Por que o termo condução saltatória é aplicado apenas aos axônios Mielinizados mas não aos axônios não Mielinizados?

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Por que o termo condução saltatória é aplicado apenas aos axônios Mielinizados mas não aos axônios não Mielinizados?

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para deflagrar potenciais de ação. Esses canais de Na+ ativados sofrem imediatamente o processo de
inativação e permanecem inativados. Não podem ser ativados novamente sem desinativação (Figura 2.6). Além disso, a
despolarização também impulsiona a abertura e o fechamento dos canais de K+ regulados por voltagem, e as células tornam-
se refratárias. Como não pode haver geração de nenhum potencial de ação nessa condição, é inevitável ocorrer
comprometimento disseminado das células excitáveis. A presença de baixos níveis circulantes de K+ (hipopotassemia) leva
à hiperpolarização da membrana, deslocando o potencial de membrana para longe do limiar. Em consequência, são
necessários PPSE mais fortes para gerar potenciais de ação. Os animais com hipopotassemia podem apresentar fraqueza
muscular, visto que os neurônios motores não estão gerando adequadamente potenciais de ação.
Diversas substâncias químicas afetam a condução dos potenciais de ação por meio de sua ligação aos canais iônicos na
membrana. Por exemplo, o anestésico local lidocaína (ou xilocaína) bloqueia a condução de sinais por meio de bloqueio dos
canais de Na+ regulados por voltagem. Em consequência, os neurônios tornam-se incapazes de gerar um potencial de ação,
impedindo a iniciação dos sinais de dor pelos neurônios sensitivos. A tetrodoxina (TTX), isolada do baiacu, liga-se também
aos canais de Na+ regulados por voltagem. Isso impede o disparo de potenciais de ação pelas células nervosas afetadas. O
envenenamento por TTX frequentemente é fatal devido à insuficiência respiratória.
Propagação dos potenciais de ação
Explique a sequência de eventos envolvidos no movimento do potencial de ação ao longo do axônio.
Por que o movimento do potencial de ação ao longo do axônio é normalmente unidirecional?
Quais são os dois fatores que influenciam a velocidade de condução dos potenciais de ação?
Por que o termo “condução saltatória” é aplicado apenas aos axônios mielinizados, mas não aos axônios não
mielinizados?
Todos os potenciais de ação gerados na zona de gatilho são idênticos e propagam-se ao longo
dos axônios sem perder a sua força. Essa propriedade singular de propagação (também
denominada condução) permite que um potencial de ação percorra uma longa distância. A
propagação de um potencial de ação envolve a disseminação passiva da corrente, pelo
movimento dos elétrons ao longo do axônio. Essa corrente local abre os canais de Na+ regulados
por voltagem de localização próxima e gera um novo potencial de ação (Figura 2.8A). Esse ciclo
prossegue ao longo de um axônio. Por conseguinte, a disseminação passiva de corrente ao longo
de um axônio é responsável pela regeneração ativa de um potencial de ação que continua até
alcançar a extremidade terminal de um axônio. O potencial de ação que alcança a extremidade
terminal é idêntico ao potencial de ação inicial gerado na zona de gatilho. Essa disseminação
passiva de corrente envolvendo um processo de regeneração ativo é ligeiramente semelhante ao
movimento de queda de uma série de dominós dispostos para formar uma linha. Quando o
primeiro dominó cai, ele atinge o dominó seguinte, passando a sua energia cinética. O segundo
dominó cai e transfere uma energia cinética idêntica ao terceiro dominó. Esse processo continua
até cair o último dominó.
Velocidade de condução
A propagação de potenciais de ação ao longo do axônio depende de dois princípios das
propriedades dos cabos: o diâmetro do axônio e a resistência da membrana axônica à corrente
que vaza (Figura 2.9). A corrente que passa para dentro do um axônio assemelha-se à água que
flui dentro de uma mangueira: ela enfrenta a resistência da membrana. Como a velocidade da
corrente passiva depende da condutância longitudinal do axoplasma, o aumento do tamanho do
axônio ajuda a aumentar a velocidade de condução de um axônio. Outra maneira de ajudar a
velocidade de condução consiste na mielinização dos axônios, que impede o vazamento da
corrente através da membrana do axônio, isolando-os efetivamente.
Figura 2.8 Percursos da corrente durante a propagação do potencial de ação nos axônios
mielinizados (A) e não mielinizados (B). Em ambos os axônios, a porção superior da membrana
ilustra a distribuição dos canais de Na+ e de K+ regulados por voltagem. A parte inferior do
axônio mostra a reversão de polaridade da membrana deflagrada pela despolarização local. As
correntes locais geradas por um potencial de ação fluem para áreas adjacentes da membrana
axônica, despolarizando e gerando mais potenciais de ação. Os axônios mielinizados possuem
canais de Na+ e K+ no nó de Ranvier, e os potenciais de ação saltam de um nó de Ranvier para o
seguinte. Esse processo é designado como condução saltatória.
A porção mielinizada de um axônio (internó) não tem canais de Na+ e K+ regulados por
voltagem. Esses canais estão localizados no nó de Ranvier. Em consequência, a corrente passiva
gerada por um potencial de ação precisa alcançar o nó de Ranvier adjacente para gerar um novo
potencial de ação (Figura 2.8B). Isso é possível em virtude da mielinização dos axônios. Quando
a corrente passiva gerada por um potencial de ação em um nó é forte o suficiente para alcançar o
nó adjacente, ela ativa os canais de Na+ e K+ regulados por voltagem e gera um novo potencial de
ação. Ao mesmo tempo, os canais de Na+ no nó de Ranvier precedente são inativados, os canais
de K+ se abrem, e ocorre repolarização. Esse ciclo continua até o final do axônio. Por
conseguinte, a bainha de mielina ao redor de um axônio permite que a corrente possa saltar de
um nó para o nó adjacente, em lugar de percorrer todo o axônio mícron por mícron. A condução
do potencial de ação saltando de um nó para outro é denominada condução saltatória (do latim
saltare, saltar). A mielinização aumenta a velocidade de condução sem aumentar o diâmetro do
axônio. Por exemplo, um axônio não mielinizado de 10 μm conduz potenciais de ação em uma
velocidade de 0,5 m/s, em comparação com 50 m/s por um axônio mielinizado do mesmo
diâmetro. Por conseguinte, o diâmetro maior e a mielinização dos axônios aumentam
efetivamente a velocidade de condução.
Figura 2.9 Um axônio é semelhante a um fio elétrico. As correntes locais que vazam através da
resistência da membrana (rm) são perdidas do axônio, enquanto as correntes que seguem o seu
percurso pelo axoplasma, isto é, resistência longitudinal (rin), transportam o sinal elétrico ao
longo do axônio. Por conseguinte, a transmissão de sinal ao longo do axônio é mais eficiente
pelo aumento da relação rm/rin.
Um neurônio gera potenciais de ação cujas amplitude e duração das fases ascendente e
descendente são idênticas. Os neurônios pós-sinápticos determinam a intensidade do estímulo
aplicado a neurônios pré-sinápticos por meio de monitoramento da frequência dos potenciais de
ação que chegam. É importante lembrar que um potencial graduado que ultrapassa o limiar na
zona de deflagração gera uma salva de potenciais de ação, e não apenas um potencial de ação.
Além disso, a intensidade do potencial graduado é proporcional à frequência de potenciais de
ação gerados na zona de gatilho. A quantidade de neurotransmissor liberada no terminal pré-
sináptico também é proporcional à frequência de potenciais de ação que alcançam o local pré-
sináptico.
Correlações clínicas
A desmielinização pode resultar de certas doenças, como mielopatia degenerativa e cinomose canina em animais e esclerose
múltipla nos humanos. A mielopatia degenerativa canina é uma doença lentamente progressiva e incurável da medula
espinal. Essa doença degenerativa assemelha-se à esclerose lateral amiotrófica nos humanos. Na cinomose canina, o vírus
tem como alvo as células gliais, levando à desmielinização dos axônios. Os sinais clínicos associados à desmielinização
dependem do comprometimento de fibras motoras ou sensitivas. A perda da mielina pode ter efeitos devastadores sobre a
sinalização neuronal. A intensidade da corrente gerada por potenciais de ação diminui quando a corrente vaza das áreas
desmielinizadas

O que é uma condução saltatória Na mielina do axônio?

Quando este impulso nervoso, potencial de ação, percorre o axônio, o potencial salta de um nódulo para outro; este processo é conhecido como condução saltatória. Tal fenômeno faz com que o impulso nervoso seja conduzido muito mais rapidamente que em axônios não mielinizados.

Qual a diferença entre um axônio Mielinizado é um não Mielinizado?

De acordo com a sua função, as fibras nervosas podem ser revestidas por um invólucro lipoproteico denominado bainha de mielina, sendo que aquelas que apresentam essa estrutura são as neurofibras mielinizadas, enquanto aquelas que não a possuem são chamadas de neurofibras não mielinizadas.

Por que podemos afirmar que o impulso nervoso é feito em condução saltatória?

Nas fibras mielínicas, ou seja, que possuem bainha de mielina, é possível observar que o impulso propaga-se apenas nas regiões dos nódulos de Ranvier, onde não há mielina. Em razão da existência dessa característica, afirma-se que nessas fibras a condução do impulso é saltatória.

Como a condução saltatória ocorre nas fibras Mielínicas?

As fibras nervosas podem ser mielínicas ou amielínicas. A presença da mielina nas fibras nervosas influência bastante na condução dos impulsos nervosos. Fibras com mielina permitem a condução saltatória graças aos nódulos de Ranvier e como consequencia uma velocidade maior na passagem da condução.