Porque a crise de 1929 é conhecida como uma crise de superprodução?

Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente, para os países europeus. p;Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter suas importações, principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920. Reconstruídas, as nações européias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos. Com a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.

Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas, passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores. A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.

A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.

A solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os preços e a produção das indústrias e das fazendas. Com isto, o governo conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do plano também o grande investimento em obras públicas (estradas, aeroportos, ferrovias, energia elétrica etc), conseguindo diminuir significativamente o desemprego. O programa foi tão bem sucedido que no começo da década de 1940 a economia norte-americana já estava funcionando normalmente.

Fonte: www.suapesquisa.com

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Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), enquanto os países da Europa estavam completamente envoltos no processo da guerra, e portanto com suas indústrias e produções afetadas, os Estados Unidos passam a suprir a demanda da Europa de produtos como aço, comida, máquinas, carvão entre outros itens básicos para a manutenção da guerra. Desde a Guerra de Secessão os Estados Unidos (861 -1865) produziam armas e munições em larga escala, e estando do outro lado do Oceano Atlântico se beneficiava produzindo para suprir a necessidade da Guerra, com praticamente nenhum ataque em seu território.

Até aquele momento a Grã-Bretanha era considerada a nação da supremacia econômica mundial, ditando através do valor do ouro toda a economia. Porém é a partir desse contexto da Primeira Guerra Mundial que a Inglaterra perde sua posição e os EUA passam a ocupar seu lugar.

A euforia econômica nos Estados Unidos começou no início da década de 1920, onde grandes empresas passam a investir em títulos na bolsa. A economia demonstrava um mar infinito de possibilidades. O consumo exagerado, altos lucros e toda a cultura do “American Way of Life” ou Modo de Vida Americano. Toda uma cultura construída sobre os pilares do mercado e do consumo.

O cinema tornou-se uma febre nessa época. A produção, principalmente de bens de consumo duráveis como os carros encararam seus melhores índices. Eram os “Loucos anos 20”. Todos viviam no apogeu do capitalismo. No entanto, desse crescimento se projetou aquela crise que é considerada como a maior que o Capitalismo já encarou. Uma crise sistêmica, onde o modelo capitalista até ali vencedor entra em decomposição. A economia que em boa parte girava entorno da especulação na bolsa e, portanto artificial, assim encontrou seu limite e rompe no momento da “Quebra da Bolsa de Nova York” em 24 de outubro de 1929.

Quebra da Bolsa de Valores de Nova York

Os principais fatores que levaram ao “Crash” foram resultado da própria euforia econômica. O aumento no consumo fez com que indústrias também aumentassem suas produções, no entanto em determinado momento já não havia mais mercado para uma produção tão extensa o que fez com que inúmeras industrias começassem a falir por não conseguirem vender suas produções.

Outro fator da grande crise foi a superprodução agrícola. O mercado agrícola tal como das indústrias, acompanhando o crescimento do consumo passou a produzir mais do que o mercado tinha capacidade de absorver. Principalmente a produção do trigo foi afetada pelo momento de retração do mercado.

A quebra da bolsa foi o auge da crise. Enquanto a euforia econômica dominava o mercado Norte Americano, milhares de pessoas passaram a investir em ações de empresas, no entanto ao encararem a crise de superprodução as ações dessas empresas passam a cair dia após dia. Na chamada “Quinta Feira Negra”, 24 de outubro de 1929, ocorre a "quebra da bolsa", dia que essas ações atingiram os mais baixos valores. Enquanto milhares de investidores tentam vender suas ações, ninguém as compra por terem noção da crise que se abateu sobre o mercado.

Diante da quebra da bolsa e da queda dos valores das ações e da crise que se abateu sobre o mercado onde ninguém mais investia ou comprava os produtos encalhados em estoques, a industria não precisa mais da mão de obra antes empregada para dar conta da demanda. Altos índices de desempregados, pessoas que antes viviam o estilo capitalista Norte Americano não possuíam mais nem o que comer.

Nesses dias os números de suicídios acompanharam a crise, crescendo entre aqueles que em um dia estavam ricos e no outro nada mais possuíam. Donos de bancos que emprestavam dinheiro e encararam a falência, empresários e operários que não possuíam mais seus empregos. A economia Norte Americana travou.

O mundo observava atônito toda àquela crise que atingiam cada país que mantinha laços econômicos com a Bolsa Norte Americana. Todos os países que exportavam produtos para os Estados Unidos passaram a sofrer com seus estoques abarrotados já que os americanos estavam importando menos. Com isso o mundo encara um momento de crise sistêmica e diversas propostas surgem para salvar o sistema.

No Brasil o principal produto de exportação era o Café, e o governo de Getúlio Vargas ao ver os estoques abarrotados e o valor das sacas despencando, toma uma atitude e manda queimar as sacas sobressalentes. Isso acontece já em 1930.

A Grande Depressão segue em decorrência da Queda da Bolsa. Todo o efeito negativo que se cria na economia mundial é devido à avaria da bolsa de Nova York. A década de 1930 se iniciada em grande conturbação devido a Depressão econômica e a crise sistêmica pela qual passa o capitalismo.

Também em decorrência a crise sistêmica do capitalismo e à Grande Depressão países europeus como Alemanha e Itália irão, na busca pela salvação do sistema capitalista, desenvolver seus meios próprios de economia, buscando a proteção nacional. Itália, Alemanha e Japão passam a desenvolver a Política de Agressão, visando posicionarem-se contrários aos rumos tomados pela economia mundial.

New Deal e uma nova guerra

Nos Estados Unidos da América em 1933 o Presidente Roosevelt é eleito e implementa um Plano chamado New Deal, que buscava restabelecer o mercado através da fiscalização do Estado aos empresários e à especulação na bolsa de valores. Dentre as medidas tomadas estava a ampliação das obras públicas, visando o aumento das vagas de emprego, a criação de empresas estatais, o restabelecimento das indústrias que passam a produzir para suprir as obras de estradas, canais, portos, escolas, moradias e canais de irrigação. Entre tantas medidas, o governo de Roosevelt promove leis de proteção aos trabalhadores e desempregados, onde esses detivessem a mínima oportunidade de participação no mercado. Roosevelt faz a roda econômica voltar a girar, promovendo emprego e dinheiro para o mercado.

O programa do New Deal teve sua parcela de sucesso, no entanto, a Grande Depressão só iria conhecer os seus dias finais com o inicio da Segunda Guerra Mundial. É uma nova guerra que trará de volta os dias de ouro à economia Norte Americana, quando o Estado passa a deter o poder de fato sobre a economia promovendo grandes exportações para suprir a guerra.

Em 1939 a Política de Agressão da Alemanha, liderada por Hitler chegaria ao seu auge na invasão à Polônia, o que deu inicio à Segunda Guerra Mundial.

Referências bibliográficas:

Brener, Jayme. 1929 - A Crise que Mudou o Mundo. Rio de Janeiro: Ática, 2006.

KARNAL, Leandro. Estados Unidos: a formação da nação, 4. ed. São Paulo: Contexto, 2007.

KARNAL, Leandro. Os textos de fundação da América: a memória da crônica e a alteridade. Ideias, n. 1, v. 11, Campinas, p. 9-14, 2004.

PANPLONA, Marco Antônio. Revendo o sonho americano: 1890-1972. São Paulo: Atual, 1996.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/crise-de-1929-grande-depressao/

Como podemos associar a Crise de 1929 com superprodução é consumismo?

Começava o período de euforia, com crescimento econômico motivado pela superprodução e pelo consumo desenfreado. A expansão do crédito facilitava esse cenário de prosperidade. Se até a Primeira Grande Guerra a Europa era o modelo a ser seguido pelo mundo, os Estados Unidos assumiram esse posto na década de 1920.

O que foi a Crise de 1929 e quais as suas consequências?

Consequências da crise de 1929 As principais consequências da maior recessão econômica enfrentada pelos EUA foram: a taxa de desemprego subiu de 4% a 27%; o PIB dos EUA caiu literalmente pela metade (50%); as exportações também tiveram uma queda de 50%;