Qual é a diferença entre uma planta terrestre é uma planta aquática?

É impossível imaginarmos a Terra sem plantas, entretanto, há milhões de anos, a vida era restrita a mares e lagos. Acredita-se que as primeiras plantas terrestres tinham como ancestral um grupo de algas verdes. No grupo das algas verdes, destacam-se as carófitas (Charophyceae) como o grupo mais próximo das plantas terrestres.

Assim como os animais, as plantas também tiveram dificuldades para se fixar em terra firme. Os desafios eram muitos e as plantas precisavam enfrentar problemas, tais como: dessecação, trocas gasosas na atmosfera, sustentar-se fora da água e reprodução. Esses problemas foram os mesmos enfrentados pelos animais ao tentarem conquistar esse novo ambiente.

Para evitar a dessecação, o surgimento da cutícula foi essencial. A cutícula, que é encontrada recobrindo a epiderme das plantas, é formada por substâncias lipofílicas e tem por função diminuir a transpiração.

Para a realização de trocas gasosas, o aparecimento de estômatos foi de fundamental importância. Os estômatos são constituídos por duas células-guarda e um orifício denominado ostíolo. Algumas plantas possuem, ainda, células circundando as células-guarda denominadas de células subsidiárias. Os estômatos são estruturas que estão relacionados à respiração, transpiração e fotossíntese.

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O problema da sustentação foi resolvido com o surgimento de duas estruturas: raízes e tecidos vasculares. As raízes estão relacionadas à fixação da planta ao substrato e à absorção de nutrientes e água do solo. Os tecidos vasculares estão relacionados principalmente com o transporte de seiva bruta e seiva elaborada, entretanto, as células do xilema, por apresentarem paredes lignificadas, conferem também à planta certa sustentação.

O problema da reprodução foi solucionado com o surgimento de esporos, que são considerados uma grande adaptação ao meio terrestre. Essas estruturas reprodutivas, muito resistentes, são levadas pelo vento e pela água. Além disso, outra adaptação relacionada à reprodução é a capacidade do zigoto de permanecer retido por algum tempo no gametófito, o que confere proteção ao embrião.

O processo que levou as plantas a conquistarem o ambiente terrestre levou milhões de anos, e diferentes organismos surgiram e extinguiram-se até que a total conquista acontecesse. Sem dúvidas, sem essa conquista, seria impossível a sobrevivência de diversas espécies na Terra, inclusive a sobrevivência humana.

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

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Existem muitas espécies vegetais adaptadas para viver no ambiente aquático, tanto dulcícola quanto marinho. Essas plantas aquáticas, ou hidrófitas, podem ocorrer submersas ou na superfície da água e apresentam uma série de modificações morfológicas em relação às plantas terrestres. Macroalgas, por não serem vascularizadas, não são consideradas hidrófitas.

A diversificação de plantas aquáticas está diretamente interligada com o surgimento das angiospermas. Registros fósseis indicam a presença de espécies de lírios d’água no final do Cretáceo, período em que a radiação e ocupação dos mais variados nichos por plantas com flores deve ter acontecido. As flores dos fósseis são muito similares morfologicamente as flores do lírio d’água gigante da Amazônia, porém com tamanho reduzido. Esta semelhança pode apontar a ocorrência das primeiras relações de polinização com insetos já sendo estabelecidas há mais de 90 milhões de anos.

A modificação mais comum entre as plantas aquáticas é a presença do aerênquima. Este tecido especial é extremamente poroso, preenchido com canais de ar, e pode ocorrer nas folhas, raízes e caule. É através do aerênquima que as trocas gasosas entre as porções aérea e submersa do corpo vegetal ocorrem.

As plantas aquáticas podem ser classificadas como:

  • Plantas submersas – são aquelas em que toda a planta fica debaixo d’água. Elas ficam fixas ao fundo através das raízes e todo o caule e folhas ficam submersos. As estruturas reprodutivas são a única parte da planta que aparece acima da superfície da água. Comumente encontradas em áreas de charco rasos e no litoral, elas possuem uma taxa de crescimento lenta e podem ficar expostas caso seu habitat sofra com secas ou períodos de maré baixa. Um exemplo é a Lobellia dortmanna, um vegetal de hábito herbáceo;
  • Plantas parcialmente submersas (ou helófitas) – são aquelas em que a raiz se fixa no fundo, porém parte do caule e as folhas ficam rigidamente expostos acima da linha d’água, como observado em Lysichiton americanus. Algumas plantas, como a família das Nymphaeaceae, apresentam raiz fixadora no fundo, mas suas folhas flutuam livremente na superfície, acompanhando o fluxo da água. O exemplo mais conhecido deste grupo são as vitórias-régias, que podem ser pequenas ou chegar a medir até dois metros de comprimento foliar;

Vitória régia. Foto: Grigory Kubatyan / Shutterstock.com

  • Plantas flutuantes – são aquelas que não possuem fixação e se movem juntamente com o fluxo da água. Sua porção submersa é pequena, e suas folhas e caules possuem uma grande quantidade de aerênquima, permitindo a flutuação. A alface d’água (Pistia stratiotes) é comum nos rios brasileiros e é usada para fins religiosos.

As hidrófitas são um componente importante dos ecossistemas aquáticos, servindo como recurso alimentar e também como habitat para muitos componentes da fauna e da flora (plantas epífitas podem utiliza-las como suporte). Apesar de possuírem uma baixa relevância econômica, elas são utilizadas para fins paisagísticos e também como alimento em algumas culturas. Estudos recentes têm apontado o valor destas plantas como bioindicadores da qualidade da água e também seu possível uso para captação de poluentes e tratamento de resíduos.

Referências:

Gandolfo, M.A., Nixon, K.C. and Crepet, W.L., 2004. Cretaceous flowers of Nymphaeaceae and implications for complex insect entrapment pollination mechanisms in early angiosperms. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 101(21), pp.8056-8060.

James, C., Fisher, J., Russell, V., Collings, S. and Moss, B., 2005. Nitrate availability and hydrophyte species richness in shallow lakes. Freshwater biology, 50(6), pp.1049-1063.

Lienard, A., Boutin, C. and Esser, D., 1990. Domestic wastewater treatment with emergent hydrophyte beds in France. In Constructed wetlands in water pollution control (pp. 183-192).

Tiner, R.W., 1991. The concept of a hydrophyte for wetland identification. BioScience, 41(4), pp.236-247.

Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/biologia/plantas-aquaticas/

O que é plantas terrestres e aquáticas?

AS PLANTAS QUE VIVEM NA TERRA SÃO CHAMAADS DE TERRESTRES. AS PLANTAS QUE VIVEM NA ÀGUA SÃO CHAMADAS DE AQUÁTICAS. AS PLANTAS TERRESTRES, QUE SE DESENVOLVEM ACIMA DO SOLO E CUJAS RAÍZES SE PRENDEM NO CAULE DE OUTRAS PLANTAS, SÃO CHAMADAS DE AÉREAS.

Qual é a planta terrestre?

As plantas terrestres são aquelas que se desenvolvem fixamente em terras e rochas. Essas são divididas entre: Plantas não-vasculares: briófitas, das quais o musgo é mais conhecido. Plantas Vasculares: traqueófitos, que acabam sendo mais dependentes da água.

O que significa plantas terrestres?

As plantas terrestres são assim chamadas porque estão adaptadas à vida na terra, apesar de alguns representantes serem aquáticos. Conhecidas também como embriófitas (Embryophyta), o nome caracteriza uma das principais inovações evolutivas do grupo - a presença de embrião.

Como são as plantas aquáticas?

Plantas aquáticas, também conhecidas como plantas hidrófilas ou hidrófitas, são aquelas que possuem a capacidades de viverem em ambientes aquáticos ou com grande quantidade de umidade. Algumas espécies vivem totalmente submersas na água, enquanto outras mantém apenas suas raízes e caules embaixo da água.

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