Como a internet e a tecnologia da informação pode influenciar na literatura?

Como a internet e a tecnologia da informação pode influenciar na literatura?
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A fixação das crianças pelo uso de aparatos tecnológicos, como os smartphones e computadores que lhes permitem acessar as redes sociais, tem feito com que as crianças em idade escolar leio casa vez menos livros. É o que indica um estudo realizado na Grã-Bretanha. De acordo com a pesquisa, fora da escola as crianças estão mais suscetíveis a navegar na internet ou enviar mensagens aos amigos do que ler obras literárias.

Ainda segundo os pesquisadores, entre adolescentes com idade entre 14 e 16 anos, as chances de que o estudante leia um livro em detrimento do uso do computador é 10 vezes menos do que entre os mais novos. A pesquisa foi comandada pela National Literacy Trust depois que a avaliação do Pisa, promovida pela OCDE (organização que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo) apontou que a habilidade de leitura dos estudantes britânicos tinha caído do 17º para o 25º lugar. A National Literacy, então, ouviu 18.000 crianças e jovens entre 8 e 17 anos de todas as partes da Grã-Bretanha e descobriu que apenas 13% deles não haviam lido nem um livro sequer – o que para os padrões britânicos é preocupante.

Entre as modalidades mais comuns de leitura apontada por participantes de todas as idades, a mensagem de texto foi a mais citada, seguida pelo email e pelas redes sociais, como o Facebook, o Twitter, o MySpace e o Bebo.

Outra descoberta feita pelos pesquisadores mostra que o hábito da leitura diminui com a idade. De acordo com o levantamento, as crianças do anos finais do ensino primário – que equivale ao ensino fundamental I no Brasil – têm seis vezes mais chances de serem consideradas leitoras assíduas (ou seja, leem cerca de 10 livros ao ano) do que as crianças mais velhas.

Jonathan Douglas, director da National Literacy Trust diz que o estudo lança luz sobre possíveis problemas de letramento. “A nossa preocupação é que essas crianças podem se tornar adultos que tenham a habilidade de leitura de uma criança de 11 anos”, afirmou Douglas. “Dar a essas crianças a oportunidade de amar a literatura é fazer com que elas possam ter acesso a oportunidades e aspirações.”

Aqui no Brasil, uma pesquisa semelhante apontou recentemente que os universitários brasileiros leem de 1 a 4 livros ao ano. Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 23,24% dos estudantes não leem um livro sequer. Já na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os alunos parecem mais ávidos por leitura: 22,98% deles leem geralmente mais de dez livros por ano.

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A internet tem sua própria linguagem e não poderia deixar de influenciar a escrita e a literatura contemporâneas. Para debater esse tema, o Trilha de Letras, da TV Brasil, recebe nesta terça (9), às 23h30, o instapoeta Rafa Lima, que também é escritor e tem livro publicado, para um papo com a apresentadora Katy Navarro no estúdio do canal.

Como a internet e a tecnologia da informação pode influenciar na literatura?

O programa destaca como os internautas utilizam as redes sociais para revisitar a poesia e criar um novo formato para os versos: os instapoemas. Essa edição inédita da produção literária da emissora pública mostra como a tecnologia pode ser uma aliada dos autores.

Caracterizado pelos textos curtos e impactantes, os instapoemas apresentam versos fortes de relato pessoal muito voltados para o público jovem. Com um celular na mão, Rafa Lima explica esse conceito que combina cultura e tecnologia. "O instapoeta é um escritor que utiliza as redes sociais, notadamente o Instagram, para produzir conteúdo literário", analisa.

Para o convidado, as redes sociais impõem novas métricas para os autores. "O grande desafio de quem escreve poesia nas redes sociais é conseguir sintetizar uma ideia. A gente fala que se a pessoa tiver que perder mais de um minuto para ler um 'card', uma imagem sua com versos, ela não lê", define Rafa Lima.

Segundo o instapoeta, o ritmo acelerado do mundo contemporâneo afeta esse processo de leitura. "As pessoas estão sempre correndo. A dinâmica da rede social é você 'passar pra cima'. Se o texto não for pequeno e não tiver significado suficiente para fazer uma pessoa parar, eel passa despercebido", afirma.

O ritmo da poesia ganha novas propriedades na visão do convidado. "A construção dos versos quando se escreve nas redes sociais utiliza uma linguagem que explora a imagem", ensina Rafa Lima.

"O autor se apropria do lugar da imagem para colocar palavras. As palavras estão ali de intrusas porque uma rede como o Instagram foi criada para imagens. A construção dos versos não é tradicional. A gente tem que abandonar a rítmica do verso que é uma característica natural da poesia", sugere.

Esse texto curto e fragmentado é assunto para o depoimento do instapoeta Zack Magiezi que comenta no Trilha de Letras como o público se comunica com esse tipo de texto. Ele avalia também se em tempos de internet há falta de paciência com produções textuais mais longas.

No quadro "Leituras", a produtora Maíra de Assis comenta os livros "Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente", do coletivo de escritores chamado TCD. Ela também aborda a publicação "O livro de ressignificados" de João Doederlein, o Aka Poeta.

O Trilha de Letras traz, ainda, a participação poeta Luis Carlos Santana no quadro "Dando a Letra", espaço do programa que estimula os novos autores. O convidado aborda suas publicações e o canal que criou no Youtube.

Sobre a terceira temporada

Dirigido pela jornalista Emília Ferraz, idealizadora do programa, o Trilha de Letras celebra grandes autores nacionais e estrangeiros em sua terceira temporada. A produção da TV Brasil recorda a importância da obra de ícones da literatura como Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto e José Saramago.

Nessa leva de edições inéditas, a também jornalista Katy Navarro assume a apresentação do programa no lugar do escritor e roteirista Raphael Montes que conduziu as entrevistas nos dois primeiros anos da atração. Ela já participava da produção no quadro "Leituras com Katy".

Com o slogan "Trilha, o caminho da literatura passa aqui", o programa da emissora pública está no ar pela TV Brasil às terças, às 23h30. A atração tem horário alternativo no canal durante a madrugada de domingo para segunda-feira, à 1h.

Serviço

Trilha de Letras – terça-feira, dia 9/7, às 23h30, na TV Brasil

Trilha de Letras – domingo, dia 14/7, para segunda-feira, dia 15/7, à 1h, na TV Brasil

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