Por que as briófitas não conseguem alcançar tamanhos maiores?

Botânica

As briófitas e as pteridófitas são plantas criptógamas (cripto = escondido; gama = gametas) isto é, apresentam estruturas produtoras de gametas pouco visíveis.

Não apresentam flores, frutos nem sementes. Algumas, como os musgos, são muito pequenas; outras podem ter grande porte, como os samambaiaçus, que atingem vários metros.

São plantas que dependem da água para sua reprodução, geralmente estão presentes nas proximidades de cachoeiras e são abundantes em florestas tropicais.

As Briófitas

Características gerais

As briófitas são as plantas mais simples. Constituem uma exceção no reino das plantas, pois não têm vasos condutores. A ausência desses vasos condutores limita o tamanho dessas plantas, que são organismos de pequeno porte, alcançando poucos centímetros.

Como qualquer outra planta, as briófitas apresentam cloroplastos e são capazes de realizar fotossíntese, sendo organismos autótrofos fotossintetizantes.

Grupos

As briófitas podem ser divididas em três grupos: os musgos, as hepáticas e os antóceros. Os musgos são as briófitas mais conhecidas e estão presentes em muitos vasos de xaxim em nossa casa, porém quase sempre não percebemos pelo seu tamanho reduzido. As hepáticas são assim chama- das porque sua forma lembra um fígado. As briófitas menos conhecidas são os antóceros.

Organização corporal e ciclo de vida

No ciclo de vida, formam-se dois tipos de indivíduos: o gametófito e o esporófito.

Por que as briófitas não conseguem alcançar tamanhos maiores?
Esquema da organização geral do corpo de uma briófita.

O gametófito é o organismo mais desenvolvido no ciclo do musgo. É verde e forma grupos de indivíduos, constituindo tapetes aveludados sobre o solo, rochas ou troncos de árvores. O gametófito tem filamentos que fixam o musgo ao substrato e recebem o nome de rizoides (falsas raízes); um eixo cilíndrico que lembra o caule de outras plantas e é conhecido como cauloide (falso caule); e lâminas verdes, muito simples, denominadas filoides (falsas folhas).

O esporófito, no entanto, não está sempre presente. Forma-se sobre o gametófito feminino quando ele é fecundado; consta de um eixo chamado haste, em cuja extremidade desenvolve-se uma estrutura dilatada – a cápsula, ou esporângio. A cápsula madura abre-se e libera os esporos.

Os esporos são células especiais protegidas por uma cobertura resistente. São dispersos principalmente pelo vento. Quando caem em um lugar adequado, com condições favoráveis de temperatura e umidade, germinam e geram novos gametófitos.

Por que as briófitas não conseguem alcançar tamanhos maiores?
Briófitas: Em (A), gametófitos de musgos onde podemos observar os filoides. Em (B), gametófitos de hepáticas. Em (C), gametófitos de musgos com esporófitos crescendo. Em (D), esporófitos de hepáticas.

As Pteridófitas

Características gerais

A palavra pteridófita deriva do grego pteris, que significa feto, e phyton, planta. Trata-se de uma referência ao fato de as folhas em brotamento assemelharem-se à posição de um feto humano no útero materno.

As pteridófitas são plantas que apresentam vasos condutores: o xilema, condutor de seiva bruta; e o floema, condutor de seiva elaborada. Por isso, são chamadas de traqueófitas ou vasculares. A presença desses vasos permitiu maior diversidade de formas, desde plantas herbáceas até plantas arborescentes de grande porte, como a samambaiaçu.

Grupos

Por que as briófitas não conseguem alcançar tamanhos maiores?
Pteridófitas: (A) samambaias; (B) avencas; (C) selaginela; (D) samambaiaçu; (E) cavalinha (Equisetun).

Samambaias, samambaiaçus e avencas são os representantes mais comuns entre as pteridófitas, porém há outros exemplos, como cavalinhas (Equisetun) e selaginela.

As pteridófitas, principalmente samambaias e samambaiaçus, são plantas muito utilizadas na ornamentação de ambientes, sendo cultivadas em vasos, em jardins ou mesmo no interior de casas e apartamentos. As cavalinhas são pteridófitas que lembram a cauda de um cavalo e têm folhas muito ásperas; foram muito usadas como instrumento de limpeza antes da invenção das esponjas de aço.

Organização corporal e ciclo de vida

Diferentemente das briófitas, as pteridófitas apresentam o corpo organizado em raiz, caule e folha.

Apresentam raízes verdadeiras, que permitem sua fixação ao solo e a absorção de água e sais minerais; esses materiais são distribuídos rapidamente por toda a planta. Com isso, as samambaias podem atingir um tamanho maior que as briófitas.

O caule é subterrâneo, sendo denominado rizoma. Dele saem as folhas, que recebem o nome de frondes. As folhas costumam ser compostas, constituídas por várias lâminas menores.

Na superfície das folhas podem ser formados os soros, pequenas estruturas arredondadas e escuras. Nos soros são encontrados os esporângios, responsáveis pela formação de esporos. Os esporos necessitam de umidade suficiente e de temperatura adequada para poder germinar.

Por que as briófitas não conseguem alcançar tamanhos maiores?
Esquema da organização geral de uma pteridófita.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

Veja também:

  • Reino Plantae
  • Gimnospermas
  • Angiospermas

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Porque os briófitas não atingem grandes tamanhos?

As briófitas, por serem plantas avasculares, não possuem um transporte eficiente de substâncias, o que dificultaria a passagem de água e nutrientes caso a planta atingisse grandes alturas.

Por que as pteridófitas atingem tamanhos maiores do que as briófitas?

A presença de vasos condutores permite que a água e os nutrientes sejam transportados de maneira eficiente por longas distâncias. Esta característica permite que elas atinjam tamanhos muito maiores do que os musgos. O corpo das pteridófitas já apresenta a diferenciação em raiz, caule e folhas.

O que justifica o tamanho das briófitas?

As briófitas são plantas avasculares de pequeno porte que possuem muitos e pequenos cloroplastos em suas células. O tamanho das briófitas está relacionado à ausência de vasos condutores, chegando no máximo a 10 cm em ambientes extremamente úmidos.

Por que os musgos não atingem grandes alturas?

Por não apresentarem um sistema vascular, a água e outras substâncias (como os produtos da fotossíntese) passam de célula a célula até atingir a planta toda. Esse é um processo lento, por isso os musgos acabam sendo plantas de porte pequeno.