Quais as principais doenças causadas pelos três tipos de Staphylococcus nos seres humanos?

Índice

• 1 S. aureus
• 2 Toxinas
• 3 Outros quadros clínicos
• 4 Diagnóstico e tratamento
• 5 Conclusão
  • 5.1 Referências bibliográficas

Os Staphylococcus (S.) são bactérias esféricas, agrupadas como se fosse um cacho de uvas, gram positivas, devido a grande quantidade de peptideoglicano (proteína que dá estrutura à parede celular bacteriana). Além disso, os Staphylococcus geralmente não apresentam flagelos, portanto são imóveis, nem mesmo esporas e na maioria dos casos não apresentam cápsula ou apresentam uma cápsula limitada, e são aeróbios, que precisam de oxigênio para sobreviverem, ou podem ser anaeróbios facultativos, ou seja, são bactérias que comumente não toleram locais ricos em oxigênio, porém, elas se desenvolveram e passaram a ter a faculdade ou capacidade de sobreviver a estas condições.

O gênero Staphylococcus pertence à família Micrococcaceae, atualmente com cerca de 33 espécies, 17 delas podem ser encontradas em amostras biológicas humanas, e geralmente, esse gênero faz parte da microbiota da pele humana normal, e uma das principais espécies deste gênero é o S. aureus.

S. aureus

São cocos gram positivos, conhecidos também como S. dourado, porque a coloração de suas colônias varia desde o acinzentado até o amarelo-ouro, em que a pigmentação aumenta conforme o tempo de incubação prolongado.

Estas bactérias apesar de poderem ser encontradas na microbiota da pele de até 15% dos seres humanos, são capazes de causar danos ao corpo, sendo estas bactérias oportunistas, e de grande preocupação na área médica.

Os S. aureuspossuem proteínas conhecidas como A e M, que são responsáveis por reconhecer a célula que vai infectar e permite “enganar” os macrófagos. Além disso, secretam enzimas maléficas para o organismo que o albergar, sendo as principais:

• Coagulase – são responsáveis por causar a coagulação sanguínea, transformando o fibrinogênio em fibrina, e depositando-as na superfície da célula, sendo classificados então como bactérias coagulase positiva.

• Catalase – possui a capacidade de transformar o peróxido de hidrogênio em O2 e água. Além de possuir a propriedade de degradação das proteínas sanguíneas.

• Hialuronidase – que afetam o ácido hialurônico, favorecendo assim a “separação” das células, facilitando a invasão e degradação dos tecidos.

Toxinas

Como se não bastassem as enzimas que causam danos ao organismo, essas bactérias também têm a propriedade de liberarem toxinas, para facilitarem sua invaginação, multiplicação e resistência, lesionando ainda mais tecidos do organismo humano.

As principais toxinas liberadas por essa bactéria são de 4 tipos:

• Toxina esfoliativa ou Toxina epidermolítica (fig. 1) – ou seja, que causam a lise das células epidérmicas, ocorrendo a descamação generalizada da pele, causando uma doença conhecida como Síndrome da pele escaldada.

• Toxina da Síndrome do choque tóxico (fig. 2) – que em 80% dos casos, está relacionado com a menstruação. Ela pode causar febre, vômito, diarreias, trombocitopenia, e exantema descamativo na palma das mãos e da planta dos pés.

• Enterotoxinas (de A – F) – estas são produzidas por cerca de 50%  dos S. aureus, resistentes a enzimas gastrointestinais, e que causam intoxicação alimentar.

• Exotoxinas – que são duas, a hemolisinas, como o nome indica, é uma toxina que possui um factor dermonecrótico, atuando principalmente sobre o músculo liso vascular. E a toxina leucocidina, que tem a capacidade de lisarem leucócitos.

Outros quadros clínicos

Além das enfermidades causadas pelas toxinas, essa espécie de bactéria causa quadros infecciosos supurativos, ou seja, causam problemas ou infecções com pus, e nestes casos, existe também a invasão e destruição tissular.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito a partir do isolamento da bactéria, que é feito em laboratório de microbiologia a partir de uma amostra biológica. Após o isolamento da bactéria é feito o antibiograma para verificar qual o perfil de sensibilidade do microrganismo e qual o melhor antibiótico para combatê-lo.

Já o tratamento varia de acordo com a necessidade, ou seja, o tipo de infecção e sintomas do paciente. A partir do resultado do antibiograma, o médico pode indicar qual o antibiótico que terá mais efeito contra a bactéria, sendo estes principalmente o meticilina ou oxacilina de 7 a 10 dias.

Conclusão

Apesar de termos muitas bactérias pertencentes a nossa microbiota normal, elas são sem dúvida motivo de grande preocupação na área da saúde, pois mesmos essas “inquilinas” do nosso organismo pode causar infecções oportunistas, esperando que nosso sistema imune esteja debilitado para se proliferarem, e isso ocorre com algumas espécies do gênero Staphylococcus.

No caso do S. aureus, não é comumente encontrado na flora bacteriana normal de todos os seres humanos, e por conta disso, a patogenia causada por este tipo de bactéria necessita de um cuidado redobrado para não se proliferarem e causar problemas maiores.

Concluímos que as doenças ocasionadas por esta espécie podem ser de leves a muito sérias, e precisam ser tratadas de forma rápida. Uma vez que o uso de antibióticos é o meio de tratamento simples e eficaz, sua utilização incorreta pode gerar muitos malefícios a pessoa, pois pode fazer com que aumente ainda mais a colônia de Staphylococcus, e dar ainda mais poder a bactéria, podendo trazer danos irreversíveis ao paciente.

Autora: Maysa Souza

Instagram: (@maysasouzasilva)

O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Referências bibliográficas

• COSTA, Geraldo Márcio da; PEREIRA, Ulisses de Pádua; CUSTÓDIO, Dircéia Aparecida da Costa; SILVA, Nivaldo da. Caracterização de Staphylococcus coagulase-positiva utilizando plasmas de diferentes espécies animais. 7 out. 2011. Disponível em: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-98552011000400021&lng=pt.>  Acesso em: 3 maio 2021.

• SANTOS, Laís Sevilha dos. Staphylococcus aureus RESISTENTE À METICILINA ADQUIRIDO NA COMUNIDADE (CA-MRSA). Orientador: Msc. Fabíola Fernandes dos Santos Castro. 2015. 19 f. Monografia (Graduanda do curso de Biomedicina) – Brasília. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6864/1/21234857.pdf.>  Acesso em: 10 maio 2021.

• SANTOS, André Luis dos, et al. Staphylococcus aureus: visitando uma cepa de importância hospitalar. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, [S. l.], dez. 2007. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442007000600005> Acesso em: 8 maio 2021.

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