Qual a importância dos jogos e brincadeiras no ensino da matemática?

Autor: Lazaro Santana Santos
Data: 26/06/2014

Na educação escolar a criança deve brincar e interagir com os demais, pois neste momento da brincadeira a criança se desenvolve e constrói seu conhecimento de mundo, aumentando sua capacidade mental e facilitando na melhoria de um bom desenvolvimento na matemática. "O jogo e a brincadeira permitem ao aluno criar, imaginar, fazer de conta, funciona como laboratório de aprendizagem, permitem ao aluno experimentar, medir, utilizar, equivocar-se e fundamentalmente aprender" (VYGOTSKY e LEONTIEV, 1998, p. 23).

Para Mattos (2009) o jogo está presente desde cedo na vida das crianças como uma forma de desenvolvimento de suas atividades cognitivas e manipulativas.

O jogo faz parte do cotidiano do aluno, por isso, ele se torna um instrumento motivador no processo de ensino e aprendizagem, além de possibilitar o desenvolvimento de competências e habilidades. Em síntese a educação lúdica, entendida como o aprender brincando, integra na sua essência uma concepção teórica profunda e uma concepção pratica atuante e concreta. Seus objetivos são as estimulações das relações cognitivas, afetivas, verbais, psicomotoras, sociais, a mediação socializadora do conhecimento e a provocação para uma reação critica e criativa dos alunos (MATTOS, 2009, p.56).  

Com isso, o professor ao estimular o uso de objetos e certas brincadeiras que favoreçam a interação entre as crianças, os alunos se comunicam com seus colegas expressando suas alegrias e angústias. Brincar é também uma forma de socialização que se propõe na escola, pois brincando as crianças aprendem a conviver em sociedade. Segundo Vygotsky (1994, p. 54),

 A brincadeira tem um papel muito fundamental no desenvolvimento do próprio pensamento da criança. É por meio dela que a criança aprende a operar com o significado das coisas e dá um passo importante em direção ao pensamento conceitual que se baseia nos significados das coisas e não dos objetos. A criança não realiza a transformação de significados de uma hora pra outra.
         

Esse autor mostra que é de grande importância a implantação dos jogos e brincadeiras na educação infantil, porque promove um avanço intelectual e que esse avanço ocorre de maneira processual. Assim, o educador deve estar sempre inovando as novas maneiras de ensino, desenvolvendo atividades onde cada um possa criar, através da fala, dos gestos, das palavras e do próprio corpo, procurando valorizar a expressão individual de cada um.

Os jogos e brincadeiras de matemática desperta na criança um bom nível de conhecimento, sendo este de grande favorecimento para uma educação de qualidade. Uns dos teóricos que contribuíram para o jogo se tornar uma proposta metodológica com base científica para a educação matemática, foram de Piaget e Vygotsky. Embora com algumas contradições, eles defendem a participação constante do aluno dentro do processo de aprendizagem. A principal questão é que separa as concepções de aprendizagem e desenvolvimento com os meios cognitivos atuais.

Segundo Piaget (1973) o aluno em atividade de maneira imediata com os objetos do conhecimento é o que causa a direta aprendizagem, estimulando as ações cognitivas, sustentando assim seu desenvolvimento.
Nesse modelo de concepção de aprendizagem "o jogo é elemento externo que irá atuar inteiramente no sujeito, possibilitando-o a chegar a uma nova estrutura de pensamento" (MOURA, 1994, p. 20).

A análise dessa nova forma de aprender e dos elementos que foram incorporados ao ensino matemático é considerado um avanço das discussões a respeito da educação e os fatores que contribuem para uma melhor aprendizagem. Nesse contexto,

o jogo parece dentro de um amplo cenário, que procura apresentar a educação, em particular a educação matemática, em bases cada vez mais científicas, passando a ser defendido como importante aliado do ensino formal de matemática (MOURA, 2008, p. 76).

São muitas características que são desenvolvidas pelos jogos e brincadeiras dentro da sala de aula na disciplina de matemática, como: autonomia, a capacidade de pensar, e a criatividade, além disso, é desenvolvido outro fator muito importante que são as estratégias e os problemas que são impostos pelos alunos durante os jogos. Assim, percebemos um grande desafio matemático com inúmeras possibilidades a serem analisadas e muitas estratégias a serem desenvolvidas. Moura (2008, p. 30) defende,

o jogo, na educação matemática, passa a ter o caráter de material de ensino quando considerando promotor de aprendizagem. A criança coloca diante de situações lúdicas, aprende a estrutura lógica da brincadeira, deste modo, aprende também a estrutura lógica matemática presente.

Desse modo, os jogos devem ser um grande caráter desafiador, sempre acompanhado de planejamentos e objetivos. Devem ser escolhidos e preparados pelo docente com muito cuidado para levar o estudante a adquirir conceitos matemáticos de importância, que estimulem a resolução de problemas e principalmente não esquecendo de respeitar as condições de cada comunidade, levando conteúdos aprendidos pelas crianças para a realidade de cada um deles.

            Kishimoto (2000) ressalta um pouco sobre essa questão, como o educador deve organizar os jogos e brincadeiras. Ela fala que para desenvolver um bom ensino matemático na educação infantil o mediador deve voltar a metodologia aplicada para a classificação, sequencia, seriação, espaço, tempo e medidas, desenvolvendo o raciocínio e que as crianças tenham interesse em aprender.

Portanto, cabe apenas ao professor analisar e avaliar as potencialidades educativas de inúmeros brinquedos e jogos para um bom desempenho curricular, transformando as aulas de matemática mais práticas e interessantes para que os alunos aprendam com mais facilidade.

                                                                                                     REFERÊNCIAS

MATTOS, Roberto Aldrin Lima. Jogos e matemática: Uma relação possível. Salvador: R.A.L,2009.

MOURA, Manoel O. de. Jogo, brincadeira e a educação. 11  Ed. São Paulo: Cortez, 2008.

MOURA, Manoel O. de. A serie busca no jogo: do lúdico na matemática. A educação matemática em revista, Blumenau: SBEM, v.2, n. 3, 1994.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3 ed. Rio de janeiro: Editora Zahar, 1973.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

VYGOTSKY, L. S. e LEONTIEV. ALEXIS. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Edusp, 1998.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, brinquedos e educação. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2000.

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Qual a importância dos jogos e brincadeiras no ensino da matemática?

Qual a importância dos jogos e brincadeiras no ensino da matemática?

Como referenciar: "A Importância dos Jogos e Brincadeiras de Matemática na Educação Infantil" em Só Pedagogia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 02/12/2022 às 15:19. Disponível na Internet em http://www.pedagogia.com.br/textos/index.php?id=40

Qual a importância de utilizar jogos e atividades lúdicas nas aulas de matemática?

Os jogos permitem o desenvolvimento do raciocínio, da concentração, do aprendizado de regras do próprio jogo, entre outras. Jogando, o aluno elabora suas próprias estratégias, hipóteses e vivencia aprendizagens de maneira significativa para ele, melhorando o seu desempenho naquilo que foi ensinado.

Quais os benefícios dos jogos matemáticos em sala de aula?

Benefícios no uso de jogos no Ensino da Matemática.
O aproveitamento dos jogos é um incentivo à resolução de problemas;.
Promovem o desenvolvimento da agilidade e da destreza matemáticas;.
Proporcionam a capacidade de colocar-se no lugar do outro, na busca de estratégias para ter sucesso..

Qual a importância dos jogos de matemática na educação infantil?

A utilização dos jogos matemáticos na sala de aula favorece o desenvolvimento e a aprendizagem da criança, pois através dos jogos,a criança obtém atenção, concentração, memorização e compreensão do conteúdo.

Qual a relação entre a matemática e os jogos?

Então, podemos dizer que no trabalho com a Matemática o jogo é uma estratégia que proporciona o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e da capacidade de resolver problemas, fazendo com que o processo de aprendizagem seja significativo para quem ensina e aprende.