PONTOS DE VISTA, COMENT�RIOS E R�PLICAS Show
PROJETO DE TRANSPOSI��O DE �GUAS DO RIO S�O FRANCISCO
Os desafios da transposi��o Jos� El�i Guimar�es Campos (*) Em geral, as discuss�es a respeito da transposi��o das �guas do Rio S�o Francisco em dire��o ao nordeste setentrional do Brasil envolvem argumentos ambientais, sociais e pol�ticos e terminam com a cl�ssica pergunta: voc� � a
favor ou contra o projeto de transposi��o? Artigo da UnB Not�cias de 22/ 03/ 2005 : Os desafios da transposi��o - Jos� El�i Guimar�es Campos (*) Jos� Eloi Guimar�es Campos � professor do Instituto de Geoci�ncias (IG) da Universidade de Bras�lia (UnB). Estuda a geologia da regi�o oeste do Estado da Bahia h� mais de 10 anos e atualmente orienta teses e disserta��es na regi�o com objetivo espec�fico de ampliar o conhecimento sobre o Sistema Aq��fero Urucuia, al�m de mostrar a import�ncia desse manancial para a Bacia do S�o Francisco como um todo. Email circular a geocientistas do Brasil: Sent: Wednesday, March 23, 2005 9:55 AM Subject: Transposi��o do Rio S�o Francisco De: pedro angelo [mailto:] C�pia do anexo: TRANSPOSI��O DE CIDADANIA Muito se tem falado e escrito sobre a transposi��o de �guas do Rio S�o Francisco para atender a demanda de popula��es de estados do Nordeste brasileiro, especialmente aspectos t�cnicos, financeiros, ambientais e pol�ticos. � certo que, rigorosamente, uma grande parte (talvez a maior parte) da popula��o brasileira n�o conhe�a a realidade do sert�o nordestino, onde vivem milh�es de brasileiros � merc� de um regime pluviom�trico naturalmente irregular e de uma pol�tica nacional historicamente perversa. Qualquer an�lise profunda dos aspectos t�cnicos, financeiros e ambientais envolvidos nessa quest�o ser�o motivo de pol�micas, ressaltando, sempre, embasamento que evidencia pontos positivos e negativos. A an�lise pol�tica, no entanto, n�o � pass�vel de disputa quando temos de considerar o sentido de na��o, de nacionalidade e, sobretudo, de cidadania. Ora, desde a chegada dos portugueses ao Brasil que o clima do nordeste brasileiro � semi-�rido (na realidade o clima � semi-�rido desde o fim da �ltima era glacial, i. e., h� cerca de 8 mil anos) e assim fica impl�cito que a regi�o sempre sofreu de defici�ncia h�drica. Tratando a quest�o da �gua sob o ponto de vista social e de economia global, n�o podemos esquecer que se trata de um recurso natural indispens�vel � vida humana e sua escassez compromete a vida s�cio-econ�mica dos indiv�duos. O maior desafio da civiliza��o no S�culo XXI ser� a gest�o das �guas e sua rela��o com a produ��o de alimentos. As �guas subterr�neas da China, �ndia e Estados Unidos est�o diminuindo substancialmente (at� 1,5 metros/ano) e estes pa�ses juntos produzem metade dos alimentos consumidos no mundo. Proje��es realistas estimam que a car�ncia de �gua que atingiu 467 milh�es de habitantes no mundo em 1995 alcan�ar� mais de 3 bilh�es em 2025, considerando o d�ficit anual de 160 bilh�es de toneladas entre a �gua bombeada e a recarga natural dos aq��feros e isto representar�, segundo estimativas da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), cerca de um ter�o dos pa�ses do mundo com escassez permanente de �gua, com perspectivas, inclusive, de que metade dos conflitos gerados at� o fim do s�culo sejam para a obten��o de �gua. Neste contexto, analistas pol�ticos e econ�micos vislumbram que a competi��o por �gua ter� como palco o mercado internacional de gr�os e de outros alimentos, quando os pa�ses financeiramente mais fortes n�o ser�o aqueles com maior poderio militar e sim os que detiverem uma grande produ��o de gr�os e para isto precisar�o dispor de �gua para essa produ��o. O Brasil det�m quase 20% de toda a �gua doce do planeta quando inclu�do os mananciais subterr�neos. Considerando apenas a �gua doce superficial da Terra, 8% encontra-se em territ�rio brasileiro, sendo que a maior parte (cerca de 80%) est� localizada na regi�o da Bacia Amaz�nica. Os 20% restantes est�o distribu�dos desigualmente pelo pa�s, atendendo a 95% da popula��o. A defici�ncia h�drica do nordeste brasileiro n�o recai apenas na adversidade determinada pelo seu clima semi-�rido, que � marcado por per�odos sazonais e ciclos anuais epis�dicos de baix�ssimas taxas pluviom�tricas, mas tamb�m nas caracter�sticas das rochas predominantes na regi�o, ou seja, rochas cristalinas que inibem ou dificultam a acumula��o de �guas subterr�neas. Esse quadro determina uma rede de drenagem dominada amplamente por fluxos intermitentes e de vaz�es relacionadas exclusivamente �s taxas pluviom�tricas. Portanto, pode-se visualizar como solu��o definitiva para essa defici�ncia h�drica o represamento de �guas superficiais ou a transposi��o de �guas de rios caudalosos que fluem � margem da regi�o para bacias hidrogr�ficas do territ�rio nordestino. O represamento de �guas superficiais implicaria na necessidade de constru��o de muitas centenas de reservat�rios de m�dio e grande porte, que, a despeito dos fara�nicos investimentos de recursos, provocaria impactos ambientais inimagin�veis. Ademais, determinaria a inunda��o de grandes parcelas de terras nobres, ou seja, agricult�veis e habitadas, e provocaria a remo��o de centenas de milhares de cidad�os de suas propriedades e cidades. A transposi��o de �guas de outras bacias hidrogr�ficas tem tamb�m seu pre�o pecuni�rio e ambiental, mas no conjunto, um e outro, ser� efetivamente menor do que naquele caso. N�o se trata de nenhum apelo emotivo afirmar que o grave problema da superpopula��o de favelas (e suas nefastas conseq��ncias) nos grandes centros urbanos � decorr�ncia, em grande parte, do �xodo de nordestinos que fugiram e fogem da seca e de toda ordem de precariedades impostas �quela regi�o. N�o se trata tamb�m de nenhum exagero afirmar que os investimentos financeiros paliativos efetuados nos momentos cr�ticos de seca ao longo dos �ltimos dois s�culos seriam suficientes para resolver, definitivamente, de uma forma ou de outra, a problem�tica da defici�ncia h�drica da regi�o. Naturalmente que a transposi��o de �guas, em si, n�o promover� a reden��o da popula��o do sert�o, ora escravizada por precariedades que brotam do analfabetismo e se fortalecem nas condi��es sanit�rias e de outras defici�ncias de infra-estrutura como transporte e moradia e sem mencionar o lazer que � fabricado apenas com o repente da viola e com os gracejos que t�m como fundo hilariante a sua pr�pria sorte. A pereniza��o de bacias hidrogr�ficas do nordeste brasileiro implicar� em investimentos ainda maiores para o suporte de agricultura irrigada (familiar ou n�o), de projetos de aquicultura (para peixes, camar�o, etc.), e de tantos outros projetos poss�veis, incluindo fontes de gera��o de energia atrav�s de biodiesel e �lcool. Resolvida a defici�ncia h�drica, o nordeste brasileiro tornar-se-� uma regi�o de certa forma privilegiada e estrat�gica para o Brasil, considerando a quantidade e qualidade das terras agricult�veis e sem restri��es de foto-per�odo, a disponibilidade de m�o de obra e a maior proximidade dos grandes centros consumidores do hemisf�rio norte. Al�m de tudo isso, pode-se considerar como o mais importante, o direito inalien�vel do sertanejo se fixar no seu pr�prio territ�rio. O Brasil sempre foi muitos brasis e ultimamente esse conceito parece descambar para o ego�smo regional arrefecendo o conceito de na��o e o exemplo n�o est� apenas na �guerra� deflagrada com subs�dios para atrair ind�strias. Fala-se em royalties pelo uso de �guas que �j� moveram moinhos� e flui a milhares de quil�metros a jusante. Mais hoje mais amanh�, falar-se-� nos royalties da �d�diva de S�o Pedro�, desde que as frentes frias que nos trazem chuva v�m com freq��ncia da Argentina, ter�amos de pagar por isso ao governo portenho. A transposi��o de �guas para o nordeste brasileiro � uma necessidade inadi�vel e sendo as do S�o Francisco inapropriadas por raz�es econ�micas ou de outra ordem, que se transponha �guas do Tocantins ou de outro rio, a despeito dos custos financeiros e ambientais ainda maiores. Nesses mais de 180 anos de Brasil, outras regi�es brasileiras capitalizaram a grande maioria dos investimentos do pa�s, seja em infra-estrutura, seja em aspectos sociais e s�cio-econ�micos e por esta raz�o, n�o podemos mais agir com tamanho ego�smo. A transposi��o de �guas para o nordeste brasileiro �, sobretudo, a transposi��o de uma cidadania que tem sido muito mais destes do que daqueles. Do contr�rio, os nordestinos ter�o que devotar Calabar, afinal ele lutou para que territ�rios nordestinos continuassem sob a tutela dos holandeses. Em um extremo, se realmente o nordeste n�o interessa ao povo brasileiro, poder�amos vend�-lo ou do�-lo para outra na��o, acompanhado de um sonoro pedido de desculpas aos nordestinos e aos holandeses. Pedro Angelo Almeida Abreu Professor Titular da Faculdade de Ci�ncias Agr�rias/FAFEID Doutor em Ci�ncias Naturais pela Universidade de Freiburg - Alemanha De: Manfredo Winge
[mailto:] Prezado Pedro �ngelo, sou obrigado a discordar do colega e apoiar o ponto de vista do Prof. El�i que recomenda cautela e mais estudos, hidrol�gicos, hidrogeol�gicos e outros, antes de se partir para um investimento de tal monta e que pode vir a ter resultados p�fios e at� desastrosos face ao que se espera dele. S�o U$ 4 bilh�es ?? - http://nordesteunido.vilabol.uol.com.br/chicao4.htm - para a implanta��o e mais quanto para a manuten��o anual? N�o tenho detalhes do projeto, mas do que li depreendo que a transposi��o se dar�, obviamente, em �pocas de seca, �pocas em que o Rio S. Francisco apresenta as menores vaz�es e com valores, eventualmente, no limiar de seguran�a para os sistemas hidrel�tricos e de irriga��o j� implantados e programados. A explora��o intensiva e progressiva, direta (po�os de capta��o) e indireta (nascentes), de aqu�feros como o Urucuia, quest�o aventada pelo colega El�i, e que s�o os fornecedores de �gua essenciais da �poca de seca, compromete mais ainda este quadro de desvio de �guas do Velho Chico durante o per�odo de S�ca. Outra coisa: a �gua dever� ser bombeada para atravessar como um (ou dois?) canal a vasta regi�o �rida ao norte do rio que tem cerca de 750.000 km2. Quanto desta �rea ser� beneficiada com a �gua da transposi��o que somente poder� escorrer via um canal estreito, lembrando tambem que toda a regi�o Nordeste tem mais de 1.500.000 km2? A propaganda de que a rede de drenagem ser� perenizada na regi�o � inconceb�vel pois a �gua n�o poder� SUBIR os m�ltiplos afluentes a partir desse canal artificial; nem ter�amos �gua para tanto, alem de que, distribuida em pequenas quantidades para abastecer m�ltiplas nascentes, teria uma taxa de evapora��o fant�stica o que propiciaria grande perda de �gua e a saliniza��o dos aluvi�es, esterilizando-os. Certamente que teremos, tambem, uma supervaloriza��o local de terras e da �gua por onde passa o canal e que, assim, somente poder�o ser compradas/destinadas para sistemas de alta produ��o localizados e dirigidos para monoculturas de alta rentabilidade por empresas globalizadas, ficando o resto do sert�o com a sede de sempre. Trabalhei por v�rios anos em mapeamento geol�gico regional do Nordeste (nos bons tempos do in�cio da SUDENE) e sei a falta que a �gua faz na �rea da caatinga durante os per�odos de estiagem prolongada. Compartilho de sua ang�stia com a quest�o social ("Transposi��o da Cidadania") e concordo que devemos ter projetos que minorem o sofrimento do sertanejo, mas que estes programas sejam realistas, n�o tenham os ran�os de politicagem de marqueteiros e aproveitadores como se v� tanto neste Pa�s, e que busquem melhorar as condi��es sociais e de trabalho do povo sofrido, transformando a regi�o como um todo e n�o localizadamente. Ser� que com menos recursos n�o se poder�o tocar pequenos e bem idealizados projetos mas com milhares de frentes, auto financi�veis na medida do poss�vel, como: a constru��o de cisternas (caseiras, p�blicas e industriais) com capta��o da �gua da chuva; a constru��o de pequenas represas (bem constru�das e em pontos bem selecionados social e economicamente), e de barragens subterr�neas segurando o manancial hidrogeol�gico nos aluvi�es; a execu��o de po�os artesianos em falhas/fraturas do cristalino e, principalmente, nos espetaculares aquiferos do Urucuia, da Bacia do Piau�-Maranh�o e tantas outras �reas menores hidrogeologicamente j� definidas ou a definir? Isto sem falar em v�rios outros projetos associados a esses e que v�o ao encontro das afinidades regionais como: implanta��o de polos de ensino e desenvolvimento de lapida��o de gemas de pegmatitos e outras; a identifica��o e aproveitamento intensivo das manchas de terras e aluvi�es f�rteis onde mais de uma safra por ano com alta produtividade podem vir a ocorrer abaixo de pequenas barragens, gerando polos produtivos agroindustriais espalhados por todo o Nordeste; e acompanhando esse crescimento, a instala��o (sem dinheiro p�blico de prefer�ncia) de sistemas de aproveitamento da energia solar e dos ventos, de mini-usinas de biog�s e adubo org�nico associado,..... Megaprojetos como esse da transposi��o, com altos custos e quest�es b�sicas pendentes, que, muitas vezes, come�am em uma administra��o e n�o s�o nem finalizados nas pr�ximas (nossa "p"ol�tica), devem ser bem amadurecidos, cient�fica, t�cnica, economica e socialmente, alem de serem bem avaliados face a outras alternativas de menor agress�o ambiental e de maior envolvimento social e areal. Se conclu�do que s�o bons, devem ser divulgados adequadamente com pr�s e contras para receber o aval do povo (sem marketing da m�dia das empresas consultoras e construtoras !!, e com a situa��o e a oposi��o pol�ticas traduzindo esse aval em compromisso de execu��o em or�amento plurianual), para poderem ser deslanchados com seguran�a de irem at� o fim e trazerem os resultados esperados. Para tudo isto urge tambem que o(s) gov�rnos fa�am seu dever de casa e GOVERNEM, gastando adequadamente os recursos de nossos impostos (hoje esterilizados para pagar a ciranda financeira mundial) em quest�es primordiais como educa��o, sa�de e saneamento b�sico, seguran�a, levantamentos b�sicos do Pa�s (geologia, pedologia, hidrogeologia, hidrologia, vegeta��o, fauna, apropria��o do solo, infraestrutura..) que s�o indispens�veis a qualquer tomada de decis�o e desenvolvimento de projetos s�rios. Acho que precisamos mais conhecimentos b�sicos e estudos criteriosos antes de investirmos na transposi��o do S�o Francisco. Fazendo analogia com o falecido projeto da Transamaz�nica: esta decis�o n�o pode ser somente de cunho pol�tico; ela deve estar lastreada em bases cient�ficas. Sauda��es Manfredo c/co colegas geocientistas De: [mailto:] Prezado Manfredo, quero parabeniz�-lo pela excelente esposi��o sobre as dificuldades e as
verdadeiras medidas que certamente teriam que ser tomadas quanto � esse "projeto" de transposi��o do S�o Francisco. Politicagem e id�ias sonhadoras certamente n�o resolver�o a situa��o do Nordeste, sem um estudo s�rio de suas conseq��ncias por geocientistas. N�o devemos esquecer, e sim tomarmos como exemplo, o ocorrido com o mar Aral em decorr�ncia dos processos de retirada das �guas de seus afluentes para a irriga��o indiscriminada pelo antigo governo sovi�tico. Suas conseq��ncias s�o hoje bem
evidentes. Veja o anexo .. . Acho que � um ponto de vista que deve levantar a poeira para que outras pessoas opinem. C�pia do anexo:
De: Patrocinio Tomaz [mailto:] Prezado Manfredo Tenho me colocado contra este projeto (e os que lhe deram origem) de transposi��o por raz�es de
�rdens hidrol�gica, hidrogeol�gica, hidr�ulica, socioecon�mica e de gest�o de bacias hidrogr�ficas. Encaminho, em anexo, trecho de um relat�rio que fiz sobre seca e transposi��o para a Assembl�ia Legislativa do Estado em 1998, tendo atualizado alguns n�meros, bem como uma mensagem (transcrita abaixo) de participa��o em debate sobre o tema, no site da ABRH-Gest�o. Esperando que o ilustre colega tenha sido atendido em sua solicita��o por e-mail, subscrevo-me, A mensagem: Prezado S�rgio e demais participantes da Lista ABRH-Gest�o. Patroc�nio. Em tempo: n�o sou xiita nestes assunto de desenvolvimento com base em recursos h�dricos. Sou favor�vel � constru��o de reservat�rio para gera��o de energia (qual a alternativa com a mesma escala? se tiverem, porque n�o substituem a gera��o hidrel�trica e liberam, n�o 26 m�/s, mas uma parcela muito maior da vaz�o regularizada por Sobradinho). ========================================== A TRANSPOSI��O DE �GUAS DO S�O FRANCISCO. Por: Jos� do Patroc�nio Tomaz Albuquerque Ge�logo com Mestrado em Eng� Civil, �rea de Recursos H�dricos. Generalidades. Para que se possa elaborar um projeto de transposi��o, duas condi��es b�sicas devem ser satisfeitas, conforme preceitos de economia dos recursos h�dricos, e que s�o: a exaust�o total do potencial da bacia receptora e a exist�ncia de excedente h�drico na bacia cedente, entendido o excedente como o saldo de recursos h�dricos que esta bacia apresente em horizonte de tempo suficientemente longo, de modo a n�o provocar preju�zo ao seu desenvolvimento. A primeira condi��o n�o � satisfeita por nenhuma das bacias hidrogr�ficas nordestinas, pretensamente receptoras, as quais apresentam, todas, super�vit de disponibilidades de recursos h�dricos em rela��o �s demandas atuais e futuras de cada bacia, a unidade de avalia��o, planejamento e gest�o natural de recursos h�dricos. O problema de atendimento de demandas est� ligado a novas ativa��es do potencial, onde eles n�o est�o totalmente ativados (caso das bacias do m�dio e baixo Para�ba, por exemplo) ou ao gerenciamento correto do potencial e das disponibilidades atuais, existentes em reservat�rios superficiais, em po�os tubulares ou outras estruturas de capta��o j� constru�das. A raiz do problema de desabastecimento � a inexist�ncia de uma gest�o integrada, racional e harmoniosa dos recursos h�dricos, superficiais e subterr�neos de cada bacia hidrogr�fica que contemple as caracter�sticas naturais ou ambientais das mesmas, a tipologia adequada das demandas e os atributos s�cio-culturais de sua popula��o. Para o caso das bacias pretensamente receptoras do Nordeste, o confronto entre disponibilidades, atuais e m�ximas, e demandas das popula��es humanas, urbana e rural, da pecu�ria, da ind�stria (inclusive, agroind�stria), aq�icultura e irriga��o, a situa��o � a seguinte:
Fonte: Projeto �RIDAS (Relat�rio Consolidado), SEPLAN, Bras�lia, 1994. *Em milh�es de m�/ano. ]** Inclui as bacias hidrogr�ficas dos rios Para�ba, Mamanguape, Gramame e demais unidades hidrogr�ficas costeiras do Estado. Como se pode verificar, todas as bacias benefici�rias t�m super�vit at�, pelo menos, o ano 2020, mesmo com a implanta��o de projetos de irriga��o dentro do modelo atualmente adotado (55.624 h� na bacia do Jaguaribe, 7.209 h� no Apodi, 22.538 na bacia do Piranhas-A�u e 13.457 h� na bacia Oriental da Para�ba). Este modelo de irriga��o � consumista, concentrador e perdul�rio dos recursos h�dricos em qualquer bacia hidrogr�fica nordestina. Por isto e por sua incompatibilidade com os par�metros f�sicos, hidrol�gicos, ambientais e s�cio-culturais da regi�o e de seu povo, discordo de sua implanta��o. Defendo um outro modelo que contemple m�todos de maior efici�ncia h�drica, per�odo e cultivos compat�veis com as caracter�sticas f�sicas e hidroclim�ticas do semi-�rido e com os atributos educacionais e culturais de seu povo. A segunda condi��o, de exist�ncia de excedente h�drico, precisa ser analisada em rela��o � poss�vel bacia cedente, a do rio S�o Francisco. A transposi��o das �guas do rio S�o Francisco. Duas s�o as alternativas de tomada d��gua nesta bacia: aquela situada no trecho entre as barragens de Sobradinho (jusante) e Xing� (montante), com seus projetos alternativos de Cabrob� e de Itaparica, e aquela localizada � jusante do reservat�rio de Xing�. � Alternativa Sobradinho-Xing�. Nesta alternativa, o obst�culo � transposi��o reside na gera��o de energia que � produzida pelo sistema de barragens existente neste trecho. Sobradinho, Oroc�, Ib�, Itaparica, complexo de Paulo Afonso e Xing� foram constru�das para assegurar uma vaz�o regularizada de 2.060 m3/s ao longo de toda a extens�o do trecho, com garantia de 95%. Isto significa dizer que esta vaz�o pode n�o ocorrer com 100% de freq��ncia, prevendo-se falha na gera��o de energia em 5% dos meses. Esta vaz�o de regulariza��o � dada pelo produto da energia potencial (fun��o da queda d��gua) com a vaz�o regularizada. A energia firme produzida por cada usina hidrel�trica no trecho Sobradinho-Xing�, conforme a Companhia Hidro El�trica do S�o Francisco (CHESF), est� exposta no Quadro 8, a seguir: Quadro 8 - Energia Firme Produzida pela CHESf
Fonte: CHESF- A CHESF e o Uso M�ltiplo das �guas do S�o Francisco, II Simp�sio de Recursos H�dricos do Nordeste, Fortaleza-CE, 1994. Conforme pode-se verificar deste quadro, a redu��o da vaz�o resultar� em uma diminui��o da produ��o de energia. Para cada 1 m3/s retirado em qualquer ponto deste trecho (h� uma rea��o em cadeia) deixar�o de ser produzidos 2,731 MW de energia. Esta � a chamada �produtividade de gera��o de energia� do rio S�o Francisco no trecho considerado. Um projeto qualquer que retire 50, 60, 100 m3/sacarretar� uma redu��o de 50, 60, 100 vezes 2,731 MW de energia firme. No projeto com tomada d��gua em Cabrob�, onde se previa a transposi��o de 60 m3/s, deixariam de ser gerados exatos 163, 68 MW de energia. Considerando que para recalcar a diferen�a de cota de cerca de 160m, cada 1m3/s consumiria 1,6 MW (dados da CHESF), ter-se-ia, para os 60 m3/s, um gasto adicional de 96 MW, totalizando um consumo de 259,68 MW. Como a oferta de energia estar� totalmente comprometida at� o ano de 2002, esta energia teria que ser compensada por uma outra fonte de gera��o de energia el�trica tal como: t�rmica, e�lica, solar, at�mica, etc., cujos custos (US$ 45,00, na alternativa mais barata) s�o 2,5 a 3 vezes superiores ao custo m�dio da energia hidrel�trica, da ordem de US$ 17,10 o MW/hora. Este pre�o teria que ser subsidiado pelo poder p�blico ou ser repassado aos consumidores, o que inviabilizaria, por exemplo, a instala��o ou, at� a manuten��o do atual parque industrial, j� que perderia condi��es de concorr�ncia com produtos cong�neres de outras regi�es. Isto, sem levar em considera��o outros fatores negativos de algumas dessas fontes alternativas de energia como, por exemplo, vida �til menor, polui��o do meio ambiente, etc. Al�m de prejudicar a gera��o de energia, a retirada de �gua neste trecho j� � objeto de um conflito de uso dentro da pr�pria bacia hidrogr�fica do S�o Francisco que disp�e de cerca de 1.300.000 hectares de terras irrig�veis de classes 1 e 2 (quase sem restri��es � irriga��o), dos quais 770.000 hectares j� projetados, esperando, portanto, por �gua. Por isso, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do S�o Francisco (CODEVASF) e a CHESF pleiteiam a importa��o das �guas e da energia do rio Tocantins, de vez que o potencial e as disponibilidades de recursos h�dricos est�o totalmente comprometidos com os abastecimentos humanos (urbano e rural), do gado, industrial, irriga��o, gera��o de energia, navega��o e lazer. Argumentos como o do Professor Caio L�ssio Botelho de que a Lagoa do Varad�o, localizada sobre uma falha geol�gica tem sua vaz�o de 110 m3/s drenada para o S�o Francisco, o que compensaria a transposi��o de 70 m3/s, n�o encontra guarida nas ci�ncias hidrol�gica e geol�gica. Na ci�ncia hidrol�gica porque estas contribui��es j� participam do potencial h�drico da bacia do S�o Francisco, avaliado por uma s�rie de dados fluviom�tricos de, pelo menos, 60 anos. Ora, esta contribui��o n�o se efetivou depois dessa avalia��o. Ao contr�rio, ela se verifica desde o estabelecimento da bacia hidrogr�fica, ocorrida a partir do per�odo Terci�rio que terminou h� 2,6 milh�es de anos atr�s. A partir da� e at� os dias atuais a Terra vive o per�odo Quatern�rio. A falha geol�gica que viabilizaria a drenagem, por sua posi��o sob a lagoa, deve, logicamente, ter se originado antes da lagoa, talvez no per�odo Cret�ceo ou, mesmo, no fim do Terci�rio, que � o per�odo das falhas geol�gicas mais recentes. Verifica-se, portanto, que n�o existe excedente de h�drico na bacia do S�o Francisco no trecho considerado e que a transposi��o de suas �guas somente sair� por uma decis�o pol�tica e para abastecimento humano, �nica justificativa legal para a tomada desta decis�o, por sua prioridade consagrada na Lei N.� 9.433 de 08/01/97 que instituiu a Pol�tica Nacional de Recursos H�dricos. Mesmo a�, fica dif�cil fazer essa op��o, de vez que as demandas h�dricas do Estado, excluindo irriga��o, previstas para o ano de 2020, representam, apenas, 36,15% de suas disponibilidades m�ximas e 76,16% de suas disponibilidades atuais, o que significa que n�o se necessita construir novos reservat�rios, mas, apenas, novas adutoras, a partir de a�udes existentes, desde que tenham capacidade regulariza��o pluri-anual (vaz�o regularizada com 100% de garantia, qualquer que seja o evento hidrometeorol�gico vindouro). E estes reservat�rios existem, �s dezenas, sem o devido aproveitamento, em todas as bacias pretensamente receptoras. � A alternativa de tomada d��gua a jusante de Xing�. Nesta alternativa n�o existe qualquer obst�culo energ�tico � transposi��o, de vez que n�o h� mais moinhos geradores de energia entre Xing� e o Oceano Atl�ntico. Por outro lado a vaz�o regularizada do rio (2.060 m�/s) � acrescida da contribui��o da drenagem de jusante (110 m�/s), de modo que, no baixo curso, a vaz�o do rio S�o Francisco passa a ser de cerca de 2.170 m3/s (a vaz�o m�dia do rio neste curso, antes das interven��es de montante, atingia os 3.000 m3/s). Retira-se do baixo S�o Francisco 13,821 m�/s para atendimento das diversas demandas atuais (2003), inclusive, irriga��o. A demanda futura, para o ano de 2020, nesta parte da bacia do S�o Francisco, mesmo irrigando toda a �rea apta a esta atividade, ascenderia a cerca de 100 m�/s. As demandas ecol�gicas naturais, dadas pela m�dia das vaz�es m�nimas, de origem, predominantemente subterr�nea s�o dadas por esta descarga ocorrente no baixo curso (cerca de 30 m�/s) mais a contribui��o deste fluxo natural, proveniente de montante, algo como 1.280 m�/s. Esta demanda n�o crece nos horizontes de tempo vindouros, por raz�es �bvias. A demanda total para 2020 ascende a 1.310 m�/s. Haver�, portanto um excedente h�drico, mesmo ap�s 2020, de cerca de 870 m�/s, neste trecho, do qual uma pequena parcela (200 m3/s, por exemplo) poderia ser aduzida para abastecimento da popula��o urbana das grandes metr�poles situadas no litoral do Nordeste (Salvador, Aracaju, Macei�, Recife, Jo�o Pessoa, Natal e Fortaleza) e, at� de cidades do interior como Campina Grande-PB, Caruaru-PE, Mossor�-RN e Crate�s-CE que, provavelmente, n�o poder�o ser totalmente supridas, ap�s 2020, com os recursos h�dricos de suas pr�prias bacias hidrogr�ficas, necessitando importar �gua. A demanda urbana de todas as cidades dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Para�ba, Rio Grande do Norte e Cear�, prevista para o ano 2020 � de, aproximadamente, 141,22 m3/s e a dos distritos industriais a elas agregados, 35,31 m3/s, perfazendo um total de 176,53 m3/s (Projeto �RIDAS, idem). O suprimento destas demandas por �guas do S�o Francisco transpostas do trecho em apre�o permitiria liberar as disponibilidades de recursos h�dricos dos reservat�rios atualmente existentes e os que venham a ser acumulados em reservat�rios situados na regi�o semi-�rida destes Estados para solucionar os seus problemas de abastecimento. No caso da Para�ba, seria derivada uma vaz�o que atenderia, pelo menos, as demandas da Grande Jo�o Pessoa e das cidades polarizadas por Campina Grande e de seus distritos industriais de, aproximadamente 10 m3/s (dados estimados a partir das demandas calculadas pelo �Plano e Gerenciamento Integrado dos Recursos H�dricos do Estado da Para�ba, GOV. ESTADO/SUPLAN � UFPB/ATECEL, 1994). Para viabilizar esta adu��o, um projeto com tal finalidade deveria ser elaborado. Alguns elementos, no entanto, mostram a exeq�ibilidade do mesmo, tanto em rela��o ao Nordeste como um todo, quanto em rela��o � Para�ba, em particular. Relativamente ao Nordeste, ter�amos uma ou v�rias tomadas d��gua situada logo ap�s Xing�, talvez em P�o de A��car, onde o n�vel do rio S�o Francisco est� a cerca de 9 metros acima do n�vel do mar, podendo a �gua ser recalcada para cima dos tabuleiros vizinhos da forma��o Barreiras (que ocorrem desde o estado do Esp�rito Santo at� o Maranh�o, em cotas de cerca de 40 metros), seguindo uma trajet�ria paralela � costa em dois ramos, um no sentido norte para as cidades dos estados situados ao norte e outro, no sentido sul para abastecimento de Aracaju e Salvador. Todas estas cidades est�o situadas em altitudes compat�veis com a altura manom�trica do n�vel do rio � jusante de Xing�. No caso da Para�ba, o maior problema seria transportar a vaz�o necess�ria para abastecer Campina Grande e cidades vizinhas. Mas, com a constru��o de Acau�, o caminho para esta transposi��o est� delineado, havendo que percorrer o trecho situado entre Jo�o Pessoa (cota de mais ou menos 40 metros na parte situada sobre os tabuleiros da forma��o Barreiras) e a barragem de Acau�, de cota de opera��o situada em torno dos 135 metros. H�, portanto, que se vencer um desn�vel de cerca de 100 metros e uma dist�ncia, em linha reta, de cerca de 75 km, o que d� um aclive m�dio de 1m a cada 750m percorridos (0,133%, aproximadamente). De Acau� para a esta��o de tratamento de Gravat�, a adu��o far-se-ia segundo o projeto j� elaborado, apenas redimensionado para a vaz�o importada, o que poderia ser feito por etapas, at� o ano 2020. O principal benef�cio desse ante-projeto seria liberar as disponibilidades dos a�udes Epit�cio Pessoa e Acau� e de outros reservat�rios de m�dio e pequeno porte para atender, com seguran�a e em horizonte de tempo bastante longo, todas as demandas projetadas desta bacia, inclusive uma n�o considerada no projeto de transposi��o em apre�o, que � a da corre��o da irregularidade pluviom�trica instalada pela ocorr�ncia dos chamados �veranicos�, o que viabilizaria (pelo menos em grande parcela da �rea plantada) a colheita de subsist�ncia, realizada na esta��o chuvosa do semi-�rido nordestino. Tamb�m, libera as �guas do sistema de reservat�rios Gramame-Mamuaba para suprir todas as demandas das bacias do baixo curso do rio Para�ba e do rio Gramame, inclusive a irriga��o de cana de a��car para produ��o de �lcool combust�vel (substituto da gasolina, pela exaust�o futura, mas inexor�vel, do petr�leo, da fruticultura irrigada, entre outros consumos. Por outro lado, os entraves t�cnicos, econ�micos e, at�, pol�ticos estariam superados, na medida em que n�o haveria preju�zos � gera��o de energia (que n�o teria que ser substitu�da), nem �s outras demandas, a� inclu�das, a irriga��o e, provavelmente, a navega��o, que disporia de uma vaz�o m�nima de cerca de 1.850 m3/s para assegurar a navegabilidade do baixo curso do rio S�o Francisco. Outra vantagem dessa alternativa � que os custos desse projeto seriam repartidos entre o governo federal e os governos dos 7 estados da federa��o envolvidos na referida obra, ao inv�s de, apenas, 3 ou 4. Em termos de projeto de engenharia propriamente dito, este � mais simples que o anterior, de vez que se restringe, praticamente, � constru��o de um sistema de adu��o, onde as maiores obras seriam a constru��o de sif�es, dispensando a execu��o de t�neis, canais abertos, e grandes recalques de n�o menores vaz�es, o que favorece perdas de condu��o. Uma fal�cia relacionada com o projeto anterior diz respeito, exatamente, �s perdas de condu��o da vaz�o retirada do S�o Francisco que, no caso, seriam nulas. N�o s�o. A vaz�o que chega � menor que a que sai, qualquer que seja o tipo de condu��o. Mas, as perdas s�o significativamente maiores em projetos com canais, t�neis e grandes recalques, sendo bem menores quando a �gua � conduzida por tubos fechados, sob press�o. Os investimentos deste �ltimo processo s�o, provavelmente, maiores que os primeiros. Por�m os custos finais, tomados em rela��o � vida do projeto s�o bastante menores, j� que os gastos com a opera��o e a manuten��o de adutoras s�o muito inferiores que o de canais, t�neis etc. A abrang�ncia da solu��o Transposi��o e a Seca. Tem-se apregoado aos 4 ventos que a transposi��o seria a solu��o definitiva do problema da seca. Esta � uma afirma��o equivocada e perigosa. Equivocada porque quem faz uma afirma��o desta desconhece a verdadeira e grande dimens�o do problema seca e o real alcance da importa��o de �gua. E perigosa porque, executada a transposi��o, esta obra poderia servir como argumento que desobrigaria o governo federal dos socorros emergenciais. A seca � um fen�meno temporal que atinge qualquer regi�o do mundo, inclusive as de clima temperado. Mas, ela se manifesta de forma cruenta nas �reas de clima semi-�rido. E, dentro destas, as que s�o extensivamente povoadas e ocupadas por agricultura de subsist�ncia, como o Nordeste semi-�rido. Para suprir as demandas populacionais humanas, urbana e rural, do gado e de ind�strias, as vaz�es regularizadas por a�udes resolveriam o problema com grandes folgas, mesmo em per�odos de secas prolongadas, j� que, conforme foi visto, a vaz�o de regulariza��o de a�udes, que leva em considera��o a ocorr�ncia de eventos pluviom�tricos extremos, m�nimos (secas) e m�ximos (cheias), � muito superior � totalidade dessas demandas. J� para atender as necessidades da agricultura, a situa��o se complica. Isto porque a �rea em que se pratica a agricultura (a� inclu�da a �rea de pastagens plantadas) no Estado da Para�ba ascende a cerca de 834 mil hectares (j� foi de mais de 1.400,000 hectares em meados da d�cada de 80), conforme dados do IBGE, Censo Agropecu�rio, 1985 - 1996. Se n�o chove ou se chove irregularmente a demanda da agricultura neste per�odo n�o � suprida. A solu��o que tem sido adotada � a irriga��o, praticada em modelo j� comentado neste relat�rio. Por este modelo, poder-se-ia irrigar, com os recursos h�dricos das bacias paraibanas, entre 40.000 e 50.000 hectares de terras, ou seja, algo como 0,85% do territ�rio paraibano ou 6% da �rea onde se pratica a atividade agr�cola. As disponibilidades s�o, portanto, insuficientes para atender esta demanda com este modelo de irriga��o. Para atend�-la em sua totalidade, seria necess�rio importar, s� para a Para�ba, cerca de 500 m3/s e n�o, apenas, os 10 m3/s destinados ao abastecimento abordado neste cap�tulo. Isto, evidentemente, � irrealiz�vel pelo impacto que uma transposi��o desse porte provocaria nas disponibilidades h�dricas do rio S�o Francisco. Ao n�vel de regi�o Nordeste, a situa��o n�o � diferente. Sobre o Nordeste, precipitam-se, em m�dia, anualmente, cerca de 1 trilh�o e 700 bilh�es de metros c�bicos anuais, 87% dos quais s�o perdidos por evapotranspira��o real. Portanto, 13% desse total, ou seja, aproximadamente 220 bilh�es de metros c�bicos � que sobram para formar os escoamentos dos rios e aq��feros da regi�o. Este potencial, se totalmente captado atrav�s da constru��o de barragens (o que j� acontece em quase todas as bacias hidrogr�ficas que drenam a sua parte semi-�rida) e de po�os, etc. n�o fica totalmente dispon�vel, pois sobre ele incidem novas perdas, da ordem de 40% (idealmente) ou mais. As disponibilidades m�ximas atingiriam, portanto, 132 bilh�es de metros c�bicos. Descontadas as demandas outras que n�o a irriga��o, para o ano de 2020, restaria um saldo de cerca de 100 bilh�es de metros c�bicos anuais que, se utilizadas na irriga��o atualmente praticada, beneficiaria uma �rea de, no m�ximo, 5 milh�es de hectares. A �rea do Nordeste � de cerca de 160 milh�es de hectares, 80 milh�es dos quais inseridos no pol�gono das secas. Por a� se v� que este modelo de irriga��o n�o resolve o problema da seca, pelo menos na parte de socorro � agricultura que, s� no semi-�rido, ocupa uma superf�cie de cerca de 40 milh�es de hectares. A abrang�ncia da solu��o transposi��o �, portanto, limitada. Ela resolve problemas espec�ficos como os aqui abordados, de abastecimento de cidades ou de per�metros de irriga��o de �rea delimitada, nunca o problema da seca. Por isso, os problemas emergenciais, embora possam ser minimizados pela gest�o correta dos recursos h�dricos, sempre ocorrer�o e os socorros (frentes de trabalho, cestas b�sicas, etc.) dever�o ser sempre providenciados, para isso contando com recursos financeiros a serem previstos em or�amentos da Uni�o e dos Estados. De: [mailto:] Caro Manfredo, Um abra�o Paulo de Tarso Not�cias
Frase do MINISTRO DA INTEGRA��O, citada em Not�cias FAPESP (acima): Observa��o de Manfredo Winge: Analisando essa frase, podemos dizer que ela peca por falta de l�gica, pois a �gua transbordada de a�udes (1) n�o � desperdi�ada pois vai servir rio abaixo para beber e para as lavouras de "inverno" e (2) nesta �poca de muita chuva n�o se carece de um bilion�rio canal de desvio do S�o Francisco, pois �gua se ter� a vontade nesses "invernos" chuvosos. A QUEM SERVE A TRANSPOSI��O? AZIZ AB'S�BER � compreens�vel que em um pa�s de dimens�es t�o grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas id�ias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regi�es cr�ticas. Entretanto, � imposs�vel tolerar propostas
demag�gicas de pseudot�cnicos n�o preparados para prever os m�ltiplos impactos sociais, econ�micos e ecol�gicos de projetos teimosamente enfatizados. Tem faltado a eventuais membros do primeiro escal�o dos governos qualquer compromisso com planifica��o met�dica e integrativa, baseada em bons conhecimentos sobre o mundo real de uma sociedade prenhe de desigualdades. Nesse sentido, bons projetos s�o todos aqueles que possam atender �s expectativas de todas as classes sociais regionais, de
modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes. Pessoalmente, estou cansado de ouvir propostas ocasionais, mal pensadas, dirigidas a altas lideran�as governamentais. Aziz Ab'S�ber, 80, � ge�grafo, professor-em�rito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ci�ncias Humanas da USP e professor convidado do Instituto de Estudos Avan�ados da USP � ADUnB 30/09/05 Ao Povo do Nordeste Dom Frei Luiz Fl�vio Cappio Queridos irm�os e irm�s nordestinos, Estou desde o dia 26 de setembro de 2005, dia do anivers�rio de S�o Francisco, em jejum e ora��o
permanente. Estou em Cabrob�, Pernambuco, �s margens do Rio S�o Francisco, numa capela dedicada a S�o Sebasti�o. Minha disposi��o, amadurecida e l�cida, � de dar a minha vida pela vida do Rio S�o Francisco e de seu Povo, contra o projeto de transposi��o e em favor de solu��es verdadeiras e sustent�veis para a regi�o semi-�rida. Pe�o-lhes encarecidamente que me compreendam, busquem mais informa��es corretas de pessoas honestas, se organizam e lutem pela conviv�ncia com o semi-�rido, que � a �nica e verdadeira sa�da para todos n�s do Nordeste. Senhor, Deus da Vida, ajude-nos! "Louvado sejas, pela Irm� �gua, preciosa e casta, humilde e boa!" Recebam meu abra�o e minha ben��o, Dom Frei Luiz Fl�vio Cappio � ADUnB 30/09/05
Data: 10/05/05 15:39:20 Assunto: Re: [ciranda] culpado por futuro do bispo Segunda Feira, 10/10, estarei em S�o Paulo debatendo a transposi��o do rio S�o Francisco no programa Roda Viva da TV Cultura/SP. Desde j�, antecipo os argumentos que usarei no Programa. Jo�o Abner TRANSPOSI��O DO ATRASO Jo�o Abner Guimar�es Jr. Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Esperan�a de in�meras gera��es de nordestino alimentada por muitos anos de badala��o da propaganda oficial, a Transposi��o do Rio S�o Francisco encontra-se em vias de ser viabilizada, pelo menos o in�cio da sua constru��o, ap�s uma grande batalha travada entre o Governo e os opositores da Bacia do Rio S�o Francisco, que se intensificou no �ltimo ano. Lobby da Transposi��o A experi�ncia recente no acompanhamento da condu��o por parte do Governo do Projeto de Transposi��o no Brasil, a recorr�ncia do tema com for�a crescente, mesmo num ambiente de avan�os democr�ticos, mostra a fragilidade do estado brasileiro e de suas institui��es frente aos interesses coorporativos dos lobbies do poder econ�mico incrustados no meio pol�tico e na infra-estrutura do Estado. A defesa do projeto � capitaneada por uma forte articula��o pol�tico-empresarial, envolvendo os governos e as bancadas dos estados do nordeste setentrional (CE, PE, PB e RN) que, como um v�rus cuja cepa mais recente, contaminou o Estado Brasileiro no governo Itamar Franco e, cada vez mais forte, replicou no Governo FHC e, por �ltimo, no Governo Lula envolvendo, agora, diretamente o pr�prio Presidente na defesa enf�tica do projeto. Discurso Demag�gico No in�cio do m�s de setembro, em Angicos (RN), o presidente Lula acusou os cr�ticos da transposi��o do rio S�o Francisco - principal e um dos poucos projeto de destaque do seu governo - de ego�smo e insensibilidade com a problem�tica da secas na Regi�o Nordeste. Disse o Presidente: "s� pode ser contra quem tem �gua Perrier � cara �gua mineral francesa - na sua geladeira, s� pode ser contra quem nunca carregou uma lata de �gua de 20 litros na cabe�a por seis ou oito l�guas�. Em rela��o ao tema, o Presidente reproduz a estrat�gia de que a melhor defesa � o ataque, fugindo, dessa forma, de responder aos questionamentos que associam o projeto com a velha ind�stria das secas na regi�o. Presente de Grego Para os cr�ticos, o projeto de R$ 4,5 bilh�es, que dever� comprometer grande parte dos recursos p�blicos em muitos anos no NE, no m�nimo n�o deve ser considerado priorit�rio porque vai manter o quadro da seca inalterado. As �guas desviadas v�o passar distante da grande maioria da popula��o rural do sert�o atingida pela seca, e, em contrapartida, v�o irrigar em condi��es economicamente desfavor�veis regi�es onde j� se encontram os maiores reservat�rios. Hoje, no Nordeste, n�o se cobra pela �gua bruta. A realidade atual � que os custos da �gua para os usu�rios dizem respeito apenas ao bombeamento da fonte de suprimento at� a �rea agr�cola. Com a transposi��o, ao contr�rio, vai se pagar muito caro pelo uso da �gua transposta. O custo da �gua ser�, no m�nimo, 5 a 6 vezes maior do que os valores atualmente praticados na Regi�o. Esse fato dever� restringir bastante a inser��o dos produtos hidro-agr�colas das bacias receptoras no mercado globalizado, atual e futuro, extremamente competitivo. Nesse sentido, � um projeto economicamente invi�vel, um verdadeiro �presente de grego� para a popula��o dos estados receptores. Conta da Transposi��o Para viabiliz�-lo, os estudos econ�micos contratados pelo Governo sugerem a pr�tica de um subs�dio cruzado, politicamente insustent�vel. Est� previsto que 85% da receita do projeto dever�o ser gerados pelos consumidores de �gua situados no meio urbano das grandes cidades da Regi�o Nordeste Setentrional, que na atualidade n�o precisam e j� subsidiam o abastecimento h�drico humano do interior. O modelo de gest�o do sistema proposto prev� que a opera��o seja executada por uma concession�ria que entregar� �gua para os estados. Os governos, por seu turno, pagar�o por essa �gua no m�nimo R$ 100 milh�es, mesmo que n�o seja necess�rio aumentar a oferta local desse insumo com vistas a atender prov�veis necessidades. Contram�o da Hist�ria A transposi��o, por ser uma obra muito atrasada vai � contram�o das pol�ticas p�blicas que vinham sendo desenvolvidas na Regi�o nos �ltimos anos, estimuladas por organismos internacionais, tendo como alvo o desenvolvimento sustent�vel, a partir da democratiza��o do acesso � �gua e da gest�o participativa dos recursos h�dricos. Ao contr�rio, com o Projeto cria-se uma depend�ncia da regi�o com a �gua do Rio S�o Francisco, um recursos natural escasso, caro e conflitante. O semi-�rido nordestino vai pagar um alto pre�o por essa obra. Durante muitos anos a obra vai consumir boa parte dos recursos p�blicos que viriam para a regi�o e paralisar a a��o do Estado, reproduzindo, dessa forma em maior escala, a nefasta ind�stria das secas no NE. Transposi��o para o RN A quest�o do Rio Grande do Norte � emblem�tica. O projeto - uma unanimidade da classe pol�tica do Estado � teve recentemente o seu rateio de �gua contratada ao Governo Federal pelo Governo do Estado, no qual consta uma vaz�o disponibilizada em car�ter permanente inicialmente de apenas 1,85 m�/s at� 2010, sendo reduzido para 1,60 m�/s em 2025. A �gua ter� que ser repartida entre as bacias do Piranhas-A�u e Apod�-Mossor� e ser� de quantidade inexpressiva levando-se em considera��o a disponibilidade local, 15 vezes maior. Vale salientar que o rio Piranhas-A�u, no seu trecho do RN, encontra-se perenizado h� v�rias d�cadas a partir da barragem de Coremas-M�e d��gua na Para�ba e recentemente um acordo de integra��o celebrado pela ANA e os estados do RN e PB assegurou uma vaz�o m�nima de 1,5 m�/s na entrada do RN, equivalente a vaz�o transposta. Portanto, a transposi��o para o nosso estado dever� se constituir num grande fiasco, depois de tanta expectativa. Tal como na f�bula de Esopo, a montanha rugiu, rugiu, tremeu, tremeu e pariu um rato. RATEIO DA �GUA DO PROJETO DE INTEGRA��O DO RIO S�O FRANCISCO
SUSTENTABILIDADE ECON�MICO-FINANCEIRA DO PISF Mecanismos do sistema de gest�o econ�mico-financeiro do PISF:
CUSTO POR ESTADO
CUSTO UNIT�RIO M�DIO EM 2015 Custo total da �gua .= 100.863.049,00 R$/ano Volume total dispon�vel = 21,8�86.400�365 = 687.484.800,00 m�/ano Custo m�dio da �gua......................................= R$ 0,1467 por m�
De: Manfredo Winge [mailto:] Prezado colega geocientista, Conferir mais algumas an�lises e coment�rios:
Obrigado Vida para todos: por isso fiz a greve de fome Artigo de Dom frei Luiz Fl�vio Cappio Folha de S.Paulo Foi em favor da vida que fiquei 11 dias em jejum e ora��o na t�o querida capelinha de S�o Sebasti�o, em Cabrob� (PE). Motivou-me o compromisso, baseado no Evangelho, que tenho com os pobres, os do rio S�o Francisco em primeiro lugar, porque me s�o mais pr�ximos, h� mais de 30 anos, por op��o de franciscano, sacerdote e bispo desde 1997. Compromisso com a vida do pr�prio rio S�o Francisco, t�o degradado. � ADUnB 10/10/05 Not�cia: S�o Francisco para a transposi��o e S�o Pedro para o resto do Sert�o Estudante tra�a um panorama da cidade de Remanso, inundada pelo lago da barragem de Sobradinho, e diz que, sendo as autoridades de Bras�lia desinformadas quanto ao que acontece no Congresso Nacional, imagine em rela��o ao sert�o brasileiro. Leia a not�cia na �ntegra! Coment�rio de Francisco Oliveira: Parece nao haver argumentos pro sustentaveis - mas, a falta de informacao � grande. Prezados(as) Colegas, Envio o texto em anexo para conhecimento e divulga��o. Pedro Angelo TRANSPOSI��O SEM CINISMO Os saques dos flagelados da seca, no primeiro semestre deste ano, refletem a
realidade clim�tica hist�rica do nordeste brasileiro, ou seja, as taxas pluviom�tricas relativamente baixas, concentradas em quatro meses do ano e o que � pior, episodicamente a quadra chuvosa � bastante irregular ou virtualmente sem chuvas. Refletem tamb�m o descaso, igualmente hist�rico � na respectiva dimens�o -, dos pol�ticos e gestores p�blicos para com a popula��o nordestina. Pedro Angelo Almeida Abreu Sent: Monday, November 14, 2005 5:59 PM Subject: RES: Transposi��o do S�o Francisco Pedro �ngelo, as suas considera��es foram inseridas na p�gina de coment�rios e r�plicas sobre o: Ser� que o colega n�o teria par�metros t�cnicos (e econ�micos), alem de seu posicionamento ideol�gico, que contestassem par�mentros apresentados por colegas que s�o
contr�rios ao projeto ou que consideram que n�o se tem dados suficientes ainda para nos arriscarmos nessa empreitada que pode durar e custar muito mais do que o propalado? Se tiver, acrescentarei como adendo ao fim de suas considera��es, certo?? Abra�o Manfredo Prezado Manfredo, Os dois textos que preparei sobre a transposi��o do S�o Francisco n�o s�o apenas ideol�gicos - ambos trazem dados e informa��es gerais (n�o detalhadas) t�cnicas, como o substrato rochoso da maior parte do territ�rio nordestino, vaz�o m�dia de po�os artesianos de l� e da plan�cie onde acha-se assentada a bacia do S�o Francisco, caracter�sticas f�sicas das cisternas, caracter�sticas dos aqu�feros dos aluvi�es e plan�cies dos vales; caracter�sticas das �reas ribeirinhas de sistemas fluviais, consequ�ncias de inunda��es para essas �reas, etc. A transposi��o do S�o Francisco h� muito deixou de ser uma quest�o t�cnica e passou a ser uma disputa de interesses pol�ticos e econ�micos, pois como dito pelo Secret�rio do Governo de Minas Gerais, Sr. Jos� Carlos Carvalho, "por que devemos deixar de priorizar um polo econ�mico j� existente para criar outro no nordeste?". Ora, ora, partes do territ�rio nordestino j� t�m sua malha fluvial integrada e para o estabelecimento de um boom de desenvolvimento a partir de fruticultura irrigada e da cria��o de peixes e de crust�ceos (entre outras atividades como a produ��o de combust�veis renov�veis e a implanta��o de parques industriais) depende apenas de �gua em quantidade, qualidade e "perenidade". Ideol�gicos s�o argumentos do tipo que a retirada de 1,5% das �guas do Rio S�o Francisco ir� comprometer o seu curso, o meio-ambiente ou que poder� afetar a nossa matriz energ�tica. Ideol�gico � dizer que uma obra que consumir� na sua primeira etapa apenas alguns 4 bilh�es de reais e ir� servir a mais de 12 milh�es de nordestinos representa uma soma vultuosa. Esses argumentos s�o ideol�gicos e conservadores no pior sentido do termo, pois visa perpetuar um status que vem das Capitanias Heredit�rias e da pr�pria coloniza��o do nosso pa�s, que tem sido gerenciado por uma elite que pensa exclusivamente no seu pr�prio conforto e bem estar, para n�o lembrarmos de procedimentos "rotineiros" muito piores. Finalizando, e como n�o poderia deixar de ser, me coloco ao dispor para participar de qualquer debate p�blico sobre o assunto. Atenciosamente, Pedro Angelo Almeida Abreu Prezado Pedro �ngelo, De acordo com o seu ponto de vista: "O maior impacto ambiental da transposi��o ser� a felicidade de cerca de 12 milh�es de cidad�os e todas as conseq��ncias positivas para a preserva��o do meio ambiente no �mbito de seus territ�rios."
Solicitei ao MIN - via formul�rio internet na p�gina do projeto - informa��es sobre os detalhes da distribui��o de �gua a partir dos dois estreitos canais programados.. ainda n�o recebi resposta !! Trabalhei na d�cada de 60 em mapeamento geol�gico no norte bahiano, de Chorroch�, Barra do Tarrachil a Cura��; ao nos afastarmos 1 km ou pouco mais da margem do rio, em �poca de seca n�o se tem �gua.. � a caatinga seca imperando. Pode estar certo que a mesma coisa ir� se verificar junto aos canais do projeto. Como � que vai se distribuir a car�ssima �gua dos canais artificiais para todas as �reas povoadas? Ser� por aquedutos fechados sob press�o?? ser� jogando �gua para algumas nascentes de outras bacias ou sub-bacias?? e neste caso, ter�amos �gua suficiente?? e ela n�o salinizaria as aluvi�es?? N�o consigo imaginar um sistema de manuten��o t�o oneroso atendendo a toda a popula��o como divulgado. Dever� ser um projeto de extrema complexidade com centenas de ramifica��es em aquedutos e/ou canais menores, n�o? E deve ser lembrado que durante o "inverno" de 4 ou 5 meses, todo o sistema ficar� anualmente ocioso com m�quinas de bombeamento car�ssimas paradas, pois quando a chuva vem ("inverno") no NE, ela pode vir para valer. Tamb�m n�o entendo como os canais artificiais v�o preservar o meio ambiente. Talvez, localmente, ao irrigarem �reas de projetos de planta��es de frut�feras ou criadouros de peixe/camar�o, se ter� �reas verdes que consumir�o �gua de alt�ssimo custo para beneficiar algumas poucas e grandes empresas agropastoris. Trabalhei tamb�m na regi�o do vale do Paje�, que "banha" Afogados da Ingazeira, com aluvi�es fant�sticos que ser�o cortados, ao que me consta, (e inutilizados??) pelo canal setentrional do projeto. Aluvi�es deste tipo s�o o manancial hidrogeol�gico mais importante das �reas de cristalino e que ocorrem em boas extens�es por, praticamente, todas as bacias e sub-bacias h�dricas da regi�o com os 12.000.000 de habitantes. Esses tratos de aluvi�es f�rteis poderiam represar muita �gua para a �poca de seca, visando as popula��es, vilas e cidades ribeirinhas e as culturas de "vazantes" a partir de v�rias barragens subterr�neas estrategicamente locadas com a �gua sendo puxada por po�os tubulares com filtros e catavento, por exemplo; investimento "definitivo" com custo de manuten��o m�nimo. Alem disto, deve ser lembrado que existem muitas �reas com explorabilidade hidrogeol�gica em pequenas bacias e chapadas sedimentares (Ex.gr. Tucano-Jatob�, Chapada do Araripe, Chapada do Apodi, bacia de Souza, molassas do Jaibaras, do Cococi,..), isto sem falar nos fant�sticos aqu�feros da Bacia sedimentar Piau�-Maranh�o que abrange quase totalmente os dois estados e, parcialmente junto �s divisas, W do Cear�, W de Pernambuco e NW da Bah�a. Adicionalmente, barragens estrategica e tecnicamente locadas, principalmente nas regi�es elevadas (Serra da Borborema e outras), como j� existem muitas, poderiam reter �gua do "inverno" (sem "puxar" de longe) para ser escoada no pr�prio canal fluvial a jusante e/ou levada por aquedutos para cidades e �reas agr�colas e agroindustriais importantes em cotas mais baixas (sem ou com m�nimo custo de bombeamentos). Conforme demonstra o nosso colega Patroc�nio (ver DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#8_Patroc�nio ), o projeto � perdul�rio, existindo outras alternativas menos onerosas e mais eficazes para abastecimento de agua para v�rias cidades da regi�o e de outros estados al�m dos previstos no projeto. Alem disso, dever� se ter deficit h�drico nas pontas do projeto (ver DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#13_Joao_Abner ). O bombeamento em aquedutos sob press�o para �reas, estrategicamente selecionadas, de reservat�rios de coleta e distribui��o (por gravidade sempre que poss�vel) para cidades e vilas, buscando atender locais demogr�ficamente importantes (da pr�pria bacia do S�o Francisco de prefer�ncia), e em cotas altim�tricas razo�veis, imp�e-se como uma alternativa menos onerosa e mais realista ao mirabolante projeto para atender uma parte, pelo menos, dos 12.000.000 de habitantes. Fundamental tambem � evitar a CONFUS�O DE DUAS METAS no denominado projeto de transposi��o: 1- restaura��o da bacia h�drica do Rio S�o Francisco: - � uma meta imprescind�vel (na verdade deveria ser um programa continuado de todos os nossos mananciais h�dricos), com dragagem de canais assoreados, plantio de mata ciliar nativa, controle do uso excessivo do potencial hidrogeol�gico e hidr�ulico, controle dos res�duos de agrot�xicos e fertilizantes, etc.. e que atacar� problemas que resultam do "laissez faire" de v�rios governos ab�licos que se sucedem no Brasil e n�o cumprem sua obriga��o de executar (adminstrar!!) e fiscalizar (s� querem legislar e, muitas vezes, mal); 2- constru��o dos mirabolantes canais, t�neis(?) reservat�rios, esta��es de recalque,..: - esta meta deveria ser postergada, decidindo-se por ela somente ap�s se ter muito mais estudos, pois o custo de execu��o � alt�ssimo: R$ 4.500.000.000,00 que, certamente, n�o ficar�o s� nisto segundo o que se verifica em tais tipos de projetos governamentais (5 vezes mais??); al�m disso, se ter� uma taxa anual de gastos enorme (bombeamento e manuten��o de canais abertos; dragagens de assoreamentos, rachaduras nos concretos, t�neis e etc..), lembrando-se que cerca de 5 meses do ano o sistema ficar� ocioso com as chuvas de "inverno". Cordiais sauda��es geol�gicas Manfredo c/c geocientistas Caro colega Manfredo Acuso recebimento de seu e-mail relativo � transposi��o do S�o Francisco, que muito me agradou. Procure faz�-lo chegar ao conhecimento de nossas autoridades, que se prop�em a executar custoso projeto puramente eleitoreiro sobre tema t�o importante que bem poucas entre elas possuem conhecimentos t�cnicos adequados para avali�-lo. Sauda��es Fernando F. M. de Almeida Prezado Professor Fernando Fl�vio, com muita satisfa��o recebi suas elogiosas palavras..obrigado pela for�a. Lutar contra o obscurantismo e as decis�es prepotentes � uma batalha dificil, mas devemos persistir.. Acatando a sugest�o, encaminharei as considera��es .. sobre a transposi��o a senadores como o Prof. Crist�v�o Buarque com vistas a, espero, arejarmos a discuss�o sobre o projeto quando este chegar ao Senado. Cordial abra�o De: Paulo Afonso da Mata Machado [mailto:] Atendendo a seu pedido, estou enviando em primeira m�o artigo que repassarei ao Minist�rio da Integra��o Nacional. De: Manfredo Winge [mailto:] Prezado Paulo Afonso, De: Paulo Afonso da Mata Machado [mailto:] Folha de S�o Paulo - 25/10-09: O dobre dos sinos e o jejum t�m o peso de uma profecia. Esses s�mbolos querem dizer que a transposi��o do S�o Francisco n�o se concluir� � NATURAL que chefes de Estado tenham o sonho de vincular sua mem�ria a uma grande obra perene. Bras�lia � o monumento que imortalizou Juscelino Kubitschek.
De: Luiza Teles [mailto:] Estamos enviando, em anexo, proposta de "Reformula��o do Projeto de Transposi��o de �guas do Rio S�o Francisco", esperando contar com sua atua��o em benef�cio do "Velho Chico", do semi-�rido nordestino e sua gente. Atenciosamente, Ver anexo Reformula��o do Projeto de Transposi��o de �guas do Rio S�o Francisco De: Manfredo Winge [mailto:] Prezada Luiza, De: Manfredo Winge Prezado colega, Sds �GUAS NO NORDESTE: Um debate 30 de mar�o de 2012, Prezados Apolo, Patroc�nio e C�ssio, Estava viajando pelo interior do estado da Bahia e n�o pude acompanhar as discuss�es de voc�s. Vou agora emitir o meu pensamento. O foco � o problema dos recursos h�drico do Nordeste, embutido nele a Transposi��o, ou como usa o Governo o nome pomposo de Integra��o das Bacias do Nordeste. A preocupa��o b�sica do colega e amigo C�ssio � mostrar erudi��o t�cnica com n�meros cheios de decimais falando da exatid�o da matem�tica. A trama atmosf�rica, entretanto, � muita complexa, n�o usa decimal e costuma pregar pe�as nos t�cnico, nos cientistas e em todos os arautos do conhecimento. Estou lendo na discuss�o o preciosismo de dados de vaz�es, o rendimento hidrol�gico, vaz�o regularizada, vaz�o �til, vaz�o dispon�vel, vaz�o social e por a� vai, mas sempre bordejando a Transposi��o pelos arrabaldes sem enfrentar a quest�o pelo topo, tentando justificar com numerologias a loucura do Governo que teima na constru��o desta famigerada obra. O tema � a Transposi��o � sobre elas que temos de falar, sem dados surrealistas que nada convencem. O Nordeste precisa ou n�o da Transposi��o? O C�ssio diz que precisa. O or�amento inicial era 3,6 bilh�es de reais para toda a obra, hoje est� em 8,2 bilh�es. Sabemos que o or�amento dever� alcan�ar os 16 bilh�es se a obra chegar ao fim. O c�lculo � meu sem medo de errar. Um grupo de pol�ticos, �vidos para salvar o Nordeste, apregoa abertamente o fim das secas e a salva��o do povo com a Transposi��o. S�o verdadeiros patriopan�as e ladri�tas. Os t�cnicos vivem a fundamentar com �dados irrefut�veis� a vontade pardacenta dessa turma. Carlos Lacerda j� dizia: �O t�cnico � um profissional fundamental para o desenvolvimento de um pa�s, mas se torna de alta periculosidade quando, a servi�o do Governo, deixa de defender solu��es para aplaudir posi��es�. � o caso do corpo t�cnico do Minist�rio da Integra��o, n�o � o caso de C�ssio que apenas faz elucubra��es hidrol�gicas tentando, como bom cearense, justificar o injustific�vel. O C�ssio diz textualmente: �O A�ude Or�s acumula cerca de dois bilh�es de metros c�bicos e sua vaz�o regularizada � de 12 metros c�bicos por segundo. Quer dizer que de dois bilh�es s� se aproveitam, incrivelmente, 372 milh�es de metros c�bicos. � como se o a�ude Or�s tivesse apenas 372 milh�es de metros c�bicos�. Nos c�lculos do Projeto considera-se oficialmente a evapora��o de 30% no Nordeste. N�s sabemos demais que o Or�s chega a evaporar 60% ao ano. Vamos dividir ao meio, considerar para efeito de c�lculo 45% porque a evapora��o � vari�vel, sem a exatid�o da matem�tica, s�o dados estat�sticos e � com eles que todos n�s trabalhamos. A Transposi��o com a vaz�o de 26 m�/s, levar� 360.000.000 de m�/ano (ou os 372 do Or�s) para os oito a�udes escolhidos como bacias receptoras, mas estes j� estocam 13 bilh�es nos seus vasilhames. A evapora��o do Castanh�o, incrivelmente, um dos receptores da Transposi��o, � de 6 milh�es de m� por dia. Isto mesmo, 6 milh�es/dia. O C�ssio sabe disto, mas n�o declara. Todo o volume de �gua da Transposi��o de um ano vai cobrir apenas 60 dias de evapora��o do Castanh�o. � s� calcular. Inacredit�vel! Podemos, logicamente, dizer, a� entra a exatid�o da matem�tica, que toda a estrutura da Transposi��o composta de 720 km de canais com 25 m de largura por 5 m de profundidade (90.000.000 de m� escavados em rocha), 1 t�nel escavado tamb�m em rocha com 17 km de extens�o por 7 m de largura (maior do mundo para passagem de �gua), 27 aquedutos, 9 esta��es elevat�rias e o consumo de 520 MW de energia (maior que o consumo do estado de Alagoas), toda esta estrutura cicl�pica, repito, ir� transportar por ano a titica de 360.000.000 de m� de �gua para cobrir a evapora��o de 60 dias daquele monumental a�ude. Esta � a Transposi��o. S� e s�, n�o sobra mais �gua. A Transposi��o est� desnuda, sen�o vejamos: o Nordeste possui centenas de a�udes que acumulam volumes muito maiores ao volume da Transposi��o tais como: Entremontes (340 milh�es) Pacoti (370milh�es), Pentecostes (420 milh�es), Quixad� (430), Pedras Brancas (440) Po�o da Cruz (504 milh�es), Boqueir�o (536), Santa Cruz do Apodi (600), M�e D��gua (650), Coremas (750 milh�es), Araras (1 bilh�o) e por a� vai. A cada 10 anos a Transposi��o usar� 4 com o transporte m�ximo de 127 m�/s quando Sobradinho estiver cheio, levando 1,6 bilh�es por ano para os 8 a�udes. A estrutura da obra est� sendo dimensionada para isto. Superior a estes m�seros 1,6 bi existem o Banabuiu (1,7bi), Or�s (2,1bi) e A�u (2,4 bi) al�m do Castanh�o que � um a�ude oce�nico com 6,7 bilh�es (3 vezes a Guanabara). Como vemos, matematicamente, a transposi��o de 26m�/s n�o enche o a�ude Pentecostes no Cear� e a transposi��o de 127m�/s n�o enche o Banabuiu tamb�m no Cear�. Mais alguma d�vida? No Nordeste temos estocado nos seus a�udes 40 bilh�es de m� de �gua, volume igual a 16 baias da Guanabara (eles n�o suportam esta compara��o com a Guanabara que � a 2� maior baia do Brasil e a 3� do mundo). O volume transportado representa 1% a 2% do que j� existe no Nordeste, mas, segundo os s�bios da Corte, � este volume que vai salvar a regi�o da cr�nica escassez de �gua. Esta � a Transposi��o salvadora que vai suprir as necessidades h�dricas dos nordestinos sequiosos, segundo o Governo brasileiro. O C�ssio ainda tem a coragem de falar em irriga��o. Levar �gua car�ssima (5 vezes o pre�o da CODEVASF) a mais de 700 km para irrigar litossolos deixando de irrigar os latossolos do bei�o do rio a 0 ou a 1 km da fonte. A �gua que vai irrigar 1 ha l� no Nordeste irriga 3 ha nas barrancas do rio (Alberto Daker). Jo�o Suassuna � irrepreens�vel quando diz que a Transposi��o � chuva no molhado. E o Governo, despudoradamente, tapeia a sociedade nordestina oferecendo um banho de �gua no Nordeste. S�o pratos de lentilhas que apetecem. A preocupa��o do colega C�ssio � dizer que o Prof. Aldo Rebou�as errou, s� entendia de �guas subterr�neas como se fosse admiss�vel a um hidr�logo dissociar �guas de superf�cie de �guas de sub superf�cie. � a valoriza��o de contestar um cientista que n�o pode mais se defender. Rebou�as dizia textualmente: �Existe uma abund�ncia de recursos h�dricos superficiais no Nordeste�. Sobre Aldo Rebou�as quem pode falar com propriedade � o paraibano Jos� do Patroc�nio, o mago da Hidrologia do Nordeste. Quisera o Brasil que nos tiv�ssemos quatro ou cinco cientistas do n�vel do Aldo. N�o precisamos polemizar esta � a verdade cartesiana. O colega amigo, Manoel Bomfim Ribeiro ( ) De:
Manfredo Winge [mailto:] Infelizmente, algumas das previs�es (http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm ) est�o come�ando a ser concretizadas. Manfredo =-==-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-= Ver mat�ria e v�deo em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2017/06/11/internas_economia,708279/transposicao-racha-de-novo-e-estoura-em-custodia.shtml Transposi��o racha de novo e 'estoura' em Cust�dia Depois de apresentar problemas durante a constru��o, a obra rompeu o canal por problemas de engenharia. O vazamento ocorreu em Cust�dia, onde j� havia apresentado rachaduras antes mesmo de a �gua chegar. Por: Diario de Pernambuco Publicado em: 11/06/2017 15:46 Atualizado em: 11/06/2017 16:32 A obra da Transposi��o do S�o Francisco apresentou mais um problema no trecho pernambucano. Em Cust�dia, a constru��o do canal rompeu, provocando vazamento de �gua. O relato virou assunto nas redes sociais, com
questionamentos em rela��o � qualidade da engenharia. O prefeito da cidade de Sert�nia, �ngelo Ferreira, que fica a 40 quil�metros de Cust�dia, confirmou o vazamento ao Blog do Magno Martins, informando que a empresa respons�vel pelo trecho j� conteve o vazamento para evitar danos maiores. A obra � de responsabilidade do Minist�rio da Integra��o Nacional e j� est� em constru��o h� dez anos. O custo do projeto � de R$ 8,2 bilh�es. O sonho de D. Pedro pelas m�os de De: [mailto:] R�plica ao e-mail anterior - Pondera��es sobre o Projeto de Transposi��o
Bley Voc� sabe qual a minha posi��o sobre a obra da Transposi��o e o abastecimento das popula��es, urbana e rural, do semi�rido paraibano e nordestino. � eminentemente t�cnica e cient�fica. Nada tem de pol�tica, mesmo porque ela n�o exime Lula, nem Dilma, nem Temer, nem os governadores, dos pecados capitais que cometeram. Gostaria que, em vez de se impressionarem com o gigantismo dos canais, vissem que, para abastecer Campina Grande e as demais 18 cidades, se a op��o correta fosse a Transposi��o (� bom ler os Planos Estaduais de Recursos H�dricos dos estados do Nordeste Oriental e o que est� acontecendo com as �guas do rio S�o Francisco, o que p�e em cheque a Transposi��o para este e os anos vindouros), o meio correto seria trazer as �guas por adutoras, onde os custos de opera��o e de manuten��o s�o muito menores. J� houve arrombamento de duas barragens e a quebra do canal nas cercanias de Sert�nia. E isto (a quebra de canais) vai ocorrer por um motivo muito simples: eles foram projetados para a vaz�o transpon�vel m�xima que deveria ocorrer quando o reservat�rio de Sobradinho atingisse o chamado volume de espera (volume adicional constru�do para ser esvaziado e controlar enchentes), ou sangrasse, fen�menos cujos tempo de retorno leva anos. Entretanto, o canal operar�, na grande maioria dos anos, com a vaz�o m�nima. Isto deixa o per�metro do canal seco em suas abas e a espessura da massa d'�gua, m�nima, o que exp�e a estrutura do canal �s contra��es e dilata��es volum�tricas t�rmicas e, consequentemente, a fraturamentos. Os canais devem ter o per�metro molhado quase igual a todo o per�metro do canal. Eles s�o dimensionados em fun��o da vaz�o transportada. Nunca em fun��o da poss�vel vaz�o m�xima. Os canais do S�o Francisco, talvez, sejam os �nicos do mundo a serem dimensionados assim. Coisas da engenharia de empreiteiras que nada fazem para seguir as regras t�cnicas e atendem aos pol�ticos, superfaturando obras. A prop�sito, ela foi or�ada em 4,8 bi de reais e vai custar, algo em torno de 10 bi de reais. Sem contar que o objetivo da obra, cantada em prosa e verso, era o abastecimento humano. Ainda esta semana, a ANA divulgou que a Transposi��o vai servir para irriga��o de pequenos produtores rurais, situados � margens dos canais (na realidade, vai haver a participa��o de empresas). Um m�ximo de 50.000 hectares seriam destinados para tal. E os demais rur�colas (a maioria) ficar�o sujeitos ao deus dar� das chuvas. Para voc� ter uma ideia, s� na Para�ba semi�rida a �rea de plantio atinge os 600.000 hectares. V�o criar duas classes a mais de brasileiros. E olhe que n�o sou socialista, nem, muito menos, comunista. Quanto � bacia do S�o Francisco, e seus reservat�rios, segue em anexo, informa��es da semana passada, sobre a real situa��o da bacia e a situa��o de Sobradinho em Novembro-Dezembro de 2015. Abra�os, P.S.- Precisamos ter conhecimento do que se passa para que a Transposi��o, em vez de ser solu��o, se constitua num pesadelo. Oba, oba, n�o resolve. P�s no ch�o e devagar com o andor que o Santo � de barro. Patroc�nio Tomaz R�plica 2 - Transposi��o do Rio S�o Francisco - AVALIA��ES De: Manfredo Winge Prezado colega Patroc�nio, senhores pol�ticos, jornalistas e demais colegas em c/c ou c/co, muito boas observa��es e de quem conhece o assunto. Patroc�nio, esta sua proposta de �entubar�(uso de adutoras) a �transposi��o� para distribui��o mais direta e em ramifica��es otimizadas da �gua pelas cidades maiores at� pequenas vilas e povoados, de forma estrategicamente planejada (o que, certamente, seria feito com avan�os programados, sem correrias das empreiteiras $edenta$), j� foi postada na antiga discuss�o que organizamos como um ciber f�rum registrado originalmente em provedor da UnB (anteriormente � tumultuada e onerosa constru��o dos canais) e que, hoje, pode ser vista em http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#8_Patroc�nio Aproveito para informar que incluirei, tamb�m, na mesma p�gina: estas suas observa��es, �s do colega Bley, estas pondera��es minhas e um link para o excelente trabalho de 2001 do Engo Agr. Suassuna da Funda��o Joaquim Nabuco (http://mw.eco.br/ig/pvista/Suassuna2001__TRANSPOSICAO.pdf) . N�o sou especialista em engenharia hidr�ulica, mas me arrisco a tecer alguns coment�rios que penso serem pertinentes e bem a prop�sito do assunto, para que se sigam antes de execu��o de projetos semelhantes, recomenda��es como �s do colega El�i (http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#1_Eloi) que alertou, seguidamente, para a necessidade de mais estudos, inclusive na linha cientificamente correta, an�loga � do Eng. Suassuna, de que tem que se cuidar da �galinha� (meio ambiente com revitaliza��o do V�io Chico) para se ter ovos (�gua para a transposi��o). Entendo que a sua proposta, se tivesse sido seguida, implicaria, ent�o, em: 1) mais seguran�a e muito menores custos de execu��o e manuten��o posto que, com sistemas de registros e bombeamentos inteligentemente organizados e eficientes, praticamente n�o haveria perdas por rachaduras e desmoronamentos dos canais e barragens como v�m acontecendo (1� perda); 2) contida nos dutos, a �gua n�o evaporaria (2� perda) e, consequentemente, n�o salgaria o que pode vir a acontecer nos canais muito aquecidos pelo sol e em longos percursos; 3) a �gua seria direcionada diretamente para os usu�rios humanos e, secundariamente, para cria��es e cultivos, dentro de uma pol�tica de bom uso da �gua e amplamente distribu�da por ramifica��es a partir de grandes caixas d��gua fechadas (minimizando a evapora��o) por gravidade e/ou por bombas dimensionadas para esses fluxos secund�rios (poderia at� existir sistema informatizado de controle com uma contabiliza��o de quantos m3/s deveriam ser direcionados para cada uso com multas por excesso/desperd�cio tudo controlado por hidr�metros com sensores); 4) os dutos poderiam ter sido fixados, preferencialmente, em espig�es ou encostas (seguindo estradas?) de forma a liberar as calhas dos rios, t�o importantes para as culturas das �vazantes�, em grande parte hoje perdidas para os canais da transposi��o, como advertido que iria acontecer pelo saudoso Prof. Aziz Nacib Ab�Saber; 5) n�o ocorreria o tipo de desastres com altos custos financeiros e sociais que podem vir a se tornar frequentes devido a �antiguidade� das paredes (mal?) concretadas (j� houveram rupturas), e, tamb�m, devido �s rachaduras ocasionadas pela expans�o/contra��o diferenciadas de concreto com temperaturas vari�veis de dia e de noite e � exposi��o vari�vel entre a parte molhada e a seca sob o sol inclemente. Talvez venham a surgir outro problemas como roubo/desvio de �gua dos canais o que seria muito dif�cil de ocorrer com os dutos al�m de com dutos se ter imediata detec��o, desde que as press�es de recalque e as medidas por hidr�metros fossem processadas por uma central de monitoramento. Como os alertas neste caso j� v�m de longo tempo, talvez coubesse propor auditagem sistem�tica com institui��es n�o envolvidas (com simp�sios, forums, etc.) no detalhamento de todos os projetos t�cnicos, maiormente os onerosos, visando evitar o que v�m acontecendo com frequ�ncia: - pol�ticos determinando a execu��o de projetos sem se exaurir a an�lise de todos os pontos negativos levantados por especialistas experientes das �reas t�cnicas a que se relaciona cada projeto. Abra�o Manfredo http://mw.eco.br/zig/hp.htm R�plica 3 - Aiquel
Manfra, bom dia N�o simpatizo com o Paulo Maluf, mas tem uma ideia dele que comungo: Abra��o R�plica 4 - Transposi��o do Rio S�o Francisco - E-mail de Danni
Caro Manfredo, Muito obrigado por me incluir no seleto grupo que discorre com grande conhecimento e experi�ncia sobre o assunto. Desde abril de 1966 n�o mais me envolvi com este tema, depois de ter atuado como ge�logo no velho DNOCS de Pernambuco. Sei que desde ent�o muita �gua rolou sob a ponte, com o advento de novos conhecimentos e tecnologias no campo da hidrologia e das engenharias. Nada mais simples,n�o �? Um abra�o, desde Garopaba, em pleno inverno. T�CNICAS ISRAELENSES PARA �REAS DES�RTICAS De: Manfredo Winge Prezado Marcelo, Vendo mat�rias como �s relacionadas abaixo e o v�deo anexo (foi-me enviado por whattsapp junto com apologias do remetente ao novo presidente eleito), lembrei-me da sua contribui��o em r�plicas sobre a oportunidade de execu��o do sistema de transposi��o de �guas do S�o Francisco; esta r�plica pode ser acessada em http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#27_Replica3_Aiquel dentro do ciber f�rum que re�ne pontos de vista, r�plicas e tr�plicas envolvendo v�rios especialistas hidr�logos e hidroge�logos e interessados na quest�o de Transposi��o do rio S�o Francisco. Pena que sua r�plica n�o foi comentada por ningu�m. Cr�ditos ao amigo por ter apontado este caminho j� desenvolvido pelos israelenses. Assim, al�m das barragens subterr�neas (aumentando os aqu�feros de aluvi�es que escaparam da escava��o do canal e das bacias de acumula��o), tamb�m o uso criterioso e t�cnico de irriga��o por gotejamento ser� sempre importante no Nordeste �rido e semi�rido, independentemente do sistema de transposi��o em canais j� quase finalizado. Mesmo porque o Nordeste tem muita �rea que pode � bem aproveitada com essas t�cnicas � dar duas a tr�s colheitas por ano. Mat�rias captadas na internet:
Abra�os Manfredo Winge -
http://mw.eco.br/zig/hp.htm[confraria democr�tica do bom senso]
Caro Manfredo, Nos n�o precisamos dos israelenses para o desenvolvimento do nordeste e do Brasil. Precisamos de fomento governamental e apoio tecnol�gico. T�cnicos e cientistas na �rea agr�cola temos de sobra. Israel � um estado mal visto pela comunidade internacional. Castro Prof. Dr. Jo�o Wagner Alencar Castro
Prezado Castro, Ah.. isso � coopta��o interesseira ou, Ah.. eram alienados servindo aos ditadores, diriam alguns mais afoitos. Nada disso, caro colega; �ramos das primeiras turmas de geologia cheios de g�s e altamente motivados que fomos servir ao Estado, � Geologia e n�o ao governo, quanto mais ao que a� se instalou antidemocraticamente, isto porque nossa atividade de geologia, tipicamente de Estado, est� ligada aos interesses de toda a Na��o. Assim, com este pre�mbulo �filos�fico�, fecho dizendo que, acima do fato de os israelenses terem l� suas feias quizumbas com os palestinos, notadamente do grupo extremista Hamas, o que nos interessa n�o � a briga deles, mas sim a posse das tecnologias e metodologias que os judeus desenvolveram para tornar a p�tria deles a maravilha que �, como o colega deve ter visto nos v�deos que enviei. Desta maneira, contando com o apoio de cientistas israelenses e de outros pa�ses que sejam tamb�m competentes em desenvolver �reas des�rticas, � que faremos um enorme atalho na implementa��o de nossas �reas de pesquisa-teste, ensino e desenvolvimento de transforma��o ecol�gica da caatinga, objetivando a forma��o de pessoal multidisciplinar nosso e de adapta��es tecnol�gicas que se fizerem necess�rias, para, enfim, partir para desenvolver projetos sistem�ticos visando recuperar �reas estrat�gicas em todo o Nordeste semi-�rido e levar irriga��o controlada onde tiver maior efeito multiplicador de transfer�ncia de tecnologia para, assim, se criar muitos pomares, planta��es, cria��es, desenvolver matas galerias,... como um �den para este povo nordestino que sofre eternamente com o problema da seca, visto e sabido que os 2 canais de transposi��o � t�o decantados- n�o v�o suprir sozinhos toda a �gua necess�ria e resolver por si a quest�o de desenvolvimento econ�mico e social de toda esta sofrida regi�o nordestina. Regi�es que conhe�o por grandes extens�es ao realizar mapeamentos geol�gicos pela SUDENE nos idos da d�cada de 1960 junto com mais uma meia d�zia de ga�chos que se abalou para aquelas plagas logo que formados. Observo, tamb�m, ao colega que n�o votei no presidente eleito nem no primeiro nem no segundo turno que, ali�s, votei NULO por n�o acreditar na compet�ncia de nenhum dos dois candidatos (extrema direita e extrema esquerda) que sobraram, o que interpreto que foi devido ao processo de degrada��o pol�tica do Pa�s levando nosso povo a optar j� no primeiro turno por extremistas salvadores da p�tria (com feios progn�sticos para o futuro, segundo ainda penso � tomara que esteja errado). Mas nem por isto, deixarei da apoiar a��es de governo �qualquer governo � a��es que busquem solucionar pragm�tica, social e cientificamente os nossos graves problemas de desigualdade social permeada por uma cada vez maior falta de alteridade/solidariedade e com viol�ncia crescente entre outros pontos tamb�m muito graves. Abra�os Manfredo Winge -
http://mw.eco.br/zig/hp.htm[confraria democr�tica do bom senso] "Aqueles preocupados com o custo da
educa��o deveriam antes considerar o custo da ignor�ncia". De: Luiz Jos� HoMem D'el-Rey Silva Parab�ns, Manfredo!!! Abra�o. Luiz D'el-Rey
Caro D�el-Rey, Creio que fica evidente que, para resolver a quest�o de falta d��gua no nosso Nordeste, assim como deveria
ocorrer com qualquer projeto de interesse p�blico, devemos �dar um pontap� de vez nessa mentalidade atrasada das restri��es �ideol�gico�/pol�ticas, partid�rias ou n�o, e avan�ar com as novas ferramentas cient�ficas e tecnol�gicas j� testadas que se apresentarem (aqui ou em qualquer lugar do mundo) e desenvolver com a nossa criatividade as inova��es e adapta��es �s nossas condi��es, sempre sem a�odamento tipo �projeto transposi��es�, �projeto transamaz�nicas�, ... de custos extraordin�rios, com
implanta��o cheia de dificuldades e gastos muito grandes de manuten��o (como j� ocorre nas transamaz�nicas �mais barro que estrada� e nesta transposi��o implantada com rachaduras e solapamentos, evapotranspira��o com saliniza��o, etc.). Abra�o Manfredo Winge -
http://mw.eco.br/zig/hp.htm[confraria democr�tica do bom senso] C�pia do anexo enviado REORGANIZA��O DO PLANEJAMENTO E DA EXECU��O NA ADMINISTRA��O P�BLICA Manfredo Winge Pre�mbulo: Hoje, raramente algu�m � responsabilizado e penalizado pelos maiores absurdos que comumente ocorrem na administra��o p�blica de nosso Pa�s, sendo que as inefici�ncias e incompet�ncias s� v�o aparecer � se aparecerem - como fato consumado, muitas vezes em desastres, s� no fim do projeto, isto quando o projeto n�o � simplesmente abandonado. Cabe lembrar que, diuturnamente, s�o relatados na imprensa casos de abandono de obras important�ssimas para
sa�de, educa��o, transporte, ... por conta de projetos e atividades tocados de qualquer jeito sem responsabilidades assumidas e recursos garantidos e cronogramas a serem respeitados. Sugest�o: Carecemos desde sempre (?) de um efetivo e realista Sistema P�blico de Planejamento e Acompanhamento Executivo/Financeiro de projetos e subprojetos - tipo PERT (Program Evaluation and Revisional Techniques) � estruturados dentro de Programas e Planos de Governo bem como a defini��o (ou revis�o) padronizada de protocolos de rotinas nas atividades continuadas (ou sist�micas), como atendimentos m�dicos, burocr�ticos,.. com previs�es abalizadas de custos financeiros, recursos f�sicos e humanos e prazos como garantia de exequibilidade continuada de toda a a��o governamental. Bem bolado, testado e implementado, pode-se chegar a um Sistema Governamental de Controle que integre, vertical e horizontalmente em estrutura program�tica matricial, os �rg�os setoriais executivos dos n�veis municipal, estadual e federal que estejam envolvidos no planejamento e/ou na execu��o de cada a��o governamental. � evidente que para in�cio dever�o ser preparadas equipes de monitores sobre as t�cnicas de planejamento e avalia��es, controle, etc. para, talvez atrav�s de EAD (Ensino � Dist�ncia por internet) levar esses conhecimentos e exerc�cios de diagrama��o para equipes de todos os munic�pios e estados. Assim, lastreados em sistema inform�tico nacional, de f�cil acesso para o gerenciamento governamental e para consultas comunit�rias, com todas as a��es/eventos e metas planejadas, das mais simples �s mais complexas, codificadas com protocolos de responsabiliza��o em termos de gest�o e de execu��o, apropria��o de custos, atrelando-se os respectivos or�amentos aprovados em centros e sub centros de custo sempre com os CPF's dos respons�veis pela execu��o e gest�o de cada projeto de governo, podese, a qualquer momento, puxar do sistema em que etapa est� um projeto, quem � seu gerente, quanto j� despendeu e em quais setores ou centros de custo, quando est� previsto o seu t�rmino, etc. Ou seja, de forma bem diferente ao que vem ocorrendo no Pa�s sem controle, sem informa��es e indica��o de respons�veis por atividades diretas ou contratadas. Com tal sistema implantado e de f�cil acesso �s informa��es b�sicas, qualquer anomalia em termos de tempos, custos (financeiros, humanos, equipamentos,..) dever� acender uma luz de revis�o em tempo de execu��o com a indica��o das corretas responsabilidades no projeto ou atividade para avalia��o e solu��o imediata ou, at�, de indica��o de solu��es automatizadas, se for o caso, incluindo solu��es extremas como uma revis�o dr�stica ou at� a indica��o de cancelamento total para evitar mais desperd�cios, se assim constatada a necessidade. Esta sugest�o implica em uma total revis�o do sistema atual, notadamente em termos de gest�o e da a��o continuada e eficiente desta gest�o p�blica. Para tanto, no Executivo somente se deveria ter, como chefias, funcion�rios de carreira selecionados por crit�rios de m�ritos bem objetivos e transparentes, r�gidos ao ponto de poderem levar � exonera��o de cargo de chefe, diretor,.. como incompetente, caso o mesmo n�o consiga atingir as metas e objetivos indicados no diagrama de planejamento sem uma razo�vel justificativa t�cnica. Adicionalmente, um sistema funcional de planejamento e execu��o como o proposto deve ser programado, gerenciado (revisado sempre que necess�rio), e operado (ou fiscalizado em obras licitadas) fundamentalmente por pessoal preparado de carreira. J� para os altos escal�es, de ministros e diretores operacionais e financeiros, a escolha (pelo presidente ou primeiro ministro, governador, prefeito) dos respons�veis deveria ser feita a partir de listas s�xtuplas de candidatos selecionados por vota��o ampla e bem controlada em associa��es profissionais, sociedades cient�ficas, associa��es patronais,... todas com v�nculos direto ou indireto com a(s) �rea(s) do Minist�rio ou Secretaria. E, importante, projetos e rotinas de servi�os b�sicos para a popula��o j� em execu��o, exceto casos extremos e perfeitamente justificados por defesa t�cnica abalizada e aceita, n�o poder�o mais ser descontinuados por uma simples penada de novo �chefe�, diretor, prefeito, ministro, governador, presidente,.. na tentativa de mudar intempestivamente os rumos da programa��o j� consolidada e em andamento. Resultados esperados: 1 - atingir um perfeito dom�nio inform�tico sobre o planejamento, a execu��o e apropria��o de custos governamental � o que n�o ocorre hoje, com dados confi�veis e de f�cil acesso, projetos bem definidos e controlados em termos de cronologia (todas as etapas de cada projeto) e de investimentos (recursos financeiros, humanos e materiais); 2 � com bom planejamento e controle e revis�es da execu��o e de custos, certamente os custos de projetos cair�o significativamente; 3- concomitantemente as metas ser�o atingidas nos tempos programados; 4 � projetos ter�o de ser bem pensados, evitando-se os atuais a�odamentos com projetos iniciados e n�o conclu�dos devido a falta de avalia��es de exequibilidade financeira ou outras; 5 - a implanta��o deste sistema ir� acabar com o delet�rio modelo do �toma-l�-d�-c�, visto que pol�ticos em atua��o na legislatura e/ou apaniguados sem refer�ncias e compet�ncias adequadas para exercer cargo executivo ficam proibidos de assumir chefias e dire��o p�blicos, pois o que vem ocorrendo � que, de 4 em 4 anos, �aparecem� novas chefias e aspones que �caem de paraquedas�, completamente fora do assunto, para ditar regras onde e como deve ser gasto o dinheiro do or�amento do setor, tumultuando a a��o governamental e podendo levar a preju�zos em projetos j� em andamento. De: juarez milmann Caro Manfredo : Achei �tima sua resposta para o Castro . Abra�o, Juarez. De: Manfredo Winge Prezado
Juarez, Mas ent�o qual � problema em que sejam estes e outros colegas experientes convidados a compor equipe mista que poderia sinergicamente integrar conhecimentos e metodologias para desenvolver t�cnicas de recupera��o e bom uso de �reas degradadas adaptadas � realidade do sert�o nordestino? At� � melhor que a equipe j� conte com experientes para melhor aproveitamento de uma tal miss�o t�cnico-cient�fica. Abra�os
Caro Manfredo: Abra�o.
Caro Manfredo, Abs
Excelentes dicas do saudoso amigo Aldo. T�o boa-pra�a e ir embora t�o cedo, ainda mais cm tanta coisa para ainda contribuir. Abra�os
Manfredo, Parab�ns,
Valeu Scarpelli, Abra�o De: Benjamim Bley de Brito Neves [mailto:] CARO E COMBATIVO MANFREDO De: Benjamim Bley de Brito Neves [mailto:] O
HOMEM QUE MAIS ENTENDE DO RAMO NO BRASIL � JOSE DO PATROCINIO DE ALBUQUERQUE TOMAZ COLEGA NOSSO NA NOSSA EPOCA DE SUDENE BLEY De: "Manfredo Winge" <> Caro Bley, o Jos� do Patroc�nio � copiado neste e-mail - at� j� contribuiu no ciber f�rum sobre a Transposi��o do V�io Chico com sua an�lise e coment�rios muito importantes. Veja em: http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#8_Patroc�nio Pelo que a� exp�s, ele � � ou pelo menos foi � contra esse projeto cujos bilh�es de reais que poderiam ser melhor gastos, talvez, (a estudar) com sistema fechado (sem evapora��o) de grandes caixas d��gua com dutos ramificados diretos �s �reas priorit�rias (cidades, vilas, terras f�rteis, .. ), ao inv�s de segui por dois canais problem�ticos (�gua evaporando) que requerem constante e cara revis�o juntamente com o maquin�rio pesado de bombeamento; tamb�m n�o se necessitaria de v�rios lagos de acumula��o (com forte evapora��o) cobrindo boas �reas de aluvi�es (culturas das vazantes!!). Mas agora � alea jacta est � a coisa est� feita e temos que ver como evitar novos problemas e para servir de li��o positiva para novas transposi��es (entre micro bacias, p. ex.?) Abra�os amigos (PS - meu caro Bley, prezo a pol�tica mais objetiva sem grandes her�is salvadores da p�tria pois precisamos mesmo � de mais compet�ncia do Estado Brasil e que o servi�o p�blico executivo seja organizado em carreiras cujos chefes n�o sejam apaniguados pol�ticos incompetentes. Ver meu e-mail abaixo ou em: http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#31_Coment_Replicas_Manfredo ) De: patrociniotomaz [mailto:] Prezado Manfredo Winge O Bley � meu colega de turma, meu compadre e amigo de todas as horas. S� n�o comungo com as ideias pol�ticas dele: abomino o Lulo-petismo e votei em Bolsonaro que vai assumir a presid�ncia numa das piores situa��es j� encontradas por um presidente eleito democraticamente. Mas, deixemos isto de lado e vamos ao que interessa que � discorrer sobre a proposta de um projeto de dessaliniza��o das �guas do mar para, segundo se noticia, resolver o problema da aludida escassez de recursos h�dricos de nosso Semi�rido. Est�o colocando o novo presidente numa fria, na medida em que anunciam uma medida (a dessaliniza��o) como a salva��o de nossos problemas de oferta de recursos h�dricos. Como disse Bley, as realidades socioecon�micas, geopol�ticas e, principalmente, as naturais s�o muito diversas. Come�a pelas suas �reas: todo o territ�rio israelense ocupa uma �rea de pouco mais de 22.000 Km2 e o nosso Semi�rido se estende por mais de 1.000.000 de Km2, dos quais, mais de 800.000 Km2 (ou 80.000.000 de hectares) s�o ocupados por agricultura familiar. Imagine levar �gua a 50% desses estabelecimentos agr�colas em termos de custos. Acredito que isso � invi�vel financeira e tecnicamente, em raz�o das condi��es econ�micas brasileiras, bem inferiores � de Israel (PIB per capita do Brasil em 2017, segundo o IBGE, R$ 31.587,00 contra US$ 35.344 de Israel em 2015) e de suas caracter�sticas naturais (geol�gicas, morfol�gicas, pedol�gicas, dist�ncia do Oceano, etc., etc), respectivamente. De alguma forma, eu falei sobre isto no meu artigo sobre a Transposi��o (alcance do PISF) que se destinava a irrigar, apenas, 40.000 hectares de terras cont�guas aos eixos da Transposi��o e, hoje, pela situa��o pela qual passa o Rio S�o Francisco e seus reservat�rios, mormente o de Sobradinho, nem mesmo est� �rea dever� ser irrigada. Mas, n�o vale, apenas, criticar! Qual seria a solu��o para anular ou, ao menos, minimizar os efeitos adversos da hidroclimatologia do semi�rido? Isto tem sido objeto de
v�rios trabalhos meus e de meus companheiros de UFCG, inclusive constando dos Planos de Recursos H�dricos regional (o Plano de Aproveitamento Integrado dos Recursos H�dricos do Nordeste �PLIRHINE, SUDENE, 1980) e do Plano Estadual de Recursos H�dricos da Para�ba �PERH/PB, 2.003, dos quais participei. Sucintamente, o que propus e propomos � implantar atividades econ�micas compat�veis com a hidroclimatologia, pedologia e geologia regionais e locais e com a disponibilidade h�drica, 100% garantidas,
contidas em reservat�rios superficiais erigidos em rios e captados por po�os perfurados em nossos sistemas aqu�feros, estas correspondentes a um percentual das chamadas reservas ou recursos anualmente renov�veis. Isto atenderia todas as demandas socioecon�micas, inclusive a de irriga��o, desde que praticada em outro modelo que contemple per�odos, cultivos e m�todos adequados, o que n�o se verifica atualmente, nem no Semi�rido e, me arrisco a dizer, em qualquer outra regi�o hidrogr�fica
brasileira. E h� disponibilidades para isso, inclusive com saldo que poderia atender demandas priorit�rias (consumo humano, urbano e rural, pecu�ria e industrial) futuras. S� para me tornar mais claro, detalho um pouco mais sobre a irriga��o praticada em nossa regi�o semi�rida: irrigam-se no per�odo de estiagem, cultivos consumistas de �gua e, at�, ex�ticos � regi�o, usando m�todos de baixa efici�ncia h�drica. Em rela��o ao per�odo, ele se contrap�e ao que � natural, aqui e alhures, que � a
esta��o das chuvas. Esta � irregular no tempo e no espa�o, mas, esta irregularidade � relegada e, ao inv�s de se usar os recursos h�dricos dispon�veis para corre��o da mesma, n�o o fazem e irrigam na esta��o de estio, onde o consumo �, pelo menos o triplo do que se usaria para corrigir os efeitos adversos da esta��o chuvosa. Em rela��o aos cultivos n�o se obedece ao que a Natureza aconselha na sua condi��o de xerofitismo de sua cobertura vegetal natural que faz com que, na esta��o
seca, a vegeta��o anule as perdas por evapora��o, seja atrav�s da queda do sistema de transpira��o, sua folhagem, seja pela elabora��o de uma cera que torna a folhagem imperme�vel. E por a� vai. Talvez, a �nica �rea pass�vel de ter �gua dessalinizada adicional �s suas disponibilidades naturais, seja a do litoral cearense onde est� localizado o chamado cintur�o das �guas, justamente pela �rea usada em irriga��o, a qual padece dos efeitos delet�rios de uma gest�o divorciada das caracter�sticas
hidroclim�ticas de suas bacias hidrogr�ficas (Acara�, Corea�, Curu, Jaguaribe � baixo curso, onde se localiza o maior reservat�rio superficial do Nordeste Oriental, o Castanh�o com 6,4 bilh�es de metros c�bicos � e a bacia Metropolitana), conforme se se pode constatar na entrevista anexa que dei, por solicita��o, � jornalista Patr�cia Fachin, publicada na revista do Instituto Humanitas da UNISINOS (Universidade do Vale
dos Sinos), a� do seu Rio Grande do Sul. Finalmente, essa id�ia de dessaliniza��o j� havia sido objeto de pretens�es do governo cearense (do PT, reeleito) h� uns dois anos atr�s. Patroc�nio Tomaz De: Manfredo Winge Prezados senhores senadores, jornalistas, amigos e colegas, Como podem ver, v�rios debates ocorreram at� os atuais dias, conforme registrados nessa p�gina, mas � com pesar que est� se confirmando (veja-se a mat�ria da Revista VEJA transcrita em http://mw.eco.br/ig/pvista/19_08_ArtigoVEJA_Transposicao.pdf ) o que foi prognosticado j� em 2005, como, p.ex., em uma r�plica e coment�rios expressos em http://mw.eco.br/ig/pvista/DesafiosTransposicaoSaoFrancisco.htm#4-MWingeReplica. Al�m dos v�rios pontos, j� parcialmente discutidos, aproveito para postar um link de t�cnicas muito interessantes que foram desenvolvidas em pa�ses da �frica, na �ndia e EUA, referentes � RECUPERA��O DE �REAS DEGRADADAS E SEMI-�RIDAS. S�o t�cnicas simples mas, segundo os artigos, efetivas pois buscam as solu��es fazendo a Natureza agir a nosso favor. Ver em: http://mw.eco.br/zig/emails/AMB171229_Plantar_Chuva.pdf Cabe salientar que algumas t�cnicas nesta linha (ajudar a Natureza) j� foram at� sugeridas nos debates postados, como � muito conhecida de barragens subterr�neas em forma��es aluvionares para armazenar �gua subterr�nea para uso dom�stico e para as �culturas de vazante�. Obs. esse e-mail ser� postado na p�gina de debates e coment�rios, cr�ticas e sugest�es, dentro do assunto em pauta, poder�o ser postados. Sauda��es geol�gicas e ambientalistas IN�CIO Que grande projeto do governo está sendo discutido em relação a esse rio?A transposição das águas do São Francisco é o maior projeto de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), desenvolvido pelo presidente Lula.
Porque o governo quer implantar o projeto do rio São Francisco?Seu principal objetivo é garantir segurança hídrica, através da integração de bacias hidrográficas a uma região que sofre com a escassez e a irregularidade das chuvas: a região semiárida do Nordeste.
Qual a atual situação do projeto de transposição do rio São Francisco?Após quase 16 anos do início das obras, os eixos Leste e Norte da Transposição do São Francisco estão concluídos. Foi só após 2019 que as águas do Velho Chico saíram de Pernambuco, estado doador, e chegaram ao Rio Grande do Norte e ao Ceará. O caminho à Paraíba pelo Eixo Norte também só foi possível na atual gestão.
Quais são as principais polêmicas sobre a transposição do rio São Francisco?A crítica: Águas poluídas serão levadas aos açudes. Além disso, há risco de salinização e erosão dos rios receptores e também de interferência nos ecossistemas aquáticos e terrestres. A maioria dos açudes da região é subutilizada porque a população teme a escassez nos períodos de seca.
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