Qual a empresa que comprou a BRF?

Companhia também aprovou um programa de recompra de ações que pode chegar a R$ 480 milhões

No primeiro balanço como controladora da BRF, a Marfrig Global Foods surge como uma gigante de R$ 140 bilhões em vendas anuais, o que a coloca entre as cinco maiores empresas do Brasil. Mesmo com o prejuízo da dona da Sadia, a firma de Marcos Molina fechou o segundo trimestre no azul e vai distribuir R$ 500 milhões em dividendos. Também aprovou um programa de recompra de ações que pode chegar a R$ 480 milhões.

A Marfrig entregou um lucro líquido de R$ 4,2 bilhões no trimestre, mas esse número não retrata o resultado operacional por incluir um efeito contábil de R$ 3,8 bilhões na mudança de tratamento do investimento na BRF, que passou a ser consolidada no balanço. Antes, os R$ 9 bilhões que a Marfrig investiu na dona da Sadia eram marcados a mercado pelo preço da ação.

Desconsiderando esse efeito, a Marfrig teve um lucro de R$ 374 milhões. Esse montante é composto por um ganho de R$ 560 milhões na operação de carne bovina (na prática, a operação da companhia antes da consolidação) e um prejuízo de R$ 186 milhões na BRF, que reflete a fatia acionária da 33% que a Marfrig possui na empresa.

Para uma comparação histórica que faça sentido, o lucro da Marfrig excluindo a BRF caiu 67% no segundo trimestre, saindo de R$ 1,7 bilhão no mesmo período do ano passado para os R$ 560 milhões. A queda reflete a normalização das margens da National Beef, que estava em níveis muito acima da média no ano passado. Como ocorreu com as demais empresas americanas de carne bovina, a National viu sua margem Ebitda recuar no trimestre, passando de históricos 24,3% a 13,4%.

No trimestre, o Ebitda consolidado (que considera a BRF) atingiu quase R$ 4 bilhões, alta de 1,6%. Nesse caso, a inclusão da dona da Sadia ajuda. Só na National, o Ebitda caiu 49,6%, para R$ 1,9 bilhão.

Marcos Molina, chairman da Marfrig: forte redução de margem na National Beef — Foto: Silvia Costantini / Valor

No negócio de carne bovina na América do Sul, o Ebitda aumentou 275% puxado pela maior oferta de gado e pelos preços maiores da carne exportada, totalizando R$ 678 milhões. “Se você olhar a média do mercado, nós vendemos acima dela”, disse o CEO da Marfrig, Miguel Gularte. Na região, 77% da receita veio da exportação.

Em receita, a Marfrig cresceu graças à entrada da BRF nos resultados e à melhora dos negócios de carne bovina na América do Sul. Ao todo, o faturamento líquido aumentou 67,6% no trimestre, alcançando R$ 34,5 bilhões. Nessa mesma base de comparação, a receita da National Beef diminuiu 6,9% (para R$ 14,5 bilhões) ao passo que o negócio de carne bovina na América do Sul cresceu 41,6% (R$ 7,1 bilhões). A BRF contribuiu com R$ 12,9 bilhões, mas não há base de comparação já que a Marfrig não controlava a dona da Sadia no segundo trimestre do ano passado.

Na estrutura de capital, a consolidação da BRF não arranhou tanto o índice de endividamento da Marfrig, que permanece em níveis considerados saudáveis pela empresa. Excluindo a BRF, a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) teria aumentado de 1,36 vez para 1,67 vezes, o que é explicado pela queda do Ebitda da National Beef. Ao incluir a BRF, o índice de alavancagem passa para 2 vezes.

Em entrevista coletiva, os principais executivos da Marfrig traçaram as perspectivas para os próximos meses. Nos Estados Unidos, a normalização das margens deve se tornar a tônica. “Não vemos uma grande mudança nas perspectivas de rentabilidade, a despeito dos efeitos sazonais”, disse Tim Klein, CEO da National Beef.

Na América do Sul, por outro lado, o cenário é amplamente positivo, com a melhora das margens e a ampla oferta de gado no Brasil. “Tudo indica que vai continuar assim até 2024”, disse Gularte, fazendo coro às perspectivas positivas traçadas na véspera pela rival Minerva Foods. Para a Marfrig, também há o benefício da recuperação do food service.

BRF confirma que dono da Marfrig comprou 24,23% da empresa

Molina diz que não mandará na empresa

Maior acionista: dona da Sadia e Perdigão

Qual a empresa que comprou a BRF?

O frigorífico Marfrig comprou o equivalente a 24,23% do capital da BRF Poder360 22.maio.2021 (sábado) - 8h32
atualizado: 22.maio.2021 (sábado) - 8h32

A empresa de alimentos BRF divulgou um comunicado na 6ª feira (21.mai.2021) confirmando que o dono do frigorífico Marfrig, Marcos Molina, comprou o equivalente a 24,23% de seu capital. Assim, a Marfrig torna-se a maior acionista da companhia que é dona da Sadia, da Perdigão e da Qualy.

De acordo com a nota, a aquisição se deu via opções e leilão realizados em bolsa.

No comunicado, a Marfrig informou que terá atuação passiva na BRF e que pretende diversificar os investimentos da empresa em um segmento que tem complementariedades com seu setor. A empresa também afirmou que não deseja eleger membros para o conselho de administração nem exercer influência sobre atividades da empresa ou promover alterações no controle ou na estrutura administrativa da BRF.

“Os objetivos e prioridades da BRF continuam inalterados e este movimento é importante, uma vez que a BRF passa a ter um acionista de referência com vasto conhecimento e experiência no setor de proteínas, aliado à uma trajetória de sucesso com posicionamento de longo prazo no Brasil e no exterior”, declarou Lorival Luz, CEO Global da BRF.

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Marfrig assume o controle da BRF, dona da Sadia e Perdigão | Exame.

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Marfrig muda CEO da BRF, dona de Sadia e Perdigão.

Quanto a Marfrig comprou a BRF?

Antes, os R$ 9 bilhões que a Marfrig investiu na dona da Sadia eram marcados a mercado pelo preço da ação.

Quem é o dono da empresa Marfrig?

Depois de ser emancipado e criar seu negócio de distribuição de carnes, Marcos Molina nunca mais parou de trabalhar e aumentar seu patrimônio. A Marfrig foi fundada em maio de 2000 e começou com a compra de um frigorífico em Bataguassu, em Mato Grosso do Sul.