Quais são os aspectos psicológicos do envelhecimento?

Envelhecer satisfatoriamente depende do equilíbrio entre as limitações e possibilidades de cada um, que sempre estão presentes. Temos que ter em conta que as pessoas não envelhecem da mesma maneira, masculino ou feminino, morar na zona urbana ou na zona rural, pessoas que vivem sozinhas ou acompanhadas, os que são ativos ou inativos, os clinicamente mais saudáveis, os com problemas de saúde. Assim como o desenvolvimento e rede social em que os idosos estão ou não ligados.

O que queremos dizer com isto é que dentro das características pessoais, os vários componentes de personalidade, que ajudaram essas pessoas a permear uma caminhada de muitos anos, vão poder facilitar ou dificultar o seu relacionamento consigo mesmo como com o mundo que o rodeia. A presença da flexibilidade de tolerar situações adversas e buscar encontrar estratégias mais adequadas diz respeito a uma velhice construída desde o início da vida, facilitando então uma boa adaptação ou não. O investimento pessoal inicia na infância e vai percorrendo a juventude, a fase adulta e posteriormente a fase da maturidade continuada, que pode ser o que chamamos de terceira idade.

Concluindo, podemos dizer da importância desta atenção ao nosso futuro, e que para chegarmos a uma velhice com maior qualidade de vida temos que começar muito cedo, ao mesmo tempo que precisamos respeitar as diferenças que advêm da história de vida de cada um.

Entenda aqui alguns dos aspectos psicológicos do envelhecimento e como ter uma mente jovem e saudável é fundamental para a qualidade de vida na velhice.

Quais são os aspectos psicológicos do envelhecimento?
Aspectos psicológicos do envelhecimento

Com o avanço da medicina, que tem proporcionado mais tempo de vida, a população idosa vem crescendo nos últimos anos.

O envelhecimento, que nada mais é do que os efeitos da passagem do tempo, precisa ser o mais saudável possível para que o idoso tenha qualidade de vida e seja feliz.

Uma velhice bem sucedida é aquela em que você está bem tanto fisicamente quanto psicologicamente.

O segredo para uma vida feliz é aproveitar da melhor maneira todas as fases da vida, superando conflitos e problemas que surgem em cada ciclo, inclusive na velhice.

Além, é claro, de ter um acompanhamento médico com foco na prevenção e tratamento de doenças.

E ter uma ‘mente saudável’ é sem dúvida a chave para um envelhecimento feliz.

Aspectos psicológicos do envelhecimento: pontos a serem observados

Não é uma tarefa fácil, já que muitas mudanças ocorrem nesta fase, como perda de familiares e amigos próximos, limitações físicas, aposentadoria (eliminando a rotina do trabalho), entre outras.

Infelizmente, há aqueles que não conseguem ver o lado bom de envelhecer. Não percebem como todas as histórias e experiências acumuladas são uma grande riqueza neste mundo, principalmente para os jovens.

Estes se prendem apenas a algumas dores e esquecimentos inevitáveis da idade e esquecem todo o lado bom.

Aí é onde mora o perigo! A tristeza e a falta de adaptação desta nova rotina e mudanças no corpo aumentam as chances de o idoso desenvolver um quadro de depressão e outras doenças, principalmente as autoimunes.

Por isso, a família deve ficar alerta, pois a depressão em um idoso faz com que ele perca o interesse pela vida.

Essa atenção tem que ser dobrada e, se for o caso, é preciso procurar ajuda médica.

Processo de envelhecimento: mantenha a mente jovem

Quais são os aspectos psicológicos do envelhecimento?
Processo de envelhecimento: mantenha a mente jovem

A verdade é que cada um de nós podemos escolher como queremos envelhecer.

É uma escolha individual de cada ser humano. Portanto, escolha ser feliz, procure apoio da família e de amigos e, se possível, recorra a atividades físicas e sociais.

Uma velhice saudável é a consequência de uma vida saudável, pense nisso.

Busque a felicidade e encare a velhice como uma oportunidade de ensinar todo o conhecimento adquirido ao longo dos anos.

— e, consequentemente do desconhecido — sempre tomou conta do ser humano. Se analisarmos os contos de fadas, as bruxas e vilãs sempre são aquelas que desejam ter a aparência jovem da princesa ou que, através de magia, conseguem se manter lindas e moças para sempre.

Mas por que o processo de envelhecimento não é internalizado como natural? Por que fugimos tanto da velhice? Seja com os anúncios de creme anti-idade ou com as cirurgias plásticas, não aceitamos o fato de que o corpo e a mente amadurecem, assim como qualquer processo da natureza.

A situação do idoso no Brasil ainda se apoia na ideia de que são pessoas incapazes, doentes e frágeis, sendo um dos fatores para o grande número de abandono na terceira idade. A gerontóloga do Prevent Senior, Paula Mello Gomes, aponta que “o Brasil peca muito em todos os quesitos como acesso à educação, saúde, divisão de renda, assim, os idosos são mais uma parcela da população que sofrem com a falta de um sistema acolhedor e dê condições para um vida digna. Assim, por não ser muito valorizado socialmente, principalmente pelo ponto econômico, eles acabam sendo muito negligenciados pela sociedade”.

O envelhecimento da população brasileira é um fato. Segundo o médico geriatra Alexandre Kalache, em entrevista para O Globo, “o grupo populacional que mais cresce e continuará crescendo no país é o de idosos. Dentro desse grupo, o que mais rapidamente vai crescer é o das pessoas com mais de 80. A demografia tem impacto na sociedade como um todo, não só na economia, mas na forma de viver, nos sistemas públicos de saúde… Seremos, daqui a pouco, um país idoso. E a velocidade desse envelhecimento é um desafio”.

Porém, com o pensamento errado de que ser velho é igual a ser doente e incapaz, é quase que esperado que o medo de chegar a esse estágio da vida aconteça. Assim, muitos adultos entram em parafuso quando passam dos 50, pois a temida velhice se aproxima. Pintar a terceira idade dessa maneira é extremamente prejudicial para o envelhecimento saudável, seja fisicamente ou psicologicamente. É vital que esse conceito de velhice seja transformado para que menos pessoas sofram de transtornos psicológicos e frustrações, ainda que vivam mais. De que adianta a medicina evoluir, nos dar longevidade, se não conseguimos aproveitar psicologicamente e emocionalmente essa fase da vida?

A depressão no idoso, assim como a solidão e outros problemas psicológicos são muito comuns. A gerontóloga Paula Mello Gomes explica: “Pensando em depressão, sim, essa tem aumentado muito a prevalência entre essa faixa etária. Os principais aspectos se dão devido às mudanças sociais, como aposentadoria, perda de entes e amigos e até a própria adaptação às novas condições físicas e muito relacionada com as perdas cognitivas (memória e atenção), assim, dependendo da resiliência,  se não conseguir uma resposta rápida e positiva há esse acometimento”.

Saiba tudo sobre depressão aqui!

Ela também aponta que um outro fator que contribui para os transtornos é a nossa própria organização social, em que a interação entre as pessoas de idades diferentes são menores, muito mais online que presencial, assim, essa doença tem impactado muito a velhice. “Quadros depressivos pouco tratados ou ignorados ao longo da vida têm maior prevalência e impacto nesses casos – gira em torno de 50% de prevalência contra 12-15% em aqueles que desenvolvem o quadro depressivo na velhice, segundo os últimos dados do estudo SABE de 2005. No entanto, essa não é a principal causa de adoecimento entre idosos, mas merece atenção pela conjuntura física e cognitiva do idoso e principalmente por se pensar em tratamentos mais efetivos em épocas anteriores”, aponta.

Envelhecimento psicológico saudável

Envelhecer com saúde: esse é o sonho de todo mundo, não é mesmo? O idoso ativo, ou seja, aquele que pratica exercícios físicos, se alimenta bem e realiza todos os cuidados periódicos de saúde, está crescendo. Mas não é só da saúde física que esse idoso precisa cuidar, afinal, saber envelhecer psicologicamente é mais que uma questão de sobrevivência, e sim, uma questão de viver bem.

Em pesquisa divulgada na American Psychological Association, os estudiosos afirmam que “Com a idade, as pessoas colocam mais valor em objetivos emocionalmente significativos, consequentemente, investem mais nas fontes cognitivas e comportamentais em consegui-los”. Ou seja, a tendência de que a maturidade e a experiência sejam aliadas do processo de envelhecimento psicológico saudável é plausível. Os pesquisadores também apontam a positividade como chave para esse envelhecimento saudável, já que, em teoria, com menos tempo de vida, os indivíduos da terceira idade voltam suas atenções à essas emoções positivas.

É claro que o histórico e contexto em que esse idoso viveu conta muito! O que a pesquisa sugere é que os velhinhos, por terem passado por mais situações, sabem melhor com o que se preocupar e com o que não. Sabem quais emoções são boas, e quais não são. A questão essencial aqui é fazer com que eles a despertem e utilizem essa tendência, ao invés de cair em depressão e outros problemas.

Com a perspectiva de levar a psicologia como um meio de desenvolver bem-estar e felicidade, o psicólogo Mark Seligman, juntamente com outros colegas, decidiram criar a psicologia positiva. Segundo ele, essa linha da psicologia possui alguns objetivos fundamentais:

  • Se preocupar com os pontos fortes do ser humano tanto quanto com suas fraquezas;
  • Se interessar pelas melhores coisas da vida;
  • Se dedicar à fazer a vida de pessoas comuns mais gratificante;
  • Desenvolver genialidade;
  • Promover talentos;
  • Humanizar a psicologia;

A felicidade e o bem-estar podem ser encontrados na terceira idade. Grupos de idosos, centros de convivência para idosos e outras atividades sociais são extremamente importante para desenvolver a inteligência emocional e colocar em prática a psicologia positiva. O auxílio de psicólogos e profissionais da saúde é essencial, mas é imprescindível que a pessoa também continue o processo nos seus tempos de lazer e em casa, com reuniões de amigos, hobbies, festas, danças de salão, esportes ou qualquer atividade que o idoso tenha interesse.

Seligman acredita que há 3 diferentes vidas felizes possíveis. A primeira é aquela em que aproveitamos e vivemos todos os prazeres que pudermos, de modo que as emoções positivas sejam despertadas. A segunda, é encontrar fluidez na vida, de modo que a família, o trabalho e os acontecimentos diários não se tornem pesados, e sim, internalizados de modo que o indivíduo se conecte consigo mesmo e com o meio em que vive. E, por fim, a terceira vida é a da busca por sentido e significado.

Assim, seguir a psicologia positiva atrelada aos cuidados da saúde física é essencial para envelhecer bem e, assim, viver não a velhice, mas sim, a melhor ida

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Juliana Sonsin

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Libero e especializada em saúde. Apaixonada por escrever roteiros de vídeos, produzir (e assistir) documentários e ler sobre tudo um pouco. Acredito no jornalismo ético como um meio de trazer ao público informações e histórias que valem a pena serem contadas. Gosto de viajar, fazer yoga e assistir séries.

O que é o envelhecimento psicológico?

O envelhecimento psíquico6 ou amadurecimen- to não é naturalmente progressivo nem ocorre ine- xoravelmente, como efeito da passagem de tempo. Depende também da passagem do tempo, mas, so- bretudo, do esforço pessoal contínuo na busca do autoconhecimento e do sentido da vida.

Quais os aspectos podemos elencar no processo de envelhecimento psicológico?

O isolamento familiar; as alterações na imagem; a perda de entes queridos e até mesmo o pensamento na morte; o afastamento do trabalho e da vida produtiva, que o fazem se sentir inútil; a ausência de paciência com suas limitações (esquecimento, lentidão etc.); dentre outros fatores acabam propiciando o desenvolvimento ...

Quais são os aspectos fisiológicos e psicológicos do envelhecimento?

A idade avançada é acompanhada por perdas, acentuando-se os problemas de saúde, de depressão, e, muitas vezes, de rejeição, apesar de ser a fase da sabedoria e da maturidade. As alterações psicológicas surgem através de diversos fatores que podem conduzir ao engrandecimento ou ao esgotamento do idoso.

Quais são os aspectos gerais do envelhecimento?

As alterações mais importantes, características do envelhecimento, ocorrem no cérebro. O cérebro diminui de peso e tamanho. Nota-se uma redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20% aos 90 anos de idade 7. A redução da massa cerebral está associada à perda neuronal, que não é uniforme.