Por que os recifes de corais do mundo estão ameaçados?

Os corais constituem colônias de animais e plantas do mundo marinho, abrigando extraordinárias biodiversidades e produtividades. O mundo sempre se fascinou com a sua variedade de cores e com as suas múltiplas formas espantosas.

Porém, uma notícia triste e preocupante para todo o planeta é que esses corais estão ficando brancos, ou seja, estão morrendo em uma velocidade alarmante. Das 1400 espécies de corais conhecidas, 231 estão em diferentes graus de risco de extinção. Há dez anos esse número era de apenas 13. Com isso, as mais de 2 milhões de espécies abrigadas por estes também sofrem as consequências e podem até desaparecer.

Mas o que está ocasionando isto? A resposta é simples e muito comentada nos nossos dias: o aquecimento global.

Os corais são afetados diretamente pela temperatura, pela radiação solar e pela química dos oceanos.

As águas dos mares estão ficando mais quentes, com isto os corais se contraem e começam a sufocar as algas dentro deles. Estas, por sua vez, soltam toxinas para forçar o coral a expulsá-las. Por isto eles ficam doentes e com a cor branca. Se a temperatura do mar não volta ao normal, eles, por fim, morrem.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Além de mais quentes, os mares estão mais ácidos. Com o aumento da poluição, principalmente o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o oceano acaba absorvendo esses gases. Diluídos na água, é formado então o ácido carbônico, conforme a reação:

CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)

Isso afeta os corais porque o ácido “sequestra” os carbonatos da água que servem para calcificar o esqueleto dos corais. Os carbonatos (CO32-) reagem com ácidos liberando mais gás carbônico.

Os corais não são os únicos afetados, mas principalmente os crustáceos como ostras, mexilhões e caranguejos que têm as suas conchas corroídas. O plâncton calcário sofre também com isto e, uma vez que eles estão na cadeia alimentar marinha, servindo de alimento para organismos maiores, ocorrerá um desequilíbrio na cadeia inteira, inclusive em espécies que alimentam o ser humano.

É um processo químico inevitável. Por isso, medidas urgentes devem ser tomadas. Um exemplo é a Austrália que estabeleceu áreas de corais a serem protegidas de visitantes e passou a controlar o uso de fertilizantes nas plantações próximas.


Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química
Equipe Brasil Escola

Por que os recifes de corais do mundo estão ameaçados?
Ecossistemas marinhos estão entre os mais vulneráveis às mudanças do clima Tom Vierus © WCS/Divulgação

Publicidade

Recifes de corais estão entre os ecossistemas mais ameaçados do mundo pelos efeitos do aquecimento global. Caso medidas urgentes de proteção não sejam adotadas, esses organismos poderão desaparecer do planeta nas próximas três décadas.

O alerta foi dado por uma equipe internacional de cientistas ambientais na conferência Our Oceans realizada em Palau. De acordo com os pesquisadores, há recomendações que podem promover a persistência e a sobrevivência dos recifes de coral.

Os dados foram consolidados pela iniciativa Vibrant Oceans e publicados no relatório Previsão de santuários climáticos para garantir o futuro dos recifes de coral. Segundo as previsões de modelagens científicas, se os objetivos do Acordo de Paris não forem alcançados, os recifes de coral em todo o mundo se tornarão funcionalmente degradados até 2050.

Esses ecossistemas são chave para diversas espécies marinhas e são fonte de alimento, de meios de subsistência e herança cultural para meio bilhão de pessoas. Mesmo com reduções drásticas de emissões para garantir que o aquecimento global seja mantido em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, até 90% dos corais do mundo ainda podem desaparecer nas próximas três décadas

De acordo com o professor de paleobiologia na Universidade de Leicester, Jens Zinke, que pesquisa grandes habitats de corais para rastrear mudanças ambientais e climáticas nos últimos três séculos até a atualidade, os recifes de coral são os “canários na mina de carvão” da mudança do clima.

Continua após a publicidade

“Os corais podem sentir quando as temperaturas do oceano excedem um limite perigoso e nos alertam quando precisamos tomar medidas”, disse Zinke.

Em 2018, o grupo Vibrant Oceans identificou 50 recifes com maior probabilidade de resistir e sobreviver às mudanças climáticas. Os habitats estão localizados principalmente nos oceanos Pacífico e Índico, com mais recifes no Caribe e no leste da África.

Anteriormente, os 50 recifes eram escolhidos principalmente em locais que escaparam das mudanças climáticas. Agora, os cientistas pedem um portfólio mais amplo de recifes que deve incluir recifes resistentes e de rápida recuperação.

Segundo o documento organizado pelo Vibrant Oceans, esses recifes devem se tornar santuários para terem prioridade de investimento dedicado à conservação. Além disso, é preciso catalisar esforços de monitoramento de recifes de coral em larga escala e orientado por dados para testar e desenvolver novos modelos e previsões de santuários climáticos.

Outro ponto destacado pelo grupo é o uso da mais recente ciência climática sobre recifes de corais para orientar os investimentos, especialmente na medida em que os impactos das mudanças climáticas aceleram e produzem novas tensões e respostas ambientais entre os recifes.

“Alguns recifes têm a capacidade de resistir ou se recuperar do estresse térmico mais rapidamente do que outros, e esses recifes podem servir como santuários sob o aquecimento futuro. Esta é uma nova direção de pesquisa importante – encontrar esses locais e protegê-los antes que eles desapareçam”, afirmou Zinke.

Continua após a publicidade

  • Agenda Verde

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA e também tenha acesso aos conteúdos digitais de todos os outros títulos Abril*
Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

*Acesso digital ilimitado aos sites e às edições das revistas digitais nos apps: Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH. * Pagamento anual de R$ 96, equivalente a R$ 2 por semana.

Por que os recifes de corais estão ameaçados de extinção?

O principal problema seria o aumento da temperatura e a acidificação dos oceanos, causados pelo efeito estufa. Com este fenômeno, o percentual de dióxido de carbono concentrado na água sobe, o que causa o branqueamento dos corais.

Quais são as principais ameaças aos recifes de corais?

Infelizmente os recifes de coral sofrem com uma série de ameaças, que vão desde a sobrepesca até o desenvolvimento costeiro, passando pelo escoamento agrícola e o transporte marítimo. Além disso as mudanças climáticas agravam ainda mais essas ameaças locais.

O que está ameaçando a vida dos corais?

Uma das maiores ameaças aos recifes de corais é o chamado "branqueamento de corais", processo que leva à morte centenas de corais ao redor do mundo. O fenômeno ocorre quando a temperatura da água aumenta, devido a causas naturais, como o El Niño, ou provocadas pelo homem, como o aquecimento global.

Quais as ameaças e a importância da preservação dos recifes de corais?

Entre as principais ameaças aos recifes de corais, destacam-se a sedimentação excessiva, a poluição e a pesca predatória. Todos esses fatores podem, sim, definir o destino dos recifes e toda sua biodiversidade, já que sua destruição está ocorrendo sistematicamente e pouco é feito para salvá-los.