O termo imperialismo é utilizado para referir-se às práticas da política em que uma nação buscava promover uma expansão territorial, econômica e/ou cultural sobre outra nação. A utilização da palavra imperialismo pode ocorrer em contextos atuais como, por exemplo, quando um país resolver intervir militarmente em outro. Show O termo “imperialismo” também é muito utilizado para fazer referência ao processo de colonização da África, Ásia e Oceania, que se iniciou na segunda metade do século XIX. Esse processo também é conhecido entre os historiadores como neocolonialismo. Durante o neocolonialismo, segundo o historiador Eric Hobsbawm, cerca de 25% das terras do planeta foram ocupadas por alguma potência imperialista|1|. Eric Hobsbawm também exemplifica por meio de dados estatísticos a dimensão da expansão imperialista na época. As seguintes potências imperialistas tiveram um aumento significativo no tamanho de seus territórios e isso foi motivado pela dominação e a criação de colônias na Ásia, África e Oceania. Segue os dados abaixo|2|:
Além dessas, outras nações como Portugal, Espanha, Rússia, Estados Unidos, Japão etc. foram enxergadas como praticantes de políticas imperialistas. A influência do imperialismo sobre o planeta foi tamanho, e continentes como a África, até hoje, colhem as consequências desse processo de dominação colonial. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Tópicos deste artigo
Causas do imperialismoO imperialismo, na definição dada acima, surgiu como consequência das transformações causadas pela Revolução Industrial. Essa revolução foi iniciada pioneiramente na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, e causou transformações profundas. A partir dela, houve o surgimento da indústria, e mudanças nos modos de produção e nas relações patronais aconteceram. A Revolução Industrial resultou no surgimento de novas máquinas, novos meios de comunicação, novos meios de transporte e foi responsável pela utilização de combustíveis fósseis. Com o desenvolvimento da indústria, o comércio transformou-se, não somente em nível local, mas também em escala global. Essa expansão do comércio por meio da Revolução Industrial aconteceu, porque o processo de produção de mercadorias cresceu consideravelmente. Com o crescimento na produção de mercadorias, as nações industrializadas precisaram ampliar seu acesso às matérias-primas utilizadas na produção e também de ampliar a sua capacidade de venda, isto é, eram necessários novos mercados consumidores. Uma causa que explica, em grande parte, a expansão colonial da segunda metade do século XIX é a busca por novos mercados consumidores, segundo aponta Eric Hobsbawm|3|. Isso porque acreditava-se que a grande quantidade de mercadorias produzidas seria absorvida com a expansão dos mercados consumidores. Hobsbawm também fala que “o ‘novo imperialismo’” foi o subproduto natural de uma economia internacional baseada na rivalidade entre várias economias industriais concorrentes, intensificada pela pressão econômica dos anos 1888”|4|. Motivadas pela expansão econômica, as nações europeias, principalmente, iniciaram o processo de expansão territorial. Imperialismo na África
Dentro do processo neocolonialista que aconteceu no século XIX, a ocupação do continente africano teve grande destaque. Isso porque o continente africano foi amplamente impactado pelo imperialismo, uma vez que, no auge do ciclo imperialista (entre 1884 e 1914), o continente teve apenas dois territórios que não foram ocupados: Libéria e Etiópia. O historiador Valter Roberto Silvério aponta que três acontecimentos entre 1876 e 1880 foram cruciais para iniciar a corrida de ocupação do continente africano|5|:
Esses acontecimentos deram início a uma corrida pela ocupação do continente africano que resultou em uma série de atritos entre as nações europeias. Em decorrência disso, Otto von Bismarck, chanceler alemão, buscando defender os interesses da Alemanha e pôr fim a essas disputas, organizou a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885. Algumas das pautas debatidas na conferência foram as questões relativas à navegação dos rios Congo e Níger, a questão do mapa cor-de-rosa proposto por Portugal, e também foi organizada a divisão do continente africano, isto é, estabelecidas as fronteiras entre as regiões e estipulado quais nações teriam direitos sobre os territórios. A ocupação do continente africano ocorreu sob a justificativa de ser uma “missão civilizatória”, na qual as nações europeias levaram a civilização para os povos “atrasados” da África. A exploração do continente para fins econômicos também utilizava-se de missionários. Todas essas justificativas utilizadas partiam de ideais racistas, como o darwinismo social, que estipulava que o homem branco era “superior”. Hoje sabemos que as justificativas utilizadas não passavam de disfarce para os reais interesses que eram de promover a exploração econômica do continente africano. A ocupação do continente africano, por sua vez, não aconteceu de maneira pacífica, pois os povos africanos lançaram dura resistência contra a presença europeia. Neste texto é encontrado um dos exemplos de resistência ao imperialismo. Acesse também: Conheça mais exemplos da resistência africana ao domínio europeu Consequências do imperialismoO imperialismo foi muito forte no mundo, durante o período citado (entre 1884 e 1914), mas a presença de europeus como colonizadores na África e na Ásia ocorreu até a segunda metade do século XX. O imperialismo deixou graves consequências nesses locais, expostas a seguir.
Notas |1| HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p. 97.
Qual era a missão civilizadora do homem branco?A missão civilizadora em África, de forma particular em Moçambique, significou a superioridade moral e cultural dos povos europeus, o que lhes valeu o direito, e sobretudo o dever, de exercer seu poder de dominação e exploração sobre os considerados povos atrasados, neste caso o povo de moçambicano.
Qual o objetivo do fardo do homem branco?“O Fardo do Homem Branco” defendia que passara a caber a Washington tratar dos selvagens para o bem deles, sem contar com o seu agradecimento. Os nativos do mundo tinham de ser dirigidos pelas potências ocidentais. Eram homens inferiores, de civilizações fracas que precisavam de ouvir a voz do dono.
Como o fardo do homem branco era uma estratégia imperialista?A mensagem era bastante simples: Kipling justificava o imperialismo não pela busca e exploração dos recursos naturais, mas sim como uma necessidade para levar a “civilização” aos lugares mais “atrasados” do planeta.
Quais são os principais objetivos do imperialismo?O Imperialismo é o nome dado para o conjunto de políticas que teve como objetivo promover a expansão territorial, econômica e/ou cultural de um país sobre outros.
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