Quais são as novidades evolutivas dos anfíbios?

Foto MBMartins

Os anfíbios são os animais que vulgarmente chamamos de sapos, rãs, pererecas, carrascos, salamandras, tritões e cobras-cegas ou cecílias. Todos estes fazem parte da Classe Amphibia, que é dividida em três Ordens. A ordem Anura pertencem os sapos, as rãs, as pererecas e os carrascos. Fazem parte dessa ordem os anfíbios sem cauda, com pernas traseiras alongadas, normalmente modificadas para locomoção por saltos. Na classe Caudata, encontram-se as salamandras e os tritões, que são anfíbios com quatro membros e com cauda longa. Na classe das cobras-cegas ou cecílias, chamada de Gymnophiona, estão os anfíbios sem membros, com o corpo alongado de formato vermiforme e com grande número de anéis corporais.

Todos os anfíbios são animais ectotérmicos, ou seja, usam as características do meio onde vivem para regular sua temperatura. Os integrantes da Classe Amphibia são os vertebrados terrestres com o maior número de estratégias de sobrevivência e reprodução. Uma das características mais marcantes desses vertebrados é a de possuírem duas fases de vida muito distintas: uma fase aquática, que conhecemos como girino, e a outra terrestre, quando são adultos. Outro aspecto que se destaca nos anfíbios é a sua pele permeável e sensível. Além de auxiliá-los na respiração, a pele é uma eficiente barreira contra diversas doenças e predadores, contendo um verdadeiro arsenal químico com a função de protegê-los.

Esses animais são bastante suscetíveis às alterações no meio ambiente devido à pele e ao seu hábitat. Por terem o ciclo de vida intimamente relacionado à água, a maioria vive próxima a banhados, riachos, açudes, poças d’água, florestas e ambientes úmidos. Como raras exceções, algumas espécies habitam desertos e regiões extremamente frias.

Fonte: COLOMBO, P.; ZANK, C. 2008. p. 104-111. In: BOND-BUCKUP, G. (Org.) Biodiversidade dos Campos de Cima da Serra. 1. ed.Porto Alegre: Libretos, 2008. v. 1. 196 p.

 

ÍNDICE

  1. EVOLUÇÃO E ORIGEM DOS ANFÍBIOS
  2. RELAÇÃO DOS ANFÍBIOS COM O HOMEM
  3. BIOLOGIA DOS ANFÍBIOS
  4. ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO DAS ESPÉCIES DA MATA ATLÂNTICA DA REGIÃO NORTE DE SC
  5. PREDAÇÃO DE ANFÍBIOS
  6. BIBLIOGRAFIA
  7. AGRADECIMENTOS
 

1.Evolução e Origem dos Anfíbios

Os anfíbios foram os primeiros seres vertebrados a conquistar a terra firme, pois todas as outras formas de vida dependiam do meio aquático para sobrevivência. De acordo com evidências de fósseis encontrados há 400 milhões de anos (Período Devoniano), os anfíbios evoluíram a partir dos peixes. Tal constatação revela que nós, seres humanos, somos descendentes dessas fascinantes criaturas chamadas anfíbios.

Foram cinco as espécies de peixes (Crossopterygians) que deram origem aos anfíbios. Essas espécies ainda existem no Brasil, na Austrália e em partes da África.

Inicialmente, os anfíbios eram bastante diferentes de como os conhecemos hoje: a espécie só adquiriu a forma atual há 250 milhões de anos. O recorde de idade da existência dos anfíbios é decorrente do registro de pegadas encontradas no sul do Brasil. O fóssil mais antigo de um anfíbio com a forma atual das rãs (ou sapos), conhecido como Triadobatrachus, foi encontrado, em excelente estado de preservação, em Madagascar, em uma decomposição de sedimentos datada do Período Triásico (220-230 milhões de anos atrás). Para ter uma idéia de como sua existência é antiga, vale comparar que o homem moderno só surgiu há 100 mil anos e os hominídeos existiam há, pelo menos, 2 milhões de anos.

 

Anfíbios (Classe Amphibia) são animais do grupo dos vertebrados que apresentam como característica mais marcante o fato de que alguns representantes passam parte da sua vida no ambiente aquático e a outra parte no ambiente terrestre. Devido a essa característica, é comum que alguns autores se refiram ao grupo como animais de vida dupla.

Atualmente são conhecidas no mundo cerca de 7.000 espécies de anfíbios, ocorrendo 946 espécies em território brasileiro. Os anfíbios são encontrados em quase todos os continentes, com exceção da Antártida.

Leia também: A importância dos répteis e anfíbios para o equilíbrio ambiental

Resumo sobre os anfíbios

  • Anfíbios são vertebrados conhecidos por ter uma “vida dupla”, pois possuem uma fase de vida aquática e outra terrestre.

  • Todos os anfíbios são ectotérmicos.

  • Os anfíbios possuem uma pele bastante permeável, a qual é utilizada para a realização da respiração cutânea.

  • Possuem coração com três câmaras.

  • Os anfíbios possuem rins.

  • A maioria dos anfíbios é ovípara.

  • Os anfíbios são divididos em três grupos: Anura, Urodela e Apoda.

  • Sapos, rãs, pererecas, cobras-cegas e tritões são exemplos de anfíbios.

Videoaula sobre os anfíbios

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Características dos anfíbios

Osanfíbios são um grupo de animais vertebrados que apresentam como característica mais marcante o fato de que algumas espéciespossuem, durante o seu desenvolvimento, uma fase de vida aquática e outra terrestre. O termo Amphibia refere-se a essa característica e significa vida dupla.

Esses animais foram os primeiros vertebrados a habitar o ambiente terrestre. Em terra firme, um dos problemas enfrentados é a dificuldade de movimentação. Para se movimentarem nesse ambiente, esses animais sofreram diversas modificações ao longo de sua história evolutiva, destacando-se o surgimento de uma coluna vertebral mais reforçada e de quatro membros.

A presença da coluna vertebral, bem como a de membros, é muito importante para a locomoção. Pererecas e rãs, por exemplo, locomovem-se por meio de saltos, os quais necessitam de um esqueleto reforçado, tanto para o impulso como para a aterrissagem. Vale salientar que, em gimnofionos, não há a presença de membros. Anuros e caudados são os únicos, dentre os vertebrados viventes, que possuem quatro dígitos em suas mãos.

Os anfíbios são animais que apresentam uma pele bastante permeável às trocas gasosas e água. Em muitas espécies, a forma mais eficiente de trocas é por meio da pele, ou seja, por respiração cutânea. Em várias espécies, os pulmões foram perdidos ou são pouco funcionais. Nas espécies que possuem fase larval aquática, a respiração durante esse período é branquial.

Para que a respiração cutânea ocorra, é importante que a umidade da pele dos anfíbios seja mantida. É por isso que esses animais são encontrados com mais frequência em ambientes úmidos. Vale salientar que algumas espécies vivem em locais mais secos, sendo observado, nesses casos, que elas passam grande período do tempo escondidas em tocas ou embaixo de folhas, locais onde a umidade é maior.

Além disso, outra forma de manter essa pele úmida é por meio de secreções eliminadas por glândulas presentes no animal. Os anfíbios apresentam dois tipos de glândulas: as mucosas e as granulares. As mucosas são responsáveis por garantir a umidade, e as granulares produzem substâncias que atuam como defesa.

As glândulas de veneno estão espalhadas pelo corpo do animal, variando em localização de uma espécie para outra. O sapo-cururu, por exemplo, possui pequenas glândulas espalhadas no dorso e glândulas mais desenvolvidas, como a do antebraço, parotoide e paracmenis.

Vale salientar que a pele sensível dos anfíbios faz com que esses animais sejam mais suscetíveis às variações que ocorrem no meio ambiente. Eventos como mudanças climáticas, chuvas ácidas e contaminação dos corpos d’água afetam drasticamente essas espécies de vertebrados.

Outra característica importante dos anfíbios é que todos os seus representantes são ectotérmicos. Isso significa que todos os anfíbios dependem de características do meio ambiente para controlar a sua temperatura, utilizando fontes externas de calor para regular a temperatura do seu corpo.

O sistema circulatório dos anfíbios é fechado, com sangue circulando no interior de vasos sanguíneos e do coração. O coração dos anfíbios apresenta três câmeras, sendo dois átrios e um ventrículo. A excreção ocorre graças à presença de rins, os quais são formados por pequenas unidades chamadas néfrons.

Os anfíbios apresentam dietas variadas. Nas espécies que apresentam metamorfose, por exemplo, a fase larval pode alimentar-se de algas, serem carnívoras e até onívoras. Após a metamorfose, essas espécies se destacam por serem predadoras, alimentando-se, principalmente, de invertebrados, como insetos.

No que diz respeito à reprodução, esta varia de uma espécie para a outra. A maioria das espécies é ovípara, porém existem também espécies vivíparas. A fecundaçãopode ser externa ou interna, sendo a fecundação externa verificada na maioria dos anuros e determinadas espécies de salamandras, e a interna, na maioria dos urodelos e em todas as cecílias.

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Ciclo de vida dos anfíbios

Muitas espécies de anfíbios possuem um ciclo de vida com uma fase de vida aquática e outra terrestre.

Muitas espécies de anfíbios apresentam o ciclo de vida com duas fases bastante distintas, sendo uma delas aquática e outra terrestre. Esse modo de vida duplo é uma das características mais marcantes do grupo, apesar de não ser observado em todas as espécies. Para ilustrar esse ciclo de vida, explicaremos brevemente as etapas do desenvolvimento observadas em algumas espécies de rãs.

Iniciaremos o ciclo de vida analisando a fase larval da rã, conhecida como girino. Nessa fase, o animal é geralmente um herbívoro aquático, com respiração do tipo branquial, e possui cauda, a qual é utilizada para a sua natação. À medida que o animal se desenvolve, observa-se o surgimento de patas, pulmões e tímpanos externos. Além disso, o sistema digestório começa a mudar a fim de adaptar-se à nova dieta: a dieta carnívora. A cauda do anfíbio é reabsorvida na medida em que os membros se desenvolvem.

A fase adulta do animal é terrestre, entretanto ele retorna ao ambiente aquático para o acasalamento. Nos anuros, a fecundação é geralmente externa. Em algumas espécies, observa-se que o macho abraça a fêmea, estimulando-a a liberar os ovócitos. O macho lança seus espermatozoides sobre os ovócitos para que ocorra a fecundação externa.

Algumas espécies depositam seus ovos em ninhos de espuma; outros, em ninhos de barro, câmaras subterrâneas e rochas úmidas. A desova e os modos reprodutivossão muito diversos em anfíbios.

Classificação dos anfíbios

Os anfíbios podem ser divididos em três grupos: Anura, Urodela e Apoda.

Os anuros destacam-se como anfíbios que não possuem cauda.

  • Anura: o grupo mais diversificado e conhecido de anfíbios. Nesse grupo estão inclusos os sapos, rãs e pererecas. São animais que não apresentam cauda, possuem quatro membros locomotores quando adultos e troncos curtos. Os membros posteriores dos anuros são geralmente maiores, o que favorece a realização de saltos. Possuem língua longa e pegajosa, que auxilia na captura de alimento, como pequenos insetos. Os anuros apresentam grande capacidade de vocalização, sendo a produção de sons uma característica observada na maioria das espécies do grupo. O canto é utilizado em diferentes situações, como a atração de fêmeas, demarcação territorial, defesa de território e como forma de evitar a predação. Muitas espécies de anuros possuem veneno. A presença de coloração vistosa na pele desses animais alerta para a presença dessas sustâncias tóxicas.

O axolote é um urodelo que apresenta como característica marcante o fato de reter as características larvais mesmo quando está sexualmente maduro.

  • Urodela ou Caudata: Os urodelos são anfíbios que retêm suas caudas na fase adulta. O corpo dos urodelos é geralmente longilíneo e com membros de tamanho similar. Algumas espécies vivem apenas no ambiente aquático, outras vivem no ambiente terrestre quando adultas ou por toda a sua vida. Nesse grupo estão incluídas as salamandras e os tritões.

Os ápodes são anfíbios que não possuem patas.

  • Gymnophiona ou Apoda: caracterizam-se por não possuírem patas, apresentarem corpo alongado e de formato vermiforme e olhos reduzidos e pouco funcionais. Grande parte das espécies passa praticamente toda a vida em galerias no solo. São exemplos de ápodes as cecílias ou cobras-cegas.

Quais são as principais novidades evolutivas dos anfíbios?

A principal novidade evolutiva que surgiu com os anfíbios foi a presença de pulmões e membros, o que permitiu aos anfíbios a transição para o ambiente terrestre, apesar de ainda serem dependentes da água.

Qual a evolução dos anfíbios?

1.Evolução e Origem dos Anfíbios De acordo com evidências de fósseis encontrados há 400 milhões de anos (Período Devoniano), os anfíbios evoluíram a partir dos peixes. Tal constatação revela que nós, seres humanos, somos descendentes dessas fascinantes criaturas chamadas anfíbios.

Qual novidade evolutiva surge após o aparecimento dos anfíbios?

Os répteis pertencem ao Reino Animal e são classificados como animais vertebrados. Eles surgiram da evolução dos anfíbios há aproximadamente 350 milhões de anos. Foram os primeiros animais a se adaptarem aos ambientes secos, mas ainda hoje existem espécies que vivem na água.

Quais são as principais novidades evolutivas dos répteis?

Os repteis possuem duas inovações que selaram a conquista do ambiente terrestre pelos vertebrados: a fertilização dos óvulos dentro do corpo feminino e o desenvolvimento do embrião fora do corpo, mas dentro de uma casca protetora contra o ressecamento.

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