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Nas últimas décadas, designers, matemáticos e cartógrafos vêm buscando redesenhar o mundo como o "conhecemos"
À exceção dos terraplanistas, há um consenso mais ou menos generalizado sobre o formato da Terra: geoide – uma esfera imperfeita – e elipsoide; isto é, levemente elíptica, achatada nos polos.
Representar essas características num plano é, por si só, um desafio considerável. Fazê-lo de modo fidedigno, um problema que vem atormentando cartógrafos, geógrafos e ilustradores ao longo de séculos.
Representar a Terra num só plano é um desafio que vem atormentando cartógrafos, geógrafos e ilustradores ao longo de séculosMas muitos puseram mãos na massa e criaram diferentes representações para o mapa do mundo que, com maior ou menor sucesso, serviram não só para nos ajudar a localizar continentes, ilhas, oceanos e países: também atenderam a interesses políticos.
Confira na sequência algumas dessas representações!
1. A projeção de Mercator
O mais famoso planisfério, ainda usado em suas variações, por exemplo, pelo Google Maps, é o de Gerhard Kramer (em latim, Gerardus Mercator), nascido na atual Bélgica no século XVI.
Apresentada em 1569, a chamada Projeção de Mercator, além da notável riqueza de detalhes no desenho dos continentes, tem uma característica que contribuiu decisivamente para sua adoção em muitos países: situa a Europa no centro do mundo, e maior do que efetivamente é.
A projeção de Mercator em versão atualizadaAs massas continentais próximas do Equador, por outro lado, são distorcidamente pequenas – o que torna, por exemplo, a Groenlândia maior do que a América do Sul e similar à África em área, quando na verdade aquela ilha é, respectivamente, oito e 14 vezes menor do que os mencionados continentes.
Isto ocorre porque a projeção criada pelo cartógrafo flamengo é do tipo cilíndrico (também usado em outras projeções). Ou seja, é como se o globo terrestre fosse inserido num cilindro, e seu desenho, transferido a ele (como na figura abaixo), esticando tudo o que está nos extremos.
Projeção do globo terrestre de tipo cilíndricoCientes desses enormes problemas, outros artistas se dispuseram a criar suas versões para o mapa mundi, com marcantes diferenças entre si. Alguns simplesmente utilizaram a projeção de Mercator – ou suas variantes –, posicionando seus países no Centro ou no alto.
Ou, em casos como os mapas argentinos/chilenos e australianos, invertendo o sentido clássico dos continentes, deixando o mundo "de cabeça para baixo" (na verdade, ao ter a Terra um formato esferóide, não há uma posição correta para os mapas).
Mapa criado nos EUA: este país aparece no "centro" do mundo De "cabeça para baixo", o mapa australiano O mapa chinês: Pacífico no centro, América e Europa muito distantes2. Projeção de Lambert
Também na Europa, há séculos surgiu outra projeção que se tornou padrão em diferentes contextos. Ao ser cônico, em vez de cilíndrico (como na figura abaixo), o mapa criado pelo matemático suíço Johann Heinrich Lambert em 1772 – esquecido por muitas décadas e reabilitado em meados do século XIX – também distorce os continentes, curiosamente aumentando o Sul.
Ao permitir uma visualização "de conjunto" melhor que a de Mercator (não cortando a Ásia em duas partes, como frequentemente acontece com este), é o mapa que orienta as cartas da aviação, além de ser a representação oficial do planeta em países como Bélgica, Países Baixos e Escandinávia, dada a localização privilegiada desta parte do mundo, no centro e acima, primeiro ponto no qual se fixa o observador.
O mapa criado pelo matemático suíço Johann Heinrich Lambert é cônico A projeção de Lambert em versão atualizada3. Projeção de Winkel-Tripel e variação russa
Desenvolvida pelo matemático alemão Oswald Winkel em 1921, a Projeção de Winkel-Tripel é uma das que provocam menor distorção.
Uma derivação dessa projeção foi a desenvolvida pelo cartógrafo americano Arthur H. Robinson em 1963. Esta foi criada a partir de coordenadas geográficas, e não de cálculos matemáticos. E simula uma certa curvatura da Terra.
A versão contemporânea da projeção de Winkel-TripelMesmo assim, acaba provocando uma excessiva distorção nos polos, razão pela qual foi a Projeção de Winkel-Tripel a adotada oficialmente pela National Geographic Society dos Estados Unidos como seu padrão.
A Winkel-Tripel inspirou uma releitura russa, cuja grande inovação é localizar este país no centro da carta. Não deixa de chamar a atenção o fato de que a Rússia adotou como seu mapa "oficial" uma representação diferente da de Mercator, na qual seu território aparece maior do que a África, por exemplo (quando é bastante menor).
Versão russa do mapa mundiOutro mérito das variações desta projeção foi propiciar uma mais fidedigna dimensão dos Estados Unidos continentais, menores do que o Brasil e a Austrália, mas bem maiores nas derivações de Mercator.
4. Projeção Dymaxion
Criada em 1954, esta versão do designer americano Richard Buckminster Fuller é um icosaedro que se propõe a encontrar uma solução para a dificílima transposição correta de uma esfera a um plano.
Ao quebrar o conjunto da crosta terrestre em 20 partes e montá-las num contínuo, dá uma correta ideia da ligação existente entre toda a massa continental, algo que não se pode apreciar nos mapas tradicionais. Igualmente, o tamanho e a forma dos continentes é descrito como perfeito.
Projeção Dymaxion, criada pelo designer americano Richard Buckminster FullerO principal defeito deste mapa é abolir completamente as distâncias entre os continentes, o que torna seu uso na navegação e na aeronáutica impossível.
5. O Authagraph, de Haijme Narukawa
Vencedor do Good Design Award, concedido pelo Instituto de Promoção de Design Japonês em 2016, o mapa foi criado pelo designer e arquiteto Hajime Narukawa, de Kawasaki. Mais ou menos como o icosaedro de Fuller, esta carta nipônica é inspirada em dobraduras – aqui, do origami.
O Authagraph, criado pelo designer e arquiteto Hajime Narukawa, venceu o Good Design Award em 2016As formas e os tamanhos dos continentes estão perfeitamente representados. Mas, como na Projeção Dymaxion, não se mantêm as distâncias.
O objetivo do arquiteto foi dar ao mundo um planisfério livre de distorções geopoliticamente interessadas, como descreveu. Curiosamente, o Japão ocupa um lugar de destaque, no alto e no centro (ligeiramente deslocado à esquerda) da projeção...