Algumas pessoas passam o dia todo dormindo e, ainda assim, continuam sonolentas. Sentem-se cansadas constantemente e não conseguem ficar sem bocejar durante o dia, numa luta contra a exaustão. Caso você tenha se identificado com a situação, é possível que esteja com um distúrbio raro, chamado de hipersonia.
Na maior parte dos casos, não existe dificuldade para dormir, mas isso não significa que não há cansaço. O mais complicado é levantar: quando chega esse momento, a irritabilidade predomina, acompanhada de fadiga e perda da concentração e movimento. Para lidar com o problema, o despertador é acionado diversas vezes no modo soneca. Todos esses fatores podem ser mais graves do que se imagina, afetando a vida laboral e a autoestima. A sensação contínua de sonolência diminui os níveis de atenção, concentração e memória.
Há chances de que a hipersonia seja desencadeada por causa de outros transtornos do sono e também por fatores genéticos ou uso de certos medicamentos. O distúrbio pode se manifestar em pessoas com fibromialgia ou que sofrem de danos cerebrais. Existem três tipos de hipersonia:
Recorrente: pouco frequente, acontece entre 1 e 10 vezes ao ano;
Idiopática (ou primária) com sono prolongado: sonolência excessiva, constante e diária durante pelo menos três meses.
Idiopática com sono reduzido: o sono dura entre 6 e 10 horas. Os pacientes podem ter dificuldade em acordar tanto do sono noturno quanto nas sestas.
Outros tipos de hipersonia acontecem devido a doenças neurológicas, transtornos metabólicos, consumo de medicamentos e drogas. Normalmente, o distúrbio pode ser tratado com uma higiene do sono adequada, mudança de conduta mais importante que deve ser imposta. Isso inclui estabelecer horários regulares para dormir, um ambiente tranquilo, cama e travesseiros confortáveis, além de evitar alimentos e bebidas estimulantes.
Só que há casos em que nem a melhora da higiene do sono resolveu o problema. Para pesquisadores da Emory University School of Medicine, em Atlanta, muitos adultos com hipersonia liberam uma substância no cérebro que atua como uma pílula para dormir. O estudo segue em investigação e pode ser um importante passo para esses pacientes.
Se você sente cansaço excessivo o tempo todo, assim como tem pouca energia associada com uma vontade de dormir constante que chega a interferir nas atividades diárias, é necessário ficar atento a possíveis problemas de saúde.
Um levantamento feito por uma empresa de pesquisa de mercado chamada YouGov, mostra que uma em cada oito pessoas se sente cansada o tempo todo.
Além disso, uma em cada quatro se sente cansada a maior parte do tempo.
Feito recentemente no Reino Unido, o levantamento chama a atenção para os motivos que podem estar por trás desse cansaço excessivo.
Veja 6 possíveis motivos do cansaço excessivo:
Noites mal dormidas
Uma das causas do cansaço que parece sem fim é o fato de dormir mal.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Sono, a insônia atinge aproximadamente 4 a cada 10 brasileiros. Ou seja, 40% da população no País sofre com a má qualidade do sono.
Apesar disso, algumas pessoas relatam dormir oito horas por noite (ou até mais) e, ainda assim, se sentem cansadas de corpo e mente.
Então, o que pode explicar o cansaço o tempo inteiro?
O distúrbio do sono mais comum é a apneia do sono. Sinais de ronco, cansaço diurno e/ou pausas na respiração durante o sono devem alertar para a necessidade de investigação para o distúrbio.
Um estudo publicado no The Lancet Respiratory Medicine analisou a prevalência da apneia do sono em diversos países e identificou que o percentual de pessoas com o distúrbio pode chegar a 49,7% da população no Brasil.
O diagnóstico pode ser feito por meio de um exame chamado polissonografia, que avalia a frequência e a gravidade das pausas respiratórias durante o sono, entre outros fatores.
Ingestão de pouca água
Não são apenas boas noites de sono e descanso que diminuem a fadiga excessiva. Saiba que beber água também dá energia para o corpo.
Quando o organismo começa a emprestar água para o sangue, falta oxigênio, o que leva a sensação de cansaço e sonolência.
Falta de ferro
O ferro é um mineral importante para a manutenção da saúde e para atuar no fortalecimento do sistema imune.
Quando temos deficiência de ferro, aparecem sinais como cansaço, sono excessivo, fraqueza, diminuição da capacidade produtiva e dificuldades no aprendizado.
Por isso, nesses casos, aparece uma sensação diária e constante de cansaço. Vale lembrar, no entanto, que a suplementação de ferro não deve ser feita sem orientação médica.
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Hipotireoidismo
O hipotireoidismo é caracterizado pela falta de atividade da tireoide, glândula pequenina situada no pescoço e que pesa não mais que 30 gramas. Porém, ela exerce uma grande influência no funcionamento de todo o organismo.
Se essa glândula começar a desandar, a saúde sai do tom. Tanto descompasso é causado pela alteração no TSH, que é o hormônio que estimula a tireoide. Isso faz o metabolismo ficar lento.
Quando o hipotireoidismo não é diagnosticado, ou quando não é tratado adequadamente, podem aparecer sinais como cansaço extremo e desânimo fora do comum, além de outras manifestações.
Diabetes
O cansaço excessivo é uma manifestação que também pode aparecer em pessoas com diabetes mal controlada. Isso ocorre especialmente porque a doença, sem tratamento adequado, leva a uma incapacidade das células em receber glicose - principal fonte de energia das células.
Sem a glicose em níveis adequados no organismo, as pessoas produzem menos energia, o que leva a sintomas como fadiga e sensação de falta de energia.
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Consumo de café e álcool
O
café é conhecido como a bebida que nos mantém acordados, pois a cafeína estimula o sistema nervoso central e inibe a adenosina, neurotransmissor responsável pelo sono.
Por isso, evitar tomar café à noite é uma das práticas recomendadas para uma boa noite de sono, o que evita o cansaço ao longo do dia.
Por outro lado, consumido com moderação, o café estimula a adrenalina, o que aumenta o foco e a concentração. Assim, provavelmente há poucas razões para se preocupar com uma ou duas xícaras de café pela manhã, mas é bom evitar consumi-la após as 18h.
Quanto ao álcool, consumir perto da hora de dormir pode influenciar na qualidade do sono, causando interrupções no processo durante a noite.
Orientação médica
Por causa de todas essas possibilidades, é importante que, ao sentirem um cansaço contínuo e além do normal, mesmo após repouso e relaxamentos, as pessoas procurem ajuda médica especializada para investigar a origem do problema.