31 de maio de 2021 - 18h24
(Crédito: J. Kelly Brito/ Unsplash)
As empresas ainda estão se adaptando ao momento de pandemia e projetando avanços significativos na modalidade de trabalho. O home office deixou de ser uma simples tendência e virou uma forte realidade. A estratégia do trabalho remoto abriu portas para uma nova visão de mercado e modelo de negócios mais criativo e inovador.
Com o aumento da competitividade, especializações constantes, digitalização e automatização dos processos, avanços estratégicos baseados em novas tecnologias e adequação das tendências de mercado, as empresas têm se voltado cada vez mais para o ensino a distância corporativo (e-learning corporativo, EAD corporativo e educação corporativa online).
A educação corporativa online é uma importante estratégia para desenvolver os colaboradores remotamente dentro dos objetivos empresariais e da cultura organizacional. É a solução adotada pelas empresas para treinar seus stakeholders utilizando plataformas EAD, vídeos conferências e e-books.
O ensino a distância corporativo disruptivo pode ajudar os times a encontrarem novas formas de aprenderem juntos por meio da tecnologia como uma ferramenta transformadora.
De um lado existe uma demanda “latente” de empresas precisando qualificar seus colaboradores, e de outro, profissionais demandando qualificação constantemente (competências, habilidades e técnicas) de uma maneira prática, rápida, objetiva e flexível. O mundo digital trouxe benefícios ao processo de treinamento que são irreversíveis e fundamentais para as empresas.
Mesmo antes da pandemia, a educação corporativa online vinha ganhando espaço nas organizações devido às evoluções para o escalonamento dos treinamentos, redução de custos na produção de novos conteúdos, atualização constante das informações (dinamismo dos negócios) e maior flexibilidade dos processos de aprendizado.
Com as restrições do trabalho presencial no momento da pandemia, as empresas estão repensando seus treinamentos. O uso das plataformas educacionais online é vital para o desenvolvimento das equipes em momento de crise, pois quanto mais capacitado um colaborador, mais motivado, atualizado e engajado ele estará em seu ambiente de trabalho e melhores resultados para a organização deverá entregar.
A transição do mundo offline para o online faz com que as empresas repensem as melhores estratégias, metodologias e ferramentas de ensino dentro das necessidades, desejos e desafios para encarar a nova realidade do mercado e já podemos elencar os desafios encontrados na construção do melhor conceito de ensino a distância corporativo:
a) Produção de conteúdo digital relevante: vídeos, textos, áudios e imagens condizentes com as demandas técnicas, estruturais e pedagógicas no processo de ensino. O grande desafio é ter pessoal interno especializado ou empresa terceirizada para elaborar e atualizar os conteúdos de acordo com as necessidades e demandas da empresa.
b) Utilização de plataforma EAD/LMS de ensino corporativo online: seleção, contratação e desenvolvimento de multiplataforma com base tecnológica moderna, completa (vários recursos, funcionalidades e relatórios), engajadora, personalizada, flexível e integrada. Utilizar novas tecnologias pedagógicas como microlearning, rapid learning, mobile learn e gamificação no processo de aprendizagem.
c) Engajamento dos usuários: promover ações internas para estimular e motivar o time na cultura do estudo, desenvolvimento pessoal e profissional, treinamento constante e aprendizagem digital.
d) Organização do fluxo de aprendizado: cultivar feedbacks (formulários online para pedir sugestões de melhorias), identificar conteúdos relevantes por meio de estudos e pesquisas (identificar tendências e necessidades) e democratizar canais de interação (trocas de conhecimento e experiências).
A Covid-19 trouxe importantes reflexões sobre o “novo normal”, já é certo que devemos adaptar nossa conexão e comunicação com outras pessoas, convivência social, visão do trabalho e mudança no modelo de ensino.
**Crédito da imagem no topo: Golubovy/istock
Para Michele Parmelee, vice-CEO e líder de pessoas da Deloitte Globala pandemia trouxe para as empresas a necessidade de adaptar os programas de aprendizado e as habilidades dos funcionários. Tudo isso atravessado pela digitalização.
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Em um artigo assinado no site Fast Company, a executiva lista cinco dicas de como os programas de treinamento de pessoal precisam mudar. E isso vai além de colocar cursos nas plataformas digitais.
Para Michele, o aprendizado digital precisa ser personalizado, dentro do fluxo de trabalho e não tão focado em ferramentas.
Aprendizado é fluxo
Com a pandemia, programas presenciais e com datas definidas para treinamento caíram por terra nas empresas. E isso foi bom, na opinião da vice-CEO da Deloitte.
A melhor forma de investir na capacitação é criar eventos durante o fluxo cotidiano de trabalho, no momento certo. As equipes devem ter o famoso “timing”.
Na prática, as empresas precisam de uma mentalidade que troque os eventos isolados por uma dinâmica de trabalho que favoreça o aprendizado naturalmente.
- (EXAME Academy/Exame)
Menos foco em habilidades técnicas
Em vez de focar em treinamentos e cursos sobre habilidades que são datadas devido ao desenvolvimento da tecnologia, a executiva defende focar nas chamadas “soft skills”. Elas incluem inteligência emocional e habilidades de adaptação.
“Trata-se de equipar os funcionários com as habilidades de que precisam para rastrear informações relevantes, aplicar conhecimentos anteriores e trabalhar e liderar equipes diversas”, explica no artigo.
Segundo ela, são essas características que garantem o sucesso de uma habilidade técnica.
Usar a tecnologia para incrementar o fluxo de aprendizagem
O aprendizado no ambiente digital deve aproveitar todas as opções que a tecnologia permite, muito além da produção do conteúdo e o compartilhamento.
Por exemplo: a empresa deve adotar plataformas que tenham recursos digitais amplos, como “trilhas” de estudo, espaço para discussões e funcionem como redes sociais. Assim, o apelo entre os colaboradores e o sucesso do aprendizado é melhor.
Uma verdadeira aprendizagem digital
Em um mundo pré-pandemia, as opções de aprendizagem digital nas empresas serviam como complemento e ficavam à órbita de programas presenciais.
Com a digitalização forçada causada pelo isolamento social, o desafio das empresas é qualificar seu ensino à distância, se esforçando para levar os benefícios de encontros presenciais para dentro do ambiente digital. Segundo Michele Parmelee, esses benefícios são: colaboração, storytelling e impacto.
Desenvolvimento personalizado
Com a flexibilização de horários e rotinas de trabalho devido ao home office, os programas de treinamento também devem abrir mão de uma estrutura rígida e focar na personalização e no aprendizado sob demanda.
Isso inclui o incentivo para a experimentação em habilidades técnicas, em vez de um treinamento formal.
Para funcionar, porém, essa estrutura sob demanda exige que os caminhos para acessar o aprendizado estejam claros para os funcionários, com ambientes digitais que tenham boa experiência do usuário e canais de comunicação intuitivos com os líderes.