Leia o poema a seguir: Show A cantiga “Ai cigana ciganinha, (Adélia Prado. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.) Acerca desse poema, é correto afirmar que: (A) a poeta tem consciência de que seu passado é irremediavelmente perdido. (B) existe um tom sarcástico e um saudosismo de raiz romântica. (C) a cantiga faz com que a poeta reviva uma série de lembranças afetivas. (D) predomina o tom satírico e o caráter autobiográfico. (E) desvaloriza os elementos da cultura popular. A respeito da obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, podemos afirmar que: (A) trata-se de uma autobiografia totalmente fiel à vida da autora, não podendo ser considerada como obra literária. (B) trata-se de uma obra importante por trazer representatividade para a autoria feminina, negra e de localização periférica e marginalizada. (C) pode ser considerada como um romance distópico, uma vez que narra uma situação exclusivamente fictícia de caos social. (D) pode ser considerada uma sátira muito cômica à vida na favela em contraste com a vida nos bairros nobres da cidade de São Paulo. (E) representa uma alegoria dos problemas sociais que ocorrem na Europa decorrentes dos preconceitos de classe e racial. No Brasil, o Classicismo é mais conhecido como Quinhentismo, abrangendo toda a produção literária da fase renascentista no século XVI. Toda literatura desse período foi escrita por portugueses e resume-se à: (A) literatura de catequese, cuja principal função era doutrinar os indígenas segundo os preceitos cristãos. São escritos, principalmente, dos padres Antônio Vieira e José de Anchieta. (B) literatura de informação, com documentos sobre as terras descobertas, suas belezas e habitantes, e também a literatura indígena, que foi posteriormente traduzida para o português. (C) literatura de informação, representada principalmente pela Carta de Pero Vaz de Caminha, cuja finalidade era a de relatar as características da terra descoberta, e a literatura jesuíta, que produziu textos simples com a finalidade de catequizar os índios. (D) literatura de protesto, produzida para denunciar o extermínio da população indígena e os desmandos da coroa portuguesa no Brasil. Essa literatura foi representada por nomes como Gonçalves Dias e Padre José de Anchieta. (E) literatura de formação, cuja principal função era alfabetizar os indígenas para que eles pudessem produzir a literatura brasileira independentemente da literatura portuguesa. Leia o texto a seguir: Os bons vi sempre passar (Luís de Camões: Ao desconcerto do Mundo. In: Rimas. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar Editora, 1963, p. 475-6.) Quanto ao significado, o poema baseia-se em antíteses de tal maneira organizadas que parecem refletir: (A) a coita amorosa. (B) o amor cortês. (C) a máquina do mundo. (D) o heroísmo português. (E) o desconcerto do mundo. (Enem 2007) O açúcar O branco açúcar
que adoçará meu café Vejo-o puro e afável ao paladar Este açúcar veio Este açúcar era cana (...) Em usinas escuras, Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8. A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e (A) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar. (B) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca. (C) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar. (D) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale. (E) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras. (Enem 2009) Cárcere das almas Ah!
Toda a alma num cárcere anda presa, Tudo se veste de uma igual grandeza Ó almas presas, mudas e fechadas Nesses silêncios solitários, graves, CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993. Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema “Cárcere das almas”, de Cruz e Sousa, são: (A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos. (B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista. (C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais. (D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras. (E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano. (Enem 2011) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo. AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento) No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois: (A) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas. (B) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo. (C) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português. (D) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses. (E) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais. Leia o texto a seguir: Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos: e daí a um mês manifestaram‑se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história. [...] A custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência, conseguiu o compadre que o menino freqüentasse a escola durante dois anos e que aprendesse a ler muito mal e escrever ainda pior [...] Nunca uma pasta, um tinteiro, uma lousa lhe durou mais de 15 dias: era tido na escola pelo mais refinado velhaco; vendia aos colegas tudo que podia ter algum valor, fosse seu ou alheio, contanto que lhe caísse nas mãos: um lápis, uma pena, um registo, tudo lhe fazia conta; o dinheiro que apurava empregava sempre do pior modo que podia. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 34 O romance Memórias de um sargento de milícias filia-se ao Romantismo brasileiro. No entanto, é considerado pela crítica uma obra atípica desse tempo literário. De acordo com as características da estética romântica e com os fragmentos do romance transcritos, o que justifica a atipicidade dessa obra é o fato de: (A) seu protagonista caracterizar-se como um anti-herói. (B) sua linguagem apresentar marcas de oralidade e erudição. (C) sua narrativa se projetar para um tempo futuro. (D) seu narrador fazer apologia às paixões juvenis. (E) sua morbidez antecipar a melancolia ultrarromântica. Leia o texto a seguir: Oficina irritada Eu quero compor um soneto duro Quero que meu soneto, no futuro, Esse meu verbo
antipático e impuro Ninguém o lembrará: tiro no muro, Carlos Drummond de Andrade Observa-se, na primeira estrofe, uma intenção de falar dentro do próprio poema sobre a construção do texto. Essa estratégia da linguagem é chamada de: (A) metáfora. (B) metalinguagem. (C) intertextualidade. (D) poesia. (E) tragédia. (Enem 2000) “Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante na época. Poética Estou farto do lirismo comedido ............................................................................................ Quero antes o lirismo dos loucos (BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974) Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta: (A) critica o lirismo louco do movimento modernista. (B) critica todo e qualquer lirismo na literatura. (C) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico. (D) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico. (E) propõe a criação de um novo lirismo. (FGV-RJ 2007) “Tupi or not tupi, that is the question”. A paráfrase, elaborada a partir da célebre frase de William Shakespeare, figurava no Manifesto Antropófago de 1928, escrito por Oswald de Andrade, um dos principais líderes do movimento modernista. A esse respeito, é correto afirmar: (A) O modernismo brasileiro questionava o nacionalismo defendido pelas elites regionais como um dos aspectos do atraso cultural a ser superado. (B) Os principais líderes do movimento modernista brasileiro eram filhos de imigrantes originários da classe operária de São Paulo e do Rio de Janeiro. (C) A produção modernista brasileira evidenciava a assimilação de referências culturais estrangeiras e a sua articulação com as particularidades nacionais. (D) Os artistas e escritores modernistas, influenciados pelas notícias referentes à Revolução Bolchevique, fundaram o Partido Comunista do Brasil em 1922. (E) O modernismo brasileiro teve uma extraordinária aceitação no interior das Forças Armadas, que se tornaram um de seus centros de difusão cultural. Leia o texto a seguir: Ao valimento que tem o mentir Eu, como um ignorante e um baboso, Perdi o principal, que eram verdades, Deram os meus amigos em deixar-me, MATOS, Gregório de. PIRES, M. L. G. (org.). Poetas do período barroco. Lisboa: Comunicação, 1985. A primeira estrofe apresenta uma figura de linguagem que consiste em inversões da ordem direta das orações. Esse recurso é a(o): (A) metáfora. (B) hipérbole. (C) prosopopeia. (D) hipérbato. (E) metonímia. Veja os versos a seguir: “Em tristes sombras morre a formosura, Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como “tristezas” e “alegria”. O nome dessa figura de linguagem é: (A) metáfora. (B) aliteração. (C) hipérbole. (D) antítese. (E) hipérbato. (Enem 2019) Fim de semana no parque Olha o meu povo nas favelas e vai perceber [...] Olha só aquele clube,
que da hora [...] Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo Racionais MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwe, 1994 (fragmento). A letra da canção apresenta uma realidade social quanto à distribuição distinta dos espaços de lazer que (A) retrata a ausência de opções de lazer para a população de baixa renda, por falta de espaço adequado. (B) ressalta a irrelevância das opções de lazer para diferentes classes sociais, que o acessam à sua maneira. (C) expressa o desinteresse das classes sociais menos favorecidas economicamente pelas atividades de lazer. (D) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos. (E) aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas economicamente; e do prático, nas menos favorecidas. Sobre o texto literário, é correto afirmar que: (A) é plurissignificativo e sujeito a várias interpretações. (B) é constituído de linguagem objetiva para facilitar a compreensão. (C) não estabelece contato com a realidade factual na qual ele se insere. (D) estabelece uma correlação direta entre a vida e a obra do autor. (E) aparece, obrigatoriamente, em verso. (Enem 2011) Lépida e leve Língua do meu Amor velosa e doce, [...] Amo-te as sugestões gloriosas e funestas, MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 (fragmento). A poesia de Gilka Machado identifica-se com as concepções artísticas simbolistas. Entretanto, o texto selecionado incorpora referências temáticas e formais modernistas, já que, nele, a poeta: (A) procura desconstruir a visão metafórica do amor e abandona o cuidado formal. (B) concebe a mulher como um ser sem linguagem e questiona o poder da palavra. (C) questiona o trabalho intelectual da mulher e antecipa a construção do verso livre. (D) propõe um modelo novo de erotização na lírica amorosa e propõe a simplificação verbal. (E) explora a construção da essência feminina, a partir da polissemia de “língua”, e inova o léxico. (Enem 2001) O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves: Oh! eu quero viver, beber perfumes Mas
uma voz responde-me sombria: ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983. Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra: (A) embalsama. (B) infinito. (C) amplidão. (D) dormir. (E) sono. (Enem 2012) Das irmãs os meus irmãos sujando-se eles se provocando e provando eles se lambuzando e arrotando os meus irmãos jogando-se QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980. O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que: (A) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama. (B) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres. (C) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres. (D) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico. (E) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais. (UEA 2015) Leia o trecho de Iracema, de José de Alencar, para responder à questão. O Pajé vibrou o maracá* e saiu da cabana, porém o estrangeiro não ficou só. * maracá: chocalho indígena usado em cerimônias religiosas e guerreiras. Condizente com a estética do Romantismo brasileiro, Iracema é um romance que: (A) descreve o início da colonização do Brasil pelos portugueses, sendo estes recebidos de maneira extremamente hostil pelos nativos. (B) narra a história do amor impossível entre uma índia e um branco que, por não se consumar, termina com a trágica morte dos protagonistas. (C) retrata a vida das comunidades indígenas do Brasil do século XIX, a partir do esforço de se descrever o homem brasileiro de maneira crítica e realista. (D) evidencia a preferência pela descrição de aspectos psicológicos das personagens, em detrimento de detalhes físicos, que não têm relevância na obra. (E) reconstrói a história do Brasil sob uma óptica idealizante, em que o índio representa a figura do herói nobre e completamente integrado à natureza. (Enem 1998) Amor é fogo que arde sem se ver, É um não querer mais que bem querer; É querer estar preso por vontade; Mas como causar pode seu favor Luís de Camões O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente. (A) “Amor é fogo que arde sem se ver” (B) “É um contentamento descontente” (C) “É servir a quem vence, o vencedor” (D) “Mas como causar pode seu favor” (E) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?” Como você descreve o eu lírico no texto?O eu lírico ou eu poético é a voz que se expressa em uma poesia. Tal voz manifesta sentimentos, emoções, pensamentos e até opiniões. Portanto, tudo que é dito em uma poesia deve ser atribuído ao eu lírico, e não ao poeta.
Qual o sentimento que o eu lírico expressa?Em primeira pessoa, o eu lírico não enuncia uma particularidade de sua vida, mas a dissolução de uma relação amorosa – que não necessariamente precisa partir de um dado biográfico. O eu lírico dá voz a um sentimento universal e não é necessário que o autor pessoalmente tenha vivido o que esse eu enuncia.
Que sentimentos o eu lírico expressa no texto pais e filhos?Que sentimentos o eu-lírico expressa nesse texto? O eu lírico expressão os anseios comuns entre os jovens de buscar explicações para as coisas complicadas do mundo (Porque o céu é azul).
É possível concluir que o eu lírico se define principalmente como?Podemos concluir que o eu lírico é a voz que fala no poema e nem sempre essa voz equivale à voz do autor, que pode vivenciar outras experiências, que não as do poeta (como fica claro na canção Folhetim, de Chico Buarque). O eu lírico é o recurso que possibilita a criatividade do autor.
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