As principais características do Egito Antigo

No processo de formação das primeiras civilizações, a região do Crescente Fértil foi um importante espaço, na qual a relação de dependência do homem em relação à natureza diminuía e vários grupos se sedentarizavam. A domesticação de animais, a invenção dos primeiros arados, a construção de canais de irrigação eram exemplos de que a agricultura viria a ocupar um novo lugar no cotidiano do homem. Mais do que isso, todo esse conhecimento foi responsável pela formação de amplas comunidades.

Entre todas essas civilizações, o Egito destacou-se pela organização de um forte Estado que comandou milhares de pessoas. Situada no nordeste da África, a civilização egípcia teve seu crescimento fortemente vinculado aos recursos hídricos fornecidos pelo Rio Nilo. Tomando conhecimento do sistema de cheias desse grande rio, os egípcios organizaram uma avançada atividade agrícola que garantiu o sustento de um grande número de pessoas.

Além dos fatores de ordem natural, devemos salientar que a presença de um Estado centralizado, comandado pela figura do Faraó, teve relevante importância na organização de um grande número de trabalhadores subordinados ao mando do governo. Funcionários eram utilizados na demarcação de terras e cada camponês era obrigado a reservar parte da produção para o Estado. Legumes, cevada, trigo, uva e papiro estavam entre as culturas mais comuns neste território.

Observando as grandes construções e o legado do povo egípcio, abrimos caminho para um interessante debate de cunho histórico. Tomando como referência as várias descobertas empreendidas no campo da Astronomia, Matemática, Arquitetura e Medicina, vemos que os egípcios não constituíram simplesmente um tipo de civilização “menos avançado” que o atual. Afinal de contas, contando com recursos tecnológicos bem menos avançados, eles promoveram feitos, no mínimo, surpreendentes.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

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A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do Rio Nilo, ladeada pelos desertos da Arábia e da Líbia. As primeiras populações do Egito eram de origem camita, mas, lentamente, a dominação semita prevaleceu. As terras habitadas pelos egípcios ao longo do Nilo formaram pequenas comunidades dedicadas à agricultura. O Nilo dividia o Egito em Baixo Egito, no Norte; e Alto Egito, no Sul. Essa divisão culminou em sequentes lutas e grande rivalidade entre os estados egípcios. Assim, as batalhas ocorridas entre os estados do Baixo e do Alto Egito terminaram com a unificação dos dois reinos por volta de 3200 a.C., pelas mãos de Menés, que se tornou o primeiro faraó.

O Egito Antigo foi estudado de várias formas e seus períodos receberam diversas denominações, como: Antigo Império (3300-2300 a.C.); Período Revolucionário (2300-2100 a.C.); Médio Império ou Primeiro Império Tebano (2100-1750 a.C.); Dominação dos Hicsos (1750-1580 a.C.); Novo Império ou Segundo Império Tebano (1580-1090 a.C.); Período de Decadência (1090-670 a.C.); Domínio dos Assírios (670-663 a.C.); Renascimento Saíta (663-525 a.C.); Domínio dos Persas (525-332 a.C.); Domínio Greco-romano (332 a.C.-638 d.C.).

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Abordaremos algumas características do Antigo Império a seguir:

• O Antigo Império foi fundamentado no regime teocrático.

• A capital do Egito era Tinis e depois foi transferida para Mênfis, região do Cairo.

• O relativo isolamento do Egito permitiu que sua civilização mantivesse um aspecto original que gerou um nacionalismo exacerbado traduzido claramente pelas lutas travadas com os povos estrangeiros.

• Os faraós, na civilização egípcia, principalmente no Antigo Império, eram considerados a encarnação dos deuses. Através dessa intermediação divina, detinham o poder absoluto, espiritual e temporal.

• Nesse período as pirâmides de Gizé foram construídas.

• O Antigo Império entrou em decadência em razão de uma série de revoltas provocadas pelos administradores das províncias. O principal objetivo das revoltas era o enfraquecimento do poder do faraó. Com isso, a sociedade egípcia entrou em uma fase caótica e o Egito viveu um período de tormentas, guerra civil e invasões asiáticas na região do Nilo.

Quase todos nós, em algum momento, já vimos pela televisão, pela internet, por meio de livros ou de jornais e revistas impressos, imagens das grandes pirâmides do Egito, situadas em Gizé. Muitos também já viram várias representações de múmias, seja em desenhos animados, seja em filmes de Hollywood. Pois bem, todo esse universo que nos vem à vista e à mente e provoca fascínio remete à antiga civilização que se desenvolveu na região nordeste da África, isto é, a civilização do Egito Antigo, que começou a estruturar-se por volta de 3000 a.C.

É atribuída ao historiador grego Heródoto a frase “O Egito é uma dádiva do Nilo”, ou seja, a civilização egípcia é um presente, um dom do rio que permeia a região onde ela floresceu. Nesse sentido, o Egito assemelha-se às civilizações que se desenvolveram na Ásia Menor, na região conhecida como Mesopotâmia, haja vista que elas deviam a sua existência aos rios Tigre e Eufrates.

Alguns historiadores definem essa região, que se estende da Mesopotâmia até o Egito, como “Crescente Fértil”, isto é, uma área com grande potencial para a agricultura, dada a presença dos rios. Por esse motivo, essas civilizações também são chamadas de hidráulicas, pois foi a partir de rios como o Nilo, Tigre e Eufrates que todo o aparato de sobrevivência, desde plantações até moradia, foi construído.

O trabalho de irrigação dos rios e a construção de diques e barragens proporcionaram aos egípcios um crescente avanço civilizacional. A sociedade que se formou no Egito Antigo era rigidamente estratificada, com oposições solidamente delimitadas. Na base da pirâmide social estavam os escravos e os camponeses (também chamados de felás). Além desses, ainda havia uma série de trabalhadores que atuavam como prestadores de serviços, que eram os mais variados, como o artesanato.

Acima da base social, encontravam-se figuras como embalsamadores, sacerdotes, funcionários do Estado, guerreiros e alguns comerciantes e artesãos abastados. Havia ainda a figura do escriba — o escrivão responsável pelo controle de mercadorias, do trabalho, da cobrança de impostos, da organização das leis, dentre outras atividades de suma importância. Escribas e sacerdotes mantinham uma relação íntima com o soberano máximo da sociedade, o faraó.

Na maior parte de sua história, o Egito Antigo era uma sociedade com religião politeísta, isto é, acreditavam em vários deuses, com exceção do período do governo de Amenófis IV [1353 a 1336 a.C.], que tentou instituir o culto a um só deus, Atón, o deus do disco solar. O próprio faraó representava divindades, uma em vida e outra após a morte. Por isso, quando morria, era embalsamado e mumificado para reinar entre os mortos tal como havia reinado entre os vivos.

As fases da história do desenvolvimento do Egito Antigo estão relacionadas também com as várias dinastias de faraós que se estabeleceram no poder. Os historiadores costumam dividir sua história em três grandes fases: 1) o Antigo Império, que teve como capital a cidade de Mênfis e que se estendeu até o ano de 2052 a.C. Foi nesse período que foram erguidas as pirâmides de Gizé. 2) O Médio Império, que teve como capital a cidade de Tebas e que foi marcado pela invasão dos povos hicsos. 3) E, por fim, o Novo Império (1539-525 a.C.), que abarca acontecimentos que vão desde a resistência aos hicsos até a ocupação do território pelos assírios. Depois ainda há a fase do período helenístico e da vinculação com o Império Romano.

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Quais as principais características do Egito Antigo?

A crença na vida após a morte, a religião politeísta e a construção de pirâmides foram as principais características da civilização egípcia antiga. - O governo era uma teocracia, pois o faraó (governante) era considerado uma espécie de deus na Terra. Ele tinha poder absoluto na sociedade.

Como era o Egito Antigo resumo?

A antiga sociedade egípcia estava dividida de maneira rígida e nela praticamente não havia mobilidade social. No topo da sociedade encontrava-se o Faraó e sua imensidão de parentes. O faraó era venerado como um verdadeiro deus, pois era considerado como o intermediário entre os seres humanos e as demais divindades.

Quais são as principais características do antigo Império?

O Antigo Império tinha como limites o Mar Mediterrâneo ao norte, o deserto da Líbia a oeste, o deserto da Arábia a leste e a primeira catarata do rio Nilo ao sul. Sua história é marcada por faraós que conquistaram grandes poderes religiosos, militares e administrativos.