Quais foram as transformações ocorridas no mundo do trabalho com a globalização?

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Quais foram as transformações ocorridas no mundo do trabalho com a globalização?

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PEDAGOGIA NAS INSTITUIÇÕES NÃO 
ESCOLARES
AS TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO 
MUNDO DO TRABALHO: O PARADIGMA 
FLEXÍVEL E SEUS IMPACTOS NA 
QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Caracterizar as mudanças na esfera da produção e do trabalho que marcam o paradigma flexível;
2. analisar as mudanças políticas vividas pelos estados após a crise: o neoliberalismo;
3. caracterizar a Reforma do Estado e a constituição do Terceiro Setor;
4. caracterizar as reformas nas políticas sociais implementadas pelos governos neoliberais nos anos 80 e 90;
5. identificar os principais elementos do novo paradigma tecnológico: o toytismo;
6. analisar os impactos sobre o conteúdo do trabalho, sobre a divisão do trabalho e sobre a qualificação dos
trabalhadores causados pela mudança na base técnica e pela organização do processo de trabalho próprias do
paradigma flexível;
7. analisar a polarização das qualificações e a segmentação ocorrida na classe trabalhadora como consequências
das mudanças introduzidas na produção e organização do trabalho no paradigma flexível;
8. analisar as transformações ocorridas nas relações de trabalho e no mercado de trabalho e seus impactos para
os trabalhadores.
1 Introdução
Na aula anterior, você viu como a realidade do desenvolvimento das economias capitalistas dos anos dourados
foi alterada pela crise que se iniciou nos anos 70. O esgotamento do bem-sucedido período fordista de
acumulação capitalista determinou a crise que inaugurou uma nova fase do capitalismo e provocou profundas
transformações em todas as esferas da vida social. A globalização e o domínio do capital financeiro passam a
predominar no mundo após os anos 70.
Nos anos que se seguiram à crise, a ascensão do neoliberalismo promove mudanças no âmbito estatal. Ocorre a
reforma do Estado e uma redefinição das relações do Estado com a sociedade civil. Os neoliberais defendem a
reconstituição do mercado, da competição e do individualismo, como argumentos básicos para as mudanças
realizadas tanto no âmbito da política econômica, quanto nas políticas sociais. Propõem a eliminação da
intervenção do Estado na economia, seja no que diz respeito ao planejamento mais sistemático, seja no que
concerne à sua atuação enquanto produtor direto, através da desregulamentação das atividades econômicas e da
privatização.
Caro aluno, antes de iniciar a aula conheça um pouco mais sobre as transformações no mundo do trabalho.
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Os neoliberais acusam o Estado de Bem-estar de ser antieconômico, (porque provoca crise fiscal), antiprodutivo
(porque desestimula o trabalho e o investimento), ineficaz (porque favorece o monopólio estatal e a tutela dos
interesses particulares) e ineficiente (porque elimina as formas tradicionais - - família e comunidade – de
proteção social).
Considerado pelos neoliberais como o vilão da crise, o Bem-estar Social foi colocado em questão e, por isso, são
realizados cortes nas políticas sociais. As políticas sociais no neoliberalismo já não são mais para todos como no
Bem-estar Social. São políticas só para os mais carentes.
Visando reduzir os gastos sociais, as políticas sociais neoliberais passam a ter um caráter mais pontual,
assistencialista e compensatório. Só alguns se beneficiam dessas políticas. O Estado não “gasta” mais com todos.
A lógica não é mais a universalidade, a igualdade, mas sim a equidade: “dar mais a quem tem menos”. Esta
corresponde a uma estratégia para a manutenção da ordem social desigual.
A globalização econômica, que se caracteriza por uma maior aceleração, concentração e mobilidade do capital,
vem, a partir dos anos 70, impondo uma nova ordem nas relações econômicas entre as nações. Esse processo,
denominado por muitos de mundialização, a um só tempo dinamiza a economia, internacionalizando mercados e
serviços financeiros, e provoca novos arranjos estruturais, aprofundando as contradições sociais e políticas.
Convive-se com uma nova organização social da produção que exige formas distintas de cooperação capitalista,
marcadas pela necessidade de articulação e integração de empresas. Essa nova ordem determina também que as
empresas busquem estratégias de elevação da competitividade, mediante a utilização intensiva de tecnologia e
inovações nos processos de gestão do trabalho. A produção passa por um processo de reestruturação que traz
imensas consequências para o mundo do trabalho. De fato, o novo paradigma conta com um novo modelo
tecnológico, a especialização flexível, do qual o toyotismo é o formato mais emblemático. Esse novo modelo está
fundado em novas bases tecnológicas e produtivas e é promotor de mudanças no âmbito da divisão do trabalho,
dos conteúdos do trabalho e da qualificação dos trabalhadores.
Por sua vez, essas transformações produtivas são responsáveis (ao lado das políticas econômicas neoliberais)
pela redução do emprego assalariado que marca os anos 90. Assim, o processo de reestruturação produtiva
trouxe também profundas mudanças para o mercado de trabalho, que passa a incorporar dimensões novas,
como a informalização das camadas médias, além de acentuar traços que nele já estavam presentes, como as
atividades informais e a flexibilização do trabalho. Assiste-se então à adoção de terceirizações e de
subcontratações, à contração do emprego, à expansão do mercado informal, à desregulamentação dos contratos
de trabalho, à precarização das condições de trabalho, à eliminação de postos de trabalho, ao desemprego
estrutural e crônico, enfim, à exclusão social
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Essas transformações de ordem econômica correspondem a mudanças no plano estatal. Rompem-se as barreiras
que antes regulamentavam e protegiam as economias nacionais. Os estados redefinem suas funções e seu
espectro de atuação. Ocorre a reforma do aparelho estatal, o estabelecimento de relações de um novo tipo entre
o Estado e a sociedade civil e a realização de mudanças na condução das políticas sociais (MONTAÑO, 2002). As
mudanças no papel e funções do Estado, que busca agora articular um crescimento econômico não includente
com menor compromisso com a produção e distribuição de benefícios sociais, levam à adoção de novas
estratégias de desenvolvimento de políticas sociais, como forma de garantir a continuidade do processo de
acumulação e, ao mesmo tempo, evitar que o acirramento da desigualdade social possa se transformar em
conflito político incontornável. A privatização, a focalização e a descentralização das políticas são implementadas
como tentativa de resolução dessa problemática, marcando de modo distintivo a totalidade das políticas sociais
da maioria dos países ocidentais.
Este é o contexto que iremos aprofundar nesta aula: os processos de reestruturação econômica e de reforma
política que ocorrem a partir anos 70 visando à retomada do patamar de acumulação capitalista que havia sido
posto em questão com a crise do regime de acumulação fordista. Vamos assim tratar da ascensão do novo regime
de acumulação: o paradigma flexível (que envolve uma nova base técnica e tecnológica) e seu respectivo modo
de regulação: o Estado Neoliberal ou Mínimo.
2 O Estado Neoliberal
Os anos 80 e 90 são marcados por mudanças no âmbito estatal que correspondem a adaptações e alterações na
configuração e nas políticas sociais desenvolvidas pelos Estados de Bem-estar que se consolidaram nos países
centrais no pós-guerra. Como vimos na aula passada, o pensamento neoliberal se tornou hegemônico e saiu
vitorioso com a eleição dos governos conservadores, trazendo a necessidade de romper com as antigas
estratégias de condução das políticas econômicas e sociais.
Essa ruptura é interpretada por alguns autores como Laurell (1995) como relativa à necessidade de adequar o
Estado às exigências impostas pela tentativa de adoção de um novo regime de acumulação e desencadear uma
nova etapa de expansão capitalista, atrelada a um novo ciclo de concentração de capital. Tratava-se de criar as
condições políticas

Quais foram as mudanças no mundo do trabalho com a globalização?

As relações de trabalho na globalização expressam-se pela flexibilização, terceirização e crescimento da informalidade. O processo de globalização e internacionalização da economia esteve acompanhado de uma série de transformações nas estruturas elementares do sistema capitalista, que conheceu a sua integração mundial.

Quais os impactos da globalização no mundo do trabalho e no meio ambiente?

Efeitos negativos ao meio ambiente O desenvolvimento massivo de meios de transportes que ocorreu em paralelo à globalização é responsável por graves problemas ambientais, incluindo emissões de gases de efeito estufa, poluição do ar e contribuição para o aquecimento global.

Quais mudanças que a globalização e o desenvolvimento tecnológico tem realizado no mercado de trabalho?

O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.

Qual o impacto da globalização nas empresas?

Isso porque a globalização, além de impulsionar as operações de comércio exterior, facilitou a transmissão de informação e o compartilhamento de novas tecnologias pelo mundo. De certa forma, a globalização permitiu que as empresas ampliassem o seu campo de atuação, não se restringindo apenas ao território de seu país.