Publicado em 23/10/2018. Show Uma das medidas mais efetivas para a prevenção de doenças, individual e coletivamente, ao evitar epidemias, a vacinação foi responsável por erradicar doenças como poliomielite, rubéola congênita e sarampo, conforme explica o coordenador dos ambulatórios de pediatria do Instituto Fernandes Figueira (IFF/ Fiocruz) e mestre em pediatra, Dr. José Augusto Alves de Britto. Nesta entrevista, ele fala sobre a importância da vacinação, os avanços nesta área, os movimentos antivacina e suas consequências, Confira: Imagens de Divulgação 1 - Qual é a importância da vacinação? José Augusto Alves de Britto: A vacinação sensibiliza o sistema imunológico do organismo, fazendo com que ele crie defesas, anticorpos especiais contra uma série de doenças que quando ocorrem, podem acarretar a morte ou deixar graves sequelas na pessoa acometida. A importância da vacinação não está somente na proteção individual, mas porque ela evita a propagação em massa de doenças que podem levar à morte ou a sequelas graves, comprometendo a qualidade de vida e saúde das pessoas vitimizadas. 2 – Quais os avanços no Brasil, com relação à vacinação? José Augusto Alves de Britto: Em 1973 foi criado no Brasil o Programa Nacional de Imunização (PNI), com o objetivo de normatizar a imunização em nível nacional e assim, contribuir para a erradicação ou controle de doenças transmissíveis. Ele faz parte das iniciativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e recebe apoio técnico do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). No mundo de hoje, globalizado, onde circulam milhões de pessoas entre diversos países, há que se ter uma atenção especial com a saúde global e essa associação do PNI com órgãos da responsabilidade, como a OMS, demonstra o compromisso do Brasil com a saúde da população nacional e global, por conseguinte. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza em seu calendário 19 tipos de vacina, que atendem a crianças, adolescentes, gestantes, trabalhadores, pessoas com mais de 60 anos, população indígena etc. É importante destacar que o PNI trabalha com metas importantes, como a de vacinar 90/95% da população. O nosso país é reconhecido internacionalmente, porque ao longo dos 35 anos do PNI, conseguiu erradicar doenças como a poliomielite, a rubéola congênita e em 2016, recebeu e da Organização Pan Americana da Saúde (Opas) o certificado de erradicação do sarampo. “No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza em seu calendário 19 tipos de vacinas, que atendem a crianças, adolescentes, gestantes, trabalhadores, pessoas com mais de 60 anos, população indígena etc. É importante destacar que o PNI trabalha com metas importantes, como a de vacinar 90/95% da população.” 3 – Algumas doenças já erradicadas no Brasil estão voltando. A que se deve isto? José Augusto Alves de Britto: A partir de 1982, surgiu na Europa e nos Estados Unidos um movimento antivacina, a partir da divulgação de artigos muito polêmicos que relacionavam a vacinação com doenças cerebrais - que adiante, se revelaram equívocos científicos e interesses escusos contra a indústria farmacêutica, levando, inclusive, à cassação do registro profissional dos pesquisadores envolvidos. Adiante, surgiram movimentos, ora se cunho religioso, ora filosófico, que advogam a favor de não se sobrecarregar o sistema imunológico das crianças e considerando que a imunidade natural poderia dar conta da proteção. No Brasil, este movimento já começa ser observado, porém, devidamente acompanhado pela Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e do Ministério da Saúde (MS). Isso tem repercutido na queda da cobertura vacinal esperada e em uma certa resistência de aderência às campanhas nacionais, como recentemente, contra o sarampo. Acredita-se que pelo fato de a vacinação ser um sucesso, causa a falsa sensação de que as doenças não existem mais e, portanto, que não há mais a necessidade de se tomar as vacinas. Desta maneira, doenças antes controladas voltam a ocorrer na população, inclusive com riscos de epidemia, tendo-se como exemplo o caso recente de epidemias por sarampo em cidades na região Norte do Brasil. Naquelas cidades, as taxas de cobertura da vacinação estavam abaixo do esperado e a possível introdução do vírus do sarampo por meio das fronteiras, pela imigração de venezuelanos, criaram uma situação de risco para a população e para a certificação que o pais recebera da Opas pela erradicação do sarampo em território nacional. “Acredita-se que pelo fato de a vacinação ser um sucesso, causa a falsa sensação de que as doenças não existem mais e, portanto, que não há mais a necessidade de se tomar as vacinas. Desta maneira, doenças antes controladas voltam a ocorrer na população, inclusive com riscos de epidemia.”
José Augusto Alves de Britto: Uma das boas estratégias para se trabalhar a recuperação das taxas de cobertura é, primeira e fundamentalmente, garantir a oferta de vacinas para a população em tempo contínuo, não somente em períodos de campanha. Também cabe aos profissionais de saúde manterem os pais, os adultos e os idosos estimulados a essa prática de saúde, mostrando claramente os benefícios para cada um e o efeito de proteção para todos, a partir dela. É necessário, ainda, que se busque combater rápida e fortemente a divulgação pelas mídias sociais de notícias falsas (fake news) a respeito das vacinas. 5 - O Brasil vive um momento de congelamento dos gastos públicos com saúde. Como isto afeta a imunização? José Augusto Alves de Britto: O congelamento dos gastos públicos com saúde podem sim impactar de um modo bastante negativo o sucesso dos programas de vacinação. Quando o cidadão busca uma unidade de saúde e não lhe é disponibilizada a vacina, isso leva a um descrédito no sistema, a um desânimo de buscar, repetidamente e sem sucesso, a vacina, gerando então a interrupção ou o abandono de esquemas de vacinas que vinham sendo corretamente seguidos. Isto propicia o retorno das doenças até então controladas. Além disto, o congelamento de gastos pode comprometer os investimentos em pesquisas de vacinas contra a dengue e contra o virus da zika, por exemplo. É preciso investir. “O congelamento dos gastos públicos com saúde podem sim impactar de um modo bastante negativo o sucesso dos programas de vacinação.” Qual a importância de manter elevadas as taxas de cobertura vacinal?Ao vacinar a população, diminuímos a incidência de determinada doença. À medida que toda a população vai sendo vacinada, os índices caem até que nenhum caso seja mais registrado, pois toda a população está protegida.
Qual importância do monitoramento das coberturas vacinais nos diversos níveis local Municipal regional?A vacinação, coordenada em âmbito nacional pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), nos estados pelos Programas Estaduais de Imunizações e executada no âmbito dos municípios pelas salas de vacinas, tem contribuído significativamente para diminuir a incidência de várias doenças imunopreveníveis e controlar muitas ...
Qual a importância da vacinação para a sociedade?As vacinas são responsáveis por salvar a vida 3 milhões de pessoas todos os anos contra doenças como difteria, tétano, coqueluche, gripe e sarampo. Quando somos vacinados, protegemos a nós mesmos e toda a comunidade.
Qual a importância da imunização através das vacinas?Com a pandemia da Covid-19, a importância da vacinação se tornou mais evidente no Brasil e no mundo. A imunização é uma das principais formas de prevenir doenças. Por meio dela, o corpo fica protegido de vírus e bactérias que afetam seriamente o ser humano, podendo levar à morte.
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