Cite três transformações ocorridas no Brasil em virtude da economia cafeeira

Curiosidades

postado em 25/11/2007 | Há 15 anos

O aumento das indústrias

Até por volta de 1870, havia poucas indústrias no Brasil. Com o aumento da produção do café, muitos cafeicultores usaram seu dinheiro para montar indústrias de sabão, de tecidos, de bebidas, de papel e de alimentos.

As mudanças provocadas pelo café em São Paulo

São Paulo foi à cidade que mais passou por mudanças com a riqueza trazida pelo café. O comércio e a população cresceram, mansões luxuosas foram construídas, indústrias foram instaladas e a eletricidade passou a ser utilizada para iluminar as ruas e fazer funcionar os bondes e as máquinas das indústrias.
Com o aumento do comércio e das indústrias muitas pessoas vieram do campo buscando uma vida melhor nas cidades, mas tiveram que trabalhar nas indústrias, para ganhar um salário muito baixo.

As construções

Uma das construções mais importantes de São Paulo até hoje, forma construídas na época da expansão do café, como a estação de trem da Luz, o Teatro Municipal, a agência central do Banco do Brasil.

O café está em grandes obras artísticas

Podemos ver nos quadros do pintor francês Jean-Baptiste Debret e do brasileiro Cândido Portinari momentos diferentes do café.

Cite três transformações ocorridas no Brasil em virtude da economia cafeeira

Gravura de cerca de 170 anos atrás, de Debret.
  

Cite três transformações ocorridas no Brasil em virtude da economia cafeeira

No quadro O Café, pintado em 1935, Portinari
procurou representar o trabalho de negros e
imigrantes nos cafezais paulista.
 

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A economia do Segundo Reinado foi baseada essencialmente na produção cafeeira, que auxiliou ainda a modernização de parte do Brasil.

O Brasil nas primeiras décadas de sua independência sofreu uma grave crise econômica, resultado da decadência da mineração e da produção de açúcar. Entretanto, o interesse do mercado europeu e, posteriormente, dos EUA pelo café proporcionou um novo impulso à economia do Brasil. A partir da década de 1830, o café transformou-se no motor da economia do Segundo Reinado.

As primeiras mudas de café foram plantadas no norte do país, na segunda metade do século XIX. Mas nessa região não havia solo e clima propício para a produção do café em larga escala. Um solo propício à cultura cafeeira era o existente no sudeste do país. As primeiras grandes lavouras localizaram-se nos brejos e pântanos drenados da baixada fluminense. A partir desse local, os cafezais iriam se estender para o oeste de São Paulo e para o sudoeste de Minas Gerais.

Diferentemente do início da produção de cana-de-açúcar no período colonial, os capitais iniciais necessários às lavouras foram provenientes dos próprios fazendeiros ou de alguns comerciantes, como os que realizavam o transporte de mercadorias na região de Sorocaba, interior de São Paulo. Na sua origem, o café não necessitou do investimento externo.

A força de trabalho utilizada na produção do café foi inicialmente a de africanos escravizados e, até o fim do Império, eles compuseram a maior parte da força de trabalho nos cafezais. Porém, a pressão inglesa pelo fim do tráfico de escravos no Atlântico e as lei de proibição do tráfico, como a Lei Eusébio de Queiróz de 1850, dificultavam o acesso aos escravos. Seus preços subiram, tornando-se uma força de trabalho extremamente dispendiosa. Era necessária outra forma de organizar a força de trabalho nos cafezais, que passasse para a utilização de trabalhadores livres.

A saída foi estimular a imigração de famílias europeias, principalmente em São Paulo. O trabalho livre era mais dinâmico economicamente que o trabalho escravo por estimular o mercado interno e pela possibilidade de introduzir novas técnicas de plantio, como a mecanização. Não havia interesse do escravo em trabalhar dessa forma, o que impedia o aumento da produtividade. Além do mais, essas novas técnicas fomentavam a produção de ferramentas e outros utensílios necessários às lavouras, nas regiões próximas às fazendas.

Na imigração, o fazendeiro financiava a vinda das famílias europeias em troca do trabalho em suas lavouras. Esse método inicial ficou conhecido como parcerias. Porém, o não cumprimento de cláusulas contratuais pelos fazendeiros geraram inúmeros conflitos, sendo o mais notório o ocorrido na fazenda do senador Nicolau de Campos Vergueiro, em 1856, em Ibicaba.

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A partir desse momento, as parcerias foram abandonadas. O interesse do governo imperial no crescimento da produção cafeeira levou o Estado a financiar a vinda dos imigrantes através de subsídios. Em virtude do maior dinamismo econômico decorrente do trabalhador livre, alguns fazendeiros, principalmente de São Paulo, passaram a defender o fim da escravidão no país.

A força econômica do café foi tamanha que garantiu o superávit da balança comercial brasileira entre 1861 e 1885. Na década de 1880, o café respondia por cerca de 61% das exportações do Império.  

A produção cafeeira fez surgir ainda outras atividades econômicas veiculadas ao beneficiamento, transporte e à venda do café. Os fazendeiros tornaram-se acionistas de empresas. Apareceu também o comissário do café, que trabalhava nas casas de comércio externo, participando ainda da organização da produção e da logística de transporte. Tal atividade proporcionou aos comissários o acúmulo de capital, que serviu para formar instituições financeiras e empresas de importação.

O café ainda estimulou a incipiente modernização da sociedade brasileira. Teve início o processo de urbanização de alguns locais, principalmente a cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, e mesmo no interior paulista, na segunda metade do século, cidades como Campinas e Sorocaba urbanizaram-se a partir do capital acumulado pelos fazendeiros.

O principal símbolo da modernização estava nas ferrovias. A primeira ferrovia foi construída entre Rio de Janeiro e Petrópolis, em 1854. A partir daí, esse meio de transporte teve uma grande expansão. Com as ferrovias, os custos do transporte do café diminuíram consideravelmente, facilitando ainda a ligação com os portos exportadores, principalmente o de Santos, no litoral paulista. A expansão ferroviária brasileira contou com capitais brasileiros e estrangeiros, principalmente os ingleses.

A passagem das ferrovias por regiões interioranas favorecia o contato da população com as inovações técnicas do capitalismo, causando um grande impacto no país.

Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:

Quais as transformações causadas no Brasil pela economia cafeeira?

Da economia cafeeira, resultam três processos que se complementam: a imigração intensiva de estrangeiros para o Brasil, a urbanização e a industrialização. Desde a segunda metade do século XIX, ainda na época do Segundo Império, a imigração de estrangeiros, sobretudo europeus, foi fomentada pelo governo brasileiro.

Quais foram os principais resultados da economia cafeeira?

As principais consequências do Ciclo do Café foram: - Aumento do desenvolvimento industrial e urbano no Sudeste. - Imigração europeia para as lavouras de café e indústrias do Sudeste. - Construção de ferrovias para escoar a produção de café do interior de São Paulo para o porto de Santos.

Quais as principais características da economia cafeeira no Brasil?

Preservando as características de nossa economia colonial, as plantações cariocas se sustentavam no uso do latifúndio, da monocultura e da mão-de-obra escrava.

Como se desenvolveu a economia cafeeira no Brasil?

No início do século XIX já havia produção de café no Rio de Janeiro. No entanto, este produto só ganhou projeção com o plantio no oeste paulista, que estimulou a produção cafeeira. Assim, as plantações de café foram paulatinamente ganhando o interior do estado de São Paulo, iniciando por Taubaté, em 1836.