Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

Acidificação dos oceanos vai afectar todo o tipo de espécies marinhas

Um novo estudo revela que quem mais sofre com a acidificação oceânica, causada pelas emissões de CO2, são as espécies em estado de infância. Mas, directa ou indirectamente, todas serão afectadas.

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Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

TONY WU / WILDLIFE PHOTOGRAPHER OF THE YEAR/EPA

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A acidificação oceânica, resultante das emissões de dióxido de carbono, vai afectar, directa ou indirectamente, toda a vida marinha, alerta um relatório do projeto BIOACID que será apresentado na Conferência das Alterações Climáticas das Nações Unidas, em novembro.

O conjunto de estudos feitos nos últimos oito anos contaram com a participação de mais de 250 cientistas e indicam que as espécies marinhas em estado de infância serão mais prejudicialmente afectadas. Os autores dos estudos da BIOACID, cuja síntese será apresentada no próximo mês, na conferência que se realizará em Bona, na Alemanha, referem que algumas espécies poderão beneficiar directamente deste aumento de acidez, mas que ainda assim poderão ser prejudicadas por alterações na cadeia alimentar.

A síntese revela, contudo, que quase metade das espécies marinhas reagiram negativamente a alterações moderadas na concentração de dióxido de carbono no mar, que resulta em maior acidez oceânica. Desde 2009 que a equipa de cientistas da BIOACID estuda a acidificação oceânica e como esta pode afetar a vida marinha nas diferentes fases da vida, a cadeia alimentar e a capacidade evolutiva e adaptativa das espécies ao oceano mais ácido.

Num estudo publicado em agosto de 2016, a equipa de cientistas submeteu bacalhau do mar Báltico e do mar norueguês a condições de acidez oceânica que as espécies poderão encontrar no final do século e concluiu que quem mais sofre são os recém-nascidos, cuja mortalidade duplicou sob condições mais ácidas durante os primeiros 25 dias pós-eclosão, fase fundamental para o recrutamento de população.

Uma das autoras do estudo sobre o bacalhau, Catrionna Clemmensen, da GEOMAR, refere que os resultados mostram que a acidificação deve ser tida em conta “nas projeções de stocks” e “na gestão de stocks de peixe” como o bacalhau, que é uma espécie “comercialmente importante”. “Só isto nos permitirá definir limites realistas para a pesca e evitar sobrepesca e o esgotamento de stocks de peixe”, acrescentou.

Os oceanos estão 26% mais ácidos desde o início da Revolução Industrial, passando de um pH de 8.1 para um pH de 8.2. A acidificação acontece com a dissolução dos combustíveis fósseis na água, que produzem ácido carbónico e baixam o pH da água. Os níveis de acidez marinha vão piorar ainda mais graças ao aquecimento global, à poluição, ao desenvolvimento das cidades ao longo da costa, aos fertilizantes agrícolas e à sobrepesca, indica a investigação.

Os oceanos absorvem anualmente cerca de 25% do dióxido de carbono (CO2), proveniente de atividades humanas, que é libertado para a atmosfera. Desta forma atenuam fortemente o impacto no clima deste gás com efeito de estufa. Contudo, a dissolução do dióxido de carbono na água origina a formação de ácido carbónico que acidifica a água. As emissões de CO2 para a atmosfera têm aumentado bastante desde a Revolução Industrial, e em particular nas últimas décadas. Em consequência, é notório o aumento da acidificação dos oceanos. Este incremento de acidez tem consequências nos organismos marinhos. Diminui significativamente a taxa de calcificação de organismos com conchas, carapaças e esqueletos de calcário, como por exemplo microalgas, moluscos, crustáceos, e corais. Pode também alterar a fisiologia e reprodução de alguns organismos. Estas alterações têm repercussões tanto ecológicas, afectando as cadeias tróficas e a biodiversidade, como económicas causando sérios prejuízos no sector das pescas.

Acidificação dos oceanos pode aumentar temperatura global

Novo estudo sugere que maior absorção de dióxido de carbono pelos oceanos pode levar à redução na produção de dimetilssulfeto, substância que, libertada na atmosfera, ajuda a reflectir os raios solares e controlar o aquecimento.

Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

“Já estamos a ver recifes de corais de águas mais quentes em retracção devido a uma combinação de vários stressores, incluindo [aumento das] temperaturas. A acidificação dos oceanos ainda está num processo inicial, [mas] agravará esses efeitos à medida que se desenvolve e fará mais espécies sofrerem”

Não é novidade que o aumento das emissões de gases do efeito de estufa (GEEs) esteja a levar a uma maior absorção do dióxido de carbono pelos oceanos, o que por sua vez está a provocar a acidificação dos mares. Mas um estudo(link is external) publicado nesta semana no periódico Nature Climate Change indica que essa acidificação, por sua vez, também pode estar a contribuir para potencializar as mudanças climáticas.

O relatório afirma que essa resposta dos oceanos ao aumento dos GEEs na atmosfera pode aumentar as temperaturas em 0,5ºC a mais do que o esperado ainda neste século.

O processo funcionaria da seguinte maneira: o aumento dos GEEs na atmosfera levaria a uma maior absorção destes pelos oceanos, o que causa a acidificação dos mares. Essa acidificação, por sua vez, teria influência no fitoplâncton, que produz um componente chamado de dimetilssulfeto (DMS), que, quando lançado para a atmosfera, contribui para a formação de nuvens, que ajudam a reflectir os raios solares e controlar o aquecimento global.

A acidificação contribuiria para reduzir o nível de DMS produzido pelos organismos marinhos; dessa forma, menos dimetilssulfeto vai parar na atmosfera, e, consequentemente, menos nuvens são formadas para bloquear os raios solares, permitindo que mais luz do sol aqueça a Terra.

Os oceanos, lagos e rios são a maior fonte natural de sulfeto, principalmente na forma de DMS, devido ao fitoplâncton que se encontra na superfície da água. Outras fontes de dimetilssulfeto são as cinzas de vulcões – basta lembrar que na erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, em 1991, milhões de toneladas DMS foram lançadas para a atmosfera, e as temperaturas médias globais diminuíram cerca de 0,5ºC durante quase dois anos – e a queima de carvão, porém essas fontes são muito prejudiciais ao meio ambiente e ao homem.

A investigação aponta, dessa forma, que as emissões de dimetilssulfeto podem cair cerca de 18% nesse século em relação ao período pré-industrial, devido ao facto de que a concentração de ácido dos oceanos deve dobrar ou triplicar, o que seria a maior mudança nos níveis de acidificação em 300 milhões de anos.

“O possível impacto climático desse mecanismo de acidificação oceânica deve ser considerado em projecções das futuras mudanças climáticas”, coloca o trabalho. Segundo o relatório, os atuais modelos, que não levam esse processo em consideração, podem estar a subestimar as mudanças climáticas em 10% ou mais.

Para se ter uma ideia, num cenário moderado do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), que assume a não redução de emissões de GEEs, a temperatura média global deve aumentar entre 2,1ºC e 4,4ºC até 2100. Acrescentando os efeitos da acidificação na produção de DMS, essa elevação pode aumentar entre 0,23ºC e 0,48ºC.

Mas esse não é o único efeito prejudicial que a acidificação pode ter no nosso planeta. Outro estudo (link is external), também publicado nesta semana no periódico Nature Climate Change, avaliou os impactos da acidificação na vida marinha, prevendo que os crustáceos, tais como caranguejos e lagostas, serão relativamente mais resistentes ao aumento da acidificação nos oceanos.

Contudo, outros animais não devem ter a mesma sorte. Corais, moluscos e equinodermes, tais como estrelas-do-mar e ouriços-do-mar, experimentarão consequências piores, levando a uma alteração profunda nos ecossistemas, diz o trabalho. Já os efeitos nos peixes ficaram menos claros. Entretanto, “todos os grupos considerados serão impactados negativamente, embora de forma diferente, mesmo por uma acidificação oceânica moderada”, escreveram os autores.

“Já estamos a ver recifes de corais de águas mais quentes em retracção devido a uma combinação de vários stressores, incluindo [aumento das] temperaturas. A acidificação dos oceanos ainda está num processo inicial, [mas] agravará esses efeitos à medida que se desenvolve e fará mais espécies sofrerem”, comentou Hans-O. Pörtner, professor de biologia marinha do Instituto Alfred Wegener, na Alemanha, e um dos autores do estudo.

Para Liza Roger, doutoranda do Centro de Excelência para Estudos de Recifes de Corais da Austrália, a acidificação é considerada o “gémeo do mal” das mudanças climáticas. “Os seus efeitos são altamente complexos porque as respostas diferem significativamente entre as espécies. Estudos precisam observar a ligação entre acidificação oceânica e o aquecimento do oceano para compreender realmente a extensão dos possíveis impactos.”

Poluição do ar acidifica oceanos e ameaça vida marinha, diz estudo

Conduzida por 250 cientistas durante oito anos, pesquisa aponta que criaturas marinhas em estágio inicial de desenvolvimento devem ser as mais prejudicadas.


Por BBC

23/10/2017 10h36  Actualizado 23/10/2017 10h36

Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

Corais de água fria são menos afetados do que os de água quente com o aumento do pH dos oceanos (Foto: Jago-Team/Geomar)

Toda a vida marinha será afectada por causa das emissões de dióxido de carbono que vêm elevando a acidez dos oceanos no mundo, revela um novo estudo.

A pesquisa, que durou oito anos, foi conduzida por mais de 250 cientistas.

Os resultados apontam que criaturas marinhas em estágio inicial de desenvolvimento devem ser as mais prejudicadas pelas mudanças.

Um exemplo é o bacalhau. Segundo os cientistas, com a acidificação dos oceanos, 25% dos filhotes chegariam à fase adulta – no pior cenário, apenas 12% sobreviveriam.

As constatações foram feitas pelo projeto Bioacid, liderado pela Alemanha.

O resumo das principais descobertas do estudo será apresentado a negociadores do clima em Novembro, numa cúpula em Bonn, no oeste alemão.

Mas nem todas as espécies estão ameaçadas. Os impactos biológicos da acidificação dos oceanos, explicam os cientistas, podem beneficiar directamente alguns animais.

Ainda assim, mesmo esses podem ser afectados com as alterações na cadeia alimentar marinha.

Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

Testes foram conduzidos em laboratório e também nos mares do Norte, Báltico, no Oceano Ártico e na Papua Nova Guiné (Foto: Maike Nicolai/Geomar)

Esse processo de acidificação tende a se agravar com mudanças climáticas, poluição, desenvolvimento urbano no litoral, uso de fertilizantes agrícolas e pesca predatória.

O nível de acidez está a aumentar porque, à medida que o dióxido de carbono de combustíveis fósseis se dissolve na água do mar, produz ácido carbônico e reduz o pH da água.

O pH médio identificado na superfície da água caiu de 8,2 para 8,1, o que representa um aumento na acidez de cerca de 26%.

O estudo foi liderado pelo professor Ulf Riebesell, do Centro Helmholtz de Pesquisas Oceânicas (Geomar) em Kiel, no norte da Alemanha.

Considerado uma das maiores autoridades do mundo no assunto, ele tem mantido cautela ao falar sobre efeitos da acidificação.

À BBC, ele disse que todos os grupos marinhos serão afectados pelas mudanças químicas, ainda que em diferentes níveis.

“Corais de águas aquecidas são geralmente mais s sensíveis do que corais de água fria. Já os moluscos e os caracóis são

mais sensíveis do que os crustáceos”, explicou o especialista.

“Também identificamos que essas mudanças geram maior impacto em filhotes do q ue em adultos”, completou.

Desde 2009, pesquisadores que trabalham no programa Bioacid têm estudado como espécies marinhas estão sendo afetadas pela acidificação em diferentes fases da vida e seu impacto na cadeia alimentar. Também tentam verificar se há como reduzir os efeitos pela adaptação evolutiva da fauna e flora.

O estudo foi conduzido em laboratório e também nos mares do Norte, Báltico, no Oceano Ártico e na Papua Nova Guiné.

Um resumo de mais de 350 publicações acadêmicas sobre os efeitos da acidificação – que será apresentado no próximo mês – revelou que quase metade da fauna marinha testada reagiu de forma negativa ao aumento, ainda que moderado, da concentração do dióxido de carbono.

Entre as espécies ainda em crescimento no Atlântico, bacalhau, mexilhão-azul, estrela-do-mar, ouriço e borboleta-marinha aparecem como as mais afetadas pela mudança no pH da água.

Um experimento com os cirrípedes (tipo de crustáceo) mostrou que eles não são sensíveis à acidificação e algumas plantas – como algas que usam carbono para a fotossíntese – podem até se beneficiar.

Carol Turley, especialista em acidificação oceânica no Reino Unido, avaliou a pesquisa como “extremamente importante”.

“A pesquisa contribuiu com importantes dados sobre os impactos que a acidificação pode gerar em uma ampla gama de organismos marinhos, de micróbios a peixes”, concluiu.

pH significa potencial hidrogeniónico (quantidade de prótons H+), que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa.

O pH de 7 significa neutralidade.

pH < 7 significa acidez e quanto menor o número do pH, mais ácida é a solução aquosa. O pH é medido em escala logarítmica, o que significa que com a diminuição de 1 ponto no pH torna a solução 10 vezes mais ácida. Ou seja, uma solução com pH 3 é 10 vezes mais ácida que uma solução de pH 4 e 100x mais ácida que uma solução de pH 5,1000x mais ácida que uma solução de pH 6 e 10.000 x mais ácida que uma solução com pH 7.

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Quando o pH é maior que 7 a solução é chamada de alcalina. Uma solução com pH 10 é 10x mais alcalina que uma solução com pH 9, 100x mais alcalina que uma solução com pH 8 e 1000x mais alcalina que a solução neutra com pH 7.

Emissões de CO2 em Portugal “são mínimas” à escala global, mas “elevadas” para o país

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WILL ROSE/EPA

No ano passado, (2016) segundo a Organização Mundial de Meteorologia, o planeta registou um nível recorde de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

Em entrevista ao Expresso, Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista Zero, defende que este é mais um alerta para um problema cuja solução passa por todos. Comer menos carne, usar mais transportes públicos ou ter um painel fotovoltaico em casa são algumas das sugestões

Esta segunda-feira, (11/12/2017) o boletim anual sobre gases com efeito de estufa da Organização Mundial de Meteorologia, das Nações Unidas, anunciou a “subida em flecha” do nível de dióxido de carbono (CO2) em 2016. Como explica que se tenha atingido este valor recorde?
O curioso é que 2016 não foi um ano de grande diferença em termos de emissões de gases com efeito de estufa, em particular, de dióxido de carbono. No entanto, atingiu-se o maior patamar de sempre de dióxido de carbono na atmosfera, ou seja, 403 partes por milhão [ppm] . O mais surpreendente e extremamente significativo é o aumento de 3,3 ppm entre 2015 e 2016, pois acredita-se que esteja relacionado com a ocorrência do “El Nino”, que tem a ver com a modificação das correntes no Oceano Pacífico junto à América do Sul. Este fenómeno faz com que ocorram secas e isso levou a que em grande parte do planeta não houvesse a captação de carbono habitual. Se o carbono retirado pela floresta através da fotossíntese foi menor e as emissões se mantiveram, o nível na atmosfera aumentou. Depois, as emissões de CO2 são cumulativas, portanto a tendência é sempre para aumentar.

Quais as consequências? O que é que o aumento do nível de CO2 na atmosfera pode provocar?
Há vários estudos que mostram que o valor cada vez mais elevado pode ter impacto na produtividade de vários cereais; na retenção de calor pela atmosfera, que se traduz num maior aquecimento; na origem do ácido carbónico que nos oceanos causa a redução do pH, ou seja, uma acidificação dos mares com uma destruição associada dos bancos de coral e de outras espécies. Uma maior concentração de CO2 tem grandes implicações no aquecimento global e directamente nos ecossistemas, seja nos oceanos ou na terra, com influência também nas actividades humanas.

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Tendo em conta o relatório, qual é o peso das emissões de CO2 em Portugal?
Portugal tem um peso absolutamente diminuto no total das emissões à escala global, mas isso não significa que estejamos a fazer tudo bem. Há uma margem de manobra muito substancial na redução de emissões. Praticamente 25% das nossas emissões estão associadas à produção de electricidade e outros 25% relacionados com os transportes. A queima de carvão contribui de forma muito significativa para a emissão de gases com efeito estufa e, portanto, a substituição da produção de electricidade por energias renováveis pode ser extremamente importante. Infelizmente, nos últimos meses de 2017 tivemos um contributo grande para as emissões. Primeiro, com a seca que o país atravessa temos de recorrer mais às centrais eléctricas, porque não há água nas barragens e a produção de gases com efeito de estufa é maior. Além disso, com os incêndios foi libertada uma quantidade extremamente elevada de carbono que estava retido. São emissões mínimas à escala planetária, mas elevadas à escala do país em relação ao que é esperado.

Em termos práticos, no dia-a-dia, o que pode fazer-se para inverter a situação?
A origem das emissões de gases com efeito de estufa é variada. Diria que entre as prioridades está a mudança da nossa alimentação, nomeadamente, a redução do consumo de carne. A agropecuária provoca emissões de metano, que é um gás 21 vezes mais potente que o CO2 em termos de produção de calor. Também é importante investir em energias renováveis, podemos ter em um painel fotovoltaico com facilidade, ligá-lo à tomada e aproveitar essa energia produzida para não consumir a electricidade da rede. Podemos fazer também um esforço na eficiência energética e na mobilidade, utilizando veículos eficientes e transportes públicos.

Este dados devem alarmar as pessoas?
São mais um alerta para todo o planeta. Tem de ser um esforço comum e temos um objectivo claro, embora longínquo: em 2050 ser um país neutro em termos de emissões de carbono. Desse ponto de vista, é realmente muito importante ter a capacidade de começar a trabalhar desde já para reduzir as emissões de carbono. É um problema ao qual temos de nos adaptar e ao mesmo tempo tomar medidas para reduzir as emissões.

Dióxido de carbono

Dióxido de carbono
Alerta sobre risco à saúde
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Nome IUPAC Dióxido de carbono
Outros nomes Anidrido carbónico
Gás carbónico
Gelo seco (quando em estado sólido)
Identificadores
Número CAS 124-38-9
PubChem 280
Número EINECS 204-696-9
ChemSpider 274
Número RTECS FF6400000
SMILES [Expandir]
InChI 1/CO2/c2-1-3
Propriedades
Fórmula molecular CO2
Massa molar 44.010 g/mol
Aparência gás incolor e inodoro
Densidade 1,98 kg·m-3 (0 °C, 1013 hPa)[1] 1.562 g/mL (sólido a 1 atm e a −78,5 °C)
0.770 g/mL (líquido a 56 atm e a 20 °C)
1.977 g/L (gás a 1 atm e a 0 °C)
849.6 g/L (fluido supercrítico a 150 atm e a 30 °C
Ponto de fusão -56,57 °C (0,53 MPa)[1]
194,7 K (sublimação)
Ponto de ebulição 216,6 K a 5,185 bar
Solubilidade em água 3,3 g·l-1 a 0 °C e 1013 hPa[2]1,7 g·l-1 a 20 °C e 1013 hPa[2]
Pressão de vapor 5,73 MPa[1] (20 °C)
Acidez (pKa) 6.35, 10.33
Índice de refracção(nD) 1.1120
Viscosidade 0.07 cP a −78 °C
Momento dipolar zero
Estrutura
Forma molecular linear
Termoquímica
Entalpia padrão
de formaçãoΔfHo298
-393,5 kJ·mol-1[3]
Entropia molar
padrão So298
213,79 J·mol-1·K-1 (gás)
Riscos associados
Principais riscos
associados
Ingestão: Pode causar náusea, vómitos, hemorragia gastro-intestinal
Inalação: Asfixia (sufocamento), causa hiperventilação
Pele: Gelo seco pode ocasionar ulcerações
Olhos: Pode levar a cegueira
NFPA 704
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Frases R
Frases S S9, S23
Potencial de aquecimento global 1 (por definição)
Compostos relacionados
Outros aniões/ânions Dissulfeto de carbono
Tetrafluorometano
Nitreto de carbono (teórico)
Outros catiões/cátions Dióxido de silício
Dióxido de germânio
Dióxido de estanho
Dióxido de chumbo
Anidrido nítrico
Óxidos de carbono relacionados Monóxido de carbono
Subóxido de carbono
Monóxido de dicarbono
Trióxido de carbono
Compostos relacionados Ácido carbônico
Sulfeto de carbonila
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob
condições normais de temperatura e pressão
Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

O dióxido de carbono (também conhecido como anidrido carbónico (português europeu) ou anidrido carbônico (português brasileiro) e gás carbónico (português europeu) ou gás carbônico (português brasileiro)) é um composto químico constituído por dois átomos de oxigénio e um átomo de carbono. A representação química é CO2. O dióxido de carbono foi descoberto pelo escocês Joseph Black em 1754.

Estruturalmente o dióxido de carbono é constituído por moléculas de geometria linear e de carácter apolar. Por isso as atracções intermoleculares são muito fracas, tornando-o um gás nas condições ambientais. Daí o seu nome comercial gás carbónico. Esse gás é exalado dos seres humanos e dos animais e metabolizado pelas plantas.

Papel biológico

O dióxido de carbono é essencial à vida no planeta. Visto que é um dos compostos essenciais para a realização da fotossíntese – processo pelo qual os organismos fotossintetizantes transformam a energia solar em energia química. Esta energia química, por sua vez é distribuída para todos os seres vivos por meio da teia alimentar. Este processo é uma das fases do ciclo do carbono e é vital para a manutenção dos seres vivos.

O carbono é um elemento básico na composição dos organismos, tornando-o indispensável para a vida no planeta. Este elemento é armazenado na atmosfera, nos oceanos, solos rochas sedimentares e está presente nos combustíveis fósseis. Contudo, o carbono não fica fixo em nenhum desses estoques. Existe uma série de interacções por meio das quais ocorre a transferência de carbono de um estoque para outro. Muitos organismos nos ecossistemas terrestres e nos oceanos, como as plantas, absorvem o carbono encontrado na atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2). Esta absorção dá-se através do processo de fotossíntese. Por outro lado, os vários organismos, tanto plantas como animais, libertam dióxido de carbono para a atmosfera mediante o processo de respiração. Existe ainda o intercâmbio de dióxido de carbono entre os oceanos e a atmosfera por meio da difusão.

Na atmosfera da terra

A libertação de dióxido de carbono vinda da queima de combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra (desmatamentos e queimadas, principalmente) impostas pelo homem constituem importantes alterações nos estoques naturais de carbono e tem um papel fundamental na mudança do clima do planeta.[4] Outros grandes emissores são a produção de cimento e aço, refinaria de petróleo[5] e indústria petroquímica. Por exemplo, o ácido acrílico, um importante monómero é produzido numa quantidade de mais de 5 milhões de toneladas/ano. O desafio é o desenvolvimento desses processos é encontrar um catalisador adequado e condições de processo que maximizem a formação do produto e minimizem a produção de CO2.

O excesso de dióxido de carbono que actualmente é lançado para a atmosfera resulta da queima de combustíveis fósseis principalmente pelo setor industrial e de transporte. Além disso, reservatórios naturais de carbono e os sumidouros (ecossistemas com a capacidade de absorver CO2) também estão sendo afectados por acções antrópicas. Devido o solo possuir um estoque 2 a 3 vezes maior que a atmosfera, mudanças no uso do solo podem ser importante fonte de carbono para a atmosfera.

Nas últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis fósseis, a quantidade de gás carbónico na atmosfera tem aumentado muito. Há evidência científica de que o aquecimento global tem íntima relação com o aumento de CO2.

A concentração de CO2 na atmosfera começou a aumentar no final do século XVIII, quando ocorreu a revolução industrial, a qual demandou a utilização de grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia. Desde então, a concentração de CO2 passou de 280 ppm (partes por milhão) no ano de 1750, para os 403 ppm atuais[10], representando um incremento de aproximadamente 44%.

Este acréscimo na concentração de CO2 implica o aumento da capacidade da atmosfera em reter calor e, consequentemente, da temperatura do planeta. Dados na secção de Warming Climate do National Climatic Data Center mostram uma clara tendência no aumento da temperatura, acompanhando de modo palpável o aumento na taxa de CO2. Num artigo do Earth Observatory da Nasa são revelados registos que mostram que a temperatura actualmente é a mais alta em um período de, pelo menos, 1000 anos, e em páginas subsequentes é demonstrado que, embora as emissões de CO2 pelos vulcões e o ciclo de máximo e mínimo solar continuem a actuar no processo natural de aquecimento, eles não são os responsáveis pelo aquecimento actual, pois, segundo dados colectados, eles têm influência muito pequena no anómalo crescimento da temperatura que vem acontecendo nos últimos 100 anos, e que as emissões de CO2 resultante das actividades humanas são 100 vezes maiores do que as emissões vulcânicas.

Usos

Qual a influência do processo de acidificação dos oceanos na manutenção dos corais marinhos?

Diagrama de fase pressão-temperatura do dióxido de carbono, mostrando o ponto triplo e o ponto crítico.

O CO2 é utilizado em bebidas (bebidas carbonatadas) para lhes dar efervescência.

É utilizado em extintores durante os incêndios para isolar o oxigénio do combustível.

É utilizado em cilindros para a prática de Paintball.

É Utilizado em aquariofilia na regulação do pH da água.

Pode ser utilizado numa concentração de 30 a 40% com gás oxigénio para produzir efeito anestésico em pequenos animais.

Pode ser usado para a reforma seca do metano.

Pode ser usado para a síntese de carbonato de dimetilo, um composto versátil na indústria de polímeros, farmacêuticos e químicos[13].

A reacção de mudança do vapor de água é um processo que gera compostos para uso industrial e combustíveis (ver: gás de síntese e gasogênio). Tanto o CO (monóxido de carbono) quanto o CO2 estão, obrigatoriamente, presentes nesta reacção.

Jorge M. G. De Almeida Santos/CMD/DCM

Como a acidificação afeta os corais?

Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons emoluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando ao seudesaparecimento.

Como acidificação dos oceanos podem beneficiar alguns microrganismos marinhos?

Outras pesquisas demonstram como alguns microrganismos poderiam se beneficiar da acidificação. A diminuição do pH (aumento da acidez) favorece a disponibilidade de nutrientes essenciais para o plâncton, resultando em um crescimento da produção primária, por exemplo.

Quais são as consequências da acidificação dos oceanos?

CONSEQUÊNCIAS DA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS Ocorre uma diminuição da quantidade de íons de carbonato na água, um elemento necessário para a formação dos esqueletos e das conchas de certos animais marinhos.

Que maneira a acidificação dos oceanos causa impacto na vida dos corais e de alguns moluscos?

Impactos da acidificação dos oceanos Isso porque os corais, quando expostos a esse tipo de acidificação, podem não conseguir formar seus esqueletos. Logo, ao reduzir os carbonatos do ambiente, outros tipos de animais, como ostras e mexilhões, também são impedidos de calcificarem suas conchas.