Como Portugal e Espanha se tornaram pioneiros na expansão marítima?

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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O pioneirismo português no período das grandes navegações que ocorreu na Era dos Descobrimentos, tem relação com alguns fatores, tais como a formação do Estado Moderno Português a partir de 1385, a influência da presença islâmica na Península Ibérica e a conquista de Ceuta em 1415, o primeiro território português fora da Europa, além do território privilegiado que Portugal ocupava na Europa.

Os portugueses foram pioneiros em criar uma outra categoria, que foi amplamente disseminado pela Europa séculos mais tarde, o Estado Moderno Absolutista. A unificação de Portugal passou pelo processo de disputas territoriais com os muçulmanos que ocupavam aquela região em 1125, por um grupo de portugueses (católicos) liderados por D. Afonso, que criou a dinastia de Borgonha. Um Estado Nacional Moderno tem características únicas, tais como um território nacional, uma língua nacional, símbolos nacionais (hino, bandeira, cetro, coroa, etc.) e um exército nacional. O Estado português se efetiva em 1385 pela dinastia de Avis, tendo a centralização política nas mãos dos reis e por consequência o controle de toda unidade nacional. É nesse período, por exemplo, que os portugueses desenvolvem sua literatura própria, com o livro de Luís de Camões “Os Lusíadas” de 1572, que conta a história de Portugal por meio de poemas decassílabos tornando-se um símbolo nacional.

Os oito séculos de ocupação dos povos islâmicos na Península Ibérica (do século VIII ao século XIV) fez com que os portugueses se desenvolvessem na álgebra e na astronomia, por exemplo. Essas habilidades fizeram com que os portugueses pudessem desenvolver nas construções de naus e aprenderam a utilizar equipamentos como o astrolábio (invenção grega), o quadrante, a bússola (invenção chinesa), a balestilha e as cartas náuticas, que serviam para dar maior precisão durante navegação. As caravelas, muito utilizadas pelos portugueses, também foram influenciadas pela ciência islâmica, e graças a esse tipo de nau, os portugueses puderam aproveitar melhor os ventos podendo se locomover com maior facilidade. Mesmo com todos os avanços científicos e tecnológicos trazidos pelos islâmicos, os portugueses investiram muito dos seus esforços para expulsá-los do seu território ou até convertê-los ao catolicismo. Esse movimento de conquista dos portugueses ocorreu em toda a Península Ibérica, onde os espanhóis também expulsaram os islâmicos ou os converteram ao catolicismo. Esses indivíduos mudavam de nome e sobrenome, e ficavam conhecidos como cristãos novos. As conquistas desse território total, tanto para Portugal como para Espanha, que ocorreu em 1492, onde a presença islâmica ficou apenas nas técnicas ensinadas para a navegação.

Em 1414 os portugueses dominaram a cidade de Ceuta no norte da África, onde ficavam um importante entreposto comercial, dando aos portugueses mais vantagens no pioneirismo nas navegações. Com a queda de Constantinopla em 1453 as especiarias começaram a faltar na Europa, dando maiores incentivos para os portugueses buscarem novas rotas para conseguir esses insumos. A busca por metais precisos nesse período, também favoreceu o pioneirismo português. O ouro e a prata, principalmente eram cobiçados e o seu acúmulo significava riqueza para o Estado Moderno. A motivação religiosa, também impulsionou os portugueses para o pioneirismo, pois a Igreja Católica patrocinou muitas das incursões no além-mar para conquistar novos devotos ao catolicismo. Esta medida está relacionada diretamente com as novas políticas propostas pela Contrarreforma em 1545.

O pioneirismo português nas navegações se mostrou extremamente eficiente nos séculos XV e XVI, os portugueses conseguiram contornar o Périplo africano em 1487, quando Bartolomeu Dias ultrapassa o Cabo das Tormentas que se tornou da Boa Esperança após o feito que atualmente é a Cidade do Cabo na África do Sul. Desta forma, o navegador português abriu os caminhos para a navegação para a Índia. Os portugueses tiveram conquistas de territórios em praticamente todos os continentes do Globo, exceto a Oceania, tais como o Brasil, Angola, Goa (Índia), Macau (China) e Timor-Leste (Leste asiático), são alguns exemplos da colonização, resultado direto da expansão portuguesa. Além da língua portuguesa esses países e regiões, possuem muitas identificações com Portugal, tais como a arquitetura e a alimentação.

Leia também:

  • Descobrimentos portugueses
  • História das navegações

Referências:

NOVAES, Adauto. A descoberta do homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/pioneirismo-portugues/

Como Portugal e Espanha se tornaram pioneiros na expansão marítima?

Por que Portugal e Espanha foram pioneiros nas Grandes Navegações *?

Espanha e Portugal se destacaram como pioneiros na expansão marítima pois eram detentores de respeitadas e experientes frotas de exploração. As tropas sabiam as melhores formas de chegar ao destinos almejados, além de terem posição privilegiada em relação aos adversários.

Quais os principais objetivos da expansão marítima europeia que teve Portugal e Espanha como pioneiros?

Nesse contexto, a expansão marítima europeia teve como finalidade principal a superação da crise econômica dos séculos XIV e XV e o desenvolvimento da economia mercantil com a conquista de novos mercados.

Porque Portugal e Espanha foram os Estados?

Resposta: Fatores comuns a Portugal e Espanha é a posição geográfica, consolidação dos estados nacionais mordernos, ascenção da burguesia, monarquia centralizada, adoção das práticas comerciais do mercantilismo e acumulação primitiva..

Quais os países que foram pioneiros nas Grandes Navegações?

Chamam-se Grandes Navegações as expedições marítimas realizadas por europeus entre os séculos XV e XVI. Os pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os espanhóis, seguidos pelos ingleses, franceses e holandeses.

O que favoreceu Portugal e Espanha nas Grandes Navegações?

O pioneirismo de Portugal e da Espanha nas grandes navegações da expansão marítima do continente europeu favoreceu os países no contexto de maior estabilidade política. ... Esses fatores também colaboraram para o crescimento comercial desses países, que era estimulado pelas riquezas.

Quais foram os fatores que contribuíram para a expansão marítima europeia?

Veja quais foram os fatores que contribuíram para o crescimento do alcance marítimo europeu.

  • Centralização política e Formação do Estado Nacional. ...
  • Aliança entre o rei e a burguesia. ...
  • Desenvolvimento técnico. ...
  • Motivações econômicas. ...
  • Motivações religiosas. ...
  • Expansão marítima de Portugal. ...
  • Expansão marítima da Espanha.

Quais os fatores que contribuíram para o pioneirismo de Portugal?

- Localização geográfica privilegiada de Portugal, com presença de litoral atlântico que favoreceu a navegação. - Investimentos da burguesia portuguesa na navegação marítima, pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.

Por que Portugal e Espanha resolveram conquistar novos territórios?

Resposta: Porque os recursos lá não eram muito abundantes e eles precisavam lucrar de alguma forma, então depois de terem seus territórios centralizados, começaram a expansão marítima.

Quantos dias para conhecer Portugal e Espanha?

Com 15 dias para viajar, o roteiro por Portugal e Espanha começa com três dias em Lisboa e dois no Porto, segue por dois dias em Braga, três em Madrid e dali mais dois em Sevilha e dois em Barcelona. Importante sempre reservar um dia para os deslocamentos.

Quem foram os pioneiros na expansão marítima europeia?

  • Os pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os espanhóis, seguidos pelos ingleses, franceses e holandeses. Diversos fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento das técnicas de navegação, a necessidade de metais preciosos e de se descobrir um novo caminho marítimo para as Índias.

Quando começam as grandes navegações portuguesas?

  • As grandes navegações portuguesas O pioneirismo português começa em 1415 com a conquista de Ceuta, uma cidade que era um importante entreposto comercial. Vejamos a cronologia das navegações portuguesas: 1415 – chegada à Ceuta, no norte da África.

Quem foi o pioneiro em viagens marítimas?

  • Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado para o Atlântico e sem possibilidade de expandir-se dentro da Península Ibérica, os portugueses preferiram aventurar-se no Mar Oceano.

Qual a história das navegações portuguesas?

  • Vejamos a cronologia das navegações portuguesas: 1415 – chegada à Ceuta, no norte da África. 1419 – ocupação da Ilha da Madeira. 1444 – descoberto o arquipélago de Cabo Verde. 1482 - o navegador Diogo Cão entra no rio Congo e estabelece contatos no território de Angola 1488 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.

Por que Portugal e Espanha foram pioneiros na expansão marítima?

O acúmulo de conhecimento náutico e o desenvolvimento de novas tecnologias possibilitaram que as Grandes Navegações iniciassem-se no século XV, e os portugueses são considerados os pioneiros nesse processo.

Como se deu a expansão marítima entre Portugal e Espanha?

Enquanto Portugal buscou contornar a costa da África para chegar às Índias, a Espanha tinham planejado navegar a oeste no Atlântico. Os espanhóis financiaram a expedição de Cristóvão Colombo que, em 12 de outubro de 1492, chegou à ilha de Guanaani, acreditando ter encontrado as Índias.

Quais foram os fatores que levaram Portugal a ser pioneiro nas grandes navegações?

- Localização geográfica privilegiada de Portugal, com presença de litoral atlântico que favoreceu a navegação. - Investimentos da burguesia portuguesa na navegação marítima, pois esta tinha interesses comerciais, principalmente voltados para o negócio lucrativo das especiarias.

Qual foi o motivo que levou os portugueses e espanhóis?

Portugal foi o primeiro país europeu a se aventurar pelos mares e vários foram os fatores que contribuíram para esse fato: Insuficiência portuguesa em metais preciosos para a cunhagem da moeda. Falta de produtos agrícolas e de mão-de-obra. Desejo de expandir a fé cristã