reúne momentos vividos pelos imigrantes durante os períodos da Primeira e da Segunda Guerra.

Nos negócios, a relação construída entre os dois países durante os últimos anos é de igual respeito e valor, tanto que, de janeiro a setembro de 2018, por exemplo, as 700 empresas japonesas com escritório ou fábricas no território brasileiro aplicaram cerca de US$ 800 milhões em investimentos no país.

Do desenvolvimento do jiu-jitsu à expansão agrícola do cerrado brasileiro, da introdução da berinjela na culinária nacional ao judô, é difícil enumerar todas as contribuições que os imigrantes japoneses deram ao Brasil. Atualmente, os quase dois milhões de descendentes japoneses que vivem no território brasileiro e constituem a maior comunidade de pessoas de origem japonesa fora do Japão. Em São Paulo, se especula (2018) que exista mais de 1,3 milhões de japoneses e descendentes.

Na paisagem urbana, bairros como o da Liberdade, em São Paulo, e cidades como Bastos, no interior do estado paulista, e Assaí, no Paraná, se conservam até hoje características do país oriental. No campo das religiões herdadas pelos imigrantes japoneses, há destaque para o budismo, que chegou ao Brasil no começo do século 20, mas foi perseguido por causa do preconceito com as religiões orientais e por causa da barreira linguística.

Mas os brasileiros que vivem no Japão também deixam sua marca. De acordo com o embaixador do Japão, Akira Yamada, em entrevista a um veículo do governo brasileiro em 2018, os brazucas vivendo por lá contribuíram para enriquecer a cultura e costumes japoneses. Como exemplos, podemos citar o ex-jogador Zico que foi importante para o desenvolvimento do futebol no Japão. O samba e o pagode, assim como a churrasco brasileiro, são muito apreciados pelos japoneses. Especula-se que existam 200 mil trabalhadores brasileiros vivendo no Japão, e que são responsáveis pela disseminação da arte e cultura do Brasil nesse país.

Como toda relação recíproca e bilateral, há ganhos para ambos os lados. A imigração japonesa levou importante e inestimável contribuição ao Brasil: desde a introdução de técnicas mais eficientes na agricultura no início do século XX, passando pela contribuição científica e instalação de grandes empresas multinacionais japonesas no país, além de investimentos em todos os setores da economia brasileira. Segundo dados do Banco Central, somente de 2008 a 2018, foram cerca de US$28,4 bilhões investidos por empresas japonesas no Brasil.

Para estreitar ainda mais a relação entre os dois países, citamos dois eventos que aconteceram em 2019. No campo político, a reunião do G20 foi realizada no Japão, e na área dos esportes, a Copa América, realizada no Brasil em 2019, recebeu a seleção japonesa como país convidado. Além disso, estão sendo realizadas entre os dois países trocas de ideias sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, que acontecerão em Tóquio em 2021, e estima-se uma maior promoção do intercâmbio na área de esportes. Brasil e Japão unidos pela cordialidade e cooperação desde os primórdios.

O que os japoneses contribuíram para a cultura brasileira?

As artes marciais foram trazidas para o Brasil pelos japoneses. O judô chegou no Brasil em 1914, trazido pelo mestre japonês Mitsuyo Maeda, que viajava o mundo desafiando lutadores. Até então, os brasileiros conheciam poucas modalidades de combate, sendo as mais populares o pugilismo e a capoeira.

Qual a contribuição econômica dos japoneses no Brasil?

Apesar de terem vindo para trabalhar nas plantações de café, os orientais também contribuíram com a horticultura, fruticultura, cultivo do arroz, pimenta do reino e outros gêneros. Trouxeram ainda conceitos significativos de adubação e de combate de pragas e doenças das plantas.

Quais são os esportes que os japoneses trouxeram para o Brasil?

No Brasil, muitas pessoas têm seu primeiro contato com a cultura japonesa através de esportes de origem japonesa, que chegaram por aqui com a influência da imigração. Conhecidas como artes marciais, algumas das categorias mais famosas são: o judô, karatê, kendô, aikidô e outros.

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