Quais são os riscos ambientais provocados nos oceanos e mares?

Quais são os riscos ambientais provocados nos oceanos e mares?
Derramamento de petróleo: um dos maiores desastres ambientais e com um impacto que pode durar por vários anos.

O derramamento de petróleo nos oceanos é considerado uma catástrofe ambiental. Os impactos causados por ele, seja na sociedade, na economia ou no meio ambiente, são imensuráveis. A mancha de petróleo que se espalha pelo mar, além de contaminar a água, mata milhares de aves, peixes e corais.

Os derramamentos de petróleo podem ocorrer por diversos motivos, como acidentes com navios petroleiros, embarcações não preparadas, acidentes nas plataformas, explosões de poços ou até tanques com carregamento acima do limite permitido.

O petróleo derramado espalha-se pela superfície da água formando uma camada negra ou castanha que impede a passagem da luz, afetando a fotossíntese e destruindo o plâncton. Essa fina camada que se forma também impede a troca de gases entre a água e o ar.

Todos os animais aquáticos são prejudicados pelo derramamento de petróleo: os peixes, por exemplo, morrem por asfixia pois, o óleo gruda-se nas brânquias impedindo a respiração; aves marinhas, além de se intoxicarem, ficam com as penas cobertas de petróleo, não conseguindo alçar voo e nem regular a temperatura corporal, levando à morte.

Quais são os riscos ambientais provocados nos oceanos e mares?
Quando o óleo entra em contato com os animais, ele pode levá-los à morte devido a uma série de fatores, como intoxicação e desequilíbrio térmico.

Os mamíferos, também por não conseguirem regular a temperatura corporal, não conseguem se proteger do frio e acabam morrendo. Se algum animal ingerir esse óleo, ele pode provocar um envenenamento em toda a cadeia alimentar, prejudicando o ecossistema marinho.

Além do impacto ambiental há o impacto para os humanos: o óleo derramado pode contaminar a água potável ou, até mesmo, o homem pode ingerir algum animal contaminado. É importante destacar que o óleo é extremamente tóxico e nós seres humanos não estamos isentos. A longo prazo, nosso corpo sofre com impactos nos sistemas reprodutivo, respiratório, endócrino e outras anormalidades.

Maiores derramamentos de petróleo

Deepwater Horizon é considerado o maior derramamento de petróleo da história, provocado por um acidente em abril de 2010. O problema começou após um vazamento de um jato de óleo no fundo do mar, que levou à explosão da plataforma de petróleo da BP, Deepwater Horizon. O óleo se espalhou livremente por mais de 85 dias até ser contido em 15 de julho de 2010.

O acidente matou 11 trabalhadores da plataforma e estima-se que 53.000 barris fluíram para o Golfo do México a cada dia. Os danos ao meio marinho foram catastróficos; cerca de 920 quilômetros de costas ficaram cobertos de manchas de óleo. Segundo o Centro de Diversidade Biológica, o derramamento matou mais de 82.000 aves, 25.900 mamíferos, 6.000 tartarugas e dezenas de milhares de peixes, entre outros.

Derrame de 400 toneladas de crude depois de colisão de navios na China: Pelo menos 400 toneladas de petróleo em bruto foram derramadas no Mar Amarelo, depois de um navio de carga ter colidido esta semana com um petroleiro, ao largo do porto de Qingdao, https://t.co/gBvVTK2nrz pic.twitter.com/Au5R2xKA2i

— dnoticias.pt (@dnoticiaspt) April 29, 2021

Mais recentemente, ao longo do Porto de Qingdao, no nordeste da China, em abril de 2021, uma colisão entre navios resultou no derramamento de 400 toneladas de óleo bruto, causando uma mancha de 3 quilômetros de extensão. De acordo com a Administração de Segurança Marítima de Shandong, foram necessários mais de dez barcos de limpeza para tentar impedir o avanço do óleo.

A contenção das manchas de petróleo é bastante difícil, uma vez que as correntes marítimas e de ar atuam na dispersão do óleo pelas águas. Com barreiras de contenção, as equipes tentaram evitar que o óleo se espalhasse para uma área ainda maior. Contudo, por mais que ele seja contido, a parte que se dissolve na água espalha-se, contaminando toda a costa.

Ao longo da história, os nossos mares têm sofrido com estes incidentes em petrolíferas e o petróleo não só mata espécies marinhas, como também destrói o seu habitat deixando danos irreversíveis. Este é um problema ambiental que deve ser prevenido em todas as suas instâncias.

Lixo marinho 
O lixo marinho é constituído opor uma infinidade de materiais, que chegam ao mar por inúmeras vias. Na prática qualquer resíduo descartado ou abandonado, sem ser encaminhado para os locais corretos, pode acabar no oceano, originando lixo marinho. De acordo com as Nações Unidas, cerca de 80% de todo o lixo que encontramos no mar tem origem em terra, sendo levado para o mar através principalmente dos rios, mas também pela ação dos ventos.
Os restantes 20% estão relacionados com atividades marítimas, sendo atirados ao mar a partir de embarcações ou resultando de artes de pesca abandonadas ou perdidas. Entre o lixo marinho, os resíduos de plástico constituem a fração mais representativa (entre 60 a 95%) e que acarreta maiores problemas ambientais.

  Após a Segunda Guerra Mundial, o plástico conquistou posição de destaque em termos industriais por ser um produto versátil, que alia por exemplo rigidez e leveza, elasticidade e transparência. No entanto, com a introdução do plástico no mercado mundial, iniciou-se também um novo ciclo de podução de materais descartáveis de tempo de vida útil muito curto, mas de degradação muito lenta e fortes impatos no ambiente. O plástico apresenta vários problemas em termos ambientais, incluindo o gasto de grande quantidade de petróleo para a sua produção, a adição de várias substâncias tóxicas no seu fabrico (como o Bisfenol-A e os ftalatos, com consequências graves para a saúde pública), a grande dificuldade na sua degradação natural (calcula-se que alguns materiais possam ficar na natureza por vários séculos) e a enorme capacidade de agregação de poluentes. Além disso, muito animais podem morrer devido à sua ingestão ou por ficarem emaranhados nestes resíduos.
Segundo estudos recentes, das 300 milhões de toneladas de plástico produzidas atualmente por ano, cerca de 8 milhões de toneladas vão parar aos oceanos levadas pelos ventos, chuvas, esgotos, rios ou deitados diretamente nas praias ou no mar.
Calcula-se que cerca de 70% deste lixo afunda e fica acumulado nos fundos oceânicos, que se estão a transformar na maior lixeira do planeta. Uma parte do lixo plástico fica a flutuar, estimando-se que existam 270.000 toneladas de plástico a boiar, principalmente nos chamados giros oceânicos. No maior destes giros situado no Oceano Pacífico, calcula-se que exista pelo menos seis vezes mais pequenas partículas de plástico a flutuar do que zooplâncton. Por fim outra parte é devolvida às praias pela força das ondas ou fica depositada nos gelos polares.

  É muito difícil de calcular o tempo de degradação dos diferentes plásticos, mas uma vez que não são biodegradáveis, pensa-se mesmo que possam permanecer na natureza para sempre (ou pelo menos por tempo indeterminado), pois mesmo fracionando-se em particulas cada vez mais pequenas, não podem ser decompostas por bactérias e outros microorganismos, mantendo intacta a sua estrutura molecular. Os cálculos que se conhecem de degradação de plástico refletem então o tempo que estes materiais demoram para deixar de ser visíveis. Entre os dados mais impressionantes, deixamos alguns exemplos:
   Redes e fios de pesca - 600 anos
   Garrafas de plástico – 450 anos
   Fraldas – 450 anos
   Sacos de plástico – 10-20 anos
   Pontas de cigarro – 2-5 anos

Microplásticos
Apesar de possuir alta durabilidade, o plástico sofre degradação foto-química, isto é a ação direta do sol resseca este material e a movimentação das ondas leva ao fracionamento do plástico em partículas cada vez menores. Quanto menores são as partículas de plástico, mais contaminantes utilizados no seu fabrico (como o bisfenol-A e os ftalatos) são libertados para a água, mas maior é também a sua capacidade de absorção dos contaminantes do meio (como pesticidas, dioxinas, metais pesados, etc.).. Calcula-se que uma partícula de plastico possa absorver até 1 milhão de vezes mais contaminantes do que a água envolvente!
Ao atingirem um tamanho igual ou menor do que 5 milímetros, os pedaços de plásticos são denominados microplásticos, e podem atingir tamanhos infímos, invisíveis à nossa vista, mas ainda muito prejudiciais.
Além do plástico que se degrada no oceano e forma este microplástico, cada vez mais produtos de higiene pessoal (e.g. cremes de limpeza, exfoliantes corporais e branqueadores dentífricos) possuem na sua composição microplásticos (por exemplo um creme de limpeza facial pode ter até 330.000 microplásticos no seu interior). Muito vestuário apresenta também fibras de poliester na sua composição e calcula-se que cerca de 1.900 microfibras plásticas são libertadas de uma única peça de roupa sintética em cada lavagem na máquina! Um estudo recente calculou que existem cerca de 4 mil milhões de microfibras de plástico por cada km2 dos fundos oceânicos!Segundo um estudo do IMAR/FCTUNL, em Portugal verificou-se que os microplásticos que ocorrem nas praias da costa ocidental perfazem 71% do total de plásticos encontrados. Foi ainda realizada uma pesquisa desse tipo de partículas em amostras de plâncton recolhidas ao largo da costa portuguesa, tendo-se observado a presença de plástico em 63 % das amostras. Um outro estudo que analisou os conteúdos estomacais de peixes na Área Protegida do Litoral de Esposende detetou a presença de microplásticos em 100% das amostras.
Estudos recentes estimam que a maioria dos resíduos de plástico no oceano encontram-se na forma de microplásticos, estando a flutuar à superfície, em suspensão na coluna de água depositados nos fundos oceânicos ou nas praias. Neste sentido, os microplásticos configuram-se como vetores muito importantes no transporte, transferência e exposição dos organismos marinhos a contaminantes de elevada toxidade.

  Problemas
A imensa quantidade de plástico a flutuar no oceano causa elevados impactos na biodiversidade e ecossistemas marinhos, constituindo a causa de morte de numerosos animais que podem ficar aprisionados nestes lixos ou ingeri-los por os confundirem com as suas presas. De acordo com o NOAA (National Oceanographic and Atmospheric Administration), os detritos de plástico são responsáveis pela morte de cerca de 100 mil mamíferos marinhos por ano, assim como milhões de aves, tartarugas marinhas e peixes. Um caso particular de lixo marinho são as redes de pesca perdidas ou descartadas do mar, denominadas redes fantasma por vaguearem livremente nos oceanos e continuarem a capturar animais por tempo indeterminado.
A ingestão do lixo plástico pode levar à asfixia ou à obstrução mecânica do aparelho digestivo, bem como exponencia a exposição a contaminantes de elevada toxicidade, que se aderem facilmente a estes resíduos.
Os microplásticos são também ingeridos pelo zooplancton ou pequenos peixes que os confundem com alimento devido ao seu reduzido tamanho e flutuabilidade, ficando assim contaminados com os poluentes que os microplásticos transportam. Após entrarem na cadeia trófica, este contaminantes acumulam-se (bioacumulação) e vão aumentando sucessivamente a sua concentração ao longo da cadeia (bioampliação), até atingirem níveis muito elevados nos predadores de topo (como o atum, peixe-espada, bacalhau, tubarões, orcas, etc.). Tal fato aumenta consideravelmente os riscos para a saúde destes animais, bem como para a saúde humana associados à ingestão de organismos marinhos, em especial de peixes predadores de grandes dimensões.

  Soluções
Diante deste quadro, é urgente a adoção de medidas para minimizar este problema. Uma descrição mais detalhada das medidas propostas encontra-se descrição na secção Como Ajudar, mas lançamos abaixo algumas das mais relevantes:

  • Reduzir o consumo de plásticos descartáveis – recusar todo o consumo de embalagens, sacos plásticos ou outros materiais de plásticos que possa ser evitado
  • Reutilizar o maior número de vezes os diferentes materiais plásticos para a função a que se destinam (e.g. sacos plásticos) ou adaptar novos fins utilitários ou decorativos
  • Reciclar todo o lixo plástico já sem utilidade (colocação no ecoponto amarelo)
  • Nunca atirar lixo para o chão (usar caixotes do lixo, de preferência com tampa) nem deixar resíduos nas praias, incluindo pontas de cigarro
  • Ajudar a sensibilizar os teus amigos ou familiares
  • Participar em ações de limpeza de praias 

Quais os riscos ambientais causados pelo mau uso dos oceanos e mares?

A contaminação das águas marinhas produz vários agravantes, dentre eles, extinção de pontos turísticos litorâneos, diminuição da oferta de peixes e contaminação dos mesmos, em razão do esgoto.

Quais os riscos da poluição dos oceanos?

“A poluição compromete o funcionamento e a saúde do mar. Faz com que a espécie humana coloque em risco a própria vida no planeta, pois dependemos fortemente e centralmente do oceano”, afirma Alexander. No mundo, cerca de três bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para sobreviver.

Quais são as principais causas da poluição dos mares e oceanos?

Principais causas: Esgoto doméstico e industrial sem tratamento. Grande parte do esgoto que chega nos mares e oceanos tem como origem os rios que receberam estes poluentes durante seu trajeto; Descarga de lama de dragagem; Resíduos radioativos.

Quais os principais fatores ambientais dos oceanos?

A principal característica dos ecossistemas marinhos é o alto teor de sal das águas, alguns outros fatores também são característicos, mas não necessariamente estão presentes em todos os ambientes marinhos, são eles: marés, disponibilidade de luz, ventos rápidos, alta produção de O2 através de organismos vivos ( ...