A implementação da logística reversa visa o retorno de investimentos no curto prazo

CAP�TULO 1

LOG�STICA EMPRESARIAL E INDUSTRIAL 

1.1  CONCEITO DE LOG�STICA
A palavra Log�stica  – de origem francesa (do verbo loger: “alojar”); era um termo militar que significava a arte de transportar, abastecer e alojar as tropas. Tornou, depois, um significado mais amplo, tanto para uso militar como industrial: a arte de administrar o fluxo de materiais e produtos, da fonte para o usu�rio.

1.2  CONCEITO DE LOG�STICA EMPRESARIAL
Log�stica Empresarial – Autor Ronald H. Ballou, Prof. Da Case Western Reserve University (EUA) procura dar ao profissional ou ao estudante uma vis�o geral sobre a administra��o do fluxo de bens e servi�os em organiza��es orientadas ou n�o para o lucro, introduzindo a ess�ncia da log�stica empresarial, definindo sua miss�o e fazendo uma descri��o de sua historia.
A defini��o de log�stica para o autor neste texto : Trata de todas as atividades de movimenta��o e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos (o termo produto utilizado inclui tanto bens como servi�os) desde o ponto de aquisi��o da mat�ria-prima at� o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informa��o que colocam os produtos em movimento, com o prop�sito de providenciar n�veis de servi�os adequados aos clientes a um custo razo�vel.
A �nfase serve como guias para a tomada de decis�es levando ao leitor  ao discernimento, compreens�o e desenvolvimento de habilidades, enfocando distribui��o f�sica, administra��o de materiais, n�vel de servi�o, administra��o de trafego, manuseio e acondicionamento do produto e controles de estoques , entre outros.
       Os assuntos abordados pelo autor :
   A distribui��o f�sica e a administra��o de materiais  introduzidos como as principais �reas da log�stica empresarial.
   Fatores externos que tomam forma ao n�vel de servi�os oferecidos aos clientes e no produto.
   Compreens�o b�sica de cada atividade e de sua opera��o.
   Princ�pios �teis para o projeto de sistemas log�sticos eficientes em sua opera��o e seu controle.
   � qual a import�ncia da log�stica no futuro.

O Sr. James L. Heskett, reitor adjunto do programa de mestrado em Administra��o de Empresas e professor de Marketing e Log�stica Empresarial na Harvard Business Scholl, diz que log�stica pode significar a diferen�a entre o sucesso e o fracasso nos neg�cios, ele explora as raz�es por tr�s do ressurgimento do interesse por este m�todo de desenvolver vantagens competitivas, os elementos comuns de estrat�gica bem sucedidas orientadas para a  log�stica, as perguntas a serem feitas na revis�o quanto at� que ponto sua administra��o aproveitou as oportunidades de tornar a log�stica a parte integrante de sua estrat�gia, e as maneiras de transformar a log�stica em formula��o estrat�gica.

Log�stica Empresarial – A Perspectiva Brasileira
Retrata a evolu��o da log�stica empresarial no Brasil. O conceito de log�stica empresarial � bastante recente no Brasil. O processo de difus�o teve in�cio, de forma ainda t�mida, nos anos da d�cada de 90, com o processo de abertura comercial, mas se acelerou a partir de 1994, com a estabiliza��o econ�mica propiciada pelo plano Real.
O ambiente altamente inflacion�rio que caracterizou o pa�s por cerca de duas d�cadas, combinado com uma economia fechada e com baixo n�vel de competi��o, levou as empresas a negligenciarem o processo log�stico dentro das cadeias de suprimento, gerando um atraso de pelo menos 10 anos em rela��o �s melhores pr�ticas internacionais. N�o havendo demanda por conhecimentos no setor produtivo, era natural que n�o surgissem ofertas de ensino, pesquisa e consultoria em log�stica empresarial no pa�s. O Centro de Estudo em Log�stica (CEL), do Instituto Coppead de Administra��o � uma exce��o a este padr�o. Sua origem remonta ao in�cio da d�cada de 90, e est� relacionada � iniciativa pioneira da Companhia Brasileira de Petr�leo Ipiranga, que em 1991 tomou a iniciativa de propor ao Copped a cria��o da C�tedra Ipiranga de Estrat�gia de Opera��es, dedicada ao ensino, estudo e pesquisa na �rea de log�stica empresarial. A C�tedra Ipiranga gerou o n�cleo inicial que deu origem ao CEL.
Os autores do Centro de Estudos em Log�stica – CELapresentam e discutem os principais componentes do sistema log�stico, ou seja, servi�os ao cliente, transporte, estoque, armazenagem e informa��es. Uma s�rie de ferramentas importantes para o planejamento e controle de estoques, custos, simula��o e sistema de informa��es geogr�ficas.

1.3  CONCEITO DE LOG�STICA INDUSTRIAL

Log�stica Industrial
Segundo o autor John F. Magee, Vice-Presidente S�nior, Arthur D. Little, Inc.  O conceito de sistema log�stico e a tecnologia da log�stica tiveram um processo consider�vel desde a Segunda  Guerra Mundial . O conceito de sistema log�stico tornou-se amplamente aceito e a administra��o, tanto privada como governamental, come�a a reconhecer a necessidade de projetar e administrar o sistema log�stico como um todo, ao inv�s de uma s�rie de fun��es discretas e independentes.
O autor nos mostra como o sistema log�stico de uma organiza��o pode ser analisado, aperfei�oado e administrado mais eficazmente e como os custos da distribui��o f�sica   podem ser substancialmente reduzidos.

O conceito de sistema log�stico.
A administra��o da log�stica industrial visa maximizar o valor econ�mico dos produtos ou materiais tendo-os  dispon�veis, a um pre�o razo�vel, onde e quando houver procura.
� importante ressaltar que o valor intr�nseco de um bem s�o compostos pelas atividades de produ��o (caracter�sticas e forma f�sica) e por sua localiza��o.
O autor John F. Magee  conceitua todos os elementos ou componentes que formam o sistema log�stico e as  vari�veis mais importantes que afetam a efici�ncia do suprimento e distribui��o industriais:

Elementos / componentes
       Estoque de produtos;
     Aquisi��o e controle da mat�ria-prima;
        Meios de transporte e de entrega local;
        Capacidade de produ��o e convers�o;
        Armaz�ns;
        Comunica��o e controle;
        Recursos Humanos.

Vari�veis
         N�mero e localiza��o das unidades produtivas;
         N�mero e localiza��o dos armaz�ns;
         Meios de transportes;
         Comunica��es;
         Meios de processamento de dados;
         Disponibilidade de produto;
         Seguran�a do atendimento;
         Localiza��o dos estoques do produto;
         Projeto do produto.

CAP�TULO 2

A LOG�STICA REVERSALog�stica Reversa (tamb�m conhecida como log�stica verde) – A empresa do futuro n�o se preocupar� apenas em fabricar, vender e distribuir. O interesse pela conserva��o do meio ambiente far� com que elas tamb�m sejam respons�veis pelo recolhimento, tratamento e reciclagem dos res�duos de seus produtos, como ocorre atualmente em alguns pa�ses da Europa, no caso das baterias de telefone celular.

2.1  LOG�STICA REVERSA – UMA VIS�O SOBRE OS CONCEITOS B�SICOS E AS PR�TICAS OPERACIONAIS

Usualmente, pensando em log�stica como o gerenciamento do fluxo de materiais desde seu ponto de aquisi��o at� o seu ponto de consumo. No entanto, existe tamb�m um fluxo log�stico reverso, do ponto de consumo at� o ponto de origem, que precisa ser gerenciado.
Esse fluxo log�stico reverso � comum para uma boa parte das empresas. Por exemplo, fabricantes de bebidas t�m de gerenciar todo o retorno de embalagens (garrafas) dos pontos de venda at� seus centros de distribui��o. As sider�rgicas usam como insumo de produ��o, em grande parte, a sucata gerada por seus clientes e, para isso, usam centros coletores de carga. A ind�stria de latas de alum�nio � not�vel no seu grande aproveitamento de mat�ria-prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas.

Existem ainda outros setores da ind�stria nos quais o processo de gerenciamento da log�stica reversa � mais recente, como na ind�stria de eletr�nicos, varejo e automobil�stica. Esses setores tamb�m t�m de lidar com o fluxo de retorno de embalagens, de devolu��o de clientes ou do reaproveitamento de materiais para produ��o.
Este n�o � nenhum fen�meno novo e exemplos como o do uso de sucata na produ��o e reciclagem de vidro t�m sito praticados h� bastante tempo. Por outro lado, tem-se observado que   o escopo e a escala das atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens t�m aumentado consideravelmente nos �ltimos anos. Algumas das causas para isso s�o discutidas a seguir.

Quest�es Ambientais 

Existe uma clara tend�ncia de a legisla��o ambiental caminhar no sentido de tornar as empresas cada vez mais respons�veis por todo o ciclo de vida de seus produtos. Isso significa ser legalmente respons�vel pelo seu destino ap�s a entrega dos produtos aos clientes e pelo impacto que estes produzem  no meio ambiente.
Um segundo aspecto diz respeito ao aumento da consci�ncia ecol�gica dos consumidores, que esperam que as empresas reduzam os impactos negativos de sua atividade no meio ambiente. Isso tem gerado a��es por parte de algumas empresas que visam comunicar ao p�blico uma imagem institucional  “ecologicamente correta” .

 Concorr�ncia – Diferencia��o por servi�o.

 Os varejistas acreditam que os clientes valorizam as empresas que possuem pol�ticas mais liberais de retorno de produtos. Essa � uma vantagem percebida na qual os fornecedores ou varejistas assumem os riscos pela exist�ncia de produtos danificados. Isso envolve, � claro, uma estrutura para recebimento, classifica��o e expedi��o de produtos retornados.
Esta � uma tend�ncia que se refor�a pela exist�ncia de legisla��o de defesa dos consumidores, garantindo-lhes o direito de devolu��o ou troca.

Redu��o de Custo

As iniciativas relacionadas � log�stica reversa t�m trazido consider�veis retornos para as empresas. Economias com a utiliza��o de embalagens retorn�veis  ou com o reaproveitamento de materiais para produ��o t�m trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas.
Al�m disso, os refor�os em desenvolvimento e melhorias nos processos de log�stica reversa podem produzir tamb�m retornos consider�veis, que justificam os investimentos realizados.

2.2  O PROCESSO DE LOG�STICA REVERSA E O CONCEITO DE CICLO DE VIDA

Nesta se��o ser�o apresentados conceitos b�sicos relacionados � log�stica reversa e discutidos alguns dos fatores cr�ticos que influenciam a efici�ncia dos processos a ela relacionada.
Por tr�s do conceito log�stico reversa est� um conceito mais amplo, que � o do “ciclo de vida”. A vida de um produto, do ponto de vista log�stico, n�o termina com sua entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou n�o funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados.
Do ponto de vista financeiro, fica evidente que al�m dos custos de compra de mat�ria-prima, de produ��o, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui tamb�m outros custos que est�o relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso.
Do ponto de vista ambiental, esta � uma forma de avaliar qual o impacto de um produto sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Essa abordagem sist�mica � fundamental  para planejar a utiliza��o dos recursos log�sticos de forma a contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos.

Figura 1 – Representa��o esquem�tica dos processos log�sticos diretos e reversos

Materiais Novos Processo Log�stico Direto
---Suprimentos---> ---Produ��o---> ---Distribui��o--->
Materiais Reaproveitados <-------- Processo Log�stico Reverso-----------


Nesse contexto, podemos ent�o definir log�stica reversa como sendo o processo de planejamento, implementa��o e controle do fluxo de mat�rias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informa��o) do ponto de consumo at� o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado.

O processo de log�stica reversa gera mat�rias reaproveitadas que retornam ao processo tradicional de suprimentos, produ��o e distribui��o, conforme indicado na figura 1.
Esse processo � geralmente composto por um conjunto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos dos pontos de consumo at� os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte.
Existem variantes com rela��o ao tipo de reprocessamento que os materiais podem ter, dependendo das condi��es em que estes entram no sistema de log�stica reversa. Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos nesse sentido;  podem ser revendidos se ainda estiverem em condi��es adequadas de comercializa��o; podem ser recondicionados,  desde que haja justificativa econ�mica; podem ser reciclados se n�o houver possibilidade de recupera��o.
Todas essas alternativas geram materiais reaproveitados, que entram de novo no sistema log�stico direto. Em �ltimo caso, o destino pode ser o seu descarte final (Figura 2).

Figura 2 – Atividade t�picas do processo log�stico reverso

Materiais
Secund�rios
Retornar ao fornecedor  <---
Revender  <---
Recondicionar  <---
Reciclar  <---
Descartar  <---
<--Expedir--- <--Embalar--- <--Coletar--

<---------Processo Log�stico Reverso-----------


2.3  CARACTERIZA��O DA LOG�STICA REVERSA

A natureza do processo de log�stica reversa, ou seja, quais as atividades que ser�o realizadas, depende do tipo de material e do motivo pelo qual estes entram no sistema. Os materiais podem ser divididos em dois grandes grupos: produtos e embalagens. No caso de produtos, os fluxos de log�stica reversa se dar�o pela necessidade de reparo, reciclagem, ou porque, simplesmente, os clientes os retornam.


A tabela 1 abaixo  mostra taxas de retorno devido a clientes, t�picas de algumas ind�strias.
Note que  as taxas de retorno s�o bastante vari�veis por ind�stria e que, em algumas delas, como na venda por cat�logos, o gerenciamento eficiente do fluxo reverso � fundamental para o neg�cio.

Tabela 1 – Percentual de Retorno de Produtos.

IND�STRIA PERCENTUAL DE RETORNO
Vendas por cat�logo 18 - 35%
Computadores 10 - 20%
Impressoras 04 - 08%
Pe�as automotivas 04 - 06%
Produtos eletr�nicos 04 - 05%


 O fluxo reverso de produtos tamb�m pode ser usado para manter os estoques reduzidos, diminuindo o risco com a manuten��o de itens de baixo giro. Esta � uma pr�tica comum na ind�stria fonogr�fica. Como essa ind�stria trabalha com grande n�mero de itens e de lan�amentos, o risco dos varejistas ao adquirir  estoque se torna muito alto. Para incentivar a compra de todo o mix de produtos, algumas empresas aceitam a devolu��o de itens que n�o tiverem bom comportamento de venda. Embora esse custo da devolu��o seja significativo, acredita-se  que as perdas de vendas seriam bem maior caso n�o se adotasse essa pr�tica.

No caso de embalagens, os fluxos de log�stica reversa acontecem basicamente em fun��o da sua reutiliza��o ou devido a restri��es legais, como na Alemanha, por exemplo, que impede seu descarte no meio  ambiente. Como as restri��es ambientais no Brasil com rela��o a embalagens de transporte n�o s�o t�o r�gidas, a decis�o sobre a utiliza��o de embalagens retorn�veis ou reutiliz�veis se restringe aos fatores econ�micos.
Existe uma grande variedade de cont�ineres  e embalagens retorn�veis, mas que t�m um custo de aquisi��o consideravelmente maior que as embalagens oneway. Entretanto, quanto maior o n�mero de vezes que se usa a embalagem retorn�vel, menor o custo por viagem, que tende a ficar menor que o custo da embalagem oneway.

2.4  FATORES CR�TICOS QUE INFLUENCIAM A EFICI�NCIA DO PROCESSO DE LOG�STICA REVERSA

Dependendo de como o processo de log�stica reversa � planejado e controlado, este ter� uma maior ou menor efici�ncia. Alguns dos fatores identificados como sendo cr�tico e que contribuem  positivamente para o desempenho do sistema de log�stica reversa s�o comentados a seguir:

Figura 3 – Fatores cr�ticos para a efici�ncia do processo de log�stica reversa.

Bons Controles
de Entrada
Processos
Mapeados e
Formalizados
Ciclo de
Tempo
Reduzido
Sistemas de
Informa��o
Acurados
Rede
Log�stica
Planejada
Rela��es
Colaborativas
entre Clientes e
Fornecedores

   Bons Controles de Entrada - No in�cio do processo de log�stica reversa, � preciso identificar corretamente o estado dos materiais  que retornam para que estes possam seguir o fluxo reverso correto ou mesmo impedir que materiais que n�o devam entrar no fluxo o fa�am. Por exemplo, identificando produtos que poder�o ser revendidos, produtos que poder�o ser recondicionados ou que ter�o de ser totalmente reciclados.
Sistemas de log�stica reversa que n�o possuem bons controles de entrada dificultam todo o processo subseq�ente, gerando retrabalho. Podem tamb�m ser fonte de atritos entre fornecedores e clientes pela falta de confian�a sobre as causas dos retornos. Treinamento de pessoal � quest�o-chave para a obten��o de bons controles de entrada.

   Processos padronizados e mapeados -Uma das maiores dificuldades na log�stica reversa � que ela � tratada como um processo espor�dico, contingencial, e n�o como um processo regular. Ter processos corretamente mapeados e procedimentos formalizados � condi��o fundamental para se obter controle e conseguir melhorias.

   Tempo de ciclo reduzidos - Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a identifica��o da necessidade de reciclagem , disposi��o ou retorno de produtos  e seu efetivo processamento. Tempos de ciclo longos adicionam custos desnecess�rios porque atrasam a gera��o de caixa  (pela venda de sucata, por exemplo)  e ocupam espa�o, dentre outros aspectos.
Fatores que levam a altos tempos de ciclo s�o controles de entrada ineficientes, falta de estrutura (equipamentos, pessoas) dedicada ao fluxo reverso e falta de procedimentos claros para tratar as “ exce��es” que s�o, na verdade, bastante freq�entes.

   Sistemas de informa��o - A capacidade de rastreamento de retornos, medi��o dos tempos de ciclo, medi��o do desempenho de fornecedores (avarias nos produtos, por exemplo) permite obter informa��o crucial para negocia��o, melhoria de desempenho e identifica��o de abusos  dos consumidores no retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir esses sistemas de informa��o � um mesmo desafio. Praticamente inexistem no mercado sistemas capazes de lidar com o n�vel de varia��es e flexibilidade exigida pelo processo de log�stica reversa.

   Rede log�stica planejada - Da mesma forma que no processo log�stico direto, a implementa��o de processo log�stico reversos requer a defini��o de uma infra-estrutura log�stica adequada para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de sa�da de materiais processados. Instala��es de processamento e armazenagem e sistemas de transporte devem ser desenvolvidos para ligar de forma eficiente os pontos de consumo onde os materiais usados devem ser coletados at� as instala��es onde ser�o utilizados no futuro.

      Rela��es colaborativas entre clientes e fornecedores - No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e ind�stria, onde ocorrem devolu��es causadas por produtos danificados, surgem quest�es relacionadas ao n�vel de confian�a entre as partes envolvidas. S�o comuns conflitos relacionados � interpreta��o de quem � a responsabilidade sobre os danos causados aos produtos.
Os varejistas tendem a considerar que os danos s�o causados por problemas no transporte ou mesmo por defeitos de fabrica��o. Os fornecedores podem suspeitar que est� havendo abuso por parte do varejista ou que isto � conseq��ncia de um mau planejamento. Em situa��es extremas, isso pode gerar disfun��es como a recusa para aceitar devolu��es, o atraso para creditar as devolu��es e a ado��o de medidas de controle dispendiosas.
Fica claro que pr�tica mais avan�adas de log�stica reversa s� poder�o ser implementadas se as organiza��es envolvidas desenvolverem rela��es mais colaborativas.

2.5  LOG�STICA REVERSA : NOVA �REA DA LOG�STICA EMPRESARIAL

Introdu��o, conceitos, defini��es e �reas de atua��o

A log�stica reversa tem sido citada com freq��ncia e de forma crescente em livros modernos de log�stica empresarial, em artigos internacionais e nacionais, demonstrando sua aplicabilidade e interesse em diversos setores empresariais e apresentando novas oportunidades de neg�cios no Supply Chain reverso, criado por esta nova �rea de log�stica empresarial. No Brasil , mais recentemente, seu interesse empresarial te sido demonstrado por in�meras palestras, semin�rios , associa��es, empresas e universidades e o interesse acad�mico pela sua inclus�o como disciplina curricular em cursos de especializa��o em log�stica empresarial.

Em C.L.M. (1993:323): “Log�stica reversa � um amplo termo relacionado �s habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redu��o, movimenta��o e disposi��o de res�duos de produtos e embalagens....” .

Em Stock (1998:20) encontra-se a defini��o: “Log�stica reversa: em uma perspectiva de log�stica de neg�cios, o termo refere-se ao papel da log�stica no retorno de produtos , redu��o na fonte, reciclagem, substitui��o de materiais, reuso de materiais, disposi��o de res�duos, reforma, repara��o e remanufatura....”


Em Rogers e Tibben-Lembke (1992:2) a log�stica reversa � definida como : “Processo de planejamento, implementa��o e controle da efici�ncia, do custo efetivo do fluxo  de mat�rias – primas, estoques de processo, produtos acabados e as respectivas informa��es, desde o ponto de consumo at� o ponto de origem, com o prop�sito de recapturar valor ou adequar o seu destino”.


A defini��o de log�stica apresentada pelos autores Dornier et al (2000:39) abrange �reas de atua��o novas incluindo o gerenciamento dos fluxos reversos : “Log�stica � a gest�o de fluxos entre fun��es de neg�cio. A defini��o atual de log�stica engloba maior amplitude de fluxos que no passado. Tradicionalmente, as companhias inclu�am a simples entrada de mat�rias-primas ou  o fluxo de sa�da de produtos acabados em sua defini��o de log�stica. Hoje, no entanto, essa  defini��o expandiu-se e inclui todas as formas de movimentos de produtos e informa��es....”.


Bowersox e Closs (2000:51,52) apresentam, por sua vez , a id�ia de  “Apoio ao Ciclo de Vida” como um dos objetivos operacionais da log�stica moderna, referindo-se ao prolongamento da log�stica al�m do fluxo direto dos materiais e a necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral.

As diversas defini��es e cita��es de log�stica reversa at� ent�o revelam que o conceito ainda est� em evolu��o face �s novas possibilidades de neg�cios relacionados ao crescente interesse empresarial e de pesquisas nesta �rea na �ltima d�cada.
Entendemos a log�stica reversa como a �rea da log�stica empresarial que planeja, opera e controla o fluxo de as informa��es log�sticas correspondentes, do retorno dos bens de p�s-venda e de p�s-consumo ao ciclo de neg�cios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribui��o reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas : econ�mico, ecol�gico, legal, log�stico, de imagem corporativa , entre outras.
Sendo a literatura ainda escassa e dispersa nesta �rea, o foco principal desta s�rie de artigos � o de apresentar uma sistematiza��o e estrutura��o dos principais conceitos, resumindo n�o s� a literatura existente como os exemplos, casos e aplica��es da log�stica reversa em empresas internacionais e nacionais, fruto de um intenso trabalho de pesquisa que temos realizado nos �ltimos anos.
Para este fim, elaboramos o esquema de Figura 4, onde reunimos duas grandes �reas de atua��o da log�stica reversa que t�m sido tratadas independentemente at� ent�o pela literatura, diferenciadas pelo est�gio ou fase do ciclo de vida �til do produto retornado. Essa distin��o se faz necess�ria, embora existam in�meras interdepend�ncias que ser�o   examinadas a seguir, pois o produto log�stico e os canais de distribui��o reversos pelos quais fluem, bem como os objetivos estrat�gicos e t�cnicas operacionais utilizadas em cada �rea de atua��o s�o, via de regra, distintos.
Denominaremos de log�stica reversa de p�s-venda a espec�fica �rea de atua��o que se ocupa do equacionamento e operacionaliza��o do fluxo f�sico e das informa��es log�sticas correspondentes de bens de p�s-venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribui��o direta, que se constituem de uma parte dos canais reversos pelo qual fluem estes produtos. Seu objetivo estrat�gico � o de agregar valor a um produto log�stico que � devolvido por raz�es comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento no produto, avarias no transporte, entre outros motivos. Este fluxo de retorno se estabelecer� entre os diversos elos da cadeia de distribui��o direta, dependendo do objetivo estrat�gico ou motivo de seu retorno.

Figura 4 : Log�stica reversa – �rea de atua��o e etapas reversas

Log�stica Reversa
de P�s-Consumo

* Reciclagem Industrial
* Desmanche Industrial
* Reuso
* Consolida��o
* Coletas
Cadeia de Distribui��o Direta
Consumidor
Bens de P�s-Venda
Bens de P�s-Consumo
Log�stica Reversa
de P�s-Venda

* Sele��o / Destino
* Consolida��o
* Coletas

Denominaremos de log�stica reversa de p�s-consumo a �rea de atua��o da log�stica reversa que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo f�sico e as informa��es correspondentes de bens de p�s-consumo descartados pela sociedade, que retornam ao ciclo de neg�cios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribui��o reversos espec�ficos. Constituem –se bens de p�s-consumo os produtos em fim de vida �til ou usado com possibilidade de utiliza��o e res�duos industriais em geral.
Seu objetivo estrat�gico � o de agregar valor a um produto log�stico constitu�do por bens inserv�veis ao propriet�rio original, ou que ainda possuam condi��es de utiliza��o, por produtos descartados por terem atingido o fim de vida �til e por res�duos industriais. Estes produtos de p�s-consumo poder�o se originar de bens dur�veis ou descart�veis e flu�rem por canais reversos de reuso, desmanche e reciclagem at� a destina��o final.
Na figura 5 resumimos o campo de atua��o da log�stica reversa por  meio de principais etapas dos fluxos reversos nas duas �reas de atua��o citadas, observando-se a sua interdepend�ncia.
A log�stica reversa de p�s-venda deve, portanto, planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de p�s-venda por motivos agrupados nas classifica��es: “Garantia / Qualidade” , “Comerciais” e de “Substitui��o de Componentes”.
Classificam-se como devolu��es por “Garantia / Qualidade”, aquelas nas quais os produtos apresentam defeitos de fabrica��o ou de funcionamento (verdadeiros ou n�o), avarias no produto ou na embalagem, etc. Esses produtos poder�o ser submetidos a consertos ou reformas que os permitam retornar ao mercado prim�rio, ou a mercados diferenciados que denominamos secund�rios, agregando-lhes valor comercial novamente.
Na classifica��o “Comerciais”, s�o destacadas a categoria de “Estoques”, caracterizada pelo retorno devido a erros de expedi��o, excesso de estoques no canal de distribui��o, mercadorias em consigna��o, liquida��o de esta��o de vendas , pontas de estoques, etc., que ser�o retornados ao ciclo de neg�cios pela redistribui��o em outros canais de vendas.

Figura 5 – Foco de atua��o da log�stica reversa

A implementação da logística reversa visa o retorno de investimentos no curto prazo

 Devido ao t�rmino de validade de produtos ou a problemas observados ap�s a venda, o denominado recall, os produtos ser�o devolvidos por motivo legais ou por diferencia��o de servi�o ao cliente e se constituir�o na classifica��o “ Validade” em nosso esquema.
A classifica��o “Substitui��o de Componentes” decorre da substitui��o de componentes de bens dur�veis e semidur�veis em manuten��es e consertos ao longo de sua vida �til e que s�o remanufaturados, quando tecnicamente poss�vel, e retornam ao mercado prim�rio ou secund�rio, ou s�o enviados � reciclagem ou para um destino final, na impossibilidade de reaproveitamento.
A log�stica reversa de p�s-consumo dever� planeja, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de  p�s-consumo ou de seus materiais constituintes, classificados em fun��o de seu estado de vida e origem: “Em condi��es de uso”, “Fim de vida  �til”,  e “Res�duos industriais”.
A classifica��o  “Em condi��es de uso” refere-se �s atividades em que o bem dur�vel e semidur�vel apresenta interesse de reutiliza��o, sendo sua vida �til estendida adentrando no canal reverso de “Reuso” em mercado de segunda m�o at� atingir o “fim de vida �til”, constituindo o looping apresentado na figura 2.
Nas atividades da classifica��o  “Fim de vida �til”, a log�stica reversa poder� atuar em duas �reas n�o destacadas no esquema : dos bens dur�veis ou descart�veis. Na �rea de atua��o de dur�veis ou semidur�veis, estes entrar�o no canal reverso de Desmontagem e Reciclagem Industrial;   sendo desmontados na etapa de “desmanche”, seus componentes poder�o ser aproveitados ou remanufaturados, retornando ao mercado secund�rio ou � pr�pria industria que o reutilizar�, sendo uma parcela destinada ao canal reverso de “Reciclagem”.
No caso de bens de p�s-consumo descart�veis, havendo condi��es log�sticas, tecnol�gicas e econ�micas, os produtos s�o retornados por meio do canal reverso de “Reciclagem Industrial”, onde os materiais constituintes s�o reaproveitados e se constituir�o em mat�rias-primas secund�rias, que retornam ao ciclo produtivo pelo mercado correspondente, ou no caso de n�o haver  as condi��es acima mencionadas, ser�o destinadas ao “Destino Final”, os aterros sanit�rios, lix�es e incinera��o com recupera��o energ�tica.

2.6  O CICLO DE VIDA �TIL DOS PRODUTOS E A LOG�STICA REVERSA

Seria infind�vel a lista de autores analisando o acelerado ritmo de redu��o do ciclo de vida dos produtos nas �ltimas d�cadas, como forma e busca de diferencia��o mercadol�gica, motivada por evolu��es t�cnicas de performance em processo ou na aplica��o, motivada pela redu��o de custos em geral e em particular os log�sticos, al�m de outras raz�es.
Em 1970, foram lan�ados1.365 novos produtos nos Estados Unidos; em 1986, este n�mero foi de 8.042; em 1991, o n�mero cresceu para 13.244 e, em 1994, alcan�ou a marca de 20.074 novos produtos lan�ados, de acordo com dados de New Products News.
Exemplo cl�ssico de bens como ciclo de vida rapidamente decrescentes s�o o dos computadores e seus perif�ricos, que se revelam expressivos na vis�o da log�stica reversa quando observamos alguns dados o Instituto Gartner Group estimando em 680 milh�es as vendas de computadores no ano de 2005 e de 150 milh�es o n�mero deles que ser�o descartados somente nos Estados Unidos. O n�vel de obsolesc�ncia atual naquele pa�s � de 2:3, ou seja, a cada tr�s computadores produzidos dois tornam-se obsoletos, com tend�ncia de que esta raz�o se torne 1:1 nos pr�ximos anos.
Em 1960, a produ��o mundial de pl�sticos era de 6 milh�es de toneladas por ano e, em 1994, passou a 110 milh�es de toneladas. No Brasil, a produ��o de pl�sticos teve um aumento de cerca de 50%  entre os anos de 1993 e 1998, valores altos quando comparados com o crescimento dos metais comuns. Ainda o Brasil, o consumo de garrafas descart�veis de PET (denomina��o da resina constituinte Polietileno Tereflalato) usadas como embalagem de refrigerantes e outras bebidas, iniciou-se em 1989 e alcan�ou n�veis de produ��o de 6 milh�es de garrafas por ano em 1998, o que corresponde a mais de 70% da embalagem do setor de refrigerantes. Este expressivo crescimento � devido principalmente  � sua transpar�ncia e duas vantagens log�sticas na distribui��o direta, substituindo a embalagem de vidro retorn�vel.
Um dos indicadores do crescimento desta “descartabilidade” � o aumento do lixo urbano em diversas partes do mundo, conforme comprovam os dados da Prefeitura Municipal de S�o Paulo, atrav�s do Limpurb (departamento de limpeza p�blica urbana da cidade de S�o Paulo): o lixo urbano cresceu de 4.450 t/dia em 1985 para 16.000 t/dia em 2000, na cidade de S�o Paulo, decrescendo as quantidades de lixo org�nico e aumentando a de produtos descart�veis.

Figura 6 – O impacto da redu��o do ciclo de vida �til dos produtos na log�stica reversa

Tecnologia
Marketing Log�stica
  Redu��o do Ciclo de
Vida �til dos
Produtos
Aumento de
Velocidade Log�stica
  Exaust�o dos
Sistemas Tradicionais
de Disposi��o Final
 

Log�stica Reversa

RETORNO      REUSO

RECICLAGEM

O esquema na figura 6 sintetiza a id�ia de como a crescente descartabilidade dos produtos tende a tornar mais expressiva a atua��o da log�stica reversa, tanto no setor de p�s-venda como no de p�s-consumo. Tecnologia, marketing, log�stica e outras �reas empresariais, por meio da redu��o de ciclo de vida de produ��o, geram necessidades de aumento de velocidade operacional de um lado, e provocam exaust�o acelerada dos meios tradicionais de destinos dos produtos de p�s-consumo.
A obsolesc�ncia e a descartabilidade crescentes dos produtos observadas nesta �ltima d�cada t�m-se refletido em altera��es das estrat�gias dentro das pr�prias organiza��es e, principalmente, em todos os elos de sua rede operacional. Essas altera��es se traduzem por aumento de “velocidade de resposta” desde a concep��o do projeto do produto at� sua coloca��o no mercado, pela ado��o de sistemas de alta “flexibilidade operacional” que permitam, al�m da velocidade do fluxo log�stico, a capacidade de adapta��o constante �s exig�ncias do cliente. A ainda ado��o de “ responsabilidade ambiental “ em rela��o aos seus produtos ap�s o consumo, identificado como “EPR” (Extend Product Responsibility), a chamada “Extens�o de Responsabilidade ao Produto”.
Explica-se, desta forma , a crescente implementa��o da log�stica reversa em empresas l�deres do mercado em diversos setores, constituindo-se parte integrante de suas estrat�gias empresariais.

2.7  OBJETIVOS ESTRAT�GICOS DA LOG�STICA REVERSA NAS EMPRESAS

Vimos anteriormente que a id�ia principal da log�stica reversa � a de agregar valor de alguma natureza �s empresas, pelo retorno dos bens ao ciclo de neg�cios ou produtivo. A natureza de valor agregado, ou recapturado, varia entre os setores empresariais e em seus diversos segmentos de neg�cios. Em conseq��ncia, observa-se um espectro de aplica��es e de interesses na implementa��o e de interesses na implementa��o de retorno de bens de p�s-venda e de p�s-consumo, bem como diferentes est�gios tecnol�gicos de aplica��o da log�stica reversa entre os diversos setores empresariais, conforme se poder� constatar ao longo destes artigos.
Certamente, o objetivo estrat�gico econ�mico, ou de agrega��o de valor monet�rio, � o mais evidente na implementa��o da log�stica reversa nas empresas. Por�m, observa-se que mais recentemente dois novos fatores incentivam decis�es empresariais em sua ado��o : o fator competitividade e o ecol�gico. A an�lise a seguir considera exemplos de aplica��es da log�stica reversa, nos quais alguns desses objetivos se destacam de forma mais n�tida, embora sempre existam outros ganhos ou valores agregados simult�neos que se traduzem como ganhos empresariais marginais.
O objetivo estrat�gico econ�mico na log�stica reversa de p�s-venda evidencia-se, por exemplos, na comercializa��o de saldos ao final de esta��o ou de promo��es de vendas no varejo, que ser�o comercializados em mercados secund�rios de ponta de estoques, outlets e lojas de “ tudo por l d�lar” . A redistribui��o proveniente de excesso de estoques em canais propicia excelentes resultados econ�micos quando direcionada � regi�es de melhor giro, tanto no mercado nacional como em mercados internacionais, aproveitando a  diferen�a de esta��es clim�ticas entre hemisf�rios.
O objetivo estrat�gico econ�mico na log�stica reversa de p�s-consumo pode se constituir, por exemplo, na economia realizada pelo aproveitamento de ligas de chumbo de baterias usadas – que s�o reutilizadas integralmente na fabrica��o de baterias novas, de ligas de alum�nio das latas de bebidas descartadas – igualmente utilizadas na fabrica��o de latas novas. Esses casos ou setores em que o produto de p�s-consumo � aproveitado devido � sua mat�ria-prima constituinte representam normalmente estrat�gias de viabilidade econ�mica do setor. O com�rcio de bens dur�vel usados, como autom�veis e m�quinas operatrizes e geral, representa importantes atividades econ�micas.
O exemplo do canal reverso de reuso e remanufatura de copiadoras da Xerox nos Estados Unidos (CLM, 1993:177).
A empresa Xerox, como estrat�gia de comercializa��o de suas copiadoras, estabeleceu desde 1960 uma rede reversa, utilizando a coleta do tipo Take-Back, desmontagens dos produtos, sele��o de destino e reutiliza��o dos mesmos, com ou sem remanufatura, em produtos novos de sua linha, dando as mesmas garantias e repassando as economias de custos aos seus clientes, al�m da recompra dos equipamentos, garantindo um n�vel de competitividade elevado no mercado. O projeto do produto foi idealizado de forma a facilitar a desmontagem e componentes de alta intercambialidade, garantindo flexibilidade em sua reutiliza��o.
O esquema da empresa nos Estados Unidos, constitu�da por 50 centros de distribui��o reversos operados por empresas terceirizadas, dois centros nacionais de distribui��o reversa e diversas plantas e remanufatura ao longo do pa�s.
Na venda de uma nova m�quina, a data de entrega e de desinstala��o s�o planejadas executadas pelas empresas terceirizadas nos diversos centros de distribui��o, conciliando as opera��es. Estas empresas se encarregam da desinstala��o de produtos usados, da sele��o e do destino a ser dado aos produtos e componentes. Em alguns casos, os equipamentos ser�o submetidos a reparos nos centros de distribui��o regionais e destinado � loca��o de equipamentos usados, enquanto em outros casos o equipamento � enviado para um dos centros nacionais de distribui��o reversa, onde ser� realizada nova sele��o e destino. Nos casos de modelos de grande venda nos Estados Unidos, a decis�o poder� ser a de transporta-los a uma planta de remanufatura , onde ser� executada a desmontagem completa com reaproveitamento dos componentes em condi��es de uso em novos equipamentos. Aqueles considerados em condi��o de uso em novos equipamentos. Aqueles considerados sem condi��o de uso vendidos como sucata para a reciclagem dos materiais constituintes.

O caso Xerox � um dos exemplos de empresas em que a log�stica reversa e os cuidados na montagem da rede reversa em n�vel internacional fazem parte da estrat�gia empresarial, com excelentes resultados. A revaloriza��o log�stica dos equipamentos usados garantida pela rede reversa at� as consolida��es em centros de distribui��o reversos especializados leva � revaloriza��o econ�mica e tecnol�gica pelo reuso de seus equipamentos  e componentes, e � revaloriza��o ecol�gica, reduzindo o impacto ao meio ambiente obtendo um resultado positivo em sua imagem corporativa junto aos clientes e � comunidade em geral.
As empresas Dupont e Welman, nos Estados Unidos, adotaram a log�stica reversa como estrat�gia em suas empresas, montando redes reversas que permitem a recupera��o de valor de filmes e outros produtos de poli�ster descartados, como mat�ria-prima secund�ria na fabrica��o de novos produtos, como fibras de poli�ster para tapetes, acolchoados, confec��es esportivas, agasalhos, etc.
O objetivo ecol�gico ou de imagem corporativa na log�stica reversa constituem-se de a��es empresariais que visam contribuir com a comunidade pelo incentivo � reciclagem de materiais, � altera��es de projeto para reduzir impactos ao meio ambiente, entre outros. A substitui��o da embalagem de poliuretano pelo  papel no grupo McDonald�s visando a redu��o do impacto e melhoria em reciclagem e o projeto do autom�vel Volvo recicl�vel, no qual as condi��es de desmontagem foram facilitadas, s�o exemplos de objetivos desta natureza.
O objetivo de competitividade por diferencia��o de n�vel de servi�o ao cliente evidencia-se pelos exemplos da empresa farmac�utica Bristol-Meyrs Squibb, que estabeleceu a log�stica reversa como prioridade estrat�gica  visando equacionar o retorno de medicamentos que perdem validade no mercado, oferecendo um n�vel de servi�o diferenciado a seus clientes.
A empresa de cosm�ticos americana Est�e-Lauder, al�m de oferecer um servi�o diferenciado a seus clientes ao implantar tecnologia de informa��o em sua log�stica reversa, obteve enormes economias pela redu��o de perdas e pela possibilidade de redistribui��o de produtos.
As conhecidas empresas varejistas Wall Mart, Kmart e Sears possuem diversos centros de distribui��o reversos nos Estados Unidos , e contratam terceiros para oper�-los de forma a dar suporte ao crescimento de devolu��o de produtos, fun��o de pol�ticas de liberaliza��o de devolu��o espont�nea de mercadorias.
O objetivo de satisfa��o de legisla��o na log�stica reversa � caracterizada por situa��es em que existem impedimentos de destina��o final de um produto. A legisla��o  obriga ao fabricante a coleta e destino dos produtos de p�s-consumo, obrigando os diversos elos da cadeia a aceitar devolu��es de embalagens de seus clientes e a responsabilizar pelo retorno de produtos perigosos. Empresas de �leo lubrificante, l�mpadas fluorescentes, bateria de celulares, entre outros produtos, no Brasil s�o respons�veis pela log�stica reversa de retorno de seus produtos de p�s-consumo de acordo com legisla��o expressa.
Observe-se que os diversos objetivos  acima mencionados n�o s�o independentes e poder�o ocorrer simultaneamente. A Figura 8 resume algumas id�ias de revaloriza��o  nas duas categorias de fluxos reversos.

 2.8  IMPORT�NCIA ECON�MICA DA LOG�STICA REVERSA

 Os dados econ�micos sobre log�stica reversa aqui apresentados, baseiam-se em estimativas projetadas por algumas pesquisas realizadas nos Estados Unidos, e em pesquisas em log�stica reversa de p�s-consumo em alguns setores no Brasil . Como os dados s�o setoriais e o interesse � recente, acreditamos que as estimativas atuais sejam ainda conservadoras. No entanto, pode-se inferir o potencial de ganho e as oportunidades de desenvolvimento nesta nova �rea.
Nos Estados Unidos, pesquisas estimam em cerca de US$ 35 bilh�es os custos de retorno de bens em 1997, ou, cerca de 0,5% do PNB do pa�s, ou 4% dos custos log�sticos totais (US$ 862 bilh�es em 1997). Somente o mercado de pe�as de autom�veis remanufaturadas naquele pa�s foi de US$ 36 bilh�es em 1997, de acordo com a Automobile Parts Rebuilders Association, com a atua��o de 12 mil empresas de desmontagem de autom�veis e de remanufatura de pe�as em atividade atualmente o pa�s.

Pesquisa em setores compreendendo computadores, equipamentos de rede, equipamentos de automa��o, embalagens retorn�veis e eletrodom�sticos da “linha branca”, ainda nos Estados Unidos , estimou que o custo total da log�stica reversa foi de US$4,7 bilh�es   em 1996, com uma previs�o de atingir US$ 7,7 bilh�es no ano 2000.
O instituto de pesquisa em inform�tica Gartner Group prev� um valor de US$11 bilh�es de retorno de bens no segmento do e-commerce nos Estados Unidos, um dos setores de maior potencial para a log�stica reversa.
Acrescentando a estes dados do segmento de p�s-venda outros exemplos na �rea da log�stica reversa de p�s-consumo, tal como a ind�stria de ferro/a�o – que consome mais de 30% de mat�rias-primas secund�rias - , a industria do alum�nio (cerca de 20%), a do pl�stico  (cerca de 20%), pode-se avaliar a import�ncia para estes setores do fluxo de mat�rias-primas secund�rias garantidas pela log�stica reversa na mesma propor��o com que comp�em o produto de venda destes setores. Ou seja, que o valor econ�mico movimentado pela log�stica reversa na cadeia do ferro/a�o, por exemplo, � de mais de 30%  do valor de venda do produto do setor (no Brasil, mais de US$ 2 bilh�es / ano). Sendo �reas de longa tradi��o, muitas vezes os valores econ�micos envolvidos na atividade s�o considerados parte integrante do neg�cio do setor.

CAP�TULO 3

O USO DA “LOG�STICA REVERSA” SOB A �TICA DAS EMPRESAS.

3.1  TOMRA LATASA: A LOG�STICA DA RECICLAGEM

No inicio do segundo semestre de 2001, com o objetivo de ampliar a coleta de latas de alum�nio e entrar no segmento de garrafas pl�sticas PET, a Tomra Latasa Reciclagem colocou  em opera��o, na cidade do Rio de Janeiro, um projeto-piloto de log�stica reversa pioneiro. Batizado Replaneta, o projeto consiste numa rede de coleta formada por oito postos, instalados no estacionamento das lojas dos supermercados Extras, equipados com duas m�quinas Reverse Vending Machines (RVM), desenvolvidas pela Tomra, as primeiras em opera��o no Brasil. A Tomra Latasa Reciclagem foi criada em mar�o de 2001, quando a norueguesa Tomra Systems ASA, l�der mundial em solu��es para reciclagem, comprou a brasileira Latasa, maior fabricante de latas de alum�nio do pa�s.
H� mais de uma d�cada, a Latasa foi pioneira no Brasil na cria��o de um Programa Permanente de Reciclagem . De l� para c�, desenvolveu uma s�rie de projetos e promo��es para estimular a forma��o de uma industria recicladora, tais como o Projeto Escola, por meio do qual as institui��es de ensino trocam latas de alum�nio por equipamentos did�ticos e paradid�ticos ; Projeto Praia Limpa; Sede de Saber; V� Catar Lata; entre outros. Todos esses programas de incentivo � reciclagem contribu�ram para a dissemina��o do reaproveitamento de materiais, sobretudo da lata de alum�nio, que hoje coloca o pa�s na lideran�a mundial de reciclagem desse material – em 2001 foi de 85% em rela��o � produ��o.
Com o ingresso da Tomra Systems ASA no neg�cio, no ano passado, nasceu a Tomra Latasa Reciclagem , que come�a a voltar-se tamb�m para a reciclagem das garrafas PET. O objetivo da empresa, agora �, aumentar a coleta dessas embalagens , cuja reciclagem , atualmente no Brasil � de 24%.
A Tomra, com sede na Noruega, est� presente em 36 pa�ses e � respons�vel pelo funcionamento de 45 mil m�quinas do tipo Reserse Vending Machines espalhadas pelo mundo.
Os postos – localizados na Tijuca, Barra da Tijuca, Boulevard, Niter�i, Ilha do Governador, Alc�ntara, Nova Igua�u e Maracan� – est� equipado com duas RVMS. Nestas m�quinas, com capacidade para receber uma embalagem por segundo, o pr�prio consumidor introduz a embalagem, que tanto pode ser a  lata de alum�nio quanto a garrafa PET. Em seguida, o equipamento emite automaticamente um cupom que indica a quantidade de embalagens inseridas e o valor em dinheiro daquela opera��o de coleta. “Pagam R$ 0,01 por garrafa PET e R$ 0,02 por lata de alum�nio ” , os cupons emitidos s�o utilizado na compra de qualquer produto dentro do supermercado.
No momento em que a embalagem � colocada na m�quina, um leitor �tico faz a identifica��o do tipo de material, separando o alum�nio e o pl�stico. “No caso do PET, h� ainda uma segunda opera��o de triagem que utiliza a cor como par�metro. Ou seja, separa as garrafas pelas cores verde, �mbar e cristal, para facilitar o acondicionamento das embalagens na �rea de armazenamento”.
Cada posto de coleta do Replaneta, que funciona 24 horas ininterruptamente, ocupa um �rea de 45 m� (o equivalente a quatro vagas de estacionamento), onde ficam as duas m�quinas e uma balan�a para pesagem do material coletado. Outros 30 m� s�o destinados � �rea de armazenagem, que abriga dois cont�ineres fixos de 20 p�s, um para as latas e outro para o PET.
Segundo Gerude Filho, coordenador da �rea de Log�stica da Tomra Latasa, a escolha da capital fluminense como base para o lan�amento do projeto-piloto foi conseq��ncia natural de um trabalho que a Tomra Latasa j� vinha desenvolvendo na regi�o. “Instalamos no Rio de Janeiro porque foi l� que come�amos o projeto de troca de latas e PET por cupons. Alguns dos pontos em que o projeto est� em opera��o atualmente j� comportavam postos de troca manual, formados por cont�iner e um atendente que pesava o material. Portanto, havia uma fideliza��o dos clientes, e avaliamos que – implementando um avan�o tecnol�gico naqueles locais – corr�amos menos riscos de n�o-aceita��o do Replaneta por parte da popula��o, uma vez que j� havia sido criado o h�bito de descartar as embalagens” , acrescentando que o projeto come�ou a ser implantado nesses pontos, avan�ando em seguida para outras regi�es da cidade.
Segundo  Gerude Filho, a automa��o do processo apresentou um salto qualitativo na log�stica da empresa “ Primeiro , porque o Replaneta viabilizou a coleta do PET, o que antes n�o faz�amos. Segundo, pelo fato de a m�quina fazer a separa��o das latas de alum�nio e do PET, e desde por cor, ganhamos muita na hora de acondicionar esse material. Os fardos saem dos pontos de coleta enfardados por cor, eliminando assim esta opera��o no nosso Centro de Coleta” , diz o coordenador, acrescentando que a separa��o por cor traz, ainda, ganhos na venda do produto. “Existe diferen�a de pre�o se o PET estiver misturado. Por exemplo , se eu vender  o PET verde justamente com o cristal tenho um pre�o, se ele estiver separado por cor, h� outro”, destaca, acrescentando que o parceiro da empresa no projeto , o Extra, tamb�m est� colhendo benef�cios. “Percebemos que o projeto gerou uma grande impacto junto � popula��o em rela��o � imagem do supermercado. Outra coisa que notamos � que o cupom de troca, emitido na coleta, aumenta o ticket padr�o de compras em torno de 20% a 30%. O cliente vai � loja com um cupom do Replaneta de R$ 1,00, mas consome sempre de R$ 1,20 A R$ 1,30”.
Ainda sobre os resultados, o coordenador destaca a amplia��o efetiva na coleta de material. “ O volume aumentou substancialmente, atingindo em torno de 35% a mais em rela��o aos postos de troca antigos”, diz Gerude Filho, lembrando a sazonalidade t�pica da ind�stria de reciclagem. “ No ver�o , em fun��o do aumento no consumo de bebidas envasadas neste tipo de embalagem, coletamos muito mais que n inverno. Estamos , ainda, sujeitos a alguns eventos que acontecem fora da opera��o e que causam um impacto direto na quantidade coletada. Por exemplo, em novembro do ano passado, o rompimento de uma tubula��o de esgoto da Cedae (Companhia de �guas e Esgotos), do Rio, contaminou a �gua pot�vel, o que elevou muito o consumo de �gua mineral, aumentando, conseq�entemente , o volume da coleta em todos os nossos postos. S� para se ter uma id�ia, no Replaneta da Tijuca subiu de 63 mil, em outubro , para 107 mil , em novembro”, exemplifica.
Se por um lado esses eventos promovem o crescimento do volume de coletado, que � a meta essencial do projeto , por outro acarretam problemas que aumentam a complexidade do processo log�stico. “ Essa � uma das grandes dificuldades da log�stica reversa, porque n�o temos a previsibilidade da demanda, n�o sabemos como o consumidor vai se comportar. A quest�o � que h� uma �rea limitada para fazer o estoque do material e, de repente, o volume explode, motivado por um evento externo, interferindo nos processos de armazenagem e distribui��o, obrigando-nos a realizar altera��es imediatas na opera��o. Por isso, � necess�rio monitorar diariamente o comportamento da coleta” observa o coordenador.
Com o Replanete instalado e operando, foi poss�vel redesenhar alguns pontos do projeto original, promovendo mudan�as no sentido de corrigir alguns problemas, dar maior agilidade �s opera��es e reduzir custos. “ Mudamos , primeiro , o modal de transporte. Na opera��o manual, precis�vamos de caminh�es de tr�s tamanhos diferentes. Agora, estamos operando apenas com um ve�culo, que tem chassi alongado de 10 metros , o que deu maior capacidade de transporte por volume e n�o peso. Al�m disso, mudamos a maneira de acondicionar  as embalagens, porque percebemos que est�vamos tendo um aproveitamento pequeno na �rea de armazenamento. Ent�o , eliminamos os sacos e passamos a usar big bags para acondicionar os PETs, o que permitiu um aproveitamento de praticamente 100% da �rea de armazenamento vertical. Com isso, ganhamos tempo no manuseio e consolida��o da carga, reduzindo ainda os custos com os sacos” , explica Gerude Filho, informando que a Tomra Latasa promoveu, tamb�m, um estudo sobre o tempo para carregar o caminh�o e do trajeto entre um ponto e outro, melhorando sua efici�ncia. “Com as mudan�as do modal, na maneira de acondicionar as embalagens e melhoria no tempo de manuseio e transporte de carga, atingimos uma   redu��o de 43,73% no n�mero de di�rias por m�s do caminh�o , cujo servi�o � terceirizado “, destaca o coordenador de log�stica.
Segundo ele, com essas mudan�as, mesmo numa situa��o de aumento imprevisto da demanda, a empresa est� constantemente preparada para dar uma solu��o bastante �gil aos problemas ultima hora. “ Para n�o nos deparamos mais com explos�es de volume, passamos a fazer uma coleta pr�-ativa. Ou seja, quando a capacidade de armazenamento nos Replanetas atinge algo em torno de 70%, coletamos o material” , diz Gerude Filho, explicando que a coleta pode n�o esvaziar o estoque do ponto. “A id�ia � otimizar o frete, fazendo com que o caminh�o recolha o material em pelo menos tr�s Replanetas por dia. Para que esta meta seja atingida, precisamos eliminar a retirada do material por ponto, de tal forma que o estoque dos tr�s Replanetas caiba no caminh�o”.
O material armazenado nos cont�ineres dos Replanetas � retirado pela empresa transportadora e segue para o Centro de Coleta da Tomra Latasa, localizado em S�o Crist�v�o. L�, as latas de alum�nio passam por processos de compacta��o e enfardamento, enquanto os PETs seguem para uma empresa terceirizada, onde � feito seu enfardamento. Desse ponto, dirige-se a um terceiro Replaneta  depois de carregar o caminh�o repete o roteiro de descarga anterior.

Redu��o de Custos

Do centro de coleta do Rio de Janeiro – a empresa conta com sete centros em todo o pa�s, depois de consolidada, a carga formada pelas latas de alum�nio segue para a cidade de Pindamonhangaba, no interior de S�o Paulo, onde est� instalada a refusora da Tomra Latasa, que recicla o alum�nio em lingotes ou cadinhos. J� as garrafas de PET s�o encaminhadas para uma industria de reciclagem, parceria da Tomra Latasa, localizada na cidade de S�o Paulo, onde ser�o transformadas em flake ou pellet.
No caso da lata, e empresa realiza o ciclo completo da reciclagem , da coleta at� a transforma��o em mat�ria-prima. J� o PET, at� o momento, os processos de compacta��o e enfardamento at� a reciclagem para torna-lo novamente mat�ria-prima s�o terceirizados.
“ Nossa inten��o � evoluir para colocar no mesmo espa�o do Centro de Coleta, a compacta��o e enfardamento da lata e do PET, um prazo de aproximadamente seis meses. Dessa forma, vamos eliminar dois ponto no roteiro, que s�o as duas descargas, num mesmo dia, do PET na empresa terceirizada, e consolidaremos a carga destinada � reciclagem num s� local”, explica Gerude Filho, acrescentando que a multinacional tamb�m est� finalizando um projeto de compacta��o do material no pr�prio Replaneta. “A id�ia � compactara embalagem, seja PET ou lata, no pr�prio ponto de coleta o que ir� proporcionar uma redu��o de 60% a 70% no volume estocado” , comenta o coordenador de log�stica. E acrescenta : “A grande dificuldade � conseguir ter processo eficiente para viabilizar a coleta do PET, porque o valor agregado dele � muito mais baixo do que o da lata. Por isso, precisamos de mais volume e maior efici�ncia. E a sua compacta��o no Replaneta � uma das maneiras de obter essa efici�ncia, uma vez que , ao compactar o material, no lugar de transportar peso, muito mais quantidade e, conseq�entemente, otimizar o frete. Com isso, estimamos uma redu��o no custo do frete em torno de 60%”.
A empresa tamb�m n�o descarta a possibilidade de completar o ciclo de reciclagem do PET, assim como faz hoje com as latas de alum�nio. “A id�ia � formar uma rede de coleta consistente, que possa viabilizar, no futuro, a montagem de uma planta para reciclar o PET. Porque, ao contr�rio da log�stica normal, cuja filosofia � consolidar os centros de distribui��o, n�s temos de ampliar nossa rede de coleta, ter capilaridade, porque essa � a ess�ncia da log�stica reversa”, acentua o coordenador de Log�stica da Tomra Latasa , que j� est� desenvolvendo estudos de viabilidade para o PET. “N�o adianta ter uma planta, com processos  bem desenvolvidos, mas sem uma rede consistente de coleta. Hoje, muitas recicladoras coletam o PET em lix�es, demandando um grande investimento financeiro s� para limpar e descontaminar a embalagem . No caso da Replaneta, como o material sai do consumidor direto para a rede de coleta, a embalagem � muito mais limpa. E esse � um diferencial competitivo”, afirma Gerude Filho.
Quanto � possibilidade de expandir a �rea de atua��o do Replaneta , Gerude Filho declara que a empresa tem inten��o de, al�m de aumentar o n�mero de postos no Rio, levar o projeto para S�o Paulo ainda este ano. “ Vamos focar principalmente nas grandes capitais”, finaliza. 

3.2  ALCAN – A MAIOR RECICLADORA DA AM�RICA LATINA

No Brasil temos a empresa ALCAN - A maior recicladora da Am�rica Latina como exemplo.
O Brasil atingiu novo recorde nacional de reciclagem de latas de alum�nio com um �ndice de 85% do total de latas dispon�vel no mercado brasileiro. A atua��o da Alcan fez do Brasil um dos l�deres mundiais em reciclagem, uma vez que a empresa consome 55% do total processado.
"A Alcan � a maior consumidora individual de sucatas de latas de alum�nio do Brasil", afirma Paulo Lara, diretor de Planejamento e Reciclagem - Alcan Laminados. "Em 2001, foram processadas pela Alcan cerca de 66 mil toneladas de latas de alum�nio, sem contar com os retalhos de processos de fabrica��o dos fabricantes de latas e da pr�pria empresa", informa Paulo.
A Alcan foi a primeira empresa do Brasil a reciclar alum�nio como um neg�cio integrado �s suas opera��es e hoje � a maior recicladora da Am�rica Latina. A reciclagem � mais um processo que a Alcan utiliza para aproveitar todas as propriedades do alum�nio, o �nico metal n�o-ferroso infinitamente recicl�vel. Hoje, a empresa trabalha com um fluxo de retorno permanente que permite uma economia de at� 95% em rela��o � energia utilizada para produzir alum�nio prim�rio. O resultado � a diminui��o de desperd�cio e a preserva��o da Natureza.
Esta opera��o gera economia de energia el�trica e min�rio: a produ��o de uma tonelada de alum�nio reciclado economiza cinco toneladas de bauxita, respons�vel pela fabrica��o do alum�nio.
O Centro de Reciclagem da Alcan, em Pindamonhangaba - interior de S�o Paulo, tem capacidade para processamento de 80 mil toneladas/ano. A reciclagem tem papel estrat�gico na companhia, na medida em que cumpre uma fun��o social, econ�mica e ecol�gica.
Atualmente, a reciclagem � uma alternativa de renda para cerca de 150 mil pessoas vivem da reciclagem do alum�nio no pa�s. O kg da lata de alum�nio rende hoje 33 vezes mais que a lata de a�o, 39 vezes o valor do vidro colorido e 6 vezes mais que o PET.
Na Alcan a preocupa��o com o Meio Ambiente � um compromisso de extrema import�ncia.
No Brasil, a empresa conta com uma equipe que gerencia o Sistema de Gest�o Ambiental (SGA), que visa identificar todos os aspectos e impactos ambientais, definindo projetos e metas claras para sua solu��o. O SGA foi implementado de acordo com as normas do Comit� de Meio Ambiente da Alcan mundial e a Pol�tica Ambiental. Todas as cinco f�bricas da Alcan no pa�s - Santo Andr�, Aratu, Mau�, Ouro Preto e Pindamonhangaba - possuem certifica��o IS014001.
Outro exemplo � a empresa Fujitsu , umas das principais empresas japonesas fabricantes de computadores, que criou um sistema de reciclagem de seus produtos.

CONCLUS�ES

Diante da realidade do com�rcio mundial, onde uma das caracter�sticas b�sicas � o dinamismo, transformando o novo em ultrapassado num espa�o de tempo relativamente curto, somado as crescentes exig�ncias dos consumidores, assim como o acirramento da concorr�ncia, a sobreviv�ncia da empresa baseia-se na sua capacidade de atender todas essas exig�ncias sem, no entanto, perder o foco no seu objeto principal, ou seja, na qualidade de seus produtos ou servi�os sempre buscando, mais do que a satisfa��o de seus clientes – � preciso superar as expectativas dos mesmos, colocando-se em posi��o de destaque no segmento de mercado em que atua.
Com a necessidade de encontrar estrat�gias eficazes muitas empresas acabaram por absorver uma gama de teorias administrativas que foram surgindo na tentativa de instrumentalizar as empresas para enfrentarem o novo contexto mercadol�gico, ao ponto de provocarem um desgaste tanto de seu pessoal quanto de seus clientes. Muitas vezes as novas teorias fracassaram por falta de conhecimento ou por pouco comprometimento de todos os setores da empresa. Dentre as teorias surgidas, a log�stica que inicialmente parecia mais um modismo administrativo, com todas as mudan�as geradas com os avan�os tecnol�gicos e da quebra das barreiras comerciais foi ganhando import�ncia crescente tornando-se atualmente fator decisivo para a empresa manter-se no mercado.
No sucesso comprovado de algumas empresas outras tantas tentaram implantar a log�stica no entanto, na falta ou pouco conhecimento sobre os fatores que implicam no processo log�stico, recursos foram desperdi�ados  e o foco principal da empresa foi descaracterizado.
Paralelamente as empresas que obtiveram sucesso com a log�stica passaram a aperfei�oa-la chegando a um n�vel de qualifica��o e capacita��o que alavancaram de forma consider�vel seus neg�cios.
No caso da log�stica reversa, verifica-se que diante das a��es que visam a preserva��o do meio ambiente, visando o desenvolvimento sustent�vel, o planejamento eficiente da mesma tornou-se fundamental n�o s� para as empresas, mas tamb�m para a sociedade como um todo.
Como exemplo da relev�ncia da log�stica reversa, tem-se que no ano de 2000 o Brasil reciclou mais de 7,4 bilh�es de latas de alum�nio, que representa 111 mil toneladas. O material � recolhido e armazenado por uma rede de aproximadamente 2 mil sucateiros, respons�veis por 50% do suprimento de sucata de alum�nio � ind�stria. Outra parte � recolhida por supermercados, escolas, empresas e entidades filantr�picas. O mercado brasileiro de sucata de latas de alum�nio movimenta US$ 129 milh�es por ano. As latas corresponderam a 82,3 mil das 182 mil toneladas de sucata de alum�nio dispon�veis para reciclagem em 1999. Com liga met�lica mais pura, essa sucata volta em forma de l�minas � produ��o de latas ou � repassada para fundi��o de autope�as. 78% da produ��o nacional de latas � reciclada. Em 1999, o �ndice foi de 73%. Os n�meros brasileiros superam pa�ses industrializados como Inglaterra e Alemanha (Reciclagem, 2002).
Pelo exposto, conclui-se que a qualifica��o da log�stica reversa pode vir a contribuir de forma significativa para o incremento da reutiliza��o de materiais recicl�veis. Ressalta-se ainda a import�ncia das especificidades de cada setor, como por exemplo do setor de baterias, cuja log�stica reversa implica em cuidados que minimizem os riscos de contamina��o no manuseio das mesmas, bem como no transporte do consumidor para a empresa.

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dezembro/2.002

Carla Ferreira,
Centro Universit�rio Assun��o - UniFAI
S�o Paulo


Trabalho de conclus�o de Curso apresentado no Curso de Administra��o de Empresas para obten��o de grau de Bacharel em Administra��o de Empresas.
Orientador: Prof. Sylvio Quintino J�nior

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Por que é importante investir em logística reversa?

A logística reversa permite reduzir custos com o reaproveitamento dos resíduos sólidos, impactando diretamente no caixa da empresa. Além disso, essa redução de custos pode se tornar um diferencial, efetuando a venda dos produtos a preços mais acessíveis e impulsionando as vendas.

Qual a importância da logística reversa Pós

A importância da logística reversa consiste em garantir uma destinação ambientalmente adequada dos resíduos. Assim, as empresas têm um papel decisivo em retornar esses resíduos para o ciclo produtivo.

Como é o ciclo de uma logística reversa?

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), todas as etapas da logística reversa ficam de responsabilidade das empresas de produção ou importadoras. De forma simplificada, a logística reversa passa por etapas completas, incluindo a indústria, distribuidor, varejo, consumidor, coleta e reciclagem.