O que foi o Manifesto dos Pioneiros da educação e seu principal idealizador?

O que foi o Manifesto dos Pioneiros da educação e seu principal idealizador?

1900-1971

"Com efeito, todo o presente modo de pensar do homem é modo de pensar em termos de mudança. A essência do método científico está em sua posição de juízo suspenso. Tudo que fazemos se funda em hipóteses, sujeitas obviamente a mudanças. Tais mudanças decorrem de novos conhecimentos, os novos conhecimentos decorrem de novas experiências e tais novas experiências do fluxo ininterrupto de mudanças..."

Anísio Spínola Teixeira, considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século XX, Anísio Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. Como teórico da educação, Anísio não se preocupava em defender apenas suas ideias. Muitas delas eram inspiradas na filosofia de John Dewey, de quem foi aluno ao fazer um curso de pós-graduação nos Estados Unidos. Por este motivo foi um dos difusores das ideias de Dewey no Brasil.

Confira algumas publicações:

Obras:
  • Aspectos americanos de educação (1928)
  • A educação e a crise brasileira (1956)
  • Educação e o mundo moderno (1977)
  • Educação é um direito (1996)
  • Educação e universidade (1998)
  • Educação não é privilégio (1994)
  • Educação no Brasil (1969)
  • Educação para a democracia: introdução à administração educacional (1997)
  • Educação progressiva: uma introdução à filosofia da educação (1934)
  • Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969 (1989)
  • Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola (1968)

Recursos Pedagógicos:

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova",[1] datado de 1932, foi escrito durante o governo de Getúlio Vargas e consolidava a visão de um segmento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação. Redigido por Fernando de Azevedo, dentre 26 intelectuais, entre os quais Roldão Lopes de Barros, Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto, Lourenço Filho, Antônio F. Almeida Junior ",[2] Roquette Pinto, Delgado de Carvalho, Hermes Lima e Cecília Meireles. Ao ser lançado, no meio do processo de reordenação política resultante da Revolução de 30, o documento tornou-se o marco inaugural do projeto de renovação educacional do país. Além de constatar a desorganização do aparelho escolar, propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e defendia a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita. O movimento reformador foi alvo da crítica forte e continuada da Igreja Católica, que naquela conjuntura era forte concorrente do Estado na expectativa de educar a população, e tinha sob seu controle a propriedade e a orientação de parcela expressiva das escolas da rede privada.

Contexto e conteúdo[editar | editar código-fonte]

O que foi o Manifesto dos Pioneiros da educação e seu principal idealizador?

Getúlio, que governava sem uma Constituição, era o presidente quando do "Manifesto".

Ao longo da história educacional da Primeira República (1889 - 1930), a oportunidade de acesso e a qualidade do ensino brasileiro se configuraram como privilégio de uma pequena classe dominante em detrimento de grande parcela da população, formada apenas para trabalhar. A escola brasileira deste período contribuía para formação de uma casta intelectualizada.

O que se verificará, que, dissociadas sempre as reformas econômicas e educacionais, que era indispensável entrelaçar e encadear, dirigindo-as no mesmo sentido, todos os nossos esforços, sem unidade de plano e sem espírito de continuidade, não lograram ainda criar um sistema de organização escolar, à altura das necessidades do país. O objetivo do manifesto era de ter uma educação voltada para todos sem discriminação de classe social.

Os signatários afirmam:

"Em nosso regime político, o Estado não poderá, decerto, impedir que, graças à organização de escolas privadas de tipos diferentes, as classes mais privilegiadas assegurem a seus filhos uma educação de classe determinada; mas está no dever indeclinável de não admitir, dentro do sistema escolar do Estado, quaisquer classes ou escolas, a que só tenha acesso uma minoria, por um privilégio exclusivamente econômico. Afastada a ideia de monopólio da educação pelo Estado, num país em que o Estado, pela sua situação financeira, não está ainda em condições de assumir a sua responsabilidade exclusiva, e em que, portanto, se torna necessário estimular, sob sua vigilância, as instituições privadas idôneas, a escola única se entenderá entre nós, não como uma conscrição precoce arrolando, da escola infantil à universidade, todos os brasileiros e submetendo-os durante o maior tempo possível a uma formação idêntica, para ramificações posteriores em vista de destinos diversos, mas antes como a escola oficial, única, em que todas as crianças, de 7 a 15 anos, todas ao menos que, nessa idade, sejam confiadas pelos pais à escola pública, tenham uma educação comum, igual para todos."[3]

A escola integral e única proposta pelo manifesto era definida em oposição à escola existente, chamada de tradicional. Assim conceituava o manifesto a escola ou educação nova: "A educação nova, alargando sua finalidade para além dos limites das classes, assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar a hierarquia democrática pela ‘hierarquia das capacidades’, recrutadas em todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os meios de ação durável com o fim de dirigir o desenvolvimento natural e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento, de acordo com uma certa concepção de mundo."[4]

Coerentemente com essa definição da "educação nova", os educadores propunham um programa de política educacional amplo e integrador, assim registrado no manifesto: "A seleção dos alunos nas suas aptidões naturais, a supressão de instituições criadoras de diferenças sobre base econômica, a incorporação dos estudos do magistério à universidade, a equiparação dos mestres e professores em remuneração e trabalho, a correlação e a continuidade do ensino em todos os graus e a reação contra tudo que lhe quebra a coerência interna e a unidade vital, constituem o programa de uma política educacional, fundada sobre a aplicação do princípio unificador que modifica profundamente a estrutura íntima e a organização dos elementos constitutivos do ensino e dos sistemas escolares."

Referências

  1. José Luís de Paiva Bello. «História da Educação no Brasil - Período da Segunda República (resumo do Manifesto)». Pedagogia em Foco. Consultado em 3 de junho de 2011. Arquivado do original em 23 de março de 2009
  2. «Prof. Dr. Antônio Ferreira de Almeida Jr»
  3. Helena Bomeny. «O Brasil de JK». Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 5 de junho de 2011
  4. Tatiana Barros. «Principais propostas do manifesto». SHVONG. Consultado em 4 de junho de 2011

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • AZEVEDO, Fernando [et al.]. A reconstrução educacional no Brasil. Educação, Directoria Geral do Ensino de São Paulo, vol. VI, n. 1-3, jan./mar., 1932.
  • ______. Manifesto da nova educação ao governo e ao povo. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 19 de março de 1932.
  • ______. A reconstrução educacional no Brasil: Ao povo e ao governo: Manifesto dos pioneiros da educação nova. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1932.
  • ______. Manifesto dos educadores mais uma vez convocados. O Estado de S. Paulo, 1º de julho de 1959.
  • MANIFESTO dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores (1959). Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 122 p. (Coleção Educadores). link.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Texto completo do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova» (PDF)

O que o Manifesto dos Pioneiros da educação defendia?

O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova almejava, como um dos pontos de partida, uma escola totalmente pública, que fosse essencialmente gratuita, mista, laica e obrigatória, em que se pudesse garantir uma educação comum para todos, colocando, assim, homens e mulheres frente a iguais possibilidades de aprendizagem e ...

Quem foi o idealizador da Escola Nova?

MANIFESTO DA ESCOLA NOVA Além de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo (1894‑1974), Lourenço Filho (1897‑1970) e a poeta Cecília Meireles (1901‑1964) eram alguns dos 26 intelectuais que assinaram o documento. Eles pregavam a universalização da escola pública, laica e gratuita.

Qual a importância do Manifesto dos Pioneiros da educação?

O Manifesto dos Pioneiros de Educação Nova consolidou a visão de um seg- mento da elite intelectual que, embora com diferentes posições ideológicas, vislumbrava a possibilidade de interferir na organização da sociedade brasileira do ponto de vista da educação.

Quem foram os pioneiros da educação no Brasil?

- Foi lançado o embrião da Escola Nova, com a criação do manifesto tendo nomes como: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Cecília Meirelles, Afrânio Peixoto, Roquette Pinto, Hermes Lima, Paschoal Leme e Lourenço Filho.