Qual a principal diferença entre o período medieval e o Renascimento?

Renascimento, ou Renascimento Cultural, é o período da História europeia em que houve a retomada de temas, ideais e técnicas utilizadas durante a Antiguidade greco-romana, nos campos da arte, da ciência e da filosofia. Esse movimento cultural ocorreu entre os séculos XIV e XVI, principalmente em algumas cidades italianas, e se contrapunha aos valores católicos cultivados durante a Idade Média.

O termo Renascimento possivelmente foi primeiramente utilizado pelo crítico de arte Giorgio Vasari, por volta de 1550, para marcar a diferença em relação à Idade Média. A diferença era marcada principalmente pelo humanismo e pelo racionalismo adotado pelos renascentistas.

O humanismo se expressava principalmente através do antropocentrismo, buscando colocar o homem como centro do universo e medida de todas as coisas. Dessa forma, opunha-se ao caráter religioso das concepções filosóficas medievais, que tinha Deus como centro do universo.

O racionalismo do Renascimento estava ligado à utilização da observação empírica e da utilização de conhecimentos matemáticos, principalmente, para a produção artística e do conhecimento humano sobre o mundo.

A perspectiva renascentista afastava-se dos dogmas católicos, mas não excluía totalmente os temas religiosos. O que os artistas do Renascimento fizeram foi dar um caráter humano à representação das histórias religiosas, principalmente no campo das artes. Nesse sentido, é interessante notar que boa parte dos temas dos quadros pintados no período tinha temas bíblicos, mas com os personagens humanizados, sejam em suas formas (definição corporal, expressões, sentimentos etc.) ou no posicionamento dos personagens nos quadros, não havendo necessariamente uma hierarquia expressa nessas localizações, como era adotado pelos artistas medievais (Jesus sempre acima, os anjos em locais superiores aos santos etc.).

Nas ciências, a oposição foi mais acentuada, com os cientistas passando a questionar teorias milenares, como a substituição do geocentrismo ptolomaico (a Terra como centro do universo) pelo heliocentrismo (o sol como centro do universo).

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A emergência do Renascimento esteve ligada ao novo processo de urbanização de algumas regiões europeias e à reabertura de rotas comerciais, principalmente no Mediterrâneo. Essas mudanças proporcionaram o enriquecimento e o fortalecimento da burguesia nascente, que pôde financiar a produção de inúmeros artistas, principalmente através dos mecenas. As trocas comerciais em diversos pontos do Mediterrâneo possibilitaram o contato dos europeus com os bizantinos e os árabes, que haviam conservado as obras e os conhecimentos da Antiguidade greco-romana.


Leda e o cisne, de Leonardo da Vinci (1452-1519)

Dessa forma, o Renascimento foi a primeira manifestação ideológica da burguesia europeia, que pretendia com valores como o individualismo, o naturalismo e o hedonismo se diferenciar da produção cultural medieval.

O Renascimento dividiu-se em três fases: Trecento (século XIV ou os anos trezentos); o Quattrocento (século XV ou anos quatrocentos); e Cinquecento (século XVI ou anos quinhentos). Porém, não foi apenas nas cidades italianas que houve produções artísticas renascentistas. Na Inglaterra, nos Países Baixos, na Espanha, Portugal, Alemanha e França também houve artistas ligados ao Renascimento.

Destacaram-se no campo das artes plásticas nomes como Sandro Boticelli, Rafael Sanzio, Pieter Brueghel, Bosch, El Greco, Michelangelo e Leonardo da Vinci. Esses dois últimos são exemplos de que os artistas do período não se limitavam a uma especialidade artística, contribuindo para a arquitetura e as ciências, por exemplo.

Na literatura houve nomes como os de Dante Alighieri, William Shakespeare, Rabelais, Miguel de Cervantes, Nicolau Maquiavel e Luiz Vaz de Camões.

Nas ciências, destacaram-se Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Johann Kepler.


Por Me. Tales Pinto

No estudo da cultura renascentista, muitos professores destacam que esse movimento artístico e intelectual promoveu novas concepções de mundo. No campo da pintura, essa distinção pode ser percebida com a entrada de temáticas relacionadas à cultura clássica e a reprodução de cenas cotidianas que valorizam os gestos e as expressões humanas. Contudo, existe um ponto interessante em que tais generalizações sobre a pintura renascentista podem causar certa confusão entre os alunos.

De fato, o humanismo foi uma das concepções que mais frequentemente adentrou o pensamento renascentista. Entretanto, muitos dos pintores considerados representantes desse mesmo movimento se aproximaram das temáticas religiosas em suas obras. Com isso, o professor pode, através de uma interessante comparação, mostrar como os quadros religiosos da renascença promovem um diálogo vivo entre as continuidades e transformações que marcam a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

Para isso, sugerimos uma análise comparativa onde o professor demonstre como em quadros dotados de uma “mesma situação” sejam percebidas as semelhanças e diferenças entre a estética medieval e renascentista. Como sugestão, podemos utilizar a pintura “O sepultamento de Cristo” – iluminura medieval do século XIII – e uma outra obra com mesmo nome em que o pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio tenta representar a mesma situação.

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Nessa análise, o professor pode questionar com os alunos em qual das pinturas os personagens são mais bem representados, onde existe maior facilidade em se perceber a representação das emoções dos personagens e onde os movimentos são mais bem detalhados. Com isso, o professor pode demonstrar que o renascimento, ao mesmo tempo em que não abandonou o tema religioso, promoveu uma nova preocupação voltada para a “reprodução do real”.

Dessa forma, os alunos podem vislumbrar as diferenças em situações aparentemente semelhantes, demonstrando na arte as novas concepções que a rodeiam.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Qual a diferença entre medieval e Renascimento?

A mentalidade medieval era tida como atrasada e messiânica, abrindo espaço para críticas contundentes ao período. O renascentista era um indivíduo crítico, que se apoiava em ciências tidas como nocivas aos bons costumes medievais, como: História, Filosofia, Artes e Física.

Quais as principais diferenças do período medieval para o período moderno renascentista?

Resposta: A principal diferença é que os renascentistas pensavam que o homem era o centro de tudo, a ideia do antropocentrismo que logo veio a criar o humanismo, individualismo, Antropocentrismo, Racionalismo, Experimentalismo.

O que diferencia a arte medieval da renascentista?

A arte medieval foi essencialmente religiosa, enquanto a arte renascentista já demostra a introdução de novos temas relacionados com o homem. Todavia, a arte renascentista ainda incluía temas religiosos.

Qual é a relação entre o Renascimento e as tradições medievais?

Resposta. Resposta: O Renascimento serviu como um momento de quebra entre as tradições medievais e o retorno do cientificismo, à luz das teorias racionalistas inspiradas na antiguidade.

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