Quando vemos um animal, sabemos que se trata de um ser vivo, não é mesmo? Mas, afinal, o que define um ser como um organismo vivo? Que característica um organismo deve possuir para ser classificado como uma forma de vida? Essas respostas, apesar de parecerem simples, são muito mais complexas do que podemos imaginar, uma vez que determinados organismos não se encaixam em determinados quesitos mesmo se comportando como uma forma de vida.
A seguir listamos alguns dos principais quesitos para que um organismo possa ser considerado um ser vivo.
Tópicos deste artigo
- 1 - → Composição química
- 2 - → Células
- 3 - → Material genético
- 4 - → Metabolismo
- 5 - → Nutrição
- 6 - → Reprodução
- 7 - → Capacidade de responder a estímulos
- 8 - → Evolução
→ Composição química
Todos os organismos vivos apresentam determinados tipos de elementos químicos. São eles: carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Além desses elementos, também encontramos fósforo e enxofre, mas em menor quantidade.
→ Células
As células são as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos, estando presentes em todos os organismos vivos, com exceção dos vírus. De uma maneira simplificada, podemos dizer que as células apresentam membrana plasmática, citoplasma e material genético. Esse material genético pode estar disperso no citoplasma (células procariontes) ou ser delimitado por uma membrana (célula eucariótica). Os organismos formados por apenas uma célula são chamados de unicelulares, e aqueles formados por várias células são chamados de multicelulares.
→ Material genético
Todos os seres vivos apresentam material genético, o qual é responsável por transmitir as características de um ser vivo para a próxima geração (hereditariedade) e controlar as atividades que serão realizadas pela célula. O material genético é formado por um ou dois tipos de ácidos nucleicos (DNA e RNA).
Os seres vivos apresentam no interior de seu corpo reações químicas, as quais são necessárias para as mais variadas atividades, como a obtenção de energia. Ao conjunto dessas reações químicas dá-se o nome de metabolismo. Existem reações que estão relacionadas com a síntese ou construção de moléculas, sendo esses processos chamados de anabolismo. Existe ainda o catabolismo, que consiste na destruição de partículas para a liberação de substâncias mais simples.
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É importante salientar que os vírus não apresentam seu próprio metabolismo e, por isso, devem parasitar uma célula para que possam reproduzir-se.
→ Nutrição
Os organismos vivos necessitam de energia para a realização de suas atividades, e essa energia é conseguida pela nutrição. Os organismos vivos podem ser divididos, a partir do critério de nutrição, em autotróficos e heterotróficos. Os autotróficos obtêm energia por meio de processos como a fotossíntese, e os heterotróficos obtêm energia a partir da quebra de produtos provenientes de outros seres vivos. De uma maneira simplificada, podemos dizer que os seres autotróficos são capazes de produzir seu próprio alimento, e os heterotróficos, não.
Após a nutrição, os organismos realizam reações químicas para que a energia seja obtida e utilizada posteriormente. O processo de produção de energia é chamado derespiração celular.
→ Reprodução
Os seres vivos são capazes de reproduzir-se, ou seja, produzir descendentes. A reprodução pode ocorrer de forma sexuada ou de maneira assexuada. Na forma sexuada, ocorre o envolvimento de gametas; na assexuada, não.
→ Capacidade de responder a estímulos
Os seres vivos são capazes de responder a estímulos do meio ambiente, uma propriedade conhecida como irritabilidade. Como exemplo, podemos citar o fechamento dos folíolos da planta sensitiva ao toque ou ainda a fuga de um animal diante de um perigo iminente.
→ Evolução
Todos os seres vivos estão sujeitos aos processos evolutivos, ou seja, sofrem modificações ao longo do tempo. Um dos fatores que causam a evolução é o surgimento de mutações, modificações que ocorrem na molécula de DNA e levam ao surgimento de novas características em um organismo. Essas modificações podem ser transmitidas aos descendentes.
Por Ma. Vanessa dos Santos
INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS E O AMBIENTE
O QUE SÃO FATORES ABIÓTICOS
Fatores abióticosOs fatores abióticos são os fatores do meio que influenciam os seres vivos.
Os principais fatores abióticos são:
- a luz
- a temperatura
- a água
- o solo
- o vento
INFLUÊNCIA DA LUZ NAS PLANTAS
FototropismoAs plantas necessitam de luz para sobreviver pois é a fonte de energia que utilizam para realizar o processo de fotossíntese.
Por isso, as plantas têm tendência em se movimentar (lentamente) em direção à luz solar. A este movimento dá-se o nome de fototropismo.
Fototropismo
- movimento lento das plantas em direção à luz solar
No entanto, existem plantas que se desenvolvem melhor sob a ação de luz direta e intensa e outras que necessitam de sombra:
Plantas heliófilas
- desenvolvem-se melhor sob a ação direta de luz direta e intensa
Plantas umbrófilas
- necessitam para o seu desenvolvimento de sombra (ex: fetos e musgos)
As plantas são classificadas conforme a influência do número de horas diárias na sua floração:
Plantas de dia longo
- florescem quando o fotoperíodo é, em média, superior a 12 horas
Plantas de dia curto
- florescem quando o fotoperíodo é, em média, inferior a 8 horas
Plantas indiferentes
- não são influenciadas pelo fotoperíodo
Nas zonas com muita vegetação a luz condiciona a distribuição das plantas:
Estrato herbáceo
- camada vegetal inferior
Estrato arbustivo
- camada vegetal intermédia
Estrato arbóreo
- camada vegetal superior.
As características de cada um destes estratos fornecem habitats específicos para diferentes seres vivos.
INFLUÊNCIA DA LUZ NOS ANIMAIS
FototaxiaExistem animais que são atraídos pela luz e outros que não suportam a luz:
Animais lucífilos
- são atraídos pela luz – apresentam fototaxia positiva, ou seja, deslocam-se em direção a uma fonte luminosa (ex: traças e borboletas)
Animais lucífugos
- não suportam a luz – apresentam fototaxia negativa, ou seja, deslocam-se em direção oposta a uma fonte luminosa (ex: morcego e minhoca)
Os animais realizam as suas atividades diárias em função da presença ou ausência de luz:
Animais diurnos
- encontram-se ativos durante o dia (ex: águia)
Animais notívagos (ou noturnos)
- encontram-se ativos durante a noite (ex: morcego e coruja)
No fundo dos oceanos, onde existe uma quase escuridão total, apenas existem animais com adaptações próprias como os peixes abissais. A maior parte dos seres marinhos encontram-se junto à superfície.
Influência do fotoperíodo na reproduçãoA reprodução de alguns animais é também condicionada pelo fotoperíodo. Isso faz com que determinadas espécies tenham determinadas épocas de reprodução. (ex: o veado tem tipicamente o seu período reprodutor em outubro)
Influência do fotoperíodo na morfologiaAlguns mamíferos (ex:lebre-do-ártico)mudam a cor da sua pelagem e algumas aves mudam a cor da sua penugem conforme o fotoperíodo. Esta característica facilita a camuflagem do animal, fazendo com que se confunda mais facilmente com o meio ambiente, ficando assim mais protegido contra predadores.
Influência do fotoperíodo no comportamentoMigrações
- Deslocações regulares de um ser vivo para locais que conferem melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha)
É o número de horas diárias que indica aos animais o momento para iniciarem a sua migração.
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NAS PLANTAS
Adaptações das plantas à variação da temperaturaPara sobreviver às condições desfavoráveis durante a estação fria algumas plantas:
- perdem as folhas – plantas de folha caduca ou caducifólias (ex: castanheiro)
- ficam reduzidas à parte subterrânea (ex: narciso)
- ficam reduzidas a sementes (ex: milho)
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NOS ANIMAIS
Intervalo de tolerância, temperatura ótima e temperatura letalA vida só é possível dentro de intervalos de temperatura que se designam por intervalos de tolerância e que variam de espécie para espécie. Dentro desse intervalo existe uma temperatura em que o ser vivo se desenvolve melhor – temperatura ótima. No entanto, se os limites desse intervalo forem ultrapassados atinge-se uma temperatura letal que pode levar à morte do ser vivo.
De acordo com a sua amplitude térmica os seres vivos podem ser classificados como:
Seres euritérmicos:
- se têm uma grande amplitude térmica (ex: lobo)
Seres estenotérmicos:
- se têm uma pequena amplitude térmica (ex: serpente)
Seres homeotérmicos (ex: mamíferos e aves)
- conseguem manter a temperatura do corpo constante, independentemente da temperatura ambiente
Seres poiquilotérmicos (ex: peixes, répteis e anfíbios)
- a temperatura do corpo varia conforme a temperatura ambiente
Adaptações comportamentais
Ambientes quentes:
- Estivação
- redução da atividade durante a estação quente (ex: caracol e crocodilo)
Ambientes frios:
- Hibernação
- redução da atividade durante a estação fria (ex: ouriço-cacheiro e urso)
Migração
- Deslocação regular de um ser vivo para locais que conferem melhores condições de sobrevivência. (ex: andorinha e baleia)
Adaptações corporais
Ambientes quentes:
- Orelhas grandes, o que permite aumentar a superfície de perda de calor para o ambiente
- Pelo curto, para mais facilmente perder calor corporal
Ambientes frios:
- Orelhas pequenas, o que permite diminuir a superfície de perda de calor para o ambiente
- Pelo longo, para mais dificilmente perder calor corporal
- Camada espessa de gordura, que impede a perda de calor
Adaptações fisiológicas
Ambientes quentes
- arfar, o que permite perder calor
Ambientes frios
- ereção dos pelos, o que permite criar uma camada de ar isolante junto à pele, diminuindo assim as perdas de calor
INFLUÊNCIA DA ÁGUA NOS SERES VIVOS
Importância da água para os seres vivosTodos os seres vivos precisam de água para sobreviver pois é o seu principal constituinte e é necessária para as suas funções vitais. Por isso existe maior vegetação e animais nos locais com maior humidade e pluviosidade.
No entanto, nem todos os seres vivos dependem da mesma quantidade de água:
Seres hidrófilos:
- vivem permanentemente na água (ex: polvo e nenúfar)
Seres higrófilos:
- vivem em locais húmidos (ex: minhoca e arrozal)
Seres mesófilos:
- necessitam de quantidades moderadas de água (ex: cavalo e sobreiro)
Seres xerófilos:
- vivem em locais secos (ex: dromedário e cato)
Plantas de climas secos (ex. cato) apresentam:
- raízes longas e pouco profundas, para captar a maior quantidade de água possível
- caules carnudos, para acumular água de reserva
- folhas de pequenas dimensões ou reduzidas a espinhos, para não perderem água por transpiração
Os animais de clima seco podem apresentar:
- reservas de gordura que utilizam para produzir água (ex: dromedário e camelo)
- revestimento impermeável que evita a perda de água por transpiração (ex: escorpião)
Existem ainda animais (ex: gerbilo) que não transpiram, produzem pouca urina e são mais ativos durante a noite de forma a evitar perdas de água.
INFLUÊNCIA DO SOLO NOS SERES VIVOS
O substrato e a importância do solo para os seres vivosA maioria dos seres vivos precisa de um substrato para realizarem as suas atividades vitais e garantirem a sua sobrevivência. O substrato é o meio sólido que serve de suporte à maior parte dos seres vivos.
Nos ambientes aquáticos encontramos:
- substratos moles, como os fundos arenosos que podem ser encontrados no leito dos rios e nos oceanos
- substratos duros, como as rochas, sobre as quais vivem animais como as lapas e os mexilhões.
Nos ambientes terrestres, os seres vivos desenvolvem as suas atividades em interação com os solos.
O solo é a camada mais superficial da crusta terrestre, sendo constituído por matéria orgânica, matéria mineral, água e ar. É bastante importante porque funciona como habitat para uma grande diversidade de seres vivos (ex: insetos, minhocas, toupeiras, fungos e bactérias)e porque serve como meio de fixação para as plantas e de captação de água e minerais essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento.
Influência do tipo de solo na distribuição dos seres vivosA porosidade do solo influencia a distribuição dos seres vivos, pois há seres vivos que povoam solos arenosos e outros solos mais compactos.
No entanto, também a composição do solo, permeabilidade, humidade e textura influenciam a distribuição dos seres vivos.
INFLUÊNCIA DO VENTO NOS SERES VIVOS
Importância do vento- Contribui para a dispersão de algumas sementes, de modo a que estas se possam dispersar por uma maior área e de forma a encontrarem condições mais apropriadas à sobrevivências das plantas após a germinação
- É responsável pelo transporte de bactérias e de fungos, bem como das suas estruturas reprodutoras (esporos).
- Nos ambientes aquáticos, promove o arejamento das águas e dá origem à ondulação dos oceanos
Em regiões muito ventosas encontram-se, preferencialmente, plantas rasteiras e animais de pequeno porte e achatados.
Influência do vento no comportamento dos animais- Os gafanhotos por vezes movimentam-se aproveitando a deslocação das massas de ar, formando nuvens de gafanhotos
- As aves de rapina (ex: falcão) aproveitam as massas de ar quente para planar, gastando assim menos energia
- As rotas de migração são influenciadas pelos ventos dominantes em determinadas regiões
Os fatores abióticos condicionam largamente a biodiversidade. No passado, extinções em massa, provocadas por alterações súbitas do meio ambiente, levaram ao desaparecimento de algumas espécies e criaram condições propícias à diversificação e à dispersão de outras.
Revê aqui a matéria/resumo/síntese de Ciências Naturais:
EXERCÍCIOS
Em breve
O que tens de saber neste capítulo, segundo o programa e metas curriculares de Ciências Naturais – 8º ano:
DOMÍNIO: SUSTENTABILIDADE NA TERRA
SUBDOMÍNIO: ECOSSISTEMAS
- Analisar as dinâmicas de interação existentes entre os seres vivos e o ambiente
- Descrever a influência de cinco fatores abióticos (luz, água, solo, temperatura, vento) nos ecossistemas.
- Apresentar exemplos de adaptações dos seres vivos aos fatores abióticos estudados.
- Testar variáveis que permitam estudar, em laboratório, a influência dos fatores abióticos nos ecossistemas.
- Concluir acerca do modo como as diferentes variáveis do meio influenciam os ecossistemas.
- Prever a influência dos fatores abióticos na dinâmica dos ecossistemas da região onde a escola se localiza.
- Relacionar as alterações do meio com a evolução ou a extinção de espécies.
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