Quais os principais impactos causados pela falta de saneamento básico?

Saúde e qualidade de vida

Cerca de 40% da população brasileira vive em regiões sem saneamento básico e está exposta a diversas doenças causadas, principalmente, pela falta de tratamento da água e do esgoto. Neste artigo veremos à quais doenças essas pessoas estão expostas. Versão original criada por Ana Lucia Souto.

Saúde e qualidade de vida

O intenso processo de expansão urbana sem o devido planejamento tem ocasionado vários problemas para a população: diversos tipos de poluição, congestionamentos, ocupação irregular do solo, violência, destinação inadequada dos resíduos sólidos, etc. A ausência dos serviços de saneamento ambiental é um dos problemas característicos dos centros urbanos, fato que influencia diretamente nos índices de mortalidade infantil.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), “saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social”. Portanto, o saneamento não se restringe ao abastecimento de água limpa e a coleta e tratamento do esgoto sanitário, sendo um conjunto de ações que também inclui a coleta de lixo e a limpeza das vias públicas, proporcionando, assim, um ambiente saudável para os habitantes.

A ausência de saneamento básico é detectada em vários países, inclusive nos desenvolvidos. Conforme dados do Relatório do Desenvolvimento Humano de 2006, realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), aproximadamente 2,6 bilhões de pessoas no mundo não são atendidas pelos serviços de saneamento, sendo os africanos e os asiáticos os mais afetados: 1,635 bilhão de pessoas.

Esse processo reflete nas taxas de mortalidade infantil, pois a falta de saneamento pode provocar a transmissão de doenças, contaminação de alimentos e de água, sendo que as crianças são as principais vítimas. A OMS estima que 6% de todas as doenças no mundo são causadas por consumo de água não tratada e pela falta de coleta de esgoto. Entre elas estão: hepatite A, febre tifoide, malária, diarreia, cólera, febre amarela, amebíase, etc.

Mais de 15 milhões de pessoas morrem em todo o mundo por doenças infecciosas originadas pela falta de saneamento, segundo a OMS. Esse é um tema tão importante que está relacionado entre as Metas de Desenvolvimento do Milênio (conjunto de oito metas a serem atingidas até 2015 por todos os países), em que ficou estabelecido que se deve reduzir à metade o número de pessoas sem acesso a saneamento básico.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

6 minutos para ler

Ter acesso à água potável devidamente tratada e a um serviço de coleta e tratamento de esgoto eficiente não está ao alcance de muitos brasileiros. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 83,3% da população recebe água de boa qualidade nas residências. Com relação ao esgoto, esse índice é apenas de 42,7%.

Os dados são referentes a 2015 e mostram como é complicado enfrentar os problemas de saneamento básico. Para os cidadãos terem mais saúde e bem-estar, é essencial que haja serviços qualificados de abastecimento, tratamento e distribuição de água. O mesmo deve acontecer com a coleta, destinação e gerenciamento de esgoto e do lixo.

Neste post, vamos destacar os impactos da falta de saneamento, os motivos que provocam esse problema e o que pode ser feito pela administração pública para minimizá-lo. Confira!

Quais são os impactos da falta de saneamento para a população?

Inicialmente, é válido apontar que o saneamento básico no Brasil engloba quatro pilares: abastecimento de água, esgoto (esgotamento sanitário), drenagem urbana e gestão de resíduos sólidos. A falta de investimento nesse setor pode provocar uma série de problemas relacionados com a saúde pública.

Um deles abrange o aumento de doenças ligadas à contaminação da água. Elas são causadas por vetores que se multiplicam em reservatórios hídricos e se proliferam no lixo, que é jogado de maneira desordenada. A ausência de uma gestão eficiente dos resíduos é responsável por provocar alagamentos nas grandes cidades.

Isso acontece porque a rede de drenagem urbana não tem condições, em alguns momentos, de suportar o volume de água da chuva. É bastante comum ver centros urbanos com ruas alagadas e trânsito caótico por causa de enchentes.

Um dos principais problemas de saneamento básico no Brasil se refere à ausência de um serviço abrangente de coleta e tratamento de esgoto. Esse aspecto é responsável pelo Brasil conviver com doenças que poderiam ser perfeitamente erradicadas, como:

  • leptospirose;
  • cólera;
  • ascaridíase (lombriga);
  • febre tifoide;
  • giardíase. 

Meio ambiente

A questão do saneamento também envolve problemas ligados à contaminação ambiental das cidades, como a poluição de rios, lagoas e do solo, cuja descontaminação é um processo muito complexo.

Em um longo prazo, a contaminação pode atingir áreas inteiras. Dependendo do prejuízo ambiental da área, é necessária uma obra gigantesca para reverter a situação, algo que o ambiente não faz naturalmente.

Por exemplo, quando há um lixão (local de descarte regular de lixo), aquela área só vai ser descontaminada por um outro projeto de grande porte. Por isso, é melhor e mais barato prevenir essas situações.

Quais são as principais causas do problema?

Os problemas de saneamento básico no Brasil envolvem questões culturais, como o desperdício de água e o descarte inapropriado dos resíduos nas redes de drenagem urbana. Outro fator são as crises hídricas que estão ocorrendo com mais frequência em virtude da falta de chuvas.

Mesmo assim, é comum ver pessoas, em algumas localidades, não utilizarem a água de forma racional, lavando os quintais e as calçadas com mangueiras com frequência. Também há falhas no sistema de abastecimento de água que provocam o desperdício e deixam esse bem mais escasso para a população.

Tão preocupante quanto isso é a falta de investimentos mais sólidos na expansão de rede coletora e de tratamento de esgoto. A maioria dos municípios brasileiros não tem uma cobertura ampla para captar e gerenciar esses resíduos, que acabam sendo jogados nos mananciais (rios, lagos etc.), degradando tais locais.

Isso faz com que haja um maior investimento em produtos químicos para o tratamento da água, o que influencia no preço cobrado pelos serviços para a população. Muitas cidades não dispõem de locais adequados para o descarte do lixo. Esse aspecto, junto com a falta de consciência ambiental dos cidadãos, pode impactar negativamente na drenagem urbana.

Resíduos

Por causa do excesso de resíduos, os bueiros ficam entupidos e não conseguem escoar a água das chuvas. Essa situação fica ainda mais dramática quando ocorrem enchentes que, dependendo da quantidade de água, podem causar acidentes graves e colocando a vida de pessoas em risco.

Se o poder público e a sociedade não se envolverem para resolver os problemas de saneamento básico, doenças, alagamentos e acidentes ambientais estarão presentes por muito tempo no dia a dia da população.

Como os gestores públicos têm enfrentado a questão?

Um passo importante para um maior esforço na melhoria da qualidade de vida no meio urbano e na zona rural foi a publicação da Lei 11.445/2007. Ela estabelece as diretrizes nacionais do saneamento básico, fazendo com que sejam definidas as competências da União, Estados e Municípios para a universalização dos serviços.

Os municípios precisam elaborar planos de saneamento que abordem a situação da rede de abastecimento e de tratamento de água e o que deve ser feito para essas atividades serem executadas de maneira correta.

Nos Estados, as companhias de água e de esgoto estão fazendo Parcerias Público-Privadas (PPPs) para atrair investimentos e expandir a oferta do atendimento à população. No Espirito Santo, os municípios de Vila Velha e Serra adotaram esse mecanismo com o objetivo de aumentar a cobertura de coleta e de tratamento de esgoto.

O poder público também se esforça em ações de conscientização para evitar que os moradores joguem resíduos irregularmente nas redes de drenagem e nos mananciais. A medida é uma forma de evitar que o entupimento de bueiros e a contaminação da água nos rios.

Os problemas de saneamento básico devem ser combatidos com planejamento e inteligência pela administração pública. Em um momento de escassez de recursos financeiros no investimento em obras de infraestrutura, é fundamental que sejam feitas parcerias com iniciativa privada e outros setores da sociedade para a melhoria dos serviços de gestão de resíduos e de tratamento de água e esgoto.

Se você tem dúvidas ou um bom exemplo de ações que aperfeiçoaram os serviços de saneamento básico, deixei o seu comentário neste post. Estamos abertos à troca de ideias!

Quais são os impactos da falta de saneamento básico?

Já o saneamento básico é importante para a qualidade de vida e o desenvolvimento da sociedade, uma vez que o contato com esgoto e o consumo de água sem tratamento estão ligadas à altas taxas de mortalidade infantil, tendo como principais causas doenças como parasitoses, diarreias, febre tifoide e leptospirose.

Quais são as causas da falta de saneamento básico?

Políticas públicas ineficientes e processos de intensificação da desigualdade social fazem com que o saneamento se mantenha atrasado no país. A seguir falaremos sobre um outro fator que pode justificar o atraso brasileiro no saneamento.

Quais os problemas do saneamento básico no Brasil?

Segundo dados de 2019, quase 35 milhões de pessoas vivem em locais sem acesso à água tratada, 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta de esgoto e somente 49% dos esgotos no país são tratados. As mais de 273 mil internações por doenças de veiculação hídrica resultaram em um custo de R$ 108 milhões ao país em 2019.