Red aposentados e perigosos 2

14 - Não recomendado para menores de 14 anos

116 minutos

Tudo o que Frank Moses (Bruce Willis) queria era levar uma vida normal ao lado da namorada Sarah (Mary-Louise Parker), mas seu sonho vira um pesadelo quando seu parceiro Marvin Boggs (John Malkovich) aparece com uma novidade: suas vidas estão em perigo. Frank não dá muito crédito para as palavas do amigo, mas logo se vê forçado a acreditar que algo está acontecendo quando acaba sendo levado para um interrogatório e quase é morto. Agora, ele tem certeza de que sua cabeça e a de seu melhor amigo estão a prêmio. A questão é descobrir porque e como evitar que isso aconteça, nem que para isso eles tenham que correr o mundo, reeconcontrar velhos parceiros, na figura de Victoria (Helen Mirren) e enfrentar antigos inimigos, como o poderoso Han (Byung-Hun Lee). A caçada está só começando.

RED - Aposentados e Perigosos é recheado de falhas, mas a presença de alguns grandes nomes de Hollywood faz alguns minutos dele valerem a pena. A sequência, no entanto, não segue o mesmo caminho. Sequer os raros momentos de inspiração do elenco salvam RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos do fracasso.

A trama difere pouco do longa anterior. Frank Moses (Bruce Willis) e Marvin Boggs (John Malkovich) desta vez se unem devido à aparição de uma arma de destruição em massa, criada nos tempos da Guerra Fria. Assim como no primeiro, a mulher de Moses, Sarah Ross (Mary-Louise Parker), entra como o ponto dissoante entre os agentes e se torna a preocupação do personagem de Willis.

Os mínimos resquícios da homônima HQ de Warren Ellis e Cully Hamner que inspiram a série, e foram usados no primeiro filme, também são deixados de lado. Ao invés disso, RED 2 opta por investir no óbvio resgate dos personagens aposentados e uma rasa citação ao Wikileaks, por meio do personagem de Anthony Hopkins. O ator, acompanhado de Catherine Zeta-Jones, é a maior adição ao estrelado time que estampa os cartazes do filme. Uma pena, no entanto, que nenhum dos dois contribua de forma positiva. Brian Cox, que ganha pouco destaque, consegue ser mais efetivo em alguns segundos de tela.

No núcleo principal, Hellen Mirren aparece menos do que deveria - pois quando o faz, protagoniza a melhor cena do filme, rindo de si e fazendo piada sobre o maior papel de sua carreira, a rainha Elizabeth. Mary-Louise Parker, por outro lado, repete a ingrata missão de ser o olhar do espectador e não deixa de ser pior personagem do filme - ainda que a disputa com o "melhor assassino do mundo" de Lee Byung-hun seja ferrenha.

De mãos dadas à preguiça de boa parte do elenco está a direção de Dean Parisot. A cena de Mirren dentro do carro e de Willis no depósito são bons exemplos de como não se filmar uma cena de ação. O descompasso entre as escolhas de ângulo e corte de câmera é tão vigente que não há como entender o que ou como se deu o resultado final. Também ajuda a quebrar o ritmo do filme a forma preguiçosa como são mostradas as mudanças de locação, quando personagens e cidades são transformados em desenhos - talvez numa breve e infeliz tentativa de lembrar a HQ.

Sem motivos para existir, se não comerciais, RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigososé uma reunião honesta de astros para simplesmente ganhar dinheiro - ou relaxar, como diz Anthony Hopkins. Nessa linha de raciocínio, uma escolha muito melhor seria Mercenários, por exemplo. Ao menos não há a evidência do descompromisso.

Red aposentados e perigosos 2

Red aposentados e perigosos 2

Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos

RED 2

Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos

RED 2

Ano: 2013

País: EUA, França

Classificação: 14 anos

Duração: 116 min

Direção: Dean Parisot

Roteiro: Cully Hamner, Warren Ellis

Elenco: Bruce Willis, Catherine Zeta-Jones, Anthony Hopkins, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, David Thewlis, Neal McDonough, Lee Byung-hun, Neve Gachev, Lee Asquith-Coe, George Georgiou, Paul Hopkins, Garrick Hagon, Brian Cox, Tim Pigott-Smith, Philip Arditti

Red aposentados e perigosos 2

14 ANOS 116 minutos

  • Direção

    Dean Parisot

  • Título original

    RED 2

  • Gênero:

  • Ano:

    2013

  • País de origem:

    EUA / Canadá / França

Crítica


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Sinopse

Dessa vez, os veteranos agentes secretos precisam desvendar um mistério que vem desde a Guerra Fria e pode levá-los, dos Estados Unidos, França e Inglaterra, até Moscou, na Rússia, onde uma bomba nuclear pode se revelar um perigo inimaginável para toda a humanidade!

Crítica

O sistema de produção em Hollywood é o típico de uma grande indústria: se o produto funciona, então investe-se na continuidade. Caso contrário, suspende-se o pedido. RED: Aposentados e Perigosos (2010) foi uma boa surpresa para a DC Comics (é inspirado em uma história em quadrinhos um tanto obscura da mesma editora do Batman e do Superman), tendo arrecadado quase US$ 200 milhões nas bilheterias de todo mundo e sido aplaudido pela crítica – chegou a ser indicado como Melhor Filme (Musical ou Comédia) no Globo de Ouro. Por isso era certo que RED 2: Aposentados e Ainda Mais Perigosos não demoraria muito para acontecer. No entanto, o elemento em dobro do título se refletiu por todo o projeto, e o que temos em cena é exagero além da conta, resultando num tropeço feio – o público nos Estados Unidos desprezou o longa (em um mês de exibição foram arrecadados apenas US$ 36 milhões, muito pouco perto do orçamento de US$ 84 milhões), além da opinião dos especialistas ter sido quase unânime: menos, aqui, teria sido bem mais.

Red aposentados e perigosos 2

RED é sigla para Retired and Extremely Dangerous, ou seja, Aposentados e Extremamente Perigosos. No centro da ação estão agentes secretos que já deveriam ter pendurado suas chuteiras, mas que seguem na ativa após virarem alvos de inimigos inesperados. Dessa vez o que aconteceu é que uma operação ainda do tempo da Guerra Fria acabou vazando na internet, acusando Frank Moses (Bruce Willis) de ser o responsável por ter escondido uma bomba nuclear em Moscou. Assim, ele precisa pegar a esposa (Mary-Louise Parker) e reunir os amigos (John Malkovich, Helen Mirren) para não apenas se defender dos assassinos profissionais que estarão no seu pé, como também para descobrir o que há, de verdade, por trás de toda essa armação.

É notável em cada cena o prazer dos atores em participar de um filme como RED 2. No entanto, alguns deveriam ter se preocupado menos em se divertir do lado de lá da tela e ter exigido um roteiro mais consistente e personagens mais elaborados, que justificassem suas presenças. O melhor – ou seria o pior? – caso disso é Catherine Zeta-Jones (em seu segundo trabalho recente ao lado de Willis, após O Dobro ou Nada, 2012), como uma espião russa cheia de caretas e maneirismos, mas que em nada contribui para a trama. Não se sabe se ela está mais preocupada em não incomodar o botox que praticamente deformou seu rosto ou se começará a cantar All That Jazz, devido ao seu escandaloso figurino. Mirren, por outro lado, mais uma vez é o alívio apimentado, sexy e elegante, porém com menor relevância do que no longa anterior. Outra surpresa é a do eterno canibal Anthony Hopkins, cuja participação reserva boas reviravoltas para o enredo, mas não recebe um desfecho, nem motivações, à altura de sua presença.

Estruturado como uma volta ao mundo, RED 2 começa nos Estados Unidos, faz uma passagem estratégica pela Ásia – o astro Byung-hun Lee, de G.I. Joe (2009), deve garantir a adrenalina suficiente para despertar o interesse dos orientais – e termina se dividindo entre Inglaterra e Rússia. Bruce Willis continua com carisma suficiente para desperdiçar seu tempo – e o nosso também – em bobagens como essa, mas talvez tenha chegado o momento de ser um pouco mais seletivo – não somente nas escolhas, mas também na qualidade do material com o qual se envolve. Parker tem aquele jeito atabalhoado que cativou espectadores no seriado Weeds (2005-2012), e é basicamente o que faz por aqui também. E John Malkovich... bom, esse sempre vale o filme, nem que seja por sua participação.

Red aposentados e perigosos 2

RED 2 se ressente de ter perdido a condução mais dinâmica de Robert Schwentke (do primeiro filme), mas conquistou, com Dean Parisot – o novo diretor – muito mais humor e grandiosidade. Se por um lado isso abrange um público maior, por outro perde foco, o que pode ser uma justificativa para que o filme não tenha encontrado um público de fato curioso pelo que esta segunda aventura dos velhinhos durões poderia oferecer. É mais do mesmo, e deixando a razão de lado, é possível se divertir sem grandes compromissos. Mas é igualmente descartável, e um elenco de peso como esse merecia mais.

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Red aposentados e perigosos 2

é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.

Red aposentados e perigosos 2

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  • Aftersun - 23 de outubro de 2022

Grade crítica

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