Qual o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele?

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Um tira-dúvidas para você não correr riscos 

O clima esquenta e o câncer de pele se faz um risco presente.

A radiação ultravioleta (UV), presente nos raios solares, é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele, tumor maligno mais comum no brasileiro. Por isso, a prevenção é fundamental. Além de saber mais os cuidados com a pele no verão, esclareça algumas dúvidas com o Dr. João Pedreira Duprat Neto, diretor do Núcleo de Câncer de Pele do A.C.Camargo. Confira:
 

Pessoas com pele, cabelos e olhos claros têm mais chances de desenvolver o carcinoma basocelular.

Verdade. Quem possui menos pigmento na pele conta com menor proteção contra as radiações UV e, logo, têm mais risco de desenvolver câncer de pele.

Também é preciso se proteger dos raios solares em dias nublados.

Verdade. A emissão de raios ultravioletas independe de o céu estar ou não ensolarado. No caso de dias nublados, de nuvens claras e baixas, a insolação é menor - em torno de 40% - mas ainda assim é preciso se cuidar, principalmente em períodos maiores de exposição ao sol.

Para se proteger, acessórios como óculos de sol e chapéu são úteis, além do filtro solar. Essas recomendações são importantes principalmente para quem tem a pele muito clara (loiros e ruivos) e para aqueles que já foram diagnosticados com câncer de pele anteriormente. Se o rosto ou outras regiões do corpo ficam avermelhadas quando expostas ao sol, esses cuidados também devem ser sempre priorizados.
 

Protetor solar é fundamental na proteção da pele.

Verdade. O filtro solar é um dos principais modos de proteger a pele da emissão de raios ultravioletas (UVs), tornando-o um importante fator de prevenção do câncer de pele. Porém, seu uso deve ser feito corretamente: a aplicação deve ocorrer cerca de meia hora antes da exposição ao sol, para garantir melhor absorção na pele e deve ser reaplicado em cada duas ou três horas ou após se molhar.

Décadas atrás, no entanto, a maioria dos filtros solares protegia somente da incidência de raios UVB, pois acreditava-se que os raios UVA apenas bronzeavam a pele, sem causar danos. Posteriormente foi descoberta a relação do câncer de pele com a emissão de raios UVA e, atualmente a maioria dos filtros solares garante proteção para ambos os tipos de raios.

Na sombra, não é necessário passar filtro solar.

Mito. Mesmo na sombra, não estamos livres dos raios ultravioleta.

O guarda-sol nos blinda totalmente contra os raios solares.

Mito. Até debaixo dele, não se pode descuidar da proteção solar, pois a água do mar e a areia refletem a radiação solar expondo a pele aos raios UV.

Depilação a laser pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele.

Mito. O laser pode ser importante tanto na parte estética quanto na médica. Pode ser utilizado, por exemplo, na fototerapia, método terapêutico empregado quando há muitas lesões no paciente. No entanto, são técnicas distintas e que não devem ser utilizadas no tratamento de lesões cancerígenas.
 

Câncer de pele não melanoma pode evoluir para melanoma.

Mito. Trata-se de lesões distintas, que surgem em estruturas diferentes do corpo. Os três principais tipos de câncer de pele são:

  • Carcinoma basocelular - é o mais prevalente e encontra-se na epiderme (camada superior da pele). Tem aparência de feridas ou lesões avermelhadas. Podem ter sangramentos com pequenos "raspões".
  • Carcinoma espinocelular - surge em células escamosas e também se manifesta como feridas. Na fase inicial possui  lesão avermelhada semelhante a um eczema.
  • Melanoma - é o tipo mais raro e também mais agressivo. Geralmente, tem aparência semelhante à de uma pinta, com alterações no formato, tamanho ou cor.

Queimadura pode evoluir para câncer de pele.

Verdade. Esse tipo de dano na pele é comum e grandes queimaduras podem sim causar câncer. Nestes casos exige uma constante avaliação médica - principalmente em pacientes que apresentam uma ferida que demora a cicatrizar. Isso pode resultar em um tumor de pele até 30 ou 40 anos depois da lesão, por isso, é recomendado o acompanhamento regular por um especialista.

A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha importantes funções. Possuímos uma proteção natural contra o sol – que inclui a melanina, os pelos e as células de defesa. Entretanto, esta proteção não é suficiente, uma vez que a exposição solar prolongada é uma das principais causas do envelhecimento e o principal fator de risco do câncer de pele.

A luz do sol, que atinge a superfície da terra, é composta principalmente por dois tipos de radiação: a UVA e a UVB. A UVA é praticamente constante durante todo o dia e a principal responsável pelo envelhecimento precoce da pele e reações alérgicas. Já a UVB contribui para o surgimento de queimaduras e doenças de pele.

O câncer de pele, na prática, é o crescimento exagerado das células da pele e se desenvolve de duas formas: o melanoma e o não melanoma. O tema é de grande pertinência, afinal, este é o câncer mais prevalente no Brasil.

Neste artigo, vamos apresentar tudo o que você precisa saber sobre a doença, sobretudo como preveni-la. Confira:

Acesso rápido ao conteúdo

  • Fatores de risco para o câncer de pele
  • Sintomas da doença
  • Diagnóstico do câncer de pele
  • Tipos de câncer de pele
    • Não melanoma
    • Malenoma
  • Como prevenir o câncer de pele
  • Tratamento para o câncer de pele

Fatores de risco para o câncer de pele

A exposição prolongada ao sol é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele e o perigo é ainda maior para pessoas de pele e olhos claros, ruivos ou com sardas, pois possuem maior sensibilidade. 

Na maior parte das vezes, o tempo de exposição está associado ao maior risco. Porém, em alguns casos como o câncer de pele melanoma (o mais agressivo dentre eles), a exposição intermitente levando a queimaduras é mais relevante. 

Outro fator de risco que merece atenção é a exposição solar na infância, que também se relaciona mais com o câncer de pele do tipo melanoma.

Sintomas da doença

Os sintomas do câncer de pele podem variar de acordo com o tipo. Geralmente acometem as regiões com maior exposição ao sol, como face, braço, antebraço, pescoço e mãos.

Esses sintomas podem se manifestar como nódulos, placas eritematosas ceratósica (que são regiões mais endurecidas), úlceras e verrugas. É essencial procurar um especialista assim que notar qualquer um deles.

Diagnóstico do câncer de pele

O diagnóstico definitivo do câncer de pele é por meio da biópsia. Por outro lado, ficar atento as alterações na pele é imperativo para um diagnóstico precoce da doença.

Em seus cuidados pessoais, observe o surgimento de novas manchas ou lesões e ainda mudanças em manchas já existentes. Na dermatologia, utiliza-se o mnemônico ABCDE para lesões de pele.

  1. A – Assimetria: sempre observar se uma metade é igual a outra.
  2. B – Bordas: identificar se as bordas são mal definidas ou delimitadas.
  3. C – Cor: observar se há mais de uma cor na mesma mancha, por exemplo, vários tons de bronzeado, vermelho-acastanhado, preto ou azul.
  4. D – Diâmetro: verificar se a borda é maior que a borracha de um lápis, cerca de 6 mm.
  5. E – Evolução: ficar atento ao crescimento da lesão ou mancha, nas mudanças de formato ou de cor.

Ao perceber qualquer uma destas alterações, consulte um médico para se informar melhor e iniciar uma investigação. Aliás, se você tiver alguém na família que já tenha desenvolvido câncer de pele, a atenção merece ser redobrada.

Tipos de câncer de pele

Não melanoma

O câncer de pele mais comum é o não melanoma, sendo também o que possui melhor prognóstico, principalmente quando diagnosticado precocemente. Os dois tipos mais prevalentes do câncer de pele não melanoma são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular.

O tratamento, na maioria das vezes, é resolutivo e com excelente prognóstico. As lesões destes dois tipos são benignas e com crescimento lento, acometem principalmente as áreas expostas pelo sol por maiores períodos e tem efeito cumulativo – isto é: quanto maior o tempo de exposição ao sol, maior o risco.

As lesões do câncer de pele não melanoma, apesar de serem benignas, se não tratadas podem crescer e provocar metástases por outras partes do corpo. Por isso a importância do diagnóstico precoce.

Malenoma

O segundo tipo é o câncer de pele melanoma. Ele tem origem nos melancólicos, células que produzem um pigmento chamado melanina, responsável pela cor da pele e cabelos. O melanoma, em geral, pode ser diferenciado das manchas de nascença, apresentam coloração castanha ou preta e ainda podem causar coceira e sangramento, ficar inchada, avermelhada ou criar crostas. 

Este tipo é mais frequente em adultos com pele branca e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou em mucosas, como os lábios. Em pessoas de pele negra, que contam com maior proteção devido à melanina, costuma aparecer nas mãos e plantas dos pés. 

Neste tipo, a exposição intermitente ao Sol é mais prejudicial, principalmente em horários de pico, entre 10 h e 16 h. Vale ressaltar, ainda, que ele apresenta forte relação com exposição solar na infância. Ao perceber uma lesão suspeita, faça o teste ABCDE e procure imediatamente um médico.

Como prevenir o câncer de pele

Algumas dicas são cruciais em qualquer época do ano, principalmente no verão.

  • Use e abuse do protetor solar – Aplique pelo menos 30 minutos antes de se expor ao sol, e reaplique várias vezes durante o dia e sempre que entrar na água, mesmo que alguns fabricantes digam que não é necessário. 
  • Evite se expor ao sol nos horários em que há maior incidência de radiação UVB, entre 10 h e 16 h. Outra dica importante é sempre procurar uma sombra, mesmo que em horários de menor incidência de radiação. Há lugares no Brasil que são mais ensolarados e as temperaturas podem chegar os 40ºC.
  • Faça uso de roupas que cubram a maior superfície corporal possível, como camisas de manga longa, calças e saias. Lembre-se que roupas de cor escura protegem mais que as claras. Além disso, dê preferência para roupas frescas no verão, afinal, para se proteger do câncer de pele não é preciso desprezar o seu confortou ou ter uma insolação.
  • Evite o uso de câmaras de bronzeamento artificial – As luzes utilizadas por estes aparelhos emitem radiação UV que podem ser prejudiciais.

Em caso de exposição excessiva, mantenha-se hidratado e protegido do sol. Fique, também, atento a qualquer lesão suspeita, uma mancha nova, ou mesmo manchas antigas que apresentem mudanças.

Tratamento para o câncer de pele

O tratamento depende do estágio em que a doença se encontra, mas na maioria das vezes a cirurgia é o mais indicado. Atualmente a sobrevida de paciente com câncer de pele aumentou devido a novos tratamentos com imunoterapia. 

Além disso, é possível associar ao tratamento à radioterapia ou mesmo à quimioterapia. De modo geral, todo tratamento deve ser individualizado, a critério médico e oferecido pensando nos melhores resultados para o paciente.

O câncer de pele, apesar de ser a neoplasia mais prevalente no Brasil, é um dos mais facilmente prevenidos. Existem inúmeras maneiras de se precaver quanto à exposição ao sol e aos efeitos nocivos trazidos por ela. 

A prevenção é a maneira mais simples de se evitar o câncer de pele. Por isso, sempre que houver dúvida a respeito de uma lesão na pele ou mucosa, procure um médico. Afinal, o diagnóstico precoce possibilita intervenções mais eficientes! No mais, o importante é aproveitar o verão com responsabilidade.

Equipe da Clínica CEU

Responsável pelo conteúdo: Dr Rogério Augusto Pinto da Silva - CRM: 13323 - MG. Currículo Lattes. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728497Y9

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Qual o principal fator de risco para os cânceres de pele?

Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco são: ter pele e olhos claros, ser albino, ter vitiligo, ter histórico da doença na família e fazer tratamento com medicamentos imunossupressores.

O que pode causar câncer de pele?

É um tumor que atinge a pele, sendo o câncer mais frequente no Brasil e no mundo. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerado raro em crianças e pessoas negras. Causado principalmente pela exposição excessiva ao sol.