Que comparação Amyr faz em relação ao pai nessa parte do texto o que ele quer dizer com essa comparação?

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Amir Klink (Foto: Pedro Dimitrow)

Aos 65 anos, ele é um comandante experiente – e isso não é uma figura de linguagem quando estamos falando do navegador e escritor Amyr Klink. Pioneiro, em 1984, ele navegou por 3.700 milhas durante 100 dias até concluir a travessia solitária pelo oceano Atlântico Sul em um barco a remo.

Dois anos depois, Amyr realizou a primeira de dezenas de viagens à Antártica.
Seis anos depois, construiu o barco a vela Paratii para mais uma jornada ao continente gelado. A aventura levou 13 meses, sendo sete destes imóvel em uma invernagem na antártica.
Formado em economia, ele deixou a profissão engessada logo no primeiro emprego, quando percebeu que ter uma coleção de gravatas diferentes, uma para cada dia da semana, seria como uma prisão, foi buscar refúgio em Paraty, no Rio de Janeiro. Lá, descobriu a paixão pelo mar, por navegar.
Anos mais tarde, já casado com Marina Klink e pai de três meninas, Laura, Marina Helena e Tamara, ele as levou em viagens à Antártica também. "Como a gente não ama o que não conhece, a minha decisão foi convencer o Amyr a colocar a família toda num barco para juntos descobrirmos as maravilhas de um lugar distante, que ele costumava a ir todos os anos, e nós não", relembra Marina, que complementa, firmemente: "Valeu a pena correr todos os riscos".

Amir Klink (Foto: Pedro Dimitrow)

Nessa primeira viagem, Amyr Klink e a esposa levaram à bordo filhos de amigos também. Como manter a ordem e evitar acidentes com quase dez crianças? “Reuni todas e fui bem dramático, mas expliquei os riscos reais. Se cair do barco, no mar congelado, a média de sobrevivência é de apenas quatro minutos e não adiantaria voltar porque a pessoas já estaria morta. Não há chance para erros”.

Amyr Klink em meio às geleiras do Polo Norte (Foto: Reprodução/ Flickr)

As lições da vida em alto-mar
O velejador e escritor fez dezenas de expedições com a família à Antártica, em que vivenciaram juntos a força e beleza da natureza e as interações com os animais, mas principalmente o potencial de desperdício e poluição que geramos com nossos hábitos. “No barco, temos quatro litro de água para o banho. A média que gastamos no País é de quase 150 litros. É um desperdício absurdo. Temos um potencial criativo na nova geração que não é desenvolvido nas escolas tradicionais”.

“Tive o privilégio de proporcionar bons colégios para minhas filhas, além das viagens que sempre busquei mostrar a realidade que a população vive. Também fazíamos viagens de carro pela América do Sul, passávamos por cidades como Bariloche, na Argentina, mas também por cidades pobres da Bolívia. Acredito que isso tenha dado substância para que elas também sejam críticas e conscientes dos seus privilégios. A Tamara está agora na Dinamarca e conta que na casa da família que está, as crianças têm pilhas de brinquedos que já não usam. Quando sugeriu doá-los, às crianças olharam para ela confusos. ‘Por quê? Todas as crianças aqui têm brinquedos, ninguém vai querer um brinquedo usado.’ Aquilo foi um choque para ela e nos fez refletir também sobre os abismos sociais que ainda precisamos melhorar no Brasil.”
Uma das lições de Amyr é sobre o acúmulo e a perspectiva sobre o que valorizamos na vida, após as expedições e vida em alto-mar. “Quero viver com menos, buscar meios mais sustentáveis e eficientes. A felicidade não está em bens materiais. Vejo que a geração das meninas se importa menos com carro, acúmulo. Gosto desse exercício de pensar a vida com menos e sobre o que é essencial, de fato”. Meu pai me ensinou que a herança mais valiosa é aquela que você mesmo constrói", diz Laura Klink.
Quando pergunto sobre a relação com o momento que vivemos e suas expedições solitárias em alto-mar, Amyr explica que a principal diferença é a preparação. “Nas viagens, existe uma previsão de término, primeiramente, o que agora não temos a mínima noção. Outra coisa é a preparação de mantimentos, combustível, água potável, possíveis tempestades. Mas nem em sonho imaginei ficar confinado, sem poder transitar. No barco, ninguém fica parado. É preciso mover as velas ou qualquer outra atividade a cada meia hora”.

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