Petição: impugnação ao cumprimento de sentença

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA VARA XX DA COMARCA DE XXXXXXX – PODER JUDICIÁRIO DE XXXXXXXXXX

Processo n° xxxxxxxxxxxxxx

[EXECUTADO], já qualificado nos autos em epígrafe, movido por [EXEQUENTE], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, através de seu procurador abaixo assinado, oferecer IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, nos termos do artigo 525 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, conforme o que segue:

Tendo em vista a sentença de fls. xxxxx, o Impugnado constituiu um título judicial no valor atualizado de R$ xxxxxxxxxxxxx (por extenso), de acordo com o demonstrativo discriminado e atualizado do crédito apresentado pelo Impugnado (artigo 524 do CPC) (Doc. xx).

No entanto, tem-se que o título é inexequível, a avaliação realizada subvalorizou os bens penhorados e o valor apresentado é maior do que o realmente contido no título.

Dessa forma, o cumprimento de sentença está eivado de vícios, motivo pelo qual o Impugnante apresenta a presente defesa, nos termos dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do § 1º do artigo 525 do Novo Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 525.  Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação.

§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:

I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;

II - ilegitimidade de parte;

III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;

V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.

DA NULIDADE DA CITAÇÃO

[normalmente alegado pelo fiador que não foi efetivamente citado e não apresentou defesa no processo de conhecimento]

Diante do exposto, tem-se que a citação do Impugnante é nula, maculando todo o processo de conhecimento, motivo pelo qual roga-se à Vossa Excelência que declare extinta o presente cumprimento de sentença e anule o processo até a citação, momento em que o Impugnante poderá apresentar sua defesa e exercer o contraditório.

DA ILEGITIMIDADE DE PARTE

Tem-se que a obrigação de pagar xxxxxxxxxxxx (por extenso) foi firmada com xxxxxxxx, genitor do Impugnado. No contrato que originou a referida obrigação, continha a cláusula xxxx, que previa que a obrigação não seria objeto de repasse a herdeiros.

Nesse sentido, o Impugnado é parte ilegítima para requerer o cumprimento da obrigação.

DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO E A CONSEQUENTE INEXEQUIBILIDADE DO TÍTULO

Conforme mencionado, a presente impugnação tem o objetivo de demonstrar que o título apresentado pelo Impugnado é inexequível, nos termos do inciso III do artigo supracitado.

É cediço que toda sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa é título judicial, conforme o inciso I do artigo 515 do Novo Código de Processo Civil. Tem-se, portanto, que, sendo válida e apta a produzir efeitos, a sentença que reconheça tais obrigações pode ser objeto de cumprimento, iniciando-se a fase de execução no processo civil.

Contudo, não basta que a sentença seja proferida por um juiz para possuir força de título judicial. Esse juiz precisa ser competente para tanto, o que não ocorre no presente caso.

Veja: trata-se de obrigação de pagar quantia certa no valor de R$ xxxxxxxxxxxx (por extenso), entre o Impugnante e a União Federal, ora Impugnado, motivo pelo qual o juízo competente é o federal...........

[apresentar os argumentos para reconhecer a incompetência do juízo e, consequentemente, a inexequibilidade do título]

DO EXCESSO DE EXECUÇÃO

O cumprimento de sentença requerido pelo Impugnado incorreu em excesso de execução, tendo em vista que atualizou o valor erroneamente.

Nesse sentido, e em respeito ao § 4º[1] do mesmo artigo, o Impugnante entende que o valor correto do título a ser exigido é de R$ xxxxxxxxxxxxx (por extenso), conforme o demonstrativo discriminado e atualizado abaixo:

[apresentar os cálculos]

DA AVALIAÇÃO ERRÔNEA

De acordo com o já exposto, a avaliação realizada durante a fase de conhecimento subvalorizou os bens penhorados do Impugnante, razão pela qual apresenta a presente defesa, nos termos do inciso IV do parágrafo primeiro do artigo 525 do Novo Código de Processo Civil – NCPC.

Veja-se que a avaliação realizada pelo avaliador xxxxxxxxxxxx considerou que o bem imóvel xxxxxxxxxxxx vale R$ xxxxxxxxxxxxx (por extenso). Nada mais equivocado.

Ora, conforme pesquisa de preços realizada pelo Impugnado, inclusive com auxílio de corretora de imóveis, o bem do Impugnante possui um valor mínimo de R$ xxxxxxxxxxxxx (por extenso). Ou seja, xx % a mais do que avaliado inicialmente.

Por essa razão, pugna-se pela reavaliação do bem e pela adequação da penhora ao real valor do imóvel, liberando-se os outros bens que superam ao valor da suposta dívida.

QUALQUER CAUSA MODIFICATIVA OU EXTINTIVA DA OBRIGAÇÃO

[verificar qual é o caso, analisar o inciso VII do artigo 525 do NCPC. Pode-se alegar tudo aquilo passível de ser alegado em contestação, ou seja, é praticamente livre]

PEDIDOS

Diante do exposto requer-se:

(i) Liminarmente, a concessão de efeito suspensivo à presente impugnação, nos termos do § 6º do artigo 525 do Novo Código de Processo Civil, tendo em vista a relevância dos fundamentos apresentados pelo Impugnante e do perigo de dano sofrido pelo Impugnante caso Vossa Excelência permita o prosseguimento da presente execução;

(ii) Seja reconhecida a nulidade da citação e declarado nulo o processo de conhecimento, com a consequente extinção do presente cumprimento de sentença;

(iii) No mérito, o acolhimento dos pedidos formulados na presente impugnação, a fim de declarar a inexequibilidade do título, com a extinção do cumprimento de sentença. Subsidiariamente, seja reconhecida a inexatidão do valor apresentado pelo Impugnado (excesso de execução), bem como a readequação da penhora, tendo em vista a avaliação errônea realizada sobre o bem imóvel xxxxxxxxxxx;

(iv) Ao fim, seja o Impugnado condenado ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, bem como a devolver a quantia de R$ xxxxxxxxx (por extenso), tendo em vista a exigência indevida.

Termos em que pede deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]



[1] § 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.

< Anterior   Próximo >

O que é juntada de petição de impugnação ao cumprimento de sentença?

A impugnação ao cumprimento de sentença constitui um incidente processual, e não uma ação autônoma. Nisso reside uma diferença relevante entre os embargos do devedor e a impugnação. Ademais, é certo que os embargos do devedor constituem a defesa do executado no curso de uma ação autônoma de execução.

O que acontece após a impugnação ao cumprimento de sentença?

Caso a impugnação ao cumprimento de sentença seja rejeitada, a decisão proferida pelo juízo será uma decisão interlocutória. Desse modo, o recurso cabível é o agravo de instrumento. Este recurso será o ideal também caso a impugnação seja acolhida apenas parcialmente.

Como impugnar um cumprimento de sentença?

Prazo para impugnar cumprimento de sentença não se altera com depósito. Por disposição expressa do artigo 525 do Código de Processo Civil, o prazo para a apresentação da impugnação ao cumprimento de sentença só se inicia após transcorridos os 15 dias contados da intimação para pagar o débito, previsto no artigo 523.

Qual o valor da causa na impugnação ao cumprimento de sentença?

2. O valor da causa é o atribuído pelo autor na petição inicial, devendo o réu, caso discorde, impugná-lo na contestação, na forma do artigo 261 do CPC .