Quais são os principais cuidados com o paciente que faz uso de sonda?

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Cuidados de Enfermagem

Núcleo de Telessaúde Bahia | 4 fevereiro 2021 | ID: sofs-43390

Para os cuidados de enfermagem  a uma pessoa adulta com gastrostomia (GTT), destacamos:(1,2)

– inspeção e higienização diária da sonda e de seus componentes (tampa e roldana externa) diariamente para verificar rachaduras ou sinais de deterioração;

– manter a sonda fechada nos intervalos da alimentação;

– manter inflado o balão da sonda com água destilada no volume recomendado pelo fabricante;

– checar o volume da água do balão da sonda, comparando com o volume original infundido – a perda de volume superior a 5 mL sugere vazamento de líquido; nas sondas de menores calibres considerar perda de volume superior a 1mL, pois são preenchidas com menor volume: de 3 a 5 mL;

– manter a cabeceira da cama do paciente elevada entre 30° e 45°, a menos que contraindicado, durante a administração da dieta, água ou medicamento por aproximadamente 1 hora, para evitar a náuseas, vômitos, regurgitação e possível aspiração;

– na presença de náuseas e vômitos, suspender a administração e relatar à equipe;

– antes de infundir a dieta, verificar o resíduo gástrico com o auxílio de uma seringa. Se o volume for maior que 100 mL, devolvê-lo ao estômago e não infundir a dieta desse horário. Após, lavar a sonda com 10 a 20 mL de água morna filtrada;

– se houver dificuldade na passagem da alimentação ou medicação, utilizar água em jato com o auxílio de uma seringa, antes de administração da alimentação ou medicação;

– administrar a dieta em temperatura ambiente e lentamente, para evitar quadros de diarreia, flatulência e desconforto abdominal;

– lavar a sonda com 10 a 20 mL de água morna filtrada após administração de dieta e/ou medicamentos e/ou aspiração de resíduo gástrico. Para administração de dieta de forma contínua é imprescindível lavar a sonda a cada 4 h;

– inspeção diária da pele sob a roldana externa da sonda, proteger a pele com creme barreira ou protetor cutâneo para evitar ulcerações locais. Não utilizar óleos, pois pode facilitar a saída do dispositivo;

– higienização ao redor do orifício da GTT com água e sabão secando posteriormente cuidadosamente de 02 a 03 vezes ao dia ou quando houver necessidade, trocando a gaze que protege a pele ao redor do estoma;

– se escape do dispositivo da GGT, realizar higiene com água fria, manter o paciente deitado em decúbito dorsal e solicitar o serviço de urgência.

Bibliografia Selecionada:

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Orientações para o cuidado com o paciente no ambiente domiciliar. Brasília – DF, 2018:96p. Disponível em: //portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/maio/11/Orientacoes-para-o-cuidado-com-o-paciente-no-ambiente-familiar.pdf
  2. Rogenski KE, et al. Gastrostomia (GTT): aspectos gerais. In: Caruso L, Sousa AB (Org.). Manual da equipe multidisciplinar de terapia nutricional (EMTN) do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo – HU/USP. São Paulo: Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, 2014:83-86.
  3. Núcleo de Telessaúde Sergipe. Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Segunda Opinião Formativa – SOF. A troca de sonda de gastrostomia (GTT) pode ser realizada pelo enfermeiro? Id: 13368, 21 out 2014. Disponível em: //aps.bvs.br/aps/a-troca-de-sonda-de-gtt-gastrostomia-pode-ser-realizado-pelo-enfermeiro/

As complicações mecânicas, incluindo a obstrução da sonda nasoenteral, são efeitos adversos bastante frequentes em Nutrição Enteral.

Estas complicações são muito temidas pelas equipes de saúde, pois seus danos potenciais incluem a redução da ingestão alimentar, atrasos na administração de medicamentos, necessidade de retirada dos dispositivos, exposição dos pacientes a novos procedimentos de inserção, e até mesmo o óbito.

Por isso, os cuidados com a sonda nasoenteral são imprescindíveis, e devem ser muito bem compreendidos pelos profissionais da saúde. Vamos conhecer estes cuidados?

Conteúdo

  • 1 Quais são as principais causas de obstrução – e como evitá-las?
  • 2 O que fazer caso ocorra a obstrução?
  • 3 Referências:

Quais são as principais causas de obstrução e como evitá-las?

  1. Administração errônea de medicamentos

Para administrar fórmulas farmacêuticas via sonda nasoenteral há necessidade de trituração. Porém, essa prática pode ocasionar em obstrução, pois muitos medicamentos orais não são adequados para isso.

Por esse motivo, deve-se verificar a disponibilidade de medicamentos em sua forma líquida. Ainda assim, se forem líquidos viscosos e/ou hiperosmolares, devem ser diluídos com 10 a 30 ml de água estéril. Além disso, antes e depois da administração, há necessidade de lavar a sonda.

Em casos extremos, pode haver a substituição/suspensão do medicamento.

  1. Fatores dietéticos

Os fatores alimentares com potencial de obstrução das sondas incluem o uso de dietas com alta densidade calórica, dietas artesanais, com alto teor proteico ou ricas em fibras.

Esses componentes, principalmente grandes quantidades de proteínas, aumentam a viscosidade da dieta enteral, gerando maior risco de entupimento.

A solução para este risco é a padronização dos procedimentos de manutenção da sonda para pacientes com dietas hiperproteicas a longo prazo, bem como a sinalização e o cuidado redobrado por parte da equipe.

  1. Lavagem inapropriada

Um erro comum que leva ao entupimento do tubo é a lavagem inadequada (ou inexistente). Quando isso ocorre, resíduos de alimentos e/ou fármacos se acumulam na sonda, levando à sua obstrução.

Assim, o recomendado é que a lavagem ocorra de 4 em 4 horas, com volume mínimo de 20 ml de água, registrando a permeabilidade do dispositivo.

Em caso de resistência da sonda, há necessidade de lavagem com água morna e utilização de guia com escova, para retirada de eventuais resíduos no tubo.

  1. Desconhecimento dos profissionais

A falta de esclarecimento dos profissionais lidando com pacientes em nutrição nasoenteral é um grande fator de risco para obstrução da sonda.

Erros frequentes incluem falhas no manuseio e desatenção às normas do fabricante, que possuem produtos com diferentes modelos, materiais e diâmetros, cada qual com suas recomendações.

Assim, treinamentos institucionais, anuais ou semestrais que abranjam toda a Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional são necessários, bem como a elaboração de protocolos de orientação, e sua supervisão regrada.

Cuidadores domiciliares e os próprios pacientes também devem ser orientados quanto aos cuidados com a sonda, além de resoluções de eventuais problemas básicos.

O que fazer caso ocorra a obstrução?

Em caso de entupimento, a aspiração de resíduos por pacientes incapazes de proteger suas vias aéreas pode acontecer, levando à pneumonia, insuficiência respiratória e até morte.

Por isso, para desobstrução do tubo, o processo deve iniciar assim que alguma resistência na sonda seja encontrada, ou até mesmo quando o tubo começar a ficar lento. Se caso a bomba de infusão estiver em uso, esta começará a apitar. As estratégias para desobstruir são as seguintes:

  1. Lavar a sonda com água morna, usando uma seringa 30 ou 60 ml, aplicando um suave movimento de vai-e-vem no êmbolo da seringa;
  2. Caso a lavagem não resolva, recomenda-se o uso conjunto de um comprimido triturado de enzimas pancreáticas, a um comprimido de bicarbonato de sódio de 325 mg, misturado em 5 ml de água. Se a obstrução não for eliminada em 30 minutos, a solução deve ser removida do tubo e substituída por uma nova mistura.
  3. Se ainda assim não houver resultados, indica-se o uso de um fio-guia ou desobstrutor de tubos, disponíveis comercialmente.
  4. Se a obstrução não for resolvida por nenhum destes métodos, a troca da sonda nasoenteral é o correto, e, em último caso, a substituição do método nasoenteral por métodos percutâneos (tais como gastrostomia e jejunostomia).

Ademais, se a aspiração de resíduos estiver presente, estratégias para reduzi-la incluem: elevação da cabeceira, alimentação pós-pilórica, e administração de agentes de motilidade para promover o esvaziamento gástrico.

Como visto, a prevenção da obstrução da sonda nasoenteral é a prioridade. A cultura de segurança nas unidades de saúde deve ser estimulada, através da implementação de protocolos padronizados de terapia nutricional, e desenvolvimento de programas de educação continuada.

Entretanto, caso a obstrução venha a ocorrer, a equipe multidisciplinar de saúde precisa estar habilitada para lidar com sua resolução, para que eventos adversos sejam atenuados ou eliminados.

Referências:

ANZILIERO, Franciele; BEGHETTO, Mariur Gomes. Incidence and risk factors for nasoenteral tube-related mechanical complications in a double cohort. Nutricion Hospitalaria, 2022.

BISCHOFF, Stephan C. et al. ESPEN guideline on home enteral nutrition. Clinical nutrition, v. 39, n. 1, p. 5-22, 2020.

BORGES, José LA et al. Causes of nasoenteral tube obstruction in tertiary hospital patients. European Journal of Clinical Nutrition, v. 74, n. 2, p. 261-267, 2020.

DA SILVA, Amanda Stefani Torquato; PINTO, Regiane Lima Gasques; DA ROCHA, Leandro Rodrigues. Prevention of adverse events related to nasogastric and nasoenteric tube: an integrative review. Journal of Nursing and Health, v. 10, n. 5, 2020.

MOTTA, Ana Paula Gobbo et al. Nasogastric/nasoenteric tube-related adverse events: an integrative review. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 29, 2021.

BISCHOFF, Stephan C. et al. ESPEN guideline on home enteral nutrition. Clinical Nutrition, [S.L.], v. 39, n. 1, p. 5-22, jan. 2020. Elsevier BV.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de Atenção Domiciliar Cuidados em Terapia Nutricional, Vol. 3, 1a edição, 1a reimpressão. Brasília, 2015.

WAITZBERG, Dan L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na prática clínica. 5.ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.

Quais os cuidados com o paciente com sonda?

Devido à condição clínica fragilizada, pacientes que fazem uso de sonda nasoenteral necessitam de uma alimentação e cuidados específicos. O que inclui, principalmente, atenção diária na manipulação e administração da dieta, higienização das mãos, do local do preparo e de utensílios que serão utilizados.

Quais os cuidados de enfermagem que devemos ter com as sondas?

Cuidados de enfermagem com a sonda nasoenteral.
2- Manter a fixação da sonda sempre íntegra;.
3- Realizar troca da fixação da sonda a cada 24 horas ou quando necessário;.
5- Lavar a sonda com 20 ml de água antes e após administração de dietas e medicações..

Quais são os cuidados gerais de enfermagem com os drenos e sondas?

Cuidados de enfermagem com o dreno de tórax:.
Lavar as mãos, secá-las e usar álcool 70% sempre que manipular o dreno. ... .
Manter o selo-d'água e trocar a cada 12-24 horas. ... .
Verificar a oscilação na coluna líquida: deve subir na inspiração e descer na expiração. ... .
Atentar no risco de vazamentos e /ou risco de desconexão..

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