As contribuições do diálogo para a resolução de conflitos sociais redação

Sabemos que brigas, disputas e discórdias fizeram e sempre farão parte da humanidade. Isso ocorre em razão da diversidade inerente ao ser humano, o que nos torna, em partes, diferentes. A grande divergência e a essência dos grandes desentendimentos é justamente quando forçamos as pessoas a se ajustarem à nossa forma de pensar.

As contribuições do diálogo para a resolução de conflitos sociais redação
Nota-se que a maioria dos conflitos existentes na sociedade não é solucionada pelos envolvidos, o que gera uma maior procura das competências judiciais para que um terceiro auxilie na resolução do litígio. Ademais, em regra, as decisões são favoráveis apenas a uma parte, o que gera insatisfações e fomenta o ganha-perde.

Atualmente, o novo Código de Processo Civil estabeleceu os meios alternativos de solução de conflitos, tais como a conciliação e a mediação, que visam a diminuir o formalismo processual.

Buscando compreender a diferença dos institutos, Carlos Eduardo de Vasconcelos conceitua mediação como:

"O método diagonal de solução ou transformação de conflitos interpessoais em que os mediandos escolhem ou aceitam terceiro(s) mediador(es), com aptidão para conduzir o processo e facilitar o diálogo, a começar pelas apresentações, explicações e compromissos iniciais (...) com vistas a se construir a compreensão das vivências efetivas e materiais da disputa, migrar das posições antagônicas para a identificação dos interesses e necessidades comuns e para o entendimento sobre as alternativas mais consistentes, de modo que, havendo consenso, seja concretizado o acordo".

Por outro lado, Luiz Antunes Caetano dispõe:

"Meio ou modo de acordo do conflito entre partes adversas, desavindas em seus interesses ou direitos, pela atuação de um terceiro. A conciliação também é um dos modos alternativos de solução extrajudicial de conflitos. Em casas específicas, por força de Lei, está sendo aplicada pelos órgãos do Poder Judiciário".

Ainda, Luiz Antonio Scavone Juniordefine que:

"A conciliação implica na atividade do conciliador, que atua na tentativa de obtenção de solução dos conflitos sugerindo a solução sem que possa, entretanto, impor sua sugestão compulsoriamente, como se permite ao árbitro ou ao juiz togado.
O conciliador tenta demover as partes a solucionar o conflito acatando suas ponderações e alternativas para a resolução do conflito que, entretanto, depende da anuência das partes. A mediação, sempre voluntária, é definida nos termos da justificativa do projeto que resultou na Lei 13.140/2015, como 'o processo por meio do qual os litigantes buscam o auxílio de um terceiro imparcial que irá contribuir na busca pela solução do conflito'. Esse terceiro não tem missão de decidir, mas apenas auxiliar as partes na obtenção da solução consensual".

Nesse mesmo sentido, com propósito de satisfazer os interesses das partes, o instituto da negociação se faz cada vez mais presente nos conflitos de nossa sociedade. O método de Harvard tem como intuito principal preservar as relações humanas e, consequentemente, promover através do diálogo o ganha-ganha, no qual os envolvidos saem satisfeitos com o acordo.

Dessa forma, percebe-se que na negociação o foco está nas pessoas, e não nos problemas, a discussão é baseada em interesses, e não em posições, e, por último, e não menos importante, os critérios são sustentados em padrões objetivos, o que torna legítimos e justos os pedidos. 

Convém salientar que é indubitável a necessidade de os confrontos serem solucionados de forma pacífica, preservando o convívio harmônico em sociedade e gerando resultados extremamente positivos nos vínculos pessoais.

Por fim, não resta dúvida que as opções referenciadas possuem algo em comum: a comunicação e o consenso dos indivíduos no desfecho do mérito. Outrossim, é evidente que tais alternativas possibilitam um contato entre os envolvidos, que, em regra, contribuem com a redução processual e incentivam a cultura do diálogo.

Italo Nogueira de Moro é analista de projetos, preposto jurídico da Anima Educação e acadêmico em Direito pela UNA.

Em busca de soluções para os inúmeros incidentes de violência ocorridos na escola em que estudam, um grupo de alunos, inspirados pela matéria “Conversar para resolver conflitos”, resolveu fazer uma primeira reunião para discutir o assunto. Você ficou responsável pela elaboração da carta-convite dessa reunião, a ser endereçada pelo grupo à comunidade escolar – alunos, professores, pais, gestores e funcionários.

A carta deverá convencer os membros da comunidade escolar a participarem da reunião, justificando a importância desse espaço para a discussão de ações concretas de enfrentamento do problema da violência na escola. Utilize as informações da matéria abaixo para construir seus argumentos e mostrar possibilidades de solução.

Lembre-se de que o grupo deverá assinar a carta e também informar o dia, o horário e o local da reunião.

Conversar para resolver conflitos.

Quando a escuta e o diálogo são as regras, surgem soluções pacíficas para as brigas.

Alunos que brigam com colegas, professores que desrespeitam funcionários, pais que ofendem os diretores. Casos de violência na escola não faltam. A pesquisa O Que Pensam os Jovens de Baixa Renda sobre a Escola, realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) sob encomenda da Fundação Victor Civita (FVC), ambos de São Paulo, revelou que 11% dos estudantes se envolveram em conflitos com seus pares nos últimos seis meses e pouco mais de 8% com professores, coordenadores e diretores. Poucas escolas refletem sobre essas situações e elaboram estratégias para construir uma cultura da paz. A maioria aplica punições que, em vez de acabarem com o enfrentamento, estimulam esse tipo de atitude e tiram dos jovens a autonomia para resolver problemas.

Segundo Telma Vinha, professora de Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e colunista da revista NOVA ESCOLA, implementar um projeto institucional de mediação de conflitos é fundamental para implantar espaços de diálogo sobre a qualidade das relações e os problemas de convivência e propor maneiras não violentas de resolvê-los. Assim, os próprios envolvidos em uma briga podem chegar a uma solução pacífica.

Por essa razão, é importante que, ao longo do processo de implantação, alunos, professores, gestores e funcionários sejam capacitados para atuar como mediadores. Esses, por sua vez, precisam ter algumas habilidades como saber se colocar no lugar do outro, manter a imparcialidade, ter cuidado com as palavras e se dispor a escutar.

O projeto inclui a realização de um levantamento sobre a natureza dos conflitos e um trabalho preventivo para evitar a agressão como resposta para essas situações. Além disso, ao sensibilizar os professores e funcionários, é possível identificar as violências sofridas pelos diferentes segmentos e atuar para acabar com elas.

Pessoas capacitadas atuam em encontros individuais e coletivos

Há duas formas principais de a mediação acontecer, segundo explica Lívia Maria Silva Licciardi, doutoranda em Psicologia Educacional, Desenvolvimento Humano e Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A primeira é quando há duas partes envolvidas. Nesse caso, ambos os lados se apresentam ou são chamados para conversar com os mediadores - normalmente eles atuam em dupla para que a imparcialidade no encaminhamento do caso seja garantida - em uma sala reservada para esse fim. Eles ouvem as diversas versões, dirigem a conversa para tentar fazer com que todos entendam os sentimentos colocados em jogo e ajudam na resolução do episódio, deixando que os envolvidos proponham caminhos para a decisão final.

A segunda forma é utilizada quando acontece um problema coletivo - um aluno é excluído pela turma, por exemplo. Diante disso, o ideal é organizar mediações coletivas, como uma assembleia. Nelas, um gestor ou um professor pauta o encontro e conduz a discussão, sem expor a vítima nem os agressores. "O objetivo é fazer com que todos falem, escutem e proponham saídas para o impasse. Assim, a solução deixa de ser punitiva e passa a ser formativa, levando à corresponsabilização pelos resultados", diz Ana Lucia Catão, mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ela ressalta que o debate é enriquecido quando se usam outros recursos: filmes, peças de teatro e músicas ajudam na contextualização e compreensão do problema.

No Colégio Estadual Federal (CEF) 602, no Recanto das Emas, subdistrito de Brasília, o Projeto Estudar em Paz, realizado desde 2011 em parceria com o Núcleo de Estudos para a Paz e os Direitos Humanos da Universidade de Brasília (NEP/UnB), tem 16 alunos mediadores formados e outros 30 sendo capacitados. A instituição conta ainda com 28 professores habilitados e desde o começo deste ano o projeto faz parte da formação continuada. "Os casos de violência diminuíram. Recebo menos alunos na minha sala e as depredações do patrimônio praticamente deixaram de existir. Ao virarem protagonistas das decisões, os estudantes passam a se responsabilizar por suas atitudes", conta Silvani dos Santos, diretora. (...)

"Essas propostas trazem um retorno muito grande para as instituições, que conseguem resultados satisfatórios. É preciso, porém, planejá-las criteriosamente", afirma Suzana Menin, professora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

(Adaptado de Karina Padial, Conversar para resolver. Gestão Escolar. São Paulo, no . 27, ago/set 2013. http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/conversar-resolver-conflitos-brigas-dialogo-762845.shtml?page=1. Acessado em 02/10/2014.) 

Quais as contribuições do diálogo para resolução de conflitos sociais no Brasil?

Através do diálogo é como se efetiva a mediação e conciliação de um conflito na construção de uma sociedade sem violência, no seu sentido amplo. Construída na base do diálogo, as técnicas utilizadas transformam o paradigma do litígio em consenso.

Qual a importância do diálogo para resolver conflitos?

Um bom diálogo é capaz de resolver conflitos, evitar desentendimentos e expressar seus sentimentos. No ambiente profissional, ele pode ajudar a resolver conflitos entre os colaboradores, motivar o grupo em busca de um objetivo e tornar as equipes mais produtivas e eficazes.
Separamos algumas dicas para você aprender a resolver problemas com diálogo, especialmente se você não é uma pessoa que costuma fazer isso..
Esfrie a cabeça. ... .
Não traga problemas do passado. ... .
Mude o seu jeito de falar. ... .
Não esconda sentimentos. ... .
Converse em tempo hábil. ... .
Se expresse com tranquilidade. ... .
Não se apegue ao problema..

Qual foi a resolução do conflito?

Conflitos podem ser resolvidos de diversas maneiras: negociação, mediação, arbitragem e o litigio.