Como a fonte de energia mais consumida nos dias de hoje e uma das principais matérias-primas do mundo, a relevância do petróleo se dá por dois principais motivos: a produção de energia e o seu grande destaque econômico.
Com importante papel na produção de plásticos, borracha, asfalto, tintas e detergentes, o petróleo é vital para o funcionamento das indústrias.
Após a invenção dos motores movidos a gasolina e a diesel, a importância do petróleo disparou. Mas, se você pensa que essa matéria-prima só tem utilidade para abastecer veículos, você está muito enganado.
O petróleo está presente na nossa vida nos mais diversos formatos. E participa da produção dos mais variados itens através dos seus derivados — que são originados a partir do seu processamento. A seguir, vamos tratar sobre alguns deles. Continue com a gente.
O processo de refinamento
O petróleo se forma através do processo de decomposição da matéria orgânica em bacias sedimentares. A substância fica presa em rochas porosas, e só é possível extraí-la perfurando as rochas até que o óleo suba para a superfície. Nesse processo, o petróleo é quase sempre acompanhado de sedimentos e gás.
O petróleo, em sua forma bruta, é uma mistura complexa de hidrocarbonetos. E é preciso separá-los para conseguir formar seus derivados — que serão utilizados pela indústria e consumidores em geral. Esse processo passa por diversas fases e recebe o nome de refinamento.
A produção de seus derivados é um processo muito complexo, mas é possível dividi-lo em três grandes ciclos principais:
Destilação
Essa é a etapa em que ocorre a separação dos derivados. Primeiro, se esquenta o petróleo até ele evaporar. Depois, já dentro da torre de destilação, esse vapor resfria em diferentes níveis e retorna ao estado líquido. Em cada nível se gera um determinado subproduto do petróleo.
Conversão
É na conversão que ocorre o processo responsável por transformar as partes mais consistentes e de menor valor do petróleo em moléculas menores — que originam os derivados mais nobres. Isso aumenta consideravelmente o aproveitamento do petróleo.
Tratamento
Aqui na fase final, o foco é que os derivados do petróleo atendam à qualidade exigida pelo mercado. Cada subproduto (derivado) exige um processo de tratamento diferente.
É em um desses processos que ocorre, por exemplo, a remoção de sedimentos como o enxofre.
Principais derivados do petróleo e onde achá-los
Como já dito, o petróleo bruto, quando refinado, dá origem a diversas matérias-primas essenciais para a rotina da população. Listamos seus principais derivados e os seus respectivos usos para vocês. Confira:
Óleo Diesel
A partir da destilação fracionada do petróleo é possível obter o diesel. Sendo um dos principais combustíveis utilizados em automóveis de um modo geral, seu uso mais comum está relacionado ao setor rodoviário.
Também é comumente utilizado no setor industrial. Aqui vale destacar os geradores de energia elétrica e as termoelétricas.
Plástico
Obtido a partir de um complexo processo de refinamento, o plástico é o resultado do refinamento de uma substância que se origina das moléculas de nafta do petróleo bruto.
O plástico é o derivado de petróleo que tem o uso mais diversificado. Embora esteja altamente associado a produtos de baixo valor, como embalagens, copos e sacolas, ele é uma matéria-prima extremamente usada em praticamente todas as indústrias.
Óleos lubrificantes
Destaque no setor automobilístico, os lubrificantes são muito usados no setor industrial. E embora tenham outras funcionalidades, suas substâncias geralmente são utilizadas para reduzir o desgaste dos equipamentos, garantindo maior durabilidade dos mesmos.
Acabamos de apresentar alguns dos principais derivados do petróleo. Só com eles, você já consegue ter uma boa noção da importância que ele tem no mundo contemporâneo. Afinal, como seriam as nossas indústrias e o nosso dia a dia como um todo sem o petróleo e seus derivados?
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O petróleo bruto é composto por diversos tipos de hidrocarbonetos. A refinação do petróleo é um processo que tira partido dos diferentes pesos, volatilidades e temperaturas de ebulição dos hidrocarbonetos para os separar, dando origem a produtos intermédios e finais.
Tipicamente, existem quatro grandes estágios de refinação para separar o crude em substâncias utilizáveis:
- Separação física dos vários tipos de hidrocarbonetos através da destilação;
- Purificação de produtos intermédios em unidades de pré-tratamento;
- Processamento químico das frações de menor valor em produtos mais leves;
- Tratamento e mistura de produtos intermédios por remoção de elementos e compostos indesejáveis para integração em produtos finais.
O processo tem início com o aquecimento do petróleo bruto. Os vapores que então se formam sobem por uma coluna de fracionamento, equipada com compartimentos a diferentes alturas. Os componentes mais voláteis e com baixo ponto de ebulição sobem ao topo dessa coluna. Nas camadas mais baixas, ficam os componentes com ponto de ebulição mais elevado. Esta técnica, de separação física das frações, é também designada de destilação fracionada e é o ponto de partida para o processo de refinação do petróleo.
Cada um dos passos do processo de refinação destina-se a maximizar o valor acrescentado às matérias nele processadas. As refinarias mais simples realizam apenas a destilação do crude. As refinarias mais complexas também realizam as outras três funções.
A configuração das refinarias
A gama e a qualidade de produtos refinados produzidos numa refinaria depende dos tipos de crude utilizados como matéria-prima e das estruturas instaladas na refinaria.
Crudes leves e sweet - Geram quantidades mais elevadas de produtos refinados de maior valor, tais como gasolina, jet fuel e gasóleo.
Crudes mais pesados e mais sour - Produzem maiores quantidades de produtos de menor valor, como os fuelóleos.
A configuração de certas refinarias, em particular na América do Norte, é tipicamente orientada para a produção de produtos destilados leves, como a gasolina, enquanto a configuração das refinarias na
maioria das demais regiões, como é o caso da Europa, é tipicamente orientada para a produção de produtos destilados médios, como o gasóleo e o jet fuel.
Existem, por outro lado, refinarias configuradas para a produção de outros produtos especializados, tais como óleos base, naftenos e betumes.
As refinarias podem geralmente ser divididas em duas categorias principais:
- Refinarias simples de hydroskimming - Executam principalmente o processo de destilação.
- Refinarias complexas - Desenvolvem duas funções adicionais: conversão das frações de hidrocarbonetos produzidas no processo de destilação do crude noutros produtos e o tratamento de produtos intermédios para se obterem produtos de maior valor.
A configuração das refinarias complexas é orientada para a maximização, quer da produção de gasolina (cracking catalítico), quer de produtos destilados médios (hydrocracking). Além disso, estas refinarias utilizam várias capacidades secundárias de processamento para a beneficiação dos resíduos de vácuo.
As refinarias configuradas para possuírem uma grande capacidade de conversão e dessulfuração conseguem obter rendimentos mais elevados nos produtos refinados de maior valor, já que processam crudes mais pesados e mais sour do que as refinarias com capacidade inferior de conversão e dessulfuração. A complexidade de uma refinaria refere-se, portanto, à respetiva capacidade de processar matéria-prima, como crudes mais pesados e com maior teor de enxofre, em produtos com valor acrescentado.
Tipicamente, quanto maior a complexidade, mais flexível a gama de crudes que a refinaria consegue processar e mais bem posicionada está para tirar partido dos crudes com custos mais baixos, o que resulta num incremento das margens de refinação.