É absolutamente normal a mulher apresentar um muco ou secreção vaginal, sem odor e sem cor. Esse muco é uma lubrificação natural produzida pelo colo do útero e que ajuda a manter a região protegida e saudável, inclusive, com mudança do aspecto ao longo do ciclo.
Mas se essa secreção muda a sua cor para um tom esverdeado, e o cheiro passa a ser fétido, acenda o alerta porque pode haver problemas por aí.
Se essa situação é familiar para você, continue acompanhando, pois vamos falar tudo sobre o que é esse corrimento esverdeado e seu tratamento!
Corrimento esverdeado: o que é?
De repente você começa a perceber um corrimento de tom amarelo escuro/esverdeado, acompanhado de coceira, cheiro desagradável e queimação na região íntima.
Saiba que o surgimento desse tipo de corrimento esverdeado pode estar relacionado a uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), chamada tricomoníase.
Ela é provocada pelo protozoário Trichomonas vaginalis e é transmitida por meio de relações sexuais sem proteção, ou compartilhamento de briquedos sexuais, podendo atingir tanto homens, como mulheres.
Nas mulheres, os sintomas costumam ser mais intensos durante e após o período menstrual, quando o pH da vagina costuma estar mais alterado, e podem aparecer até 28 dias após a infecção.
Por isso, é importante que a doença seja identificada logo que surgem os primeiros sintomas, para que o parasita possa ser eliminado de forma eficaz.
Tratamento para o corrimento esverdeado
Para aliviar os sintomas da infecção e prevenir futuras complicações, o tratamento deve ser seguido à risca, conforme orientação médica, caso contrário, fica sob risco da pessoa contaminada continuar transmitindo o parasita para outras pessoas.
O tratamento para a tricomoníase envolve a administração de antibióticos, de acordo com a orientação do profissional ginecologista.
Lembrando que o parceiro também precisa realizar o tratamento, mesmo sem sintomas, para não haver chances de reinfecção.
Entre os fatores de risco para a tricomoníase estão a manutenção de múltiplos parceiros sexuais, o histórico de doenças sexualmente transmissíveis, relações sexuais sem preservativo e a infecção prévia por tricomoníase.
Outra possível causa para o corrimento esverdeado é a infecção chamada de vulvovaginite, que afeta a vulva e a vagina ao mesmo tempo e pode ser causada por fungos, bactérias ou outros parasitas, e até mesmo por alergia a substâncias químicas provocadas por sabonetes e perfumes, por exemplo.
Além do corrimento, a infecção pode causar irritação, coceira, vermelhidão e inflamação genital, cheiro desagradável, desconforto e sensação de queimação ao urinar.
O tratamento para a vulvovaginite vai depender do diagnóstico de acordo com a causa da doença, podendo se recorrer ao uso de antibióticos, antifúngicos ou antihistamínicos.
Outros tipos de corrimento
A secreção normal produzida pelo colo do útero costuma ser incolor e sem cheiro. Quando o muco passa a apresentar, cor, odores e aspecto ou consistência diferente, pode ser sinal de alguma infecção ou doença ginecológica.
Corrimento branco
O corrimento esbranquiçado, acompanhado de sintomas como coceira, odor mais forte, vermelhidão na vulva, pode ser um indicativo de candidíase. A doença é provocada pelo fungo Candida albicans, que faz parte da flora vaginal saudável, mas cresce desordenadamente em situações específicas, causando problemas.
Corrimento cinza
Esse tipo de corrimento pode ser indicativo de uma vaginose bacteriana. Geralmente vem associado a coceira intensa, cheiro fétido, desconforto ao urinar e sensação de queimação. A doença é provocada pelo excesso da bactéria do tipo Gardnerella no canal vaginal.
Corrimento rosa
Uma secreção rosada pode indicar o início de uma gravidez, provocada pela fecundação do óvulo. Pode acontecer até alguns dias após o contato íntimo.
Corrimento marrom
Geralmente provocado por situações que provoquem algum grau de sangramento vaginal ou uterino, tendo como causas principais: restos de menstruação misturados ao corrimento fisiológico, infecções, tumores ginecológicos ou traumas na vagina ou útero.
O que provoca corrimento?
As causas para uma infecção na região íntima são variadas, geralmente provocadas pela ação de fungos, bactérias ou protozoários.
Mas sabemos que a alteração no pH da vagina e seu desequilíbrio deixa o organismo mais exposto a sofrer com a proliferação dos microorganismos que já existem na região. Por isso, manter a higiene é fundamental, mas sem exageros!
O uso de sabonetes íntimos, ducha e lavagem interna da vagina prejudica a proteção da flora vaginal e deixa o organismo mais suscetível à ação dos agentes provocadores de infecções.
Muitas mulheres lançam mão do uso de absorventes diários para conter a secreção fisiológica do dia a dia. Porém, esse é um hábito não saudável e não recomendado, já que esse muco produzido e eliminado pela vagina diariamente é comum e esperado, já que vaginas são naturalmente umedecidas.
O uso do coletor ou disco menstrual é um aliado na manutenção do equilíbrio da sua flora, pois não absorvem a umidade e nem ressecam o canal, como os absorventes internos descartáveis.
A secreção é responsável por equilibrar a flora vaginal, manter a mucosa hidratada, além de realizar a auto limpeza, eliminando células mortas do canal vaginal. Ou seja, ela é fundamental para a manutenção da saúde íntima feminina.
Ela pode ser transparente, branca ou levemente amarelada e não apresenta nenhum outro sintoma associado, podendo mudar conforme a fase do ciclo menstrual, indicando o grau de fertilidade. Atinge seu ápice na ovulação, com aspecto de clara de ovo, escorregadia, clara e elástica. Então, não tente se livrar dessa secreção, que é benéfica e saudável para a região íntima, pois a situação pode piorar e trazer complicações.
Lembramos que infecções são problemas sérios e devem ser acompanhados com o profissional adequado. É essencial a avaliação médica e o tratamento específico para cada caso. Assim você preserva a sua saúde e evita os riscos da automedicação.
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