Quem é o presidente da escócia

O Partido Nacional Escocês (SNP, em inglês) prometeu realizar um segundo referendo sobre a independência depois que os resultados das eleições mostraram que os candidatos pró-independência conquistaram a maioria no parlamento do país.

Os resultados da votação de quinta-feira (6) colocaram a questão da independência da Escócia firmemente de volta à mesa e prepararam o terreno para um confronto com Londres.

Em seu discurso de vitória, a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, disse que o SNP – que quer se separar do Reino Unido – obteve uma vitória “histórica e extraordinária” após terminar com 64 cadeiras no parlamento escocês, uma a menos do que o necessário para obter a maioria.

Combinado com os 8 assentos conquistados pelos verdes escoceses, os partidos pró-independência agora controlam 72 das 129 vagas do parlamento. O partido conservador conquistou 31 assentos, os trabalhistas 22, e os liberais democratas 4.

Sturgeon disse que embora sua prioridade seja “conduzir a Escócia através da pandemia e manter as pessoas seguras”, seu partido ainda pretende pedir um segundo referendo sobre o fim da união de 300 anos do país com a Inglaterra.

Ela também advertiu que “qualquer político de Westminster” que tentar impedir um referendo não está “começando uma briga com o SNP, mas com os desejos democráticos do povo escocês”.

Os comentários foram dirigidos ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, cuja permissão é necessária para a realização de um referendo na Escócia. Até agora, ele recusou uma segunda votação, dizendo que o referendo de 2014 – no qual os escoceses votaram pela permanência no Reino Unido – foi um evento único em uma geração.

“Acho que um referendo no contexto atual é irresponsável e imprudente”, disse Johnson ao Daily Telegraph na sexta-feira (7).

Um dos ministros seniores do governo inglês evitou repetidamente responder neste domingo (9) perguntas de como o governo lidaria com um segundo referendo de independência.

Questionado na Sky News se o governo iria à Suprema Corte se o parlamento escocês aprovasse um projeto de lei para realizar um referendo, o ministro do Gabinete, Michael Gove, disse que não.

Quem é o presidente da escócia
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, vota em eleição parlamentarFoto: Jeff J Mitchell – 6.mai.2021/Getty Images

Johnson convidou Sturgeon para participar de uma cúpula de recuperação da Covid em todo a região e, em uma carta, disse que o Reino Unido era “mais bem servido quando todos trabalham juntos”.

“Teremos nossas próprias perspectivas e ideias – e nem sempre concordaremos – mas estou confiante de que, aprendendo uns com os outros, seremos capazes de reconstruir melhor, no interesse das pessoas que servimos”, escreveu o premiê britânico.

Desejo que permanece vivo

A perspectiva de um segundo referendo de independência está em jogo desde o referendo do Brexit de 2016, quando 62% na Escócia votaram pela permanência na União Europeia – em oposição ao resultado geral do Reino Unido.

Falando no The Andrew Marr Show da BBC neste domingo (9), Sturgeon insistiu que o apoio dos eleitores a seu partido – que conquistou a quarta vitória consecutiva – deu a ela um mandato claro para buscar um referendo.

“Nesta eleição, eles votaram esmagadoramente no SNP e mantivemos um compromisso manifesto de, em primeiro lugar… continuar a conduzir o país através da pandemia de Covid-19, mas após a crise para dar ao povo da Escócia a oportunidade de escolher nosso próprio futuro em um referendo”, disse ela.

“O fato de estarmos sentados aqui debatendo se esse resultado será ou não respeitado diz muito sobre a falta de respeito pela democracia escocesa que este governo do Reino Unido vem demonstrando há algum tempo.”

(Texto traduzido; leia o original em inglês)

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, reiterou esta segunda-feira o pedido de demissão dirigido ao Governo britânico devido a uma "crise autoinfligida", no decurso da apresentação da sua visão económica de uma Escócia independente.

Num discurso na Bute House, a sua residência oficial, Sturgeon qualificou de "desastre financeiro" a atual situação económica do Reino Unido, na sequência do plano revelado pelo novo ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt.

Durante a sessão, a líder escocesa apresentou o esboço político-financeiro na perspetiva de uma Escócia independente, que inclui um regresso à União Europeia (UE) e uma moeda própria, a libra escocesa.

Momentos antes, o Governo britânico tinha revelado as novas medidas económicas que anulam a quase totalidade do plano económico previamente anunciado, numa nova viragem do Governo conservador de Liz Truss.

Sturgeon insistiu na demissão do Executivo "o mais depressa possível", ao referir-se a "uma crise autoinfligida, humilhante e sem precedentes". Susteve ainda que a situação no Reino Unido "não é passageira" e "arrasta a Escócia pelo caminho errado, sem que o tenha decidido".

O Governo escocês pretende realizar um novo referendo sobre a independência dentro de um ano, em 19 de outubro de 2023, nove anos após o "Não" à independência se ter imposto por 55 por cento contra 45%, numa consulta em que a incerteza económica foi decisiva no resultado da votação.

Na perspetiva de Sturgeon, uma Escócia independente teria um Banco central desde o primeiro dia, e uma moeda própria, a libra escocesa, "logo que seja possível", mantendo inicialmente a libra esterlina.

"Recuperaríamos a liberdade de movimento" com o acesso "ao mercado único, sete vezes maior que o britânico", argumentou a chefe do Executivo escocês nas suas declarações.

Segundo os últimos dados oficiais, a atividade comercial com países da UE abrangeu 19% do total, enquanto as transações com o resto do Reino Unido representaram 60%.

Os opositores à secessão da Escócia consideram que o documento apresentado por Edimburgo é "incapaz de revelar detalhes sobre a moeda, o pagamento de pensões e os efeitos devastadores de uma fronteira com o resto do Reino Unido", agumentou a porta-voz dos conservadores para as questões económicas, Liz Smith.

"Não aborda as questões fundamentais que sempre foram colocadas" no caso de uma eventual independência, e "é absurdo pretender-se que os escoceses" votem pela secessão "sem que nenhuma destas perguntas tenha sido respondida", acrescentou Liz Smith.

Quem e atualmente o rei da Escócia?

O rei Charles III foi proclamado rei em cerimônias públicas oficiais realizadas na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte neste domingo (11).

Tem rei na Escócia?

A coroa da Escócia tem uma longa e complexa história. Desde distintos governos autônomos (clãs), até o nascimento de um único Rei para toda a nação que emergiu ao redor do século XII para reinar a maior parte do que hoje se conhece como Escócia.

O que a Escócia e da Inglaterra?

No total, o Reino Unido é composto por quatro países: a Inglaterra (em inglês, England), a Escócia (Scotland), o País de Gales (Wales) e a Irlanda do Norte (Northern Ireland).

Qual e a língua que se fala na Escócia?

Escócia. A informação do parágrafo anterior pode ter dado um spoiler: na Escócia (país que pertence ao Reino Unido e fica ao norte da Inglaterra), o inglês é a língua oficial. Mas há outras línguas também reconhecidas pelo Estado como minoritárias, e a principal delas é o escocês, ou língua gaélica escocesa.