Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

(...) numa análise comportamental, uma pessoa é um organismo, um membro da espécie humana que adquiriu um repertório de comportamento. (...) uma pessoa não é um agente que origine; é um lugar, um ponto em que múltiplas condições genéticas e ambientais se reúnem no efeito conjunto. Como tal, ela permanece indiscutivelmente única. Ninguém mais (a menos que tenha um gênio idêntico) possui sua dotação genética e, sem exceção, ninguém mais tem sua história pessoal. Daí se segue que ninguém mais se comportará precisamente da mesma maneira. (...) uma pessoa controla outra no sentido de que se controla a si mesma. Ela não o faz modificando sentimentos ou estados mentais. Dizia-se que os deuses gregos mudavam o comportamento infundindo em homens e mulheres estados mentais como orgulho, confusão mental ou coragem, mas, desde então, ninguém mais teve êxito nisso. Uma pessoa modifica o comportamento de outra mudando o mundo em que esta vive. (...)as pessoas aprendem a controlar os outros com muita facilidade. Um bebê, por exemplo, desenvolve certos métodos de controlar os pais quando se comporta de maneiras que levam a certos tipos de ação. As crianças adquirem técnicas de controlar seus companheiros e se tornam hábeis nisso muito antes de conseguirem controlar-se a si mesmas. A primeira educação que recebem o sentido de modificar seus próprios sentimentos ou estados introspectivamente observados pelo exercício da força de vontade ou pela alteração dos estados emotivos e motivacionais não é muito eficaz. O autocontrole que começa a ser ensinado sobre a forma de provérbios, máximas e procedimentos empíricos é uma questão de mudar o ambiente. O controle de outras pessoas aprendido desde muito cedo vem por fim a ser usado no autocontrole e, eventualmente, uma tecnologia comportamental bem desenvolvida conduz a um autocontrole capaz.

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                                                                                      A QUESTÃO DO CONTROLE

Uma análise científica do comportamento deve, creio eu, supor que o comportamento de uma pessoa é controlado mais por sua história genética e ambiental do que pela própria pessoa enquanto agente criador, indicador; todavia, nenhum outro aspecto da posição behaviorista suscitou objeções mais violentas. Não podemos evidentemente provar que o comportamento humano como um todo seja inteiramente determinado, mas a posição torna-se mais plausível a medida que os fatos se acumulam e creio que chegamos a um ponto em que suas implicações devem ser consideradas a sério. Subestimamos amiúde o fato de que o comportamento humano é também uma forma de controle. Que um organismo deva agir para controlar o mundo a seu redor é uma característica da vida. Tanto quanto a respiração ou a reprodução. Uma pessoa age sobre o meio e aquilo que obtém é essencial para a sua sobrevivência e para a sobrevivência da espécie. A ciência e a tecnologia São simplesmente manifestações desse traço essencial do comportamento humano. A compreensão, a previsão e a explicação, bem como as aplicações tecnológicas, exemplificam o controle da natureza. Elas não expressa não na "atitude de dominação" ou "uma filosofia de controle". São os resultados inevitáveis de certos processos de comportamento. Sem dúvida cometemos erros. Descobrimos, talvez rápido demais, meios cada vez mais eficazes de controlar nosso mundo, e nem sempre usamos sensatamente, mas não podemos deixar de controlar a natureza, assim como não podemos deixar de respirar ou de digerir o que comemos. O controle não é uma fase passageira. Nenhum místico ou asceta deixou jamais de controlar o mundo em seu redor; controla-o para controlar-se a si mesmo. Não podemos escolher um gênero de vida no qual não haja controle. Podemos tão só mudar as condições controladoras.

                                                                                           CONTRA CONTROLE

Orgãos ou instituições organizadas, tais como governos, religiões e sistemas econômicos e, em grau menor educadores e psicoterapeutas, exercem um controle poderoso e muitas vezes molesto. Tal controle é exercido de maneira que reforçam de forma muito eficaz aqueles que o exercem e, infelizmente, isso via de regra significa maneiras que são ou imediatamente adversativas para aquelas que sejam controlados ou os exploram a longo prazo. Os que são assim controlados passam a agir. Escapam ao controlador - pondo-se fora de seu alcance, se for uma pessoa; desertando de um governo; renunciando de uma religião; demitindo-se ou mandriando - ou então atacam a fim de enfraquecer ou destruir o poder controlador, como uma revolução, numa reforma, numa greve ou no protesto estudantil. Em outras palavras, eles se opõem ao controle com contra controle.
 

B.F. Skinner. Sobre o behaviorismo. Trad. Maria da Penha Villa-Lobos.

São Paulo, Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo, 1982. p. 145-164.

Na década de 30, contudo, B.F. Skinner procura mudar os paradigmas até então existentes. Iniciou seus estudos em pesquisas conceituais e históricas, além das pesquisas experimentais em laboratórios. Skinner, após longos estudos, nomeou sua versão de Behaviorismo de “Behaviorismo Radical”, isto porque via além, via no “radical” do objeto, em sua essência e origem; este seria a filosofia por trás da ciência do comportamento que tentava tão fortemente implantar. Esta metodologia de ciência é conhecida como Análise Experimental do Comportamento. Esta, segundo Tourinho (1999), seria o “braço empírico” da ciência do comportamento.

Análise  do  Comportamento

Prof. Alessandra Peixoto

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1ª Aula  07/02/2020

INTRODUÇÃO AO BEAVIORISMO

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

Ivan Pavlov foi um fisiologista e psicólogo russo conhecido por ser a pessoa que formulou a lei do reflexo condicional.

• Ivan Pavlov, em seus estudos sobre a atividade nervosa superior, fez uso do método do reflexo condicionado. Um reflexo condicionado trata-se de um  reflexo aprendido, uma resposta a um estímulo que antes não causava nenhuma reação. Este reflexo aprendido é fruto da associação repetida entre esse estímulo, que anteriormente não causava nenhuma resposta, com outro que é capaz de causá-la. Esse aprendizado por associações é chamado de condicionamento clássico.

LEGADO

Essa descoberta foi uma grande contribuição de Ivan Pavlov para a teoria da aprendizagem na psicologia, pois mostrava o mecanismo mais básico pelo qual pessoas e animais eram capazes de entender as relações entre estímulos, aprender novas respostas, variar e adaptar sua conduta com base nelas. Portanto, Pavlov introduz e
demonstra um dos princípios básicos da teoria da aprendizagem.

Por outro lado, o legado de Pavlov chega até a teoria comportamental, a corrente da psicologia cujo objeto de estudo é centrado no comportamento observável de animais e seres humanos com o objetivo de estabelecer as leis comuns do comportamento. Embora tenha sido John B. Watson, um psicólogo estadunidense, o fundador da corrente psicológica do behaviorismo, as contribuições de Ivan Pavlov à teoria comportamental foram imprescindíveis e de grande relevância. O próprio Skinner afirmou ter ficado impressionado com os estudos do fisiologista russo.Pavlov foi o primeiro a estudar os estímulos condicionados e sua teoria do condicionamento clássico é um dos conceitos chaves e ponto de partida da teoria comportamental.

Durante os primeiros anos do século XX uma abordagem denominada Behaviorismo emergiu dos estudos de laboratório com animais e humanos.

Dois dos pioneiros do behaviorismo foram E. L.Thorndike e John Watson, porém a pessoa associada com mais frequência à posição behaviorista é B. F. Skinner, Skinner minimizou a especulação e focou quase inteiramente o comportamento observável. Entretanto, ele não alegava que o comportamento observável estivesse limitado aos eventos externos.

Comportamentos privados, como pensamento, lembrança e previsão, são todos observáveis – pela pessoa que os experimenta. A adesão estrita de Skinner ao comportamento observável deu a sua abordagem o rótulo de behaviorismo radical, uma doutrina que evita todos os construtos hipotéticos, como ego, traços, impulsos, necessidades, fome, e assim por diante.

BEHAVIORISMO

Por séculos, os observadores do comportamento humano sabiam que as pessoas em geral fazem coisas que têm consequências prazerosas e evitam executar aquelas com consequências punitivas. No entanto, o primeiro psicólogo a estudar de modo sistemático as consequências do comportamento foi Edward L. Thorndike, que trabalhou originalmente com animais (Thorndike, 1898, 1913) e, mais tarde, com humanos (Thorndike, 1931). Thorndike observou que a aprendizagem acontece, sobretudo, devido aos efeitos que seguem uma resposta, e ele chamou essa observação de

As respostas a estímulos que são seguidas imediatamente por um gratificador tendem a ser fortalecidas.

As respostas a estímulos que são seguidas imediatamente por um aversivo tendem a ser suprimidas.

 LEI DO EFEITO.

Em um segundo momento Thorndike retificou a lei do efeito, minimizando a importância dos aversivos. Enquanto as recompensas (gratificadores) fortalecem a associação entre um estímulo e uma resposta, as punições (aversivos)não costumam enfraquecer tal associação. Isto é, punir um comportamento apenas inibe aquele comportamento, não o suprime.

WATSON

Uma segunda e mais direta influência sobre Skinner foi o trabalho de John B. Watson (J. B. Watson, 1913, 1925; J. B. Watson & Rayner, 1920). Watson estudou animais e humanos e ficou convencido de que os conceitos de consciência e introspecção não devem ter qualquer função no estudo científico do comportamento humano. Em Psicologia  omo o behaviorista a vê (Psychology as the Behaviorist Views), Watson (1913) argumentou que o comportamento humano, assim como o comportamento dos animais e das máquinas, pode ser estudado de modo objetivo. Ele atacou não só a consciência e a introspecção, mas também as noções de instinto, sensação, percepção, motivação, estados mentais, mente e imagem. Todos esses conceitos, segundo ele, estão fora do domínio da psicologia científica. Watson referiu ainda que a missão da psicologia é a predição e o controle do comportamento, o que terá mais chance de êxito se a psicologia se limitar a um estudo objetivo dos hábitos formados pelas conexões estímulo-resposta.

Watson levou o behaviorismo metodológico, o determinismo e as forças ambientais para além da concepção de Skinner, ignorando de todo os fatores genéticos e prometendo moldar a personalidade pelo controle do ambiente. Em uma conferência famosa, Watson (1926) fez sua extraordinária promessa:

Dê-me uma dúzia de bebês saudáveis, bem-formados, e meu mundo especificado para criá-los e garanto pegar qualquer um aleatoriamente e treiná-lo para se tornar qualquer tipo de especialista que eu possa escolher – um médico, um advogado, um artista, um comerciante e, sim, até mesmo um mendigo e um ladrão, independentemente de seus talentos, propensões, tendências, habilidades, vocações e raça de seus ancestrais.”

SKINNER

Além de ser um behaviorista radical, Skinner pode, legitimamente, ser considerado um determinista e um ambientalista.

Como determinista, ele rejeitou a noção de volição ou livre-arbítrio. O comportamento humano não se origina de um ato de vontade, mas, como qualquer fenômeno observável, ele é regido por leis e pode ser estudado cientificamente.

Como ambientalista, Skinner sustentava que a psicologia não deve explicar o Comportamento com base nos componentes fisiológicos e constitucionais do organismo, mas com base nos estímulos ambientais. Ele reconhecia que os fatores genéticos são importantes, porém insistia que, como eles são fixados na concepção, não contribuem para o controle do comportamento. A história do indivíduo, em vez da anatomia, fornece os dados mais úteis para a predição e o controle do comportamento.

Assim como Thorndike e Watson, Skinner insistia em que o comportamento humano deve ser estudado de forma científica. Seu behaviorismo científico sustenta que o comportamento pode ser mais bem estudado sem referência a necessidades, instintos ou motivos. Atribuir motivação ao comportamento humano seria como atribuir livre- arbítrio aos fenômenos naturais. Por que postular uma função mental interna?

Mesmo que Skinner acreditasse que os estados internos estão fora do domínio da ciência, ele não negava sua existência. Há condições como fome, emoções, valores, autoconfiança, necessidades agressivas, crenças religiosas e maldade, mas elas não são explicações para o comportamento. Usá-las como explicações não só é inútil como também limita o avanço do behaviorismo científico.

Outras ciências fizeram avanços maiores porque há tempo abandonaram a prática de atribuir motivos, necessidades ou força de vontade ao movimento (comportamento) de organismos vivos e objetos inanimados. O behaviorismo científico de Skinner faz o mesmo (Skinner, 1945).

SKINNER EXEMPLIFICA

As pessoas não comem porque estão com fome. A fome é uma condição interna não observável diretamente. Se os psicólogos desejam aumentar a probabilidade de que uma pessoa coma, devem observar primeiro as variáveis relacionadas ao comer. Se a privação de comida aumenta a probabilidade de comer, então eles podem privar uma pessoa de comida para melhor predizer e controlar o comportamento alimentar posterior. Tanto a privação quanto o ato de comer são eventos físicos claramente observáveis e, portanto, estão dentro do domínio da ciência. Os cientistas que afirmam que as pessoas comem porque estão com fome estão presumindo uma condição mental desnecessária e inobservável entre o fato físico da privação e o fato físico de comer. Esse pressuposto obscurece a questão e relega muito da psicologia àquele domínio da filosofia conhecido como cosmologia (ramo da astronomia que estuda a estrutura e a evolução do universo em seu todo, preocupando-se tanto com a origem quanto com a evolução dele ) ou a preocupação com a causação. Para ser científica, insistia Skinner (1953, 1987a), a psicologia deve
evitar os fatores mentais internos e se limitar aos eventos físicos observáveis.

BEHAVIORISMO CIENTÍFICO

O behaviorismo científico permite uma interpretação do Comportamento, mas não uma explicação de suas causas ( ESTRUTURALISMO ) . A interpretação permite ao cientista generalizar a partir de uma condição de aprendizagem simples para uma mais complexa.

Skinner (1978) usou princípios derivados de estudos de laboratório para interpretar o comportamento dos seres humanos e defendia 3 características principais da ciência:

CUMULATIVA

OBSERVAÇÃO EMPÍRICA

ORDEM E RELAÇÕES LEGÍTIMAS

CUMULATIVA: a ciência, em contraste com a arte, a filosofia e a literatura, avança de maneira cumulativa. A teoria vai se aperfeiçoando, vai se modificando agregando conhecimento aos já existentes.

OBSERVAÇÃO EMPÍRICA: A segunda e mais crítica característica da ciência é uma atitude que coloca valor na observação empírica acima de tudo. Nas palavras de Skinner (1953): “Ela é uma disposição para lidar com os fatos, em vez de com o que alguém disse sobre eles” (p. 12). Em particular, existem três componentes para a atitude científica.

Primeiro, ela rejeita a autoridade – até mesmo a própria autoridade. Apenas porque uma pessoa respeitada diz algo, isso em si não torna uma afirmação verdadeira. Ela deve se submeter ao teste de observação empírica para comprovação da hipótese.
 

Segundo, a ciência demanda honestidade intelectual e requer que os cientistas aceitem os fatos mesmo quando eles são opostos a seus desejos.
 

Por fim, a ciência suspende o julgamentoaté que surjam tendências claras. Se os dados que o cientista chegou não resistem a duplicação, então esse cientista parece tolo na melhor das hipóteses e desonesto na pior. Um ceticismo saudável e uma disposição para suspender o julgamento são, portanto, essenciais para ser um cientista.

BUSCA PELA ORDEM E POR RELAÇÕES LEGÍTIMAS: toda ciência começa com a observação de eventos individuais e, então, tenta inferir princípios e leis gerais a partir desses eventos. Em resumo , o método científico consiste em predição, controle e descrição. Um cientista faz observações guiado por supostos teóricos, desenvolve hipóteses (faz
predições), verifica-as por meio da experimentação controlada, descreve os resultados de forma honesta e fidedigna e, por fim, modifica a teoria para se adequar aos resultados empíricos reais.
Essa relação circular entre teoria e pesquisa foi discutida no Capítulo 1. Skinner (1953) acreditava que a predição, o controle e a descrição são possíveis no behaviorismo científico, porque o comportamento é determinado e possui leis.

COMPORTAMENTO SEGUNDO SKINNER

2ª Aula  28/02/2020

REFLEXO INATO

segundo a visão Behaviorista, o comportamento é um termo que caracteriza toda e qualquer reação do indivíduo, animal, órgão ou instituição perante o meio em que está inserido.

Os comportamentos são obtidos pelo reforço - estímulo do comportamento desejado.

O comportamento é o objeto de estudo da psicologia do comportamento. Essa teoria psicológica defende que a ecologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja observando o comportamento.

Segundo Skinner a causa do comportamento é o reforço. Seja ele positivo ou negativo. qualquer condição ou efeito que tenha efeito demonstrável no comportamento deve ser considerada. Descobrindo e analisando estas "causas" podemos prever o comportamento, o que nos leva a possibilidade de controlá-lo, na medida em que posso manipulá-lo.

ALGUMAS "CAUSAS" POPULARES DO COMPORTAMENTO

Qualquer evento conspícuo que coincida com a emissão de um comportamento humano pode bem ser tomado como uma causa.

Milhões de pessoas recorrem a estas causas falsas em sua desesperada necessidade de entender o comportamento humano e manejá-lo com sucesso: Astrologia, numerologia, etc.

TIPO FÍSICO  X  COMPORTAMENTO

Um costume comum é explicar o comportamento em termos da estrutura do indivíduo as proporções do corpo, a forma da cabeça, a cor dos olhos, da pele, do cabelo, o sulcos nas palmas das mãos, e as feições, se tem dito, determinam o que a pessoa fará. Gordo sempre está alegre.

Relações válidas entre comportamento e tipo físico devem ser com consideradas por uma ciência do comportamento. É lógico mas não devem ser confundidas com as relações admitidas pelos procedimentos desprovidos de crítica do leigo.
 

Mesmo quando se demonstra uma correlação entre comportamento e estrutura corporal, nem sempre se distingue qual é a causa qual a consequência.

HEREDITARIEDADE  X  COMPORTAMENTO

"Hereditariedade" como o termo é usado pelo leigo, é uma explicação fantasiosa do comportamento a ela atribuído.

Para que haja comportamento é necessário um organismo que se comporte a este organismo e produto de um processo genético. Diferenças acentuadas no comportamento de espécies diferentes mostram que a constituição genética observada na estrutura corporal dos indivíduos ou inferida da história genética é importante, mas a doutrina do "nasci assim" tem pouco a ver com fatos demonstrados. Geralmente é um apelo a ignorância.

O mais que se pode dizer é que o conhecimento do fator genético nos capacita a fazer melhor uso de outras causas. Se soubermos que um indivíduo tem certas limitações inerentes, poderemos usar mais inteligentemente nossas técnicas de controle, mas não podemos alterar o fato fator genético.

CAUSAS INTERNAS (Mentalismo)

Toda ciência, vez ou outra, busca as causas do processo que se realiza no interior das coisas que são seu objeto de estudo.

Algumas vezes a tática foi útil, outras não. Não há nada errado em uma explicação interior como tal mas os eventos que se localizam no interior de um sistema tendem a ser difíceis de observar.

Por esta razão é fácil conferir propriedades sem justificação, pior ainda, é possível inventar-se causa desta espécie sem medo de contradição.

Tem sido especialmente tentador atribuir o comportamento de um organismo vivo ao comportamento de um agente interior.

CAUSAS INTERNAS  X  COMPORTAMENTO

CAUSAS NEURAIS

O leigo usa o sistema nervoso como uma explicação imediata do comportamento; esgotamento nervoso, fadiga mental, nervos à flor da pele.

Verifica-se a que estes eventos são precedidos por outros eventos neurológicos, e esses, por sua vez, em outros. Esta sequência leva-nos-à de volta a eventos fora do sistema nervoso e, finalmente para fora do organismo.
 

É ainda menos provável que sejamos capazes de alterar o sistema nervoso diretamente para estabelecer as condições antecedentes a um dado caso as causas a serem buscadas no sistema nervoso são de utilidade restrita na previsão e no controle de um comportamento específico.

CAUSAS  INTERNAS  x  COMPORTAMENTO

CAUSAS INTERIORES PSÍQUICAS

UM COSTUME AINDA MAIS COMUM É EXPLICAR O COMPORTAMENTO EM TERMOS DE UM AGENTE INTERIOR SEM DIMENSÕES FÍSICAS, CHAMADO “MENTAL” OU “PSÍQUICO”. UM REFINAMENTO APENAS UM POUCO MAIS MODESTO É ATRIBUIR CADA ASPECTO DO COMPORTAMENTO DE UM ORGANISMO FÍSICO A UM ASPECTO CORRESPONDENTE DA “MENTE” OU DE OUTRA “PERSONALIDADE” INTERIOR, OU AINDA “DEUS INTERIOR”, O DUALISMO-ALMA. CONSIDERA-SE QUE O HOMEM INTERIOR GUIA O CORPO DA MESMA MANEIRA QUE O GUIDÃO DA DIREÇÃO ORIENTA O AUTOMÓVEL. O HOMEM INTERIOR DESEJA UMA AÇÃO, O EXTERIOR A EXECUTA. O INTERIOR PERDE O APETITE, O EXTERIOR PÁRA DE COMER. O HOMEM INTERIOR QUER, O EXTERIOR CONSEGUE. O INTERIOR TEM O IMPULSO AO QUAL O EXTERIOR OBEDECE. ESTRUTURAS PSICODINÂMICAS ELABORADAS POR FREUD: ID, EGO E SUPEREGO, INCONSCIENTE/INSTINTO.

CAUSAS  INTERNAS  x  COMPORTAMENTO

CAUSAS INTERIORES CONCEITUAIS

As causas interiores mais comuns não tem dimensão de espécie alguma, nem neurológica, nem psíquica. Quando dizemos que um homem come por que tem fome, fuma demais porque tem o vício do fumo, briga por causa de seu instinto de luta, comporta-se de modo brilhante porque é inteligente, ou toca piano muito bem por causa da sua habilidade musical, aparentemente estamos nos referindo a causas.

Mas uma análise destas frases prova que não passam de meras descrições redundantes. São dois verbos em uma ação, além de tornarmos termos que seriam reação (tipo fome, hábito, etc.) em coisas

PORTANTO...

O hábito de buscar dentro do organismo uma explicação do comportamento tende obscurecer as variáveis que estão ao alcance de uma análise científica. Essas variáveis estão fora do organismo, em seu ambiente imediato e em sua história ambiental. Possuem um status físico para o qual as técnicas usuais da ciências são adequadas e permitem uma explicação do comportamento nos moldes da de outros objetos explicados pelas respectivas ciências. Estas variáveis independentes são de várias espécies e suas relações com o comportamento são quase sempre sutis e complexas, mas não se pode esperar uma explicação adequada do comportamento sem analisá-las.

Portanto a objeção aos Estados interiores não é a de que eles não existem, mas a de que não são relevantes para uma análise funcional. Não é possível dar conta do comportamento de nenhum sistema enquanto permanecemos inteiramente dentro dele; finalmente Será preciso buscar forças que operam sobre o organismo agindo de fora.

As variáveis externas, das quais o comportamento é função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional

.

.

.

COMPORTAMENTOS REFLEXO INATO

3ª Aula  28/02/2020

REFLEXO INATO

Há sempre uma alteração no ambiente, que produz uma alteração no organismo. Todas as espécies animais incluindo nós, seres humanos, apresentam comportamentos reflexos inatos. Esses reflexos são uma preparação mínima que os organismos tem para começar a interagir com seu ambiente e para ter chances de sobreviver.
 

Esses e inúmeros outros reflexos fazem parte do repertório comportamental (comportamentos de um organismo) de animais humanos e não humanos desde o momento de seu nascimento, ou mesmo já durante a vida intra-uterina; por isso, são chamados de comportamentos reflexos inatos.

REFLEXO

No dia a dia, utilizamos o termo reflexo, entre outros significados, como sinônimo de uma ação que ocorreu temporalmente muito próxima a algum evento ambiental antecedente; por exemplo, "aquele goleiro teve reflexos rápidos ao defender a cobrança do pênalti" ou "você teve bons reflexos evitando que o prato caísse no chão" na linguagem cotidiana (p. ex aquele goleiro tem reflexos rápidos), utilizamos o termo reflexo como um conjunto de habilidades ou capacidades de um organismo. Dizemos que uma pessoa tem bons reflexos quando ela consegue executar certas ações de forma bem-sucedida e rápida, como desviar de um soco no rosto, por exemplo.

REFLEXO PARA A PSICOLOGIA

Em psicologia, quando falamos sobre comportamento reflexo, o termo reflexo não se refere à capacidade ou habilidades, mas, sim, há uma relação entre uma ação e o que aconteceu antes dela. Nesse caso, o que o indivíduo fez é chamado de resposta, e o que aconteceu antes da resposta -e a produziu- é chamado de estímulo. Reflexo portanto, é uma relação entre um estímulo e uma resposta, é um tipo específico de interação entre o organismo e seu ambiente.

R

Quando falamos sobre comportamento reflexo, esses termos adquirem significados diferentes.

Estímulo é uma mudança no ambiente
 

Resposta é uma mudança no organismo 
 

Um estímulo elicia (produz) uma resposta 
 

ENTÃO: reflexos são relações entre estímulos e respostas. Respostas são mudanças em um organismo produzidas por mudanças no ambiente

símbolos da análise do comportamento

S

EXEMPLOS DE REFLEXO

ESTÍMULO

RESPOSTA

FOGO PRÓXIMO A MÃO

MARTELADA NO JOELHO

ALIMENTO NA BOCA

BARULHO ESTRIDENTE

CONTRAÇÃO DO BRAÇO

EXTENSÃO DA PERNA

SALIVAÇÃO

SOBRSSALTO

Acima apresentamos a descrição de quatro relações entre o ambiente (estímulo) e o organismo (resposta). No reflexo “fogo próximo à mão → contração do braço”, “fogo próximo à mão” é uma mudança no ambiente (não havia fogo, agora há) que leva à “contração do braço”, uma mudança no organismo (o braço não estava contraído, agora está). Portanto, quando mencionamos reflexo, estamos nos referindo às relações entre estímulo e resposta que especificam que determinada mudança no ambiente produz determinada mudança no organismo. Dito em termos técnicos, o reflexo é uma relação na qual um estímulo elicia (produz) uma resposta.

TABELA 1,2 Estímulos (S) e resposta (R)

Eventos                         (S)    (R)

1.   Cisco no olho                                         X          _
2.   Sineta do jantar                                    _          _
3.   Ruborizar-se (ficar vermelho)            _           _
4.   Choque elétrico                                    X           _
5.   Luz no olho                                           _           _
6.   Lacrimejar                                            _           _
7.   Arrepiar-se                                            _           _
8.   Som da Broca do dentista                    _          _
9.   Aumento na frequência cardíaca       _          X
10. Contração pupilar                                 _          X
11. Suar                                                         _          _
12. Situação Embaraçosa                           _          _
13. Cebola Perto do Olho                             X          _
14. Comida na Boca                                     _          _
15. Piscar                                                      _          _
16. Salivar                                                    _          X

Gabarito da Tabela 1,2: 1.S, 2.S, 3.R, 4.S, 5.S, 6.R,

7.R, 8.S, 9.R, 10.R, 11.R, 12.S, 13.S, 14.S, 15.R, 16.R

DOIS OU MAIS S e R

• Quando a análise comportamental envolve dois ou mais reflexos, é comum haver índices nos estímulos (S1, S2, S3,..., Sn) e nas respostas (R1, R2 R3,..., Rn ). O reflexo patelar, por exemplo, poderia ser representado assim:

S1     R1

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Antes do
estímulo

Estímulo
(martelada)

Resposta
(movimento)

Resposta
(contração pupilar)

Antes do
estímulo

Estímulo
(luz)

CONTIGÊNCIAS: S => R

Contingências são modos de descrever como ambiente e organismo interagem de forma condicional. Uma contingência é definida como uma descrição de relações condicionais entre eventos, isso é, relações do tipo. Se..., então... Por exemplo, se uma luz forte incide sobre a retina (estímulo) então ocorre a contração da pupila (resposta). Dessa forma podemos dizer que uma relação reflexão é uma relação de contingência.

LEIS OU PROPRIEDADES DO REFLEXO

Os padrões de ocorrência dos comportamentos são descrições de regularidades. As regularidades são fundamentais para a construção do conhecimento científico. A partir da observação de relações entre organismo e ambiente que se repetem, é possível prever e até controlar as ocorrências futuras de um mesmo fenômeno. O objetivo de uma ciência é buscar relações regulares (constantes) entre eventos. Essas regularidades nas relações entre estímulos e respostas são chamadas de leis ou propriedades do reflexo.

• LEI DA INTENSIDADE – MAGNITUDE

• LEI DO LIMIAR
• LEI DA LATÊNCIA

LEIS DA INTENSIDADE-MAGNETUDE

Antes do
estímulo

Estímulo (S)
(intensidade)

Resposta (R)
(magnetude)

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

• Tanto intensidade como magnitude referem-se ao “quanto” de estímulo e de
resposta, ou à “força” do estímulo e da  resposta, como falamos na linguagem cotidiana

• A lei da intensidade-magnitude estabelece que a intensidade do estímulo é uma medida diretamente proporcional à magnitude da resposta, ou seja, em um reflexo, quanto maior a
intensidade do estímulo, maior será a magnitude da resposta.

LEIS DO LIMIAR

A lei do limiar estabelece que, para todo reflexo, é necessária uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta seja eliciada. Um choque elétrico é um estímulo que elicia a resposta de contração muscular. Segundo a lei do limiar, existe uma intensidade mínima do choque que é necessária para que a resposta de contração muscular ocorra. Por exemplo, para uma determinada pessoa, essa intensidade mínima pode ser algo em torno de 5 volts; para outra, porém, essa intensidade poderia ser de 10 volts (exemplos hipotéticos). Note que, a despeito das diferenças individuais citadas no exemplo, a relação comportamental se mantém, isto é, há sempre uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta seja eliciada. Para a primeira pessoa do nosso exemplo, intensidades do estímulo abaixo de 5 volts não eliciam a resposta de contração muscular, ao passo que aquelas acima dos 5 volts eliciam sempre.

LEIS DA LATÊNCIA

• Latência é o nome dado a um intervalo entre dois eventos. No caso dos reflexos, latência é o tempo decorrido entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta. A lei da latência estabelece que, quanto maior a intensidade do estímulo, menor o intervalo entre sua apresentação e a ocorrência da resposta. Dizemos, portanto, que intensidade do estímulo e latência da resposta são duas medidas inversamente proporcionais. Barulhos altos e estridentes (estímulos) geralmente eliciam um susto (resposta). Segundo a lei da latência, quanto mais alto for o barulho, mais rapidamente haverá as contrações musculares comuns no susto. Quanto mais fraco é o estímulo (menor intensidade), mais tempo se passará entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta, ou seja, maior será a latência da resposta.

• Além da latência entre a apresentação do estímulo e a ocorrência da resposta, a intensidade do estímulo também tem uma relação diretamente proporcional à duração da resposta: quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a duração da resposta. Quando somos expostos a um vento frio (estímulo), ocorre o arrepio de nossa pele (resposta). Você já deve ter tido alguns arrepios mais demorados que outros. O tempo durante o qual a sua pele ficou arrepiada é diretamente proporcional à intensidade do frio, ou seja, quanto mais frio, mais tempo dura o arrepio.

• Sobre as relações descritas por essas três leis do reflexo que acabamos de estudar, é necessário lembrar que há um limite para as modificações do organismo em função das intensidades dos estímulos. Com o aumento na intensidade do estímulo, o aumento na magnitude e na duração da resposta não é ilimitado. Ou seja, chega um ponto em que aumentos na intensidade do estímulo não serão acompanhados de aumentos correspondentes na magnitude e na duração da resposta. Por exemplo, chegará um ponto em que a pupila não se contrairá mais, mesmo com novos aumentos na intensidade da luminosidade do ambiente. O mesmo ocorre com a latência da resposta, a qual não continuará a diminuir mesmo que se aumente a intensidade do estímulo. Por fim, as relações quantitativas entre a intensidade do estímulo e as diferentes medidas da resposta só podem ser obtidas empiricamente, isto é, testando-se na prática e, de preferência, em situação controlada, típica de um ambiente laboratorial.

EFEITOS DE ELICIAÇÕES SUCESSIVAS

Se você está próximo a uma casa em construção, o som súbito e estridente de uma martelada em uma viga de ferro pode eliciar uma resposta de sobressalto, isto é, você se assusta ao ouvir o som da martelada. No entanto, à medida que esse ruído se repete, é possível que você se assuste cada vez menos e com maior latência da resposta a cada novo golpe. Em contrapartida, pode ser que ocorra o contrário, que você se assuste mais a cada nova martelada. Em ambos os casos, falamos do efeito de eliciações sucessivas de uma resposta. Quando um determinado estímulo, que elicia uma determinada resposta, é apresentado ao organismo várias vezes seguidas em curtos intervalos de tempo, a resposta que compõe o reflexo em questão é eliciada várias vezes em sequência, em sucessão, uma vez após a outra. Nesse caso, falamos de eliciações sucessivas de uma resposta. Essas eliciações sucessivas podem produzir alterações nas relações entre o estímulo e a resposta. Mais especificamente, elas podem alterar as relações entre a intensidade do estímulo e a magnitude, a duração e a latência da resposta.

Esse padrão de diminuição na magnitude da resposta e aumento na latência produzidos por eliciações sucessivas é chamado de habituação da resposta ou, simplesmente, de habituação. Em contrapartida, eliciações sucessivas podem fazer uma mesma intensidade do estímulo eliciar respostas com magnitudes cada vez maiores e latências cada vez menores. Esse padrão de aumento na magnitude e diminuição na latência da resposta produzidos por eliciações sucessivas da resposta é chamado de sensibilização da resposta ou, simplesmente, de sensibilização. O termo potenciação também é utilizado em Análise do Comportamento em vez de sensibilização. É importante destacar que os efeitos de eliciações sucessivas, tanto a habituação quanto a sensibilização, são temporários. Isso quer dizer que, uma vez interrompida a apresentação do estímulo eliciador por um certo período de tempo, uma nova apresentação do estímulo produzirá magnitudes e latências de respostas similares àquelas registradas no início das eliciações sucessivas.

OS REFLEXOS E O ESTUDO DE EMOÇÕES

Parte daquilo que chamamos de emoções envolve respostas reflexas a estímulos ambientais. nascemos preparados para ter algumas respostas emocionais quando determinados estímulos surgem em nosso ambiente. Inicialmente, é necessário saber que as emoções não surgem do nada. As emoções, ou respostas emocionais, ocorrem em função de determinados eventos ambientais. Na maioria dos casos, não sentimos medo, alegria ou raiva na ausência de eventos desencadeadores; sentimos essas emoções apenas quando algo acontece. Mesmo que a situação que produza uma resposta emocional não seja aparente, isso não quer dizer que ela não exista, podendo ser até mesmo um pensamento, uma lembrança, uma música, uma palavra, etc. boa parte – mas não tudo – daquilo que entendemos como emoções diz respeito à fisiologia do organismo. Os fármacos que os psiquiatras prescrevem não afetam a mente humana, mas sim o organismo, isto é, a sua fisiologia. É importante ressaltar que as relações reflexas descrevem boa parte do que concebemos por emoções. Entretanto, o comportamento emocional não se restringe apenas às relações reflexas, sendo necessário o uso de outros conceitos para ser compreendido de forma mais abrangente.

O REFLEXO APRENDIDO: CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO

4ª Aula  

No capítulo anterior, sobre os reflexos inatos, vimos que eles são comportamentos característicos das espécies, desenvolvidos ao longo de sua história filogenética. O surgimento desses reflexos no repertório comportamental das espécies as prepara para um primeiro contato com o ambiente, aumentando suas chances de sobrevivência. Outra característica das espécies animais, também desenvolvida ao longo de sua história filogenética, de grande valor para sua sobrevivência, é a capacidade de aprender novos reflexos, ou seja, a capacidade de reagir de formas diferentes a novos estímulos. Durante a evolução das espécies, determinadas respostas a estímulos específicos de seu ambiente foram selecionadas, isto é, passaram a fazer parte do repertório comportamental da espécie.

Os reflexos inatos compreendem determinadas respostas dos organismos a determinados estímulos do ambiente. Por exemplo, alguns animais já nascem evitando comer uma fruta de cor amarela que é venenosa. Nesse exemplo, a fruta amarela possui uma toxina venenosa que pode levar certos organismos à morte. Se animais de uma determinada espécie já nascem preparados para evitar a ingestão de tal fruta, essa espécie tem mais chances de se perpetuar num dado ambiente em comparação a outras, similares, que não têm esse repertório comportamental. O ambiente, porém, está em constante mudança. Essa mesma fruta, ao longo de alguns milhares de anos, pode mudar de cor, e os animais não mais a rejeitariam, ou migrariam para outro local onde ela tem cores diferentes. Assim, essa preparação para evitar as frutas amarelas tornar-se-ia inútil. É nesse momento que a capacidade de aprender novos reflexos passa a ser importante. Suponha que o animal a que nos referimos no parágrafo anterior mude-se para um ambiente onde há frutas vermelhas que possuem a mesma toxina da fruta amarela. A toxina (estímulo), de maneira inata, produz (elicia) no animal vômitos e náuseas (respostas). Assim, após tal evento, o animal poderá passar a sentir náuseas ao ver a fruta vermelha. Ver a fruta vermelha → sentir náuseas é um reflexo aprendido.

CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO

=

CONDICIONAMENTO REFLEXO

=

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

=

CONDICIONAMENTO RESPONDENTE

• Para que haja a aprendizagem de um novo reflexo, ou seja, para que haja condicionamento pavloviano, um estímulo que não elicia uma determinada resposta (neutro) deve ser emparelhado a um estímulo que a elicia. Pavlov repetiu várias vezes esse procedimento, denominado emparelhamento de estímulos. Outra forma de descrever o mesmo processo seria dizer que o som da sineta adquiriu uma nova função comportamental por meio do procedimento de emparelhamento de estímulos.

(1) antes do condicionamento : o som da sineta é um estímulo neutro – NS para a resposta de salivação: ele não elicia a resposta, a comida é um estímulo incondicionado - US para a resposta incondicionada - UR de salivação.

(2) durante o condicionamento: mostra o emparelhamento do estímulo neutro ao estímulo incondicionado, a carne. Dizemos que a relação entre a carne e a resposta incondicionada de salivação é um reflexo incondicionado, pois não depende de aprendizagem para ocorrer

(3) depois do condicionamento: o reflexo condicionado é uma relação entre um estímulo condicionado - CS e uma resposta condicionada - CR.

O reflexo condicionado é uma relação entre um estímulo condicionado (CS) e uma resposta condicionada (CR). o estímulo neutro e o estímulo condicionado são o mesmo (som da sineta), porém em momentos diferentes ao longo do procedimento de emparelhamento. Nomeamos esse estímulo de formas diferentes na situação 1 e na situação 3 para indicar que sua função com relação à resposta de salivar foi modificada: na situação 1, o som não eliciava a salivação (estímulo neutro), mas, na situação 3, ele elicia essa resposta (estímulo condicionado). Um aspecto importante em relação aos termos neutro, incondicionado e condicionado é que seu uso é relativo.

comportamentos reflexos = comportamentos respondentes
 

• Essa forma de aprendizagem é chamada, de modo genérico, de paradigma do condicionamento respondente.

• Uma ressalva precisa ser feita quanto à relação entre a resposta incondicionada e a condicionada. Para fins didáticos, costumamos tratar ambas como se fossem idênticas. Entretanto, existem diferenças entre elas, principalmente com relação a magnitude, duração e latência da resposta condicionada. Pavlov verificou que até a composição química da saliva de seus cães era diferente quando comparadas as respostas condicionadas com as incondicionadas. Outra observação importante é a origem das siglas utilizadas ao se falar de condicionamento respondente. As siglas, como você percebeu, não correspondem exatamente às palavras em português. Elas derivam das palavras correspondentes em língua inglesa: unconditioned stimulus (US), unconditioned response (UR), neutral stimulus (NS), conditioned stimulus (CS) e conditioned response (CR).

CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO E O ESTUDO DE EMOÇÕES

Emoções são, em grande parte, relações entre estímulos e respostas (são, em parte, comportamentos respondentes). Se os organismos podem aprender novos reflexos, podem também aprender a emitir respostas emocionais na presença de novos estímulos. O experimento com o bebê Albert tinha o objetivo de verificar se o condicionamento pavloviano teria utilidade para o estudo do comportamento emocional, o que se provou verdadeiro. Basicamente, a intenção do pesquisador foi verificar se, por meio do condicionamento pavloviano, um ser humano (um bebê de aproximadamente 10 meses, Albert) poderia aprender a ter medo de algo que, antes, não temia.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

• Isto explica como determinadas pessoas passam a emitir respostas emocionais como, por exemplo, medo de penas de aves ou de baratas, ou excitação sexual ante estímulos pouco usuais (como nos casos de sadomasoquismo e necrofilia, por exemplo). O mesmo pode ser dito em relação àquelas emoções mais corriqueiras, como ter palpitação ao ouvir a música que tocava quando do seu primeiro beijo ou ficar ansioso ao falar em público.

• Também podemos, agora, compreender um pouco melhor por que emoções são “difíceis de controlar”. É difícil controlar algumas delas porque são, em parte, respostas reflexas.

• Todos nós passamos por diferentes emparelhamentos de estímulos em nossa vida. Esses diferentes emparelhamentos contribuem para o nosso “jeito” característico de nos comportarmos emocionalmente hoje.

• Como diferentes pessoas têm diferentes histórias de aprendizagem, o analista do comportamento precisa sempre investigar a história de cada indivíduo, baseando a sua intervenção na história de aprendizagem específica do sujeito.

HISTÓRIA DE CONDICIONAMENTO

Todos nós temos sensações de prazer ou de desprazer, por exemplo, em maior ou menor grau, diferentes de outras pessoas, da mesma forma que podemos sentir emoções diferentes na presença de estímulos iguais.

Algumas pessoas, por exemplo, excitam-se ao ouvir certas palavras de amor, outras não. Algumas se excitam ao serem chicoteadas, outras não. Umas têm medo de ratos, outras de voar de avião ou de lugares fechados e pequenos, e outras, ainda, têm medos diferentes desses. Algumas pessoas se sentem tristes ao ouvir uma determinada música, outras não têm nenhuma sensação especial.

• Alguém que tem o hábito de ter relações sexuais à luz de velas pode, depois de alguns emparelhamentos, sentir certa excitação apenas por estar na presença de velas.

A razão de respondermos emocionalmente de formas diferentes aos mesmos estímulos está na HISTÓRIA DE CONDICIONAMENTO de cada um de nós.

GENERALIZAÇÃO RESPONDENTE

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

• Não podemos falar de um estímulo incondicionado ou condicionado sem fazer referência a uma resposta incondicionada ou condicionada específica. Isso não significa, no entanto, que, após o condicionamento de um reflexo, com um estímulo específico, somente esse estímulo específico eliciará aquela resposta. Após um condicionamento, estímulos que se assemelham fisicamente ao estímulo condicionado podem passar a eliciar a resposta condicionada em questão. Esse fenômeno é chamado de generalização respondente.

GENERALIZAÇÃO RESPONDENTE

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

• Um interessante aspecto da generalização respondente reside no fato de que as propriedades da resposta eliciada (magnitude, duração e latência) dependerão do grau de semelhança entre os estímulos em questão. Quanto maior a semelhança desse outro estímulo com o estímulo condicionado que estava presente no momento do condicionamento, maior será a magnitude e a duração da resposta eliciada, e menor será a sua latência. A representação gráfica da variação nessas propriedades da resposta em função das semelhanças físicas entre os estímulos é denominada gradiente de generalização. A amplitude do gradiente de generalização é um indicador do nível de generalização de um dado reflexo. • No experimento de Watson com o pequeno Albert (Fig. 2.8), foi verificada a generalização respondente.

GENERALIZAÇÃO RESPONDENTE

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

RESPOSTAS EMOCIONAIS CONDICIONADAS

COMUNS

• Da mesma forma que os indivíduos têm emoções diferentes em função de suas diferentes histórias de condicionamento, eles compartilham algumas emoções semelhantes a estímulos semelhantes em função de condicionamentos que são comuns em sua vida. Às vezes, conhecemos tantas pessoas que têm, por exemplo, medo de altura que acreditamos tratar-se de uma característica inata do ser humano. No entanto, se olharmos para a história de vida de cada pessoa, será difícil encontrar uma que não tenha caído de algum lugar relativamente alto (mesa, cadeira, etc.). Nesse caso, temos um estímulo neutro (perspectiva, visão da altura) que é emparelhado com um estímulo incondicionado (o impacto e a dor da queda). Após o emparelhamento, a simples “visão da altura” pode eliciar a resposta de medo. É muito comum também encontrarmos indivíduos que têm medo de falar em público, como também é comum encontrarmos pessoas que, durante sua vida, tenham passado por alguma situação constrangedora ao falar em público. É importante saber como os seres humanos aprendem novos reflexos, sobretudo como passam a apresentar respostas emocionais na presença de novos estímulos. Contudo, para a prática do psicólogo, talvez seja mais importante ainda saber como fazer as pessoas deixarem de apresentar certas respostas emocionais na presença de alguns estímulos, reflexos estes que podem estar atrapalhando suas vidas.

EXTINÇÃO RESPONDENTE E RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA

• No experimento de Pavlov citado anteriormente, após o condicionamento produzido pelo emparelhamento do som à carne, o som de uma sineta passou a eliciar no cão a resposta de salivação. Essa resposta reflexa condicionada (salivar na presença do som) pode deixar de ocorrer se o estímulo condicionado (som) for apresentado repetidas vezes sem a presença do estímulo incondicionado (carne).

• Quando um estímulo condicionado (CS) é apresentado várias vezes sem o estímulo incondicionado (US) ao qual foi emparelhado, seu efeito eliciador se extingue gradualmente. O CS começa a perder a função de eliciar a resposta condicionada até não mais eliciá-la.

• Denominamos tal procedimento e o processo dele decorrente de EXTINÇÃO RESPONDENTE.

• Assim como um organismo, em função de um emparelhamento de estímulos, pode aprender a ter, por exemplo, medo de aves, ele também pode aprender a deixar de ter medo.

Para que um reflexo condicionado perca a sua força, o CS deve ser apresentado sem novos emparelhamentos com o US. Por exemplo, se um indivíduo passou a ter medo de andar de carro após um acidente automobilístico, esse medo só deixará de ocorrer se a pessoa se expuser ao CS (carro) sem a presença dos US relacionados ao acidente. A necessidade de se expor ao CS sem a presença do US é a razão pela qual carregamos, ao longo da vida, uma série de medos e outras emoções que, de algum modo, nos atrapalham. Por exemplo, devido a emparelhamentos ocorridos durante nossa infância, podemos passar a ter medo de altura. Consequentemente, sempre que pudermos, evitaremos lugares altos, mesmo que estejamos em absoluta segurança. Desse modo, não entramos em contato com o CS (altura), e o medo pode nos acompanhar pelo resto da vida. Se uma pessoa, no entanto, por alguma razão, precisar trabalhar na construção de prédios, ao expor-se a lugares altos em segurança provavelmente seu medo deixará de ocorrer, caracterizando um processo de extinção respondente.

• Uma característica interessante da extinção respondente é que, às vezes, após ela ter ocorrido, ou seja, após determinado CS não mais eliciar determinada resposta condicionada (CR), a força do reflexo (magnitude, duração e latência) pode voltar espontaneamente. Por exemplo, alguém com medo de altura precisa, por algum motivo, ficar à beira de um lugar alto por um longo período de tempo. No início, todas as CR que caracterizam seu medo de altura serão eliciadas pela exposição à altura. Passado algum tempo de exposição sem que nada aconteça, o indivíduo não mais sentirá medo: terá ocorrido a extinção da resposta de medo nessa situação. Agora imagine que essa pessoa passe alguns dias sem subir em lugares altos e, então, seja novamente forçada a ficar no mesmo lugar alto. Nesse caso, é possível que ocorra o fenômeno conhecido como recuperação espontânea, ou seja, que o reflexo altura → medo ganhe força outra vez, mesmo após ter sido extinto. Sua força será menor nesse momento: o medo que a pessoa sente é menor do que aquele que sentia antes da extinção. Porém, ao ser exposta novamente ao CS sem novos emparelhamentos com o US, o medo tornará a diminuir, e as chances de uma nova recuperação espontânea ocorrer diminuem A despeito de o nome recuperação espontânea induzir a noção de que se trata de um processo indeterminado, alguns pesquisadores defendem a ideia de que algumas pistas da situação de condicionamento podem estar relacionadas à recuperação da força da resposta sem a necessidade de um novo emparelhamento. Ou seja, a força da resposta não se recupera “do nada”. É importante lembrar que novos emparelhamentos do CS com o US envolvidos em um reflexo em processo de extinção farão a resposta recuperar a sua força para níveis similares aos de antes do início do processo de extinção.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

POR QUE A EXTINCÃO RESPONDENTE NEM

SEMPRE É EFICAZ ?

Dificilmente conseguiríamos convencer essa pessoa a estar em contato com o CS.

• O medo pode ser tão intenso que o indivíduo talvez desmaiasse – e, consequentemente, não estaria mais em contato com o CS – ou a resposta, em vez de enfraquecer, se tornasse mais intensa.

• O sofrimento causado a essa pessoa esbarraria em ressalvas éticas e, talvez, ferisse o bom senso. Felizmente, contamos com duas técnicas muito eficazes para produzir a extinção de um reflexo de forma menos aversiva.

CONTRACONDICIONAMENTO E DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA

• Provavelmente, na atuação profissional o psicólogo irá se deparar com vários clientes que apresentam queixas relacionadas às suas emoções, como nos casos das fobias específicas ou de ansiedade generalizada. Um procedimento capaz de diminuir a força de aspectos respondentes de, por exemplo, medos e ansiedades é a extinção respondente. Não obstante, alguns estímulos produzem respostas emocionais tão fortes que dificultarão a exposição da pessoa diretamente ao CS que as perturba, mesmo que a exposição ocorra na ausência do US. Essa limitação do procedimento de extinção dificulta sua utilização com fins de produzir o enfraquecimento do reflexo. Algumas pessoas têm, por exemplo, medos tão intensos que a exposição direta ao CS é intolerável, dado o nível de desconforto produzido.

CONTRACONDICIONAMENTO E DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA

• . A Figura 2.10 ilustra dois exemplos nos quais há contracondicionamento. As duas situações estão divididas em três momentos:

(A) os reflexos originais;

(B) o contracondicionamento; e

(C) o resultado do contracondicionamento.

No exemplo em que há a situação na qual se é questionado, temos, no primeiro momento, dois reflexos:

1) a massagem elicia relaxamento;

2) ser questionado elicia ansiedade.

Nesse exemplo, se uma pessoa recebe uma massagem algumas vezes logo após ter sido questionada (segundo momento), essa situação pode não mais eliciar respostas de ansiedade ou eliciar respostas de ansiedade mais fracas (terceiro momento). O segundo exemplo, com um rato e uma canção de ninar, segue a mesma lógica.

• O contra condicionamento, como sugere o próprio nome, consiste em condicionar uma resposta contrária àquela produzida pelo CS. Por exemplo, se determinado CS elicia uma resposta de ansiedade, o contra condicionamento consistiria em emparelhar esse CS a outro estímulo que elicie relaxamento (uma música ou uma massagem, por exemplo).

• O processo de contra condicionamento se dá em três etapas:
(A) representa os reflexos originais;
(B) o contra condicionamento;
(C) o resultado do contra condicionamento.

• No exemplo em que há a situação na qual se é questionado, temos, no primeiro momento, dois reflexos:

1) a massagem elicia relaxamento;

2) ser questionado elicia ansiedade.

Nesse exemplo, se uma pessoa recebe uma massagem algumas vezes logo após ter sido questionada (segundo momento), essa situação pode não mais eliciar respostas de ansiedade ou eliciar respostas de ansiedade mais fracas (terceiro momento). O segundo exemplo, com um rato e uma canção de ninar, segue a mesma lógica.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA

Outra técnica para se suavizar o processo de extinção de um reflexo, provavelmente a mais consagrada na história da psicologia clínica, é a dessensibilização sistemática Essa é uma técnica utilizada com base na generalização respondente. Ela consiste em dividir o procedimento de extinção em pequenos passos.  Vimos que, quanto mais diferente for o cão em comparação àquele que atacou a pessoa, menor é o medo que ele produz, ou seja, menor é a magnitude da resposta de medo. Suponha que alguém que tenha um medo muito intenso de cães consiga um emprego muito bem remunerado para trabalhar em um canil e resolva procurar um psicólogo para ajudá-lo a superar sua fobia. O profissional não poderia simplesmente expô-lo aos cães que lhe provocam pavor para que o medo diminuísse (ele não precisaria de um psicólogo para isso, nem estaria disposto a fazê-lo). Será possível, nesse caso, utilizar a dessensibilização sistemática. Em função da generalização respondente, a pessoa em questão não tem medo apenas do cão que a atacou (supondo que a origem do medo esteja em um ataque) ou de cachorros da mesma raça. Ela provavelmente tem medo de cães de outras raças, de diferentes tamanhos e formas. Alguns medos são tão intensos que ver fotos ou apenas pensar em cães produz certas respostas de medo, ainda que de magnitude menor que as eliciadas pelo estímulo fóbico original.

DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA

1. Ver fotos de cães.
 

2. Tocar em cães de pelúcia.
 

3. Observar, de longe, cães bem diferentes daquele que atacou a pessoa.
 

4. Observar, de perto, cães bem diferentes daquele que atacou o indivíduo.
 

5. Observar de longe cães similares ao animal que atacou a pessoa.
 

6. Observar de perto cães similares ao animal que atacou o indivíduo.
 

7. Por fim, interagir com cães similares ao animal que atacou a pessoa.

• Para utilizar a dessensibilização sistemática, seria necessário construir uma escala crescente de estímulos de acordo com as magnitudes que produzem, a chamada hierarquia de ansiedade. A hierarquia, portanto, envolveria uma lista de estímulos relacionados a cães, iniciando-se com aquele que eliciasse respostas de medo de menor magnitude e progredindo em escala crescente até o estímulo fóbico original, como, por exemplo

• Após a elaboração da hierarquia de ansiedade, o cliente é exposto a esses estímulos sequencialmente de forma repetida. Quando o estímulo inicial não mais elicia respostas de medo, o indivíduo é submetido ao item seguinte da hierarquia da ansiedade. Desse modo, o cliente será exposto a todos os estímulos da hierarquia até que o último não elicie mais respostas de medo. A extinção de uma variação do CS fóbico original terá como efeito a diminuição da magnitude das respostas de medo diante de outras variações que lhe são similares. A extinção feita com o primeiro item da hierarquia de ansiedade, portanto, resultará em uma diminuição da magnitude da resposta de medo eliciada pelo segundo item, e assim por diante. É esse processo que resulta na extinção gradual característica da dessensibilização sistemática.

É muito comum, na prática psicológica, utilizar a dessensibilização sistemática em conjunto com o procedimento de contracondicionamento. No exemplo anterior, o psicólogo poderia emparelhar aos estímulos fóbicos uma música suave que eliciasse relaxamento, por exemplo. A utilização conjunta dos dois procedimentos torna as repetidas exposições aos estímulos fóbicos menos aversivas e acelera o processo de enfraquecimento do respondente.

• Psicólogos clínicos têm utilizado, cada vez mais, medidas de bio feedback em suas intervenções, sobretudo intervenções nas quais a ansiedade é uma variável de interesse, como, por exemplo, nos casos em que o contra condicionamento e a dessensibilização sistemática são as intervenções de escolha. O bio feedback fornece informações aos clientes (feedback) sobre alterações em medidas fisiológicas, como, por exemplo, batimentos cardíacos, ciclo respiratório, temperatura corporal e corrente galvânica da pele. Esta  última é uma medida de quanta eletricidade a pele está conduzindo e geralmente é interpretada como uma mensuração de ansiedade. O uso dessas medidas comportamentais é interessante na prática clínica, pois produz dados mais objetivos: tais medidas são obtidas utilizando-se os aparelhos de bio feedback, que apresentam uma boa precisão. É bem melhor uma medida objetiva de ansiedade, como corrente galvânica, do que simplesmente perguntar ao cliente: “Numa escala de 0 a 10, quanta ansiedade você está sentido?”. Porém, se uma medida mais objetiva, por qualquer motivo, não pode ser obtida, vale a pena, em casos como esse, fazer a pergunta anterior e registrar as respostas do cliente (de 0 a 10) sistematicamente. Sem dados objetivos, preferencialmente representados de forma numérica em gráficos e tabelas, os resultados da eficácia de um tratamento psicoterápico podem ser enganosos.

• Como as palavras passam a eliciar emoções? Parte dessa “carga emocional” das palavras pode estar relacionada ao condicionamento respondente. Tendemos a considerar palavras faladas como algo mais do que realmente são. De fato, elas são estímulos como outros quaisquer e, portanto, adquirem suas funções comportamentais pelos processos descritos neste livro. Da mesma forma que Pavlov emparelhou o som de uma sineta ao alimento, e tal som passou a eliciar no cão a resposta de salivação, emparelhamentos da palavra falada “bife” (um som) com o próprio alimento podem fazer o som dela eliciar salivação. O emparelhamento de algumas palavras com situações que eliciam sensações agradáveis ou desagradáveis pode fazer seus sons passarem a eliciar respostas semelhantes àquelas eliciadas pelas situações em que elas foram ditas.

• É comum, por exemplo, que palavras como “feio”, “errado”, “burro” e “estúpido” sejam ouvidas em situações de punição, como uma surra ou reprimenda. Quando apanhamos, sentimos dor, choramos e, muitas vezes, ficamos com medo de nosso agressor. Se a surra ocorre junto com xingamentos (emparelhamento de estímulos), as palavras ditas podem passar a eliciar sensações semelhantes àquela que a agressão física eliciou, e o mesmo pode ocorrer com a audição da voz ou a simples visão do agressor. Muitas pessoas conhecidas por apelidos emitem respostas de ansiedade quando são chamadas pelo próprio nome. Esse fato exemplifica o condicionamento de respostas emocionais aos estímulos verbais (palavras, nesse caso). Na infância, os pais costumam chamar seus filhos por apelidos carinhosos a maior parte do tempo, como, por exemplo, “Paulinho” em vez de “Paulo Silva”. Entretanto, quando chamam a criança para lhe repreender ou colocar de castigo, utilizam o nome próprio em vez do apelido. Esse pode ser um dos motivos pelos quais algumas pessoas relatam que “congelam de medo” quando alguém as chama pelo seu próprio nome.

CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO DE ORDEM SUPERIOR

• Vimos até agora que novos reflexos são aprendidos a partir do emparelhamento de estímulos incondicionados a estímulos neutros. Mas o que acontece se emparelharmos estímulos neutros a estímulos condicionados? No experimento realizado por Pavlov, o som de uma sineta (estímulo neutro, NS) foi emparelhado ao alimento (US). Após algumas repetições, o som da sineta passou a eliciar a resposta de salivação. A partir daí, passamos a chamar o som da sineta de estímulo condicionado (CS). Da mesma forma que o som da sineta, antes do condicionamento, não eliciava a resposta de salivação, a visão de, por exemplo, um quadro- negro também não elicia no cão essa resposta, ou seja, o animal não saliva ao ver um quadro- negro. Você já sabe que, se emparelhássemos quadro-negro (NS) ao alimento (US), o quadro provavelmente passaria, após o condicionamento, a ser um CS para a resposta de salivar. Mas o que aconteceria se emparelhássemos o quadro-negro (NS) ao som da sineta (CS)? É possível que observássemos o que enominamos condicionamento de ordem superior.

• Chamamos esse novo reflexo (quadro-negro → salivação) de reflexo condicionado de segunda ordem, e o quadro-negro de estímulo condicionado de segunda ordem. Se outro estímulo neutro fosse emparelhado ao quadro-negro e houvesse condicionamento de um novo reflexo, chamaríamos esse novo reflexo de reflexo condicionado de terceira ordem, e assim por diante.

O condicionamento de ordem superior é um processo em que um estímulo previamente neutro passa a eliciar uma resposta condicionada como resultado de seu emparelhamento a um CS que já elicia a resposta em questão. Falamos sobre um emparelhamento NS-CS. Por exemplo, muitos casais têm uma música especial, a qual foi emparelhada aos sentimentos agradáveis que eles experimentaram quando se encontraram pela primeira vez. A “música do casal”, por ter sido emparelhada aos beijos e carícias do primeiro encontro amoroso, tornou-se um estímulo condicionado para respostas semelhantes às eliciadas pelos beijos e pelas carícias. Outros estímulos que geralmente estão presentes quando a música toca em outros contextos nos quais as carícias não estão presentes, como a foto do cantor ou mesmo o som de seu nome, podem passar também a eliciar respostas condicionadas similares àquelas eliciadas pela música (exemplo hipotético). Vale lembrar que, quanto mais alta é a ordem do reflexo condicionado, menor é a sua força. Nesse exemplo, a magnitude das respostas de prazer eliciadas pelo som do nome do cantor é menor que a das respostas eliciadas pela música, e, é claro, a magnitude das respostas eliciadas pela música é menor do que a das respostas eliciadas pelos beijos e pelos carinhos.

FATORES QUE INFLUENCIAM O CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO

• Em vários momentos deste livro, dissemos que o condicionamento pode ocorrer, e não que ele de fato ocorreria. Assim o fizemos porque não basta emparelhar estímulos para que haja condicionamento pavloviano. Há alguns fatores que aumentam as chances de o emparelhamento de estímulos estabelecer o condicionamento, bem como definem o quão forte será a resposta condicionada.

Frequência dos emparelhamentos. Em geral, quanto mais frequentemente o CS é emparelhado com o US, mais forte será a resposta condicionada. No entanto, em alguns casos (ingestão de alimentos tóxicos ou eventos muito traumáticos, como um acidente de carro ou um estupro, por exemplo), pode ser que apenas um emparelhamento seja suficiente para que uma resposta condicionada de alta magnitude surja. Além disso, o aumento na magnitude da resposta condicionada com o aumento no número de emparelhamentos não ocorre de forma ilimitada. Chegará um ponto em que novos emparelhamentos não resultarão em subsequentes aumentos na magnitude da resposta.

Tipo do emparelhamento. Respostas condicionadas mais fortes surgem quando o NS é apresentado antes do US e permanece durante sua apresentação. Quando se inverte essa ordem, ou seja, quando o US é apresentado antes do NS, as respostas reflexas condicionadas são mais fracas ou mesmo há uma menor probabilidade de que ocorra o condicionamento.

Intensidade do estímulo incondicionado. Um US intenso tipicamente leva a um condicionamento mais rápido. Por exemplo, um jato de ar (US) direcionado ao olho elicia a resposta incondicionada de piscar. Emparelhamentos de jato de ar com um som fazem a resposta de piscar ocorrer ao se ouvir o som. Nesse exemplo, um jato de ar mais forte levaria ao condicionamento mais rapidamente do que um jato fraco. Novamente, é importante deixar claro que o aumento na intensidade do US não produz respectivos aumentos indefinidamente na força da resposta condicionada.

Grau de predição do estímulo neutro. Para que haja condicionamento, não basta que ocorra apenas o emparelhamento NS-US repetidas vezes. O NS deve ser preditivo da ocorrência do US. Caso o NS seja apresentado muitas vezes sem ser seguido pelo US, o condicionamento será menos provável do que se o NS for seguido pelo US sempre que apresentado. Por exemplo, um som que ocorre 100% das vezes antes da apresentação de alimento eliciará com maior probabilidade a resposta de salivação do que um que é seguido do alimento em apenas 50% das vezes. O processo de extinção respondente pode nos ajudar a compreender por que isso ocorre, já que, nas vezes em que o NS é apresentado sem o US, está ocorrendo, por definição, o procedimento de extinção, cujo efeito é um enfraquecimento da resposta condicionada. Essa seria uma interpretação alternativa do mesmo fenômeno sem recorrer à noção de grau de predição do estímulo condicionado.

OS REFLEXOS E O ESTUDO DE EMOÇÕES

APRENDIZAGEM DE NOVOS REFLEXOS

VOCABULÁRIO DO CONDICIONAMENTO

PAVLOVIANO
TRÊS SITUAÇÕES

PALAVRAS E O CONDICIONAMENTO PAVLOVIANO

Estudo Dirigido da Aula 01 – Introdução ao Behaviorismo

1) Ivan Pavlov foi um fisiologista e psicólogo russo que estudou sobre a atividade nervosa superior.  Foi premiado com o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio, no entanto, a entrar para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso.

a) Discorra sobre a pesquisa em que Pavlov estava envolvido:

- Seu objetivo inicial,

Seu objetivo era elucidar como os reflexos condicionados eram adquiridos.

- Sua descoberta,

Descobriu que os cães salivam naturalmente por comida; assim, Pavlov chamou à correlação entre o estímulo incondicionado (comida) e a resposta incondicionado (salivação) de reflexo incondicionado.

- Processo adotado após sua descoberta

Quando um estimulo não provoca qualquer tipo de resposta, denomina-se de estimulo neutro  (som da campainha). A experiência de Pavlov consistiu em associar um estimulo não condicionado (comida) com a apresentação de um estimulo neutro (som de uma campainha).

- Conclusão

Após a repetição desta associação de estímulos verificou  que o  cão aprendeu a salivar perante o estimulo que antes não provocava qualquer resposta (neutro) mesmo na ausência do estimulo incondicionado (comida). Assim este comportamento  seria denominado de  resposta condicionada  (aprendida).

- Importância para a ciência psicológica

Essa descoberta foi uma grande contribuição de Ivan Pavlov para a teoria da aprendizagem na psicologia, pois mostrava o mecanismo mais básico pelo qual pessoas e animais eram capazes de entender as relações entre estímulos, aprender novas respostas, variar e adaptar sua conduta com base nelas. Portanto, Pavlov introduz e demonstra um dos princípios básicos da teoria da aprendizagem.

2) Defina Behaviorismo.

Behaviorismo é um termo genérico para agrupar diversas e contraditórias correntes de pensamento na Psicologia que tem  como unidade conceitual o comportamento, mesmo que com diferentes concepções sobre o que seja o comportamento. A palavra inglesa behaviour (RU) ou behavior (EUA) significa comportamento, conduta. Os behavioristas de orientação positivista trabalham com o princípio de que a conduta dos indivíduos é observável, mensurável e controlável similarmente aos fatos e eventos nas ciências naturais e nas exatas.

3) De acordo com o contexto histórico da época, discorra sobre a intenção inicial dos criadores do Behaviorismo.

Os criadores do Behaviorismo diziam que o comportamento humano deve ser estudado de forma científica. Seu behaviorismo científico sustenta que o comportamento pode ser mais bem estudado sem referência a necessidades, instintos ou motivos.

4) Quais foram os primeiros teóricos a influenciar Skinner e trazer contribuições para o Behaviorismo? Discorra sobre a contribuição de cada um deles.

Pavlov que foi o ponto de partida, com sua teoria do condicionamento que foi uma influência direta para Skiner em sua teoria do comportamento. Em seguida foi o trabalho de Watsonque estudou animais e humanos e ficou convencido de que os conceitos de consciência e introspecção não devem ter qualquer função no estudo científico do comportamento humano. Segundo ele, esses conceitos estão fora do domínio da psicologia científica. Watson referiu ainda que a missão da psicologia é a predição e o controle do comportamento, o que terá mais chance de êxito se a psicologia se limitar a um estudo objetivo dos hábitos formados pelas conexões estímulo-resposta.

5) Quem foi Skinner, quais suas principais características psicológicas e qual sua contribuição para a psicologia.

 Norteamericano Burrhus Frederic Skinner, autor e psicólogo que viveu de 1904 a 1990. O tema mais marcante de sua obra é o behaviorismo radical, teoria bastante influente na prática e pensamento da psicologia até os anos 50. De acordo com o psicólogo, o behaviorismo radical seria uma filosofia da ciência. Esta corrente teve como objetivo buscar a compreensão de questões humanas como cultura, liberdade e comportamento. O modelo utilizado para a análise é o de seleção por consequências, sem a utilização de variáveis que não sejam físicas. Assim, os seguidores do behaviorismo radical acreditam que para explicar os diferentes universos presentes no comportamento dos seres humanos, há necessidade de embasamento em evidências refutáveis e não somente em especulações abstratas.

6) Qual era a concepção de homem para estes teóricos incluindo Skinner.

Os teóricos defendem que a teoria psicológica defende que a ecologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja observando o comportamento.

7) Skinner (1978) usou princípios derivados de estudos de laboratório para interpretar o comportamento dos seres humanos. Defina cada um deles.

O método científico consiste em:

Predição - A predição são hipóteses desenvolvidas a partir observação guiadas por supostos teóricos.  

Controle - É a verificação através do controle do experimento.

Descrição - Descrever os resultados de forma honesta e fidedigna, modificando a teoria para se adequar aos resultados empíricos reais.

Estudo Dirigido da Aula 02 – Comportamento Segundo Skinner

1) Defina comportamento e suas causas, segundo Skinner.

O comportamento é o objeto de estudo da psicologia do comportamento. Essa teoria psicológica defende que a ecologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja observando o comportamento. Segundo Skinner a causa do comportamento é o reforço. Seja ele positivo ou negativo. qualquer condição ou efeito que tenha efeito demonstrável no comportamento deve ser considerada. Descobrindo e analisando estas "causas" podemos prever o comportamento, o que nos leva a possibilidade de controlá-lo, na medida em que posso manipulá-lo.

Resumindo: O comportamento é o objeto de estudo da Psicologia do Comportamento, ou seja, podemos estudar a natureza humana e animal através de observação. E suas causas são o reforço positivo ou negativo porque se observarmos essas causas podemos controlar e ou manipular os comportamentos.

2) Skinner alega que as pessoas justificam o comportamento segundo algumas falsas causas, quais são elas? Explique cada uma delas.

Tipo físico

Relações válidas entre comportamento e tipo físico devem ser com consideradas por uma ciência do comportamento. Mas não devem ser desprovidos de crítica. Nem sempre se distingue qual é a causa qual a consequência.

Hereditariedade

Explicação fantasiosa do comportamento a ela atribuído. A doutrina do "nasci assim" tem pouco a ver com fatos demonstrados. Geralmente é um apelo a ignorância. Se soubermos que um indivíduo tem certas limitações inerentes, poderemos usar mais inteligentemente nossas técnicas de controle, mas não podemos alterar o fato fator genético.

Internas - Mentalismo

Não há nada errado em uma explicação interior como tal mas os eventos que se localizam no interior de um sistema tendem a ser difíceis de observar.

Internas - Neurais

O leigo usa o sistema nervoso como uma explicação imediata do comportamento; esgotamento nervoso, fadiga mental, nervos à flor da pele. Eventos fora do organismo, não se pode alterar o sistema nervoso diretamente para estabelecer as condições antecedentes a um dado caso as causas a serem buscadas no sistema nervoso são de utilidade restrita na previsão e no controle de um comportamento específico.

Internas - Psíquicas

ATRIBUIR CADA ASPECTO DO COMPORTAMENTO DE UM ORGANISMO FÍSICO A UM ASPECTO CORRESPONDENTE DA “MENTE” OU DE OUTRA “PERSONALIDADE” INTERIOR. O INTERIOR TEM O IMPULSO AO QUAL O EXTERIOR OBEDECE. ESTRUTURAS PSICODINÂMICAS ELABORADAS POR FREUD: ID, EGO E SUPEREGO, INCONSCIENTE/INSTINTO.

3) As causas internas têm características distintas que se dividem em quais aspectos?

As causas interiores mais comuns não tem dimensão de espécie alguma, nem neurológica, nem psíquica. 

4) Qual a justificativa que o teórico dá para que o comportamento não seja explicado segundo causas internas?

As causas interiores não tem dimensão. Aparentemente estamos nos referindo a causas. Mas não passam de meras descrições redundantes. São dois verbos em uma ação, além de tornarmos termos que seriam reação (tipo fome, hábito, etc.) em coisas. Não que não existam, mas não é funcional. Não é possível dar conta do comportamento estando internamente. É preciso buscar de fora. 

5) Dê o significado de:

-Behaviorismo Metodológico

Watson é conhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico ou Clássico, que crê ser possível prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio em que o indivíduo vive e nas teorias do russo Ivan Pavlov sobre o condicionamento – a conhecida experiência com o cachorro, que saliva ao ver comida, mas também ao mínimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua refeição.

-Behaviorismo Radical

Behaviorismo radical, uma doutrina que evita todos os construtos hipotéticos, como ego, traços, impulsos, necessidades, fome, e assim por diante. Skinner minimizou a especulação e focou quase inteiramente o comportamento observável.

-Behaviorismo Cientifico

 BUSCA PELA ORDEM E POR RELAÇÕES LEGÍTIMAS: toda ciência começa com a observação de eventos individuais e, então, tenta inferir princípios e leis gerais a partir desses eventos. Em resumo , o método científico consiste em predição, controle e descrição. Um cientista faz observações guiado por supostos teóricos, desenvolve hipóteses (faz predições), verifica-as por meio da experimentação controlada, descreve os resultados de forma honesta e fidedigna e, por fim, modifica a teoria para se adequar aos resultados empíricos reais. Essa relação circular entre teoria e pesquisa foi discutida no Capítulo 1. Skinner (1953) acreditava que a predição, o controle e a descrição são possíveis no behaviorismo científico, porque o comportamento é determinado e possui leis.

6) Para Skinner o que significam os construtos internos do ser humano?

Skinner acreditasse que os estados internos estão fora do domínio da ciência, ele não negava sua existência. Há condições como fome, emoções, valores, autoconfiança, necessidades agressivas, crenças religiosas e maldade, mas elas não são explicações para o comportamento. Usá-las como explicações não só é inútil como também limita o avanço do behaviorismo científico.

 7) Defina Behaviorismo.

Teoria e método de investigação psicológica que procura examinar do modo mais objetivo o comportamento humano e dos animais, com ênfase nos fatos objetivos (estímulos e reações), sem fazer recurso à introspecção.

8) De acordo com o contexto histórico da época, discorra sobre a intenção inicial dos criadores do Behaviorismo.

O objetivo teórico é a previsão e o controle do comportamento. Prever o comportamento, para  controlá-lo e manipulá-lo.

 9) Quais foram os primeiros teóricos a influenciar Skinner e trazer contribuições para o Behaviorismo? Discorra sobre a contribuição de cada um deles.

Pavlov que foi o ponto de partida, com sua teoria do condicionamento que foi uma influência direta para Skiner em sua teoria do comportamento. Em seguida foi o trabalho de Watsonque estudou animais e humanos e ficou convencido de que os conceitos de consciência e introspecção não devem ter qualquer função no estudo científico do comportamento humano. Segundo ele, esses conceitos estão fora do domínio da psicologia científica. Watson referiu ainda que a missão da psicologia é a predição e o controle do comportamento, o que terá mais chance de êxito se a psicologia se limitar a um estudo objetivo dos hábitos formados pelas conexões estímulo-resposta.

10) Quem foi Skinner, quais suas principais características psicológicas e qual sua contribuição para a psicologia.

Norteamericano Burrhus Frederic Skinner, autor e psicólogo que viveu de 1904 a 1990. O tema mais marcante de sua obra é o behaviorismo radical, teoria bastante influente na prática e pensamento da psicologia até os anos 50. De acordo com o psicólogo, o behaviorismo radical seria uma filosofia da ciência. Esta corrente teve como objetivo buscar a compreensão de questões humanas como cultura, liberdade e comportamento. O modelo utilizado para a análise é o de seleção por consequências, sem a utilização de variáveis que não sejam físicas. Assim, os seguidores do behaviorismo radical acreditam que para explicar os diferentes universos presentes no comportamento dos seres humanos, há necessidade de embasamento em evidências refutáveis e não somente em especulações abstratas. 

11) Qual era a concepção de homem para estes teóricos incluindo Skinner.

Os teóricos defendem que a teoria psicológica defende que a ecologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por meio de observação de suas ações, ou seja observando o comportamento.

Estudo Dirigido da Aula 03 – REFLEXOS INATOS

QUESTÃO 01 – Defina Reflexo Inato e dê 3 exemplos do mesmo.

Reflexo Inato é uma preparação mínima do organismo interagir com seu ambiente e conseguir sobreviver.

Ex.:

•Ao desviar rapidamente de um objeto projetado para nós acertar de propósito ou não, estamos tendo um reflexo.

•Ao tropeçarmos e cair no chão, o fato de levar as mãos no chão rapidamente para evitar que a queda atinja partes mais sensíveis como o rosto estamos usando reflexo.

•Correr em resposta à um perigo eminente estamos usando reflexo.

QUESTÃO 02 – Explique o que é Repertório Comportamental e discorra sobre sua importância para o indivíduo.

É o que define o sujeito. Esta relacionado as modificações que o sujeito sofreu ao longo de sua história.

repertório está relacionado às modificações/modelações que sujeito “sofreu” em todas as suas relações com o mundo ao longo de sua história. Isto significa que um repertório contem todas as possibilidades de comportamento que um indivíduo pode emitir durante sua trajetória de vida, baseado em tudo o que viveu, experimentou e aprendeu.

QUESTÃO 03 – Defina Contingências e demonstre como ela é representada, com o nome de todos os participantes.

CORRIGIR ESSA

CONTINGENCIA  - é uma descrição de relações entre eventos. Representada pelo S Estímulo  =>Elicia e R Resposta

A contingência não é apenas o evento reforçador, mas todo o sistema que mostra como ou por que uma resposta foi dada, como se formaram repertórios comportamentais e como tais repertórios se mantêm no presente.

se eu fizer X então vai acontecer Y.

QUESTÃO 04 – Defina as Lei da Intensidade e/ou Magnitude e exemplifique.

Tanto intensidade como magnitude referem-se ao “quanto” de estímulo e de resposta, ou à “força” do estímulo e da  resposta. A lei da intensidade-magnitude estabelece que a intensidade do estímulo é uma medida diretamente proporcional à magnitude da resposta.

Quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a magnitude da resposta.

Ex.: Quanto mais calor, mais transpiramos

QUESTÃO 05 – Defina a lei do Limiar e exemplifique.

A lei do limiar estabelece que, para todo reflexo, é necessária uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta seja eliciada. Um choque elétrico é um estímulo que elicia a resposta de contração muscular. Segundo a lei do limiar, existe uma intensidade mínima do choque que é necessária para que a resposta de contração muscular ocorra.

Por exemplo, para uma determinada pessoa, essa intensidade mínima pode ser algo em torno de 5 volts; para outra, porém, essa intensidade poderia ser de 10 volts (exemplos hipotéticos). Note que, a despeito das diferenças individuais citadas no exemplo, a relação comportamental se mantém, isto é, há sempre uma intensidade mínima do estímulo para que a resposta seja eliciada. Para a primeira pessoa do nosso exemplo, intensidades do estímulo abaixo de 5 volts não eliciam a resposta de contração muscular, ao passo que aquelas acima dos 5 volts eliciam sempre.

QUESTÃO 06 – Defina a lei da Latência e exemplifique.

Latência é o nome dado a um intervalo entre dois eventos. A lei da latência estabelece que, quanto maior a intensidade do estímulo, menor o intervalo entre sua apresentação e a ocorrência da resposta. Medidas inversamente proporcionais. A intensidade do estímulo também tem uma relação diretamente proporcional à duração da resposta: Quanto mais frio, mais tempo dura o arrepio.

Obs: Com o aumento na intensidade do estímulo, o aumento na magnitude e na duração da resposta não é ilimitado. Chegará um ponto em que a pupila não se contrairá mais, mesmo com novos aumentos na intensidade da luminosidade do ambiente. O mesmo ocorre com a latência da resposta, a qual não continuará a diminuir mesmo que se aumente a intensidade do estímulo. 

QUESTÃO 07 - Explique o que é Eliciações Sucessivas e suas consequências no comportamento.

O som súbito e estridente de uma martelada em uma viga de ferro pode eliciar uma resposta de sobressalto, à medida que esse ruído se repete, é possível que você se assuste cada vez menos e com maior latência da resposta a cada novo golpe. pode ser que ocorra o contrário, que você se assuste mais a cada nova martelada. Em ambos os casos, falamos do efeito de eliciações sucessivas de uma resposta. Estímulo, várias vezes seguidas em curtos intervalos de tempo,o reflexo  em sucessão, uma vez após a outra. Falamos de eliciações sucessivas de uma resposta.

A diminuição na magnitude da resposta e aumento na latência chamado de habituação. Eliciações sucessivas  com magnitudes cada vez maiores e latências cada vez menores. é chamado de sensibilização da resposta ou,  sensibilização. O termo potenciação também é utilizado os efeitos de eliciações sucessivas, tanto a habituação quanto a sensibilização, são temporários. , uma vez interrompida uma nova apresentação do estímulo produzirá magnitudes e latências de respostas similares àquelas registradas no início.

QUESTÃO 08 - Explique a relação entre as emoções e o reflexo

As emoções, ou respostas emocionais, ocorrem em função de determinados eventos ambientais. boa parte – mas não tudo – daquilo que entendemos como emoções diz respeito à fisiologia do organismo. Os fármacos que os psiquiatras prescrevem não afetam a mente humana, mas sim o organismo, isto é, a sua fisiologia. o comportamento emocional não se restringe apenas às relações reflexas, sendo necessário o uso de outros conceitos para ser compreendido de forma mais abrangente.

Estudo Dirigido da Aula 04 – REFLEXO APRENDIDO

QUESTÃO 01 – O que é necessário para que haja a aprendizagem de um novo reflexo, explique.

Para que haja a aprendizagem de um novo reflexo, é precisos que mude o ambiente e uma espécie precise aprender novos comportamentos para se adaptar ao novo ambiente, ou ao novo evento no ambiente.

QUESTÃO 02 – O condicionamento pavloviano se dá em 3 etapas, descreva cada uma delas e respectivos componentes.

(1) antes do condicionamento : o som da sineta é um estímulo neutro – NS para a resposta de salivação: ele não elicia a resposta, a comida é um estímulo incondicionado - US para a resposta incondicionada - UR de salivação.

(2) durante o condicionamento: mostra o emparelhamento do estímulo neutro ao estímulo incondicionado, a carne. Dizemos que a relação entre a carne e a resposta incondicionada de salivação é um reflexo incondicionado, pois não depende de aprendizagem para ocorrer

(3) depois do condicionamento: o reflexo condicionado é uma relação entre um estímulo condicionado - CS e uma resposta condicionada - CR.

QUESTÃO 03 – Quais são os nomes que podem ser dados ao paradigma do condicionamento respondente?

Estímulo Incondicionado, Resposta Incondicionada  /  Estímulo Condicionado, Resposta Condicionada 

(Este não consegui corrigir, fiquei em dúvida)

QUESTÃO 04 – Explique como se dão as emoções e o condicionamento aprendido.

Emoções são, em grande parte, relações entre estímulos e respostas (são, em parte, comportamentos respondentes).  um ser humano poderia aprender a ter medo de algo que, antes, não temia. 

Todos nós temos sensações de prazer ou de desprazer e também podemos sentir emoções diferentes na presença de estímulos iguais.

Algumas pessoas, por exemplo, excitam-se ao ouvir certas palavras de amor, outras não. Algumas pessoas se sentem tristes ao ouvir uma determinada música, outras não têm nenhuma sensação especial.

A razão de respondermos emocionalmente de formas diferentes aos mesmos estímulos está na HISTÓRIA DE CONDICIONAMENTO de cada um de nós.

QUESTÃO 05 – Qual a importância desta visão das emoções para a psicologia?

O sujeito caiu de um lugar relativamente alto (mesa, cadeira, etc.). Nesse caso, temos um estímulo neutro (perspectiva, visão da altura) que é emparelhado com um estímulo incondicionado (o impacto e a dor da queda). Após o emparelhamento, a simples “visão da altura” pode eliciar a resposta de medo. O psicólogo, talvez seja mais importante ainda saber como fazer as pessoas deixarem de apresentar certas respostas emocionais na presença de alguns estímulos, reflexos estes que podem estar atrapalhando suas vidas. ( Descondicionar )

QUESTÃO 06 – Defina Generalização Respondente e dê um exemplo.

Após um condicionamento, estímulos que se assemelham fisicamente ao estímulo condicionado podem passar a eliciar a resposta condicionada em questão. Esse fenômeno é chamado de generalização respondente.

Exemplo: Uma galinha corre atrás de uma criança, antes ela não tinha nenhuma reação quando via uma galinha e nenhuma outra ave. Com o estímulo (a galinha correr atrás) a resposta(chorar, correr e sentir medo). Pode acontecer a Generalização Respondeste e a criança crescer com medo de qualquer animal ou objetos com pena, ou seja semelhante a galinha.   

QUESTÃO 07 – Defina Extinção Respondente e Recuperação Espontânea.

Extinção Respondente é quando um estímulo condicionado (CS) é apresentado várias vezes sem o estímulo incondicionado (US) ao qual foi emparelhado, seu efeito eliciador se extingue gradualmente. O CS começa a perder a função de eliciar a resposta condicionada até não mais eliciá-la. 

Recuperação Espontânea se a pessoa for novamente forçada a ficar no mesmo lugar alto. Nesse caso, é possível que ocorra o fenômeno conhecido como recuperação espontânea, ou seja, que o reflexo altura → medo ganhe força outra vez, mesmo após ter sido extinto. Porém, ao ser exposta novamente ao CS sem novos emparelhamentos com o US, o medo tornará a diminuir, e as chances de uma nova recuperação espontânea ocorrer diminuem. 

QUESTÃO 08 -  Por que a Extinção Respondente nem sempre é eficaz?

Porque  dificilmente conseguiríamos convencer essa pessoa a estar em contato com o CS. O medo pode ser tão intenso que o indivíduo talvez desmaiasse – e, consequentemente, não estaria mais em contato com o CS – ou a resposta, em vez de enfraquecer, se tornasse mais intensa. O sofrimento causado a essa pessoa esbarraria em ressalvas éticas e, talvez, ferisse o bom senso. Felizmente, contamos com duas técnicas muito eficazes para produzir a extinção de um reflexo de forma menos aversiva.

QUESTÃO 09 – Defina Contra condicionamento e Dessensibilização Sistemática

contra condicionamento, como sugere o próprio nome, consiste em condicionar uma resposta contrária àquela produzida pelo CS. Por exemplo, se determinado CS elicia uma resposta de ansiedade, o contra condicionamento consistiria em emparelhar esse CS a outro estímulo que elicie relaxamento (uma música ou uma massagem, por exemplo).

O processo de contra condicionamento se dá em três etapas:

(A) representa os reflexos originais; (B) o contra condicionamento; (C) o resultado do contra condicionamento.

Dessensibilização sistemática Essa é uma técnica utilizada com base na generalização respondente. Ela consiste em dividir o procedimento de extinção em pequenos passos. 

• Para utilizar a dessensibilização sistemática, seria necessário construir uma escala crescente de estímulos de acordo com as magnitudes que produzem, a chamada hierarquia de ansiedade.

1. Ver fotos de cães.
2. Tocar em cães de pelúcia.
3. Observar, de longe, cães bem diferentes daquele que atacou a pessoa.
4. Observar, de perto, cães bem diferentes daquele que atacou o indivíduo.
5. Observar de longe cães similares ao animal que atacou a pessoa.
6. Observar de perto cães similares ao animal que atacou o indivíduo.
7. Por fim, interagir com cães similares ao animal que atacou a pessoa.

Após a elaboração da hierarquia de ansiedade, o cliente será exposto a todos os estímulos da hierarquia até que o último não elicie mais respostas de medo. É esse processo que resulta na extinção gradual característica da dessensibilização sistemática.

É muito comum, na prática psicológica, utilizar a dessensibilização sistemática em conjunto com o procedimento de contra condicionamento. No exemplo anterior, o psicólogo poderia emparelhar aos estímulos fóbicos uma música suave que eliciasse relaxamento, por exemplo. A utilização conjunta dos dois procedimentos torna as repetidas exposições aos estímulos fóbicos menos aversivas e acelera o processo de enfraquecimento do respondente.

QUESTÃO 10 – Qual a importância da Dessensibilização Sistemática?

Em função da generalização respondente, a pessoa em questão não tem medo apenas do cão que a atacou (supondo que a origem do medo esteja em um ataque) ou de cachorros da mesma raça. Ela provavelmente tem medo de cães de outras raças, de diferentes tamanhos e formas. Alguns medos são tão intensos que ver fotos ou apenas pensar em cães produz certas respostas de medo, ainda que de magnitude menor que as eliciadas pelo estímulo fóbico original. Por isso a Dessensibilização Sistemática pode ser a melhor opção para o tratamento em alguns casos.

QUESTÃO 11 – Explique quais os fatores que influenciam o Condicionamento Pavloviano.

alguns fatores que aumentam as chances de o emparelhamento de estímulos estabelecer o condicionamento,

• Frequência dos emparelhamentos.  mais frequentemente o CS com o US, mais forte será a resposta condicionada.  eventos muito traumáticos, apenas um emparelhamento para que uma resposta condicionada de alta magnitude surja.  magnitude da resposta condicionada com o aumento no número de emparelhamentos não ocorre de forma ilimitada. 

• Tipo do emparelhamento. Respostas condicionadas mais fortes surgem quando o NS é apresentado antes do U US é apresentado antes do NS, as respostas reflexas condicionadas são mais fracas 

• Intensidade do estímulo incondicionado. Um US intenso tipicamente leva a um condicionamento mais rápido.

• Grau de predição do estímulo neutro. Para que haja condicionamento, O NS deve ser preditivo da ocorrência do US.  o 

João está com amigos    -      João conta uma piada    -     Os amigos dão risadas

PRESENÇA DOS AMIGOS    -   CONTAR UMA PIADA         -     RISADAS DOS AMIGOS

CONTEXTO               -                COMPORTAMENTO       -         CONSEQUÊNCIA

APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS:

O REFORÇAMENTO

Aula 5

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

COMPORTAMENTO OPERANTE

Classificamos como operante o comportamento que produz consequências que se constituem em alterações no ambiente e cuja probabilidade de ocorrência futura é afetada por tais consequências. Entender o comportamento operante é fundamental para compreendermos como aprendemos a falar, ler, escrever, raciocinar, abstrair, etc., e, em um nível de análise mais amplo, até como aprendemos a ser quem somos, ou seja, como se constrói o repertório comportamental geralmente denominado de personalidade. Comportamentos que são aprendidos em função de suas consequências, em função das modificações que produzem no ambiente:

Contingência

R → S (ou R → C)

UMA RESPOSTA DO ORGANISMO PRODUZ UMA ALTERAÇÃO NO AMBIENTE, CHAMADA DE CONSEQUÊNCIA.

A maior parte de nossos comportamentos produz consequências no ambiente

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

O COMPORTAMENTO OPERANTE É INFLUENCIADO (CONTROLADO) POR SUAS CONSEQUÊNCIAS

As consequências que nossos comportamentos produziram no passado influenciam sua ocorrência futura, podemos dizer então que as consequências controlam o comportamento.

SÓ CONTINUAMOS FAZENDO UMA SÉRIE DE COISAS PORQUE DETERMINADAS CONSEQUÊNCIAS OCORREM

DEIXAMOS DE FAZER OUTRAS EM FUNÇÃO DE SUAS CONSEQUÊNCIAS, OU, SIMPLESMENTE, EM FUNÇÃO DE QUE UMA CONSEQUÊNCIA PRODUZIDA POR DETERMINADO COMPORTAMENTO DEIXOU DE OCORRER.

As consequências não têm influência somente sobre a frequência de ocorrência dos comportamentos considerados adequados ou socialmente aceitos; elas também aumentam, mantêm ou reduzem a frequência de comportamentos considerados socialmente inadequados ou indesejados

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

O rato mostrado na Figura A está em uma caixa de condicionamento operante, chamada também de Caixa de Skinner. No procedimento ilustrado nessa foto, cada vez que o animal pressiona uma barra, uma gota de água é disponibilizada. Esta consequência é valiosa para o ratinho, já que ele se encontra privado de água. Enquanto tal situação se mantiver, ele continuará pressionando a barra, ou seja, enquanto esse comportamento produzir água, o animal continuará pressionando a barra. Nesse sentido, dizemos que o comportamento do ratinho é controlado por suas consequências, ou seja, o comportamento de pressionar a barra continua ocorrendo porque continua produzindo a apresentação da água. Dito de forma mais precisa, o pressionar da barra ocorre porque, no passado, essa mesma pressão produziu água.

A criança da figura B está no supermercado, vê um doce e o pede para seu pai. O pai, nesse momento, diz “não”, e a criança começa a chorar. Ele, então, lhe dá o doce. Cada vez que o pai der o doce quando a criança estiver chorando, ele, possivelmente, torna mais provável que ela volte a chorar em situações semelhantes no futuro. Nesse sentido, em termos técnicos, dizemos que a consequência “receber um doce” controla o comportamento da criança, pois aumenta sua probabilidade de voltar a ocorrer. Da mesma forma, dizemos que a criança chorar, e parar de chorar após receber o doce, controla o comportamento do pai de dar o doce, pois aumenta sua probabilidade de voltar a ocorrer. Veja que controle do comportamento, nesse sentido, refere-se apenas aos efeitos das consequências sobre o comportamento, e não a concepções relativas a obrigar alguém a fazer algo.

COMPORTAMENTO POR CONSEQUÊNCIA

Se olharmos com cuidado para as interações de crianças “birrentas” e “não birrentas” com seu ambiente , percebemos que aquelas que fazem birra frequentemente conseguem o que querem com isso. Elas agem assim porque fazer birra tem funcionado, ou seja, as consequências reforçam esse comportamento. Já aquelas que, hoje, raramente fazem birra, muito provavelmente não receberam, no passado, aquilo que queriam agindo assim.

Duas ações dos pais, que envolvem mudanças nas consequências para os comportamentos do filho, poderiam ser eficazes:

• (A) não atender o filho quando ele pedir algo de forma socialmente inadequada, isto é, fazendo birra;

• (B) na medida do possível, atendê-lo quando pedir educadamente

A explicação do comportamento, de acordo

com o referencial teórico da

Análise do Comportamento,

está no passado, e não no futuro.

São as

consequências do comportamento

que ocorreram

no passado que explicam

por que ele

ocorre no presente e poderá ocorrer no futuro.

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIAS

Se o comportamento é controlado por suas consequências, isso dá duas possibilidades extremamente úteis para os psicólogos:

• (a) podemos entender o que leva as pessoas a fazerem o que fazem, isto é, a função de seus comportamentos, a partir da análise das consequências de seus comportamentos;

• (b) se os comportamentos das pessoas e também de animais não humanos são controlados por suas consequências, isso significa que podemos, quando e se necessário, modificá-los por meio da alteração de suas consequências.

CONSEQUÊNCIAS REFORÇADORAS

Consequência reforçadora, em termos gerais, é um tipo de consequência que aumenta a probabilidade de que volte a ocorrer o comportamento que a produziu. O comportamento (resposta) gera uma consequência no meio ambiente que influencia na probabilidade deste comportamento ocorrer ou não`, futuramente, em situações semelhantes. Esta interação entre o organismo e o ambiente é descrita, em termos técnicos, por uma contingência de reforçamento.

se... então...

se o comportamento X ocorrer, então a consequência Y ocorre.

A contingência de reforçamento, nesse caso, é representada pelo diagrama

R → C, no qual o R representa a resposta e o C representa a consequência.

Você consegue imaginar outros

exemplos de consequências que

mantêm alguns de seus comportamentos

e os das pessoas com as quais convive?

REFORÇAMENTO

SA fim de afirmar que determinado estímulo é um reforçador, devemos analisar o seu efeito sobre a probabilidade de ocorrência do comportamento que teve como consequência a apresentação desse estímulo. Os estímulos reforçadores são as alterações no ambiente – ou em partes dele – que constituem as consequências reforçadoras.

Um reforço não se faz por si só , ele se torna reforço quando atua no comportamento de forma a aumentar sua ocorrência, ou seja ele depende do contexto. O procedimento de apresentação desse estímulo e o seu efeito sobre o comportamento serão chamados de reforçamento. REFORÇAMENTO

OUTROS EFEITOS DO REFORÇAMENTO

DIMINUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE OUTROS COMPORTAMENTOS DIFERENTES DO

COMPORTAMENTO REFORÇADO.

Além de aumentar a frequência (ou probabilidade de ocorrência) de um comportamento, o reforçamento tem, pelo menos, dois outros efeitos sobre o comportamento dos organismo:

A diminuição da frequência de outros comportamentos diferentes do comportamento reforçado.

Você está em um bar, olhando as pessoas que por lá passam, bebendo, comendo e falando sobre determinado assunto, e alguém começa a prestar muita atenção no que você está dizendo, é provável que você coma menos, beba menos, observe menos o movimento no bar e passe mais tempo conversando. Nesse caso, a atenção é o estímulo reforçador e falar é a resposta.

Outro efeito do reforçamento é a diminuição da variabilidade na topografia da resposta reforçada. A topografia da resposta é um conceito relativo à forma de uma resposta, podendo envolver padrões sonoros de vocalizações ou de movimentos da pessoa, por exemplo.

DIMINUIÇÃO DA VARIABILIDADE DA TOPOGRAFIA

DA RESPOSTA REFORÇADA

Nas primeiras vezes em que um rato, em uma caixa de condicionamento operante, pressiona a barra, ele o faz de maneiras bem diferentes, por exemplo, o faz com a pata esquerda, com a direita, com as duas ou com o focinho. À medida que o comportamento de pressão à barra é continuamente reforçado, o mesmo passa a ocorrer de uma forma – com uma topografia – cada vez mais parecida, ou seja, passa a ocorrer quase todas as vezes com a mesma pata apoiada basicamente no mesmo ponto da barra.

Pode não parecer, mas essas três fotografias foram tiradas em momentos diferentes. Cada uma mostra uma resposta de pressão a barra após esse comportamento ter sido reforçado mais de 100 vezes. É possível notar, pelas imagens, a grande similaridade das topografias das respostas de pressão a barra emitidas pelo animal.

SINTETIZANDO...

Algumas consequências específicas aumentam ou mantêm a probabilidade de o comportamento que as produz voltar a ocorrer, as quais são denominadas de reforçadoras. Algumas consequências produzidas por certos comportamentos deixem de ocorrer quando estes são emitidos, neste caso o comportamento que as produzia trouxe efeitos contrários aos produzidos pelo reforçamento.

Quando suspendemos (encerramos) o reforçamento de um comportamento, verificamos que a frequência de sua ocorrência diminui, retornando ao seu nível operante, isto é, retornando à frequência com que ocorria antes de ter sido reforçado.

Esse procedimento, que consiste na suspensão do reforçamento, e o processo dele decorrente são conhecidos como extinção operante

EXTINÇÃO OPERANTE

O procedimento, que consiste na suspensão do reforçamento, e o processo dele decorrente são conhecidos como extinção operante. Este ultimo consiste na diminuição gradual da frequência de ocorrência do comportamento até o seu retorno ao nível operante (que pode ou não ser igual a zero). Portanto, a suspensão do reforçamento é um procedimento de extinção operante.

Para testar essa afirmação, basta realizar um experimento com três situações distintas:

• na primeira, observamos e registramos a frequência do comportamento de um organismo sem contingências de reforçamento programadas (nível operante);

• na segunda, reforçar o comportamento, bem como observar e registrar a sua frequência (reforçamento);

• na terceira, retirar o reforçamento e novamente observar e registrar a frequência do comportamento (extinção).

EXPERIMENTO DE

HILL M. WALKER E NANCY K. BUCKLEY (1968)

EXTINÇÃO OPERANTE

Pesquisa, com uma criança que apresentava dificuldades de ficar concentrada durante tarefas na sala de aula

• nível operante = não ficou mais de 38% do tempo de cada intervalo fazendo os exercícios.

• Com reforço = o percentual de tempo que a criança passava fazendo os exercícios começou a aumentar, chegando a próximo de 100%

• Sem reforço = começou a diminuir, até que se estabilizou em percentuais próximos a 40%, os quais são muito parecidos com aqueles registrados durante o nível operante.

Esses resultados da pesquisa de Walker e Buckley são importantes por 2 motivos:

Em primeiro lugar, mostram o efeito do reforçamento e da extinção sobre o comportamento: insere-se o reforçamento, a frequência do comportamento aumenta; retira-se o reforçamento, a frequência do comportamento diminui.

Em segundo, resultados como esses são importantes para nos lembrar que precisamos planejar contingências que permaneçam em vigor mesmo na ausência do psicólogo, ou seja, na ausência de quem faz a intervenção comportamental.

O principal efeito do procedimento de extinção, como vimos, é o retorno da frequência do comportamento aos seus níveis prévios, ou seja, ao nível operante. No entanto, além de diminuir a frequência da resposta até o nível operante, esse procedimento produz outros três efeitos importantes no início do processo de extinção operante:

OUTROS EFEITOS DA EXTINÇÃO

1) AUMENTO NA FREQUÊNCIA DA RESPOSTA NO INÍCIO DO PROCEDIMENTO DE EXTINÇÃO.

Durante um procedimento de extinção, antes de a frequência da resposta começar a diminuir, ela pode aumentar abruptamente

Um exemplo simples dessa característica do processo de extinção no comportamento cotidiano pode ser observado quando tocamos a campainha da casa de um amigo e não somos atendidos. Provavelmente você já passou por uma situação assim. O que geralmente fazemos antes de virarmos as costas e ir embora? Começamos a pressionar o botão da campainha várias vezes antes de desistir. É importante lembrar que esse aumento inicial pode ocorrer, e não que necessariamente ocorrerá em todos os processos de extinção.

2) AUMENTO NA VARIABILIDADE DA TOPOGRAFIA DA RESPOSTA

Logo no início do processo de extinção, a forma como o comportamento estava ocorrendo começa a modificar-se. No exemplo da campainha, também podemos ver essa característica: além de pressionarmos várias vezes o botão, começamos a fazê-lo ou com mais força ou com a mão toda, bater na porta ou mesmo bater palmas. Se observarmos com cuidado um rato em uma caixa de condicionamento operante no início do procedimento de extinção da resposta de pressão à barra, também verificaremos que a forma com que ele emite o comportamento poderá variar (pressionar com a pata esquerda, com a direita, de lado, etc.)

3) EVOCAÇÃO DE RESPOSTAS EMOCIONAIS

Tente se lembrar de algumas vezes em que algum comportamento seu foi colocado em extinção. Por exemplo, quando estudou muito para uma prova e tirou nota baixa, quando telefonou várias vezes para seu(sua) namorado(a) e ele(a) não atendeu. Como você se sentiu? É bem provável que algumas respostas emocionais, como, por exemplo, aquelas comumente vistas na raiva, na ansiedade, na irritação ou na frustração, tenham ocorrido. Não é raro, por exemplo, observarmos aparelhos de telefone celulares serem jogados no chão quando o seu dono não consegue fazer uma ligação importante ou volantes serem socados quando o carro não pega. No exemplo do rato que tem o seu comportamento de pressionar a barra submetido ao procedimento de extinção, é comum observarmos respostas emocionais como a de morder a barra.

RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO

REFORÇAMENTO SUSPENSO = FREQUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DIMINUI

Por quanto tempo continua ocorrendo ?

Quantas vezes ocorre ?

Uma pessoa troca mensagens por aplicativo de celular quase todos os dias com um amigo, por exemplo. O amigo responder funciona como a consequência reforçadora para o comportamento de enviar mensagens. Caso o amigo bloqueie essa pessoa, o comportamento de enviar mensagens não será mais reforçado, o que se constitui em um exemplo do procedimento de extinção operante.

Quantas vezes ela enviará mensagens para o amigo antes de desistir? Quantas vezes o ex-namorado irá ligar para a ex-namorada tentando reatar o romance até que desista de uma vez por todas? Por quanto tempo um ratinho continuará pressionando a barra da caixa de Skinner, sem que esse comportamento seja reforçado pela apresentação de água ou comida, até passar a pressioná-la com a mesma frequência vista em nível operante?

RESISTENCIA A EXTINCAO

Tempo ou o número de vezes que um determinado comportamento continua ocorrendo após a suspensão do reforçamento.

Quanto mais tempo, ou quanto maior o número de vezes que o comportamento continua a ocorrer sem ser reforçado, maior é a sua resistência à extinção.

Resistência à extinção é a própria demora, é o fenômeno propriamente dito, e não sua explicação. A explicação relaciona-se a outras variáveis, que veremos mais adiante.

Pessoas cujos comportamentos apresentam alta resistência à extinção são rotuladas como perseverantes, esforçadas, empenhadas, “cabeças-duras” ou teimosas.

A pessoa que desiste facilmente, em termos técnicos, é aquela cujos comportamentos apresentam baixa resistência à extinção e, no dia a dia, pode ser vista como preguiçosa, “fogo de palha” ou desanimada.

Por que algumas pessoas prestam vestibular para medicina oito ou nove vezes sem serem aprovadas, enquanto outras desistem já na primeira reprovação?

QUE CONDIÇÕES AFETAM A RESISTÊNCIA À EXTINÇÃO?

1) NÚMERO DE EXPOSIÇÕES À CONTINGÊNCIA DE REFORÇAMENTO

Diz respeito ao número de vezes em que um determinado comportamento foi reforçado até a suspensão do reforçamento. Quanto mais vezes um comportamento for reforçado, mais resistente à extinção ele será. Cabe ressaltar, todavia, que, de forma similar ao número de emparelhamentos no condicionamento respondente, o número de reforçamentos não aumenta a resistência à extinção de forma indefinida. Após um certo número de reforçamentos, não serão observados mais aumentos na resistência à extinção.

2) CUSTO DA RESPOSTA

Quanto mais esforço é necessário para emitir um comportamento, menor será a sua resistência à extinção; em outras palavras, “se for mais difícil, desisto mais rápido”. Por exemplo, ao término de um namoro, quanto mais difícil for para o “namorado teimoso” falar com a namorada, mais rapidamente ele parará de insistir em retomar o relacionamento. Se um rato tem à sua disposição duas barras para pressionar, e ambas produzem água como consequência, mas uma delas é mais pesada que a outra, o animal tenderá a parar de pressionar mais cedo a barra mais pesada quando a pressão delas não mais produzir água.

3 ) INTERMITÊNCIA DO REFORÇAMENTO

Quando um comportamento às vezes é reforçado e às vezes não, ele se tornará mais resistente à extinção do que um comportamento reforçado todas as vezes que ocorre. É mais fácil, por exemplo, extinguir o comportamento de fazer birra que é reforçado todas as vezes em que ocorre do que extinguir aqueles que são reforçados apenas ocasionalmente.

ELIMINAÇÃO DE UM COMPORTAMENTO DE BIRRA

UTILIZANDO-SE O PROCEDIMENTO DE EXTINÇÃO

A extinção é um dos procedimentos mais simples para modificar comportamentos quando o objetivo é reduzir a sua frequência (embora a extinção, sozinha, nem sempre seja a melhor opção de intervenção na atuação profissional). Para ilustrar o uso do procedimento de extinção com um caso real, vamos analisar um estudo de caso relatado por Williams em 1958. O caso descreve um tratamento bem-sucedido de um comportamento de birra de uma criança de 2 anos de idade utilizando-se o procedimento de extinção, isto é, removendo-se a consequência reforçadora do comportamento de fazer birras.

CONTEXTO DO CASO

De acordo com Williams (1958), a criança teve sérios problemas de saúde durante seus primeiros 18 meses de vida. À época do tratamento do comportamento de birra, esse problema de saúde já havia cessado há alguns meses, mas a criança continuava demandando a mesma atenção e cuidados especiais que seus pais lhe davam quando estava doente. Os pais da criança e uma tia alternavam-se na tarefa de colocá-la para dormir e precisavam ficar no quarto com ela até que adormecesse. Caso saíssem antes que ela pegasse no sono, a criança iniciava uma “monumental” crise de choro e só parava quando um deles voltava. A crise de choro era iniciada até mesmo se a pessoa que estivesse com ela no quarto pegasse uma revista ou livro para ler, e só cessava se o livro/revista fosse deixado de lado. Conforme relatado por Williams, os pais e a tia ficavam de uma hora e meia a duas horas por noite no quarto da criança esperando que ela dormisse. Após checado com o médico que a criança já estava em perfeitas condições de saúde, decidiu-se remover a consequência reforçadora do comportamento de chorar, que era mantido pela atenção/presença do cuidador (pais e tia) no quarto da criança enquanto ela pegava no sono.

• Após o início da intervenção comportamental, o cuidador colocava a criança na cama, executava os procedimentos normais de pais ao fazer isso (cobrir, beijar, desejar boa noite, etc.), saía do quarto e fechava a porta. Desse ponto em diante, porém, o cuidador não mais retornava ao quarto quando a criança começava a chorar. Na primeira noite da primeira extinção, a criança ficou 45 minutos chorando após o cuidador deixar seu quarto. Na segunda, ela não chorou, segundo Williams, possivelmente por conta da fadiga produzida pelos 45 minutos de choro da noite anterior. Na terceira, ela chorou por 10 minutos, e a duração da birra foi diminuindo uma noite após a outra, até se extinguir por completo a partir da sétima noite. Conforme relatado por Williams, a partir da décima noite, o choro não só havia cessado, como a criança sorria enquanto seus pais deixavam o quarto. No entanto , depois da décima noite, a tia foi colocar a criança para dormir, e esta começou a chorar. A tia, diante da birra, retornou ao quarto da criança. Ao fazer isso, ela acidentalmente executou o chamado procedimento de recondicionamento do comportamento de chorar da criança.

Esse procedimento nada mais é do que reintroduzir o reforçamento a um comportamento que estava em procedimento de extinção. Dessa forma, uma nova sequência de 10 noites com o procedimento de extinção teve que ser realizada, e foi chamada de segunda extinção. Veja que também, na segunda extinção, a criança já não chorava mais a partir da sétima noite. Um dado que chama atenção é o fato de a criança ter voltado a chorar na presença da tia, mesmo tendo deixado de fazê-lo na presença dos pais. Esse fenômeno é denominado de discriminação de estímulos operante. Embora a extinção seja um procedimento eficaz para se reduzir a frequência de um comportamento, ela não costuma ser utilizada isoladamente em contextos aplicados (prática profissional). Se, além da extinção de um comportamento alvo, outros comportamentos considerados mais adequados socialmente, que tenham a mesma função, forem reforçados, os resultados serão mais rápidos, e o processo será menos aversivo. É sempre importante construir repertório, e não apenas eliminar comportamentos considerados inadequados.

MODELAGEM

Comportamentos já presentes no repertório comportamental dos indivíduos podem ter sua frequência modificada por suas consequências. O repertório comportamental é o conjunto de comportamentos de um indivíduo que se tornam prováveis dadas certas condições ambientais. Já nascemos com alguma preparação biológica para interagir com o ambiente. Novos comportamentos não surgem do nada. Os comportamentos novos que aprendemos surgem a partir daqueles que já existem em nosso repertório comportamental . A modelagem é um procedimento de reforçamento diferencial de aproximações sucessivas de um comportamento alvo. O resultado final desse procedimento é um novo comportamento construído a partir de combinações de topografias de respostas já presentes no repertório comportamental do organismo. O modo como essas combinações se dão é determinado pelas contingências de reforçamento e pelas extinções que sucessivamente resultam no comportamento-alvo. Ou seja, a modelagem é um dos modos pelos quais novos comportamentos passam a fazer parte do repertório comportamental dos indivíduos.

REFORÇAMENTO DIFERENCIAL

Consiste em reforçar algumas respostas que obedecem a algum critério e em não reforçar aquelas que não atendem a tal critério.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Modelagem: reforçamento diferencial de aproximação sucessivas do comportamento alvo. Novos comportamentos são modelados a partir de comportamentos anteriores. A fotografias de 1 a 6 mostram, da esquerda para direita e de cima para baixo como a resposta de pressionar uma barra foi gradativamente selecionada pelas consequências reforçadoras.

Usamos, na modelagem, basicamente, o reforçamento diferencial (reforçar algumas respostas e extinguir outras similares) e as aproximações sucessivas (exigir gradualmente respostas mais próximas do comportamento-alvo) para ensinar um novo comportamento. Três aspectos principais devem ser levados em consideração quando se usa esse procedimento:

• O primeiro é a imediaticidade do reforço em relação à resposta: quanto mais temporalmente próximo da resposta o estímulo reforçador for apresentado, maior será o seu efeito sobre o comportamento.

• O segundo aspecto principal é que não se deve reforçar demasiadamente respostas em cada passo intermediário. Como vimos, o reforçamento vai reduzindo a variabilidade da resposta. Assim, se reforçamos muito uma resposta intermediária, ela pode ficar muito fortalecida, dificultando o aparecimento de respostas mais próximas ao comportamento final quando colocarmos a resposta intermediária em extinção.

• O terceiro aspecto é que se deve ter passos intermediários graduais, reforçando pequenos avanços a cada passo. Caso a distância topográfica entre um passo e outro seja muito longa, muitas respostas ocorrerão sem serem reforçadas, o que pode resultar na deterioração do que já fora aprendido previamente. Isso atrasaria a modelagem, uma vez que as respostas outrora estabelecidas precisarão ser novamente ensinadas.

MODELAGEM VERSUS MODELAÇÃO

Na modelação, ou aprendizagem por observação de modelos, o comportamento de um organismo tem a sua probabilidade alterada em decorrência da observação do comportamento de outro organismo e da consequência que este produz. Desse modo, na modelação, inicialmente, o organismo não precisa emitir determinado comportamento para alterar a probabilidade de que este ocorra. Bastaria que observasse É importante ressaltar, entretanto, que a observação do reforçamento do comportamento de outro organismo somente aumenta a probabilidade de emissão de uma topografia de resposta similar pelo observador. A sua aprendizagem requer a apresentação de consequências reforçadoras contingentes à emissão da resposta.

REFORÇADORES SOCIAIS E NÃO SOCIAIS

Estímulos reforçadores são aqueles cuja apresentação aumenta a probabilidade de ocorrência futura do comportamento que os produziu. Na Análise do Comportamento, existem referências aos conceitos de estímulo reforçador social e estímulo reforçador não social.

• Nos estímulos reforçadores sociais, a mudança produzida pelo comportamento no ambiente é justamente seu efeito sobre o comportamento de outra pessoa.

• Nos estímulos reforçadores não sociais são aqueles cuja função fortalecedora independe dos efeitos de um comportamento sobre o comportamento de outra pessoa. Reforçadores não sociais, dessa forma, podem ser definidos como alterações no ambiente não social, isto é, no ambiente que não se refere ao comportamento alheio.

REFORÇADORES NATURAIS E ARBITRÁRIOS

• A distinção entre estímulos reforçadores naturais e arbitrários talvez seja ainda mais controvertida, na literatura da área, que aquela entre estímulos reforçadores sociais e não sociais. De maneira geral, essa distinção gira em torno de, entre outros fatores, a consequência reforçadora para um determinado comportamento ter sido, de alguma maneira, planejada ou não, ou de o estímulo reforçador ter sido ou não produzido diretamente pelo comportamento em questão.

COMPORTAMENTO, RESPOSTAS E CLASSES DE RESPOSTAS

O termo comportamento refere-se, na verdade, a uma classe de respostas, e o termo resposta pode ser definido como uma instância do comportamento. Uma instância do comportamento, por sua vez, pode ser definida como uma ocorrência isolada desse comportamento. Quando falamos de conjuntos, ou classes, estamos nos referindo a agrupamentos de itens ou eventos segundo algum critério para realizar esse agrupamento. São usados critérios para poder dizer que determinadas respostas constituem uma classe de respostas. Veja a seguir alguns desses critérios:

AGRUPAMENTO PELA RELAÇÃO FUNCIONAL

• Quando determinadas respostas produzem sistematicamente determinada consequência reforçadora, dizemos que há uma relação funcional entre elas e a consequência. Nesse caso, quando determinadas respostas possuem a mesma função, podemos agrupá-las em uma classe de respostas funcional, ou seja, o critério utilizado para agrupá-las é a sua função. Mesmo respostas topograficamente diferentes podem fazer parte da mesma classe de respostas funcional. Quando uma classe de respostas é definida pela sua função, podemos defini-la como uma classe de respostas operante e denominá-la comportamento operante ou, simplesmente, operante.

AGRUPAMENTO PELA TOPOGRAFIA DA RESPOSTA

Podemos definir uma classe de respostas simplesmente por sua forma, isto é, por sua topografia. O comportamento é apenas uma parte da contingencia : a resposta é uma instância de uma classe de respostas, isto é, de um comportamento. Essa classe de respostas, por sua vez, pode ser denominada de comportamento operante definido por sua forma.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

CONCEITO

Comportamento operante (R => C) 
 

DESCRIÇÃO

Comportamento que modifica que opera sobre o ambiente e é afetado por suas consequências.
 

EXEMPLO

Quando falamos podemos afetar o comportamento de outras pessoas. 

CONCEITO

Consequência reforçadora 
 

DEFINIÇÃO

É um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade desse comportamento voltar a ocorrer. 
E

EXEMPLO

Quando pedimos o saleiro sua entrega é a consequência reforçadora que mantém a frequência do comportamento de pedi-lo no futuro quando precisarmos dele novamente.

CONCEITO

Contingência de reforçamento 
 

DEFINIÇÃO

É a relação de  condicionalidade (se... então...) funcional entre um comportamento e sua consequência. 
 

EXEMPLO

Se pede o saleiro então o recebe.

CONCEITO

Procedimento de extinção operante 
 

DEFINIÇÃO

É a suspensão de uma consequência reforçadora anteriormente produzida por um comportamento. 
 

EXEMPLO

Pedimos o saleiro a uma pessoa que sempre atenda nosso pedido, entretanto por quaisquer razões ela não  nos passará mais o saleiro quando o pedirmos.  

CONCEITO

Processo da extinção operante 
 

DEFINIÇÃO

É a diminuição da frequência do comportamento, até o seu nível operante após a suspensão da consequência reforçadora. 
 

EXEMPLO

Deixaremos de pedir no saleiro para essa pessoa após repetidos pedidos não reforçados. 

CONCEITO

Modelagem
 

DEFINIÇÃO

É um procedimento utilizado para se ensinar um comportamento novo por meio de reforço diferencial de aproximações sucessivas do comportamento alvo.
 

EXEMPLO

Pais e parentes reforçam e extinguem sucessivamente obalbuciar dos bebês exigindo sequências de sons cada vez mais parecidas com os sons das palavras da sua língua materna.

APRENDIZAGEM PELAS CONSEQUÊNCIAS:

O CONTROLE AVERSIVO

Aula 6

CONTROLE

No linguajar do analista do comportamento, o termo controle significa, de forma geral, que a probabilidade de ocorrência do comportamento depende das modificações que ele causa no ambiente. Se uma determinada consequência altera a probabilidade de ocorrência de um comportamento, dizemos que ela controla o comportamento que a produz

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

CONTROLE AVERSIVO

CONSEQUÊNCIAS REFORÇADORAS NEGATIVAS

CONSEQUÊNCIAS PUNITIVAS POSITIVAS

CONSEQUÊNCIAS PUNITIVAS NEGATIVAS

Elas alteram a probabilidade de ocorrência do comportamento. Por esse motivo, dizemos que esses três tipos de consequência do comportamento também o controlam e é chamado de controle aversivo.

EXEMPLOS DE CONTROLE AVERSIVO

As contingências de controle aversivo são corriqueiras:

• frear o carro próximo a um radar, cuja consequência é evitar uma multa de trânsito;

• manter a frequência às aulas, cuja consequência é não ser reprovado por faltas;

• deixar de consumir bebidas alcoólicas em excesso após esse comportamento ter tido como consequência ressacas severas;

• parar de emprestar os jogos de videogame para os amigos que nunca devolveram os empréstimos anteriores,

CONTROLE AVERSIVO

O controle aversivo diz respeito ao controle exercido sobre a probabilidade de ocorrência do comportamento, seja aumentando a frequência do comportamento por reforçamento negativo ou diminuindo na sua frequência por punição positiva ou negativa.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Os estímulos reforçadores negativos e os estímulos punitivos positivos e negativos são chamados de estímulos aversivos (lembrando que estes, assim como os demais conceitos abordados até o momento, são definidos funcionalmente, isto é, a partir do efeito que produzem sobre o comportamento). Não existem estímulos eminentemente aversivos, ou seja, que serão aversivos para todos os organismos ou em todas as situações

 ESTÍMULOS REFORÇADORES

 PROBABILIDADE DE OCORRER NOVAMENTE

Quando eles cumprem sua função por sua adição contingente à ocorrência de uma resposta, são denominados

ESTÍMULOS REFORÇADORES POSITIVOS : R → SR+

Quando a manutenção ou o aumento na probabilidade de emissão de um comportamento resulta da remoção ou da evitação da apresentação de um estímulo ao ambiente, chamamos esse estímulo consequente de

ESTÍMULO REFORÇADOR NEGATIVO: R → SR-

 ESTÍMULOS PUNITIVO

 PROBABILIDADE DE OCORRER NOVAMENTE

Quando a probabilidade de ocorrência de um comportamento é reduzida em função da adição de um estímulo ao ambiente como sua consequência, denominamos esse estímulo consequente de

ESTÍMULO PUNITIVO POSITIVO: R →  SP+

Quando a probabilidade de ocorrência de um comportamento é reduzida em função da retirada de um estímulo do ambiente, denominamos o estímulo consequente de

ESTÍMULO PUNITIVO NEGATIVO: R → SP-

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

IMPORTÂNCIA DO REFORÇO NEGATIVO

O estudo do reforçamento negativo é de fundamental importância para a compreensão do comportamento humano, por que vários de nossos comportamentos cotidianos produzem a supressão, o adiamento ou o cancelamento de estímulos aversivos do ambiente, e não a apresentação de estímulos reforçadores positivos.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Além disso, grupos sociais formalizam contingências de reforçamento negativo em leis, normas, estatutos, regulamentos, códigos de ética, entre outros, como forma de controlar o comportamento de seus membros.

EXEMPLOS

• Colocar óculos de sol, cuja consequência é a diminuição da luminosidade na retina, é um exemplo de comportamento mantido por reforçamento negativo. A diminuição da luminosidade é a consequência reforçadora negativa, e a luminosidade, em si, é o estímulo reforçador negativo (estímulo aversivo). A relação entre a resposta de colocar os óculos e a retirada de luz da retina é chamada de contingência de reforçamento negativo.

• Passar protetor solar e evitar queimaduras é um comportamento mantido por reforçamento negativo. As queimaduras se constituem no estímulo reforçador negativo evitado pela resposta de usar protetor solar. A contingência em vigor é a de reforçamento negativo, uma vez que a resposta em questão é reforçada por evitar a apresentação de um estímulo reforçador negativo.

• Caso uma garota brigue com seu namorado quando ele fuma, é possível que ele passe a chupar um drops após fumar um cigarro. Com isso, ele evita a briga se sua namorada não perceber que ele fumou. Nesse caso, a briga é um estímulo reforçador negativo evitado pela resposta de chupar um drops. Novamente, temos uma contingência de reforçamento negativo, em que a resposta de chupar um drops é reforçada por evitar a apresentação da briga.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

A contingência é classificada como de reforçamento, porque houve um aumento na frequência/probabilidade de um comportamento. Também é classificada como de reforçamento negativo, porque sua consequência foi a retirada de um estímulo do ambiente. O estímulo que acrescenta algo no ambiente é chamado de reforçador positivo. O reforçamento negativo, assim como o positivo, é uma operação, um procedimento em que a consequência do comportamento aumenta a probabilidade de ele voltar a ocorrer.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

NA ESQUIVA, PREVENIMOS A APRESENTAÇÃO DE UM ESTÍMULO AVERSIVO, ENQUANTO NA FUGA REMEDIAMOS A SITUAÇÃO DE FORMA QUE O ESTÍMULO AVERSIVO JÁ PRESENTE SEJA SUPRIMIDO. É IMPORTANTE NOTAR QUE OS COMPORTAMENTOS DE FUGA E DE ESQUIVA SÓ SÃO ESTABELECIDOS E MANTIDOS EM CONTINGÊNCIAS DE REFORÇAMENTO NEGATIVO.

EXEMPLOS DE FUGA E ESQUIVA

PUNIÇÃO

Punição é um tipo de consequência do comportamento que torna a sua ocorrência menos provável, consequência que reduz a frequência do comportamento que a produz. A distinção entre punição positiva e negativa consiste na mesma distinção feita com relação ao reforçamento positivo e negativo: se um estímulo é acrescentado ou subtraído do ambiente. Tanto a punição positiva quanto a negativa diminuem a probabilidade de o comportamento que as produziu voltar a ocorrer.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Punição Positiva

Diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela consequente adição de um estímulo aversivo ao ambiente

Punição Negativa

Diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela consequente retirada de um estímulo reforçador (de outros comportamentos) do ambiente.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

Na extinção, o reforçamento não é mais apresentado. Já na punição, o reforçamento continua sendo apresentado, mas junto a ele apresenta-se o estímulo punitivo ou aversivo

Imagine, agora, o seguinte exemplo: quando Joãozinho fala palavrões, seus colegas riem bastante com ele. A risada de seus amigos é uma consequência reforçadora para seu comportamento de falar palavrões. A mãe de Joãozinho quer que ele pare com isso; para tanto, ela retira sua “mesada”, e, em função dessa consequência, ele para de falar palavrões. Nesse caso, a mãe de Joãozinho puniu o comportamento ou o colocou em extinção?Para responder a essa pergunta, devemos fazer a seguinte análise:

• A frequência do comportamento aumentou ou diminuiu?

• Ela diminuiu. Portanto, a retirada da “mesada” não pode ser uma consequência reforçadora.

• Se a frequência diminuiu, só pode ser o caso de uma extinção ou punição.

• A consequência reforçadora (risada dos colegas) foi retirada?

• Não, por isso não se trata de extinção, já que não houve a suspensão da consequência reforçadora que mantinha comportamento.

• Se a frequência do comportamento diminuiu e a consequência reforçadora não foi retirada, estamos falando em punição.

• A punição, nesse exemplo, foi a retirada ou a adição de um estímulo?

• A consequência foi a perda da “mesada” (retirada de um estímulo).

• Portanto, trata-se de punição negativa.

No exemplo anterior, para que a frequência do comportamento de dizer palavrões diminuísse utilizando-se de extinção, o que deveria ser feito? Retirar ou suspender a consequência reforçadora, que, no caso, são as risadas dos amigos de Joãozinho, ou seja, a mãe de Joãozinho poderia falar com os amigos dele para não rirem mais quando seu filho dissesse palavras de baixo nível. Caso os amigos de Joãozinho cooperassem com a sua mãe e suspendessem as risadas diante dos palavrões, teríamos um exemplo de extinção

EFEITOS COLATERAIS DO CONTROLE AVERSIVO

O controle aversivoé uma forma de aumentar ou de diminuir a probabilidade de ocorrência do comportamento. Punir comportamentos socialmente indesejáveis é muito mais fácil e tem efeitos mais imediatos do que reforçarpositivamente comportamentos socialmente desejáveis. Entretanto, o controle aversivo apresenta uma série de efeitos colaterais que tornam seu uso desaconselhado.

ELICIAÇÃO DE RESPOSTAS EMOCIONAIS

No momento em que os organismos entram em contato com estímulos aversivos, é possível que haja a eliciação de várias respostas emocionais, como tremores, taquicardia, palpitações, choro, etc. A eliciação de respostas emocionais pode representar um problema quando se utiliza um procedimento para alterar a probabilidade de ocorrência de um comportamento.

SUPRESSÃO DE OUTROS COMPORTAMENTOS ALÉM DO COMPORTAMENTO PUNIDO

O efeito da punição não se restringe ao comportamento que produziu a consequência punitiva. Outros comportamentosque estiverem ocorrendo temporalmentepróximos ao momento da apresentação do estímulo punitivo ou que tenham semelhança com o comportamento punido podem ter a sua frequência reduzida. Um exemplo desse efeito colateral do controle aversivo pode ser o caso do rapaz que, às 3h da manhã, depois de ingerir muita cerveja, telefona para a ex-namorada fazendo juras de amor. Para infelicidade do jovem, quem atende o telefonema, com voz de sono, é o novo namorado da garota. Provavelmente, isso tem a função de uma punição positiva, a qual diminuirá a probabilidade de o rapaz telefonar outras vezes em situações similares. Entretanto, ao beber novamente de madrugada, ele pode “sentir-se tentado” a fazer o telefonema. O ex-namorado pode, então, entregar o celular a um amigo que o devolverá só no dia seguinte, evitando fazer a ligação para ex-namorada. Entregar o celular ao amigo é um exemplo de resposta incompatível ao comportamento de telefonar, uma vez que o torna menos provável.

RESPOSTAS DE CONTRACONTROLE

Talvez representem a maior limitação do uso do controle aversivo como forma de se alterar a probabilidade de um dado comportamento de um organismo. As respostas de contra controle são aquelas mantidas por evitarem que outro comportamento do organismo seja controlado aversivamente. As respostas de contra controle são, portanto, mantidas por reforçamento negativo. Um exemplo de contra controle ocorre quando um motorista freia o carro próximo a um radar medidor de velocidade, reduzindo a velocidade do automóvel para a permitida para aquela via. Ao fazê-lo, o motorista evita que o departamento de trânsito puna o seu comportamento de dirigir acima do limite de velocidade. Na realidade, a função punitiva da multa seria a de suprimir o comportamento dos motoristas de excederem a velocidade permitida. A resposta de frear na presença apenas do radar é negativamente reforçada, ou seja, evita a aplicação da multa e permite que o motorista trafegue acima da velocidade da via. A resposta de frear, portanto, é uma resposta de esquiva que exemplifica uma resposta de contra controle. Esta é chamada de contra controle justamente por impossibilitar que o agente punidor exerça controle sobre o comportamento que seria punido caso a resposta de contra controle não ocorresse.

POR QUE PUNIMOS TANTO?

Ao observarmos todos esses efeitos colaterais (indesejáveis) do controle aversivo, uma questão permanece: por que esse é um método tão utilizado para controlar o comportamento em nossa cultura? A resposta a essa pergunta compreende, pelo menos, três pontos:

- IMEDIATICIDADE DA CONSEQUÊNCIA

- EFICÁCIA INDEPENDENTE DA PRIVAÇÃO

- FACILIDADE NO ARRANJO DAS CONTINGÊNCIAS

IMEDIATICIDADE DA CONSEQUÊNCIA

Quem aplica a punição como procedimento de controle tem o seu comportamento de punir negativamente reforçado de forma quase sempre imediata. Digamos que Homer, personagem do desenho animado Os Simpsons, esteja assistindo a um jogo de futebol americano na TV enquanto Lisa, a sua filha de 8 anos, pratica seu saxofone. O som do instrumento o incomoda, isto é, representa um estímulo aversivo, e cessá-lo reforçará negativamente seu comportamento. Homer prontamente pune o comportamento de Lisa, gritando: “Lisa, pare de tocar esse maldito saxofone!”. A garota interrompe o seu treino de imediato, reforçando de modo negativo o comportamento do pai.

EFICÁCIA INDEPENDENTE DA PRIVAÇÃO

Para modificar a probabilidade de um comportamento com o uso de reforçamento positivo, temos que identificar quais eventos serão reforçadores para diferentes comportamentos do indivíduo. Além disso, mesmo os reforçadores primários não são eficazes independentemente de outros fatores ambientais. Caso o organismo não esteja privado do estímulo reforçador em questão, este não será eficaz. Desse modo, a manipulação de reforçadores positivos como forma de intervenção dependerá do manejo direto de seu valor reforçador, o que pode ser muito custoso, demorado ou mesmo inacessível para quem lida com tais contingências. Esse fato também nos ajuda a entender o que torna o comportamento de punir tão provável. Por exemplo, uma palmada será aversiva independentemente de privação, ou seja, será eficaz para punir ou para reforçar de modo negativo o comportamento de uma criança, provavelmente, em qualquer situação.

É provável que pais tentem interferir de diferentes modos no ambiente de seus filhos para que façam o dever de casa, por exemplo. Eles podem reforçar positivamente o comportamento de fazer a lição disponibilizando doces contingentemente à sua ocorrência. Entretanto, se a criança não estiver privada de doces, estes não serão eficazes como estímulos reforçadores, ou seja, não aumentarão a probabilidade do comportamento de fazer o dever. Porém, se os pais lhe derem uma palmada caso não faça o dever de casa, é provável que ela venha a fazê-lo, evitando as palmadas. Note que, para a palmada reforçar negativamente o comportamento de fazer o dever de casa, não foi necessário privar a criança de nenhum estímulo.

FACILIDADE NO ARRANJO DAS CONTINGÊNCIAS

Existem procedimentos alternativos ao controle aversivo, como discutiremos a seguir. Esses procedimentos são mais aconselháveis do que o controle aversivo devido aos efeitos colaterais deste último. Entretanto, sua aplicação é mais trabalhosa do que a dos procedimentos baseados em controle aversivo. No caso do exemplo do Homer e da Lisa, Homer poderia sentar-se perto da filha para ouvi-la quando tocasse o saxofone em outro horário que não o do jogo; elogiá-la nessas ocasiões; ou sair com ela para tomar um sorvete quando acabasse o ensaio. Esses procedimentos provavelmente fariam a pequena Lisa parar de tocar o instrumento na hora do jogo e evitariam os efeitos colaterais da punição. No entanto, Homer teria mais trabalho para diminuir a frequência do comportamento de Lisa de tocar o saxofone na hora jogo, dessa forma, ele teria que:

1) ouvir o som do instrumento, o que pode ser aversivo para ele;

2) levá-la para tomar sorvete, considerando a sua privação de sorvete;

3) estar presente nos momentos em que Lisa estivesse tocando.

Em comparação ao comportamento de “dar um berro”, o controle do comportamento por reforçamento positivo envolve a emissão de mais respostas que, em geral, são mais custosas e levarão mais tempo para produzir seus efeitos. A consequência final desse processo é que tendemos mais a punir ou a reforçar negativamente o comportamento do que controlá-lo por reforçamento positivo, a despeito de todas as desvantagens do controle aversivo. Porém, a divulgação e a comprovação empírica dos efeitos indesejáveis desse tipo de controle podem sensibilizar pais e educadores para que utilizem procedimentos baseados em reforçamento positivo a fim de controlar o comportamento de seus filhos e alunos, por exemplo.

QUAIS AS ALTERNATIVAS AO CONTROLE AVERSIVO?

Ao desaconselharmos o uso do controle aversivo, temos que sugerir alguns procedimentos alternativos. Felizmente eles existem.

A seguir, alguns deles.

- REFORÇAMENTO POSITIVO EM SUBSTITUIÇÃO AO REFORÇAMENTO NEGATIVO.

- EXTINÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO À PUNIÇÃO

- REFORÇAMENTO DIFERENCIAL

- AUMENTO DA FREQUÊNCIA DE REFORÇAMENTO PARA RESPOSTAS ALTERNATIVAS

REFORÇAMENTO POSITIVO EM SUBSTITUIÇÃO AO REFORÇAMENTO NEGATIVO

Caso queiramos aumentar a probabilidade de emissão de um comportamento, podemos fazê-lo por reforçamento positivo ao invés de negativo. Um professor de boxe pode elogiar os golpes corretos de seus alunos em vez de criticar os incorretos, por exemplo. Uma garota pode ser mais carinhosa com seu namorado quando ele consegue combinar o sapato com o cinto, em vez de ficar emburrada toda vez que ele usa pochete na cintura.

EXTINÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO À PUNIÇÃO

Um procedimento alternativo comum é o uso da extinção para diminuir a frequência do comportamento, em vez de punição. Esse procedimento é menos aversivo que a punição, o que não quer dizer que deixe de eliciar certas respostas emocionais. Um exemplo cotidiano dos efeitos emocionais decorrentes do procedimento de extinção ocorre quando uma criança joga seu carrinho de bombeiros na parede quando ele deixa de funcionar. Uma desvantagem do procedimento de extinção é que nem sempre podemos suprimir o reforçador que mantém o comportamento indesejado. A extinção apenas diminui a frequência do comportamento, em vez de estabelecer e manter outros comportamentos diferentes daqueles cuja frequência se quer diminuir. A ausência de reforçamento também pode agravar um quadro depressivo, por exemplo.

A despeito de a extinção, como um procedimento destinado a diminuir a frequência de um dado comportamento, apresentar limitações, ou mesmo partilhar de alguns efeitos colaterais com o procedimento de punição, uma questão fundamental a torna preferível à punição. Nas situações do dia a dia, os comportamentos suprimidos por procedimentos punitivos continuam a produzir os reforçadores que os mantinham. Se um pai bate no filho mais velho por ter tomado o controle remoto da televisão da mão do irmão mais novo e sintonizado a televisão no canal que quer assistir, é provável que o comportamento de tomar o controle do caçula diminua de frequência, por exemplo. A despeito disso, ao fazê-lo, o filho mais velho ainda terá acesso ao canal que quer assistir. Em outras palavras, os reforçadores que mantêm o comportamento de tomar o controle remoto continuam disponíveis, mesmo que o pai o puna positivamente. É provável que, na ausência do pai, isto é, na ausência do estímulo que sinaliza a punição, esse comportamento volte a ocorrer. Em decorrência disso, a punição somente tem efeito enquanto está em vigor, ao passo que a extinção tem efeitos duradouros, uma vez que os reforçadores que mantinham um comportamento com certa frequência deixam de estar disponíveis. Em resumo, a extinção é preferível à punição como forma de diminuir a frequência de um comportamento considerado socialmente indesejável pela durabilidade de seus efeitos. Porém, a extinção como única alternativa ao uso da punição também tem as suas limitações, o que a torna menos eficaz que outras opções, como é o caso do reforçamento diferencial, que será descrito a seguir.

REFORÇAMENTO DIFERENCIAL É

Um procedimento de fundamental importância para explicação, predição e controle do comportamento. O reforçamento diferencial envolve sempre reforçamento e extinção. Como alternativa à punição, poderíamos extinguir a resposta socialmente indesejada e reforçar comportamentos alternativos. Nesse caso, as respostas emocionais produzidas pelo procedimento de extinção teriam sua força diminuída, uma vez que o organismo continuaria a entrar em contato com os reforçadores contingentes a outros comportamentos. Além disso, o reforçamento diferencial poderia resultar no aumento da probabilidade de emissão de comportamentos socialmente desejáveis. No exemplo do cliente cujos comportamentos são característicos de um quadro depressivo, descrito anteriormente, o terapeuta poderia colocar em extinção os relatos queixosos e, ao mesmo tempo, reforçar relatos acerca de outros temas que não os problemas de relacionamento do indivíduo. Assim, o cliente aprenderia a emitir outros comportamentos socialmente mais desejáveis mantidos pelos mesmos reforçadores outrora produzidos pelos relatos queixosos.

AUMENTO DA FREQUÊNCIA DE REFORÇAMENTO PARA RESPOSTAS ALTERNATIVAS

O reforçamento diferencial também envolve o procedimento de extinção e, em decorrência disso, padece, em menor medida, dos mesmos efeitos colaterais indesejáveis da extinção. Uma alternativa ao uso de reforçamento diferencial seria, portanto, aumentar a frequência de reforçamento para os comportamentos socialmente desejáveis, em vez de extinguir os indesejáveis. Nesse procedimento, os reforçadores aos comportamentos alternativos seriam mais frequentes que aqueles apresentados ao comportamento que se objetiva enfraquecer. Essa disparidade entre as frequências de reforçamento resultaria em um enfraquecimento do comportamento cuja frequência deva ser diminuída, bem como em aumento na frequência dos comportamentos alternativos.

Esse procedimento também é útil para intervir em comportamentos que não podem ser colocados em extinção pela impossibilidade de se eliminar a apresentação da consequência reforçadora. Por exemplo, o comportamento de fumar maconha produz reforçadores advindos do efeito químico de seu consumo. Uma vez que não podemos retirar os reforçadores dos efeitos da droga, poderíamos reforçar com maior frequência outros comportamentos não relacionados ao seu consumo. Dessa forma, é provável que o consumo da substância diminua à medida que a frequência de outros comportamentos é aumentada, por questão de disponibilidade de tempo, por exemplo. Essa intervenção provavelmente é mais lenta que as demais. Em contrapartida, é a menos aversiva para o organismo que emite o comportamento, trazendo menos efeitos colaterais indesejados. Além disso, propicia condições para que o repertório comportamental do organismo seja ampliado.

Enfim... Com base no que vimos neste capítulo, fica claro, para analistas do comportamento, que o controle aversivo, como procedimento destinado a alterar a probabilidade de emissão de um comportamento, deve ser aplicado apenas em último caso – o que não significa que devamos parar de estudar esse tipo de controle tão frequente em nosso dia a dia. Além disso, o controle aversivo não é somente social. Caso coloquemos o dedo na tomada, o choque é uma punição positiva que provavelmente diminuirá a probabilidade de recorrência desse comportamento no futuro. Assim, por mais que o evitemos, o controle aversivo é parte constituinte da nossa vida cotidiana e continuará existindo em nossa interação com o mundo inanimado e com os demais organismos.

Por fim, não podemos confundir a recomendação de evitar o controle aversivo com a noção de que tudo é permitido. Por exemplo, muitos pais, nas décadas de 1970, 1980 e 1990, confundiram o conselho de “não punir” com o de “deixe seu filho fazer tudo o que quiser”. Sem dúvida, uma educação sem limites é quase tão prejudicial quanto uma educação fortemente baseada em procedimentos aversivos. Alguns comportamentos precisam ter sua a frequência reduzida; entretanto, se tivermos alternativas à punição, estas devem sempre ser as escolhidas.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente retira imediatamente?

DEFINIÇÃO FUNCIONAL

• É fundamental chamar atenção para o fato de que a punição é definida funcionalmente; ou seja, para dizermos que houve uma punição, é necessário que se observe uma diminuição na frequência do comportamento. Por isso, não existe um estímulo que seja punitivo por natureza. Só podemos dizer que um estímulo é punitivo caso sua apresentação ou remoção reduza a frequência do comportamento ao qual é consequente.

• É possível pensar, por exemplo, que levar uma bronca da professora em sala de aula seja punitivo para comportamentos de fazer bagunça de todas as crianças. No entanto, pesquisas têm mostrado que a bronca da professora pode não ter efeito punitivo ou pode até mesmo funcionar como estímulo reforçador para o comportamento de fazer bagunça de algumas crianças em sala de aula.

SUSPENSÃO DA CONTINGÊNCIA PUNITIVA:

RECUPERAÇÃO DA RESPOSTA

A punição pode eliminar comportamentos inadequados, ameaçadores ou, por outro lado, indesejáveis de um dado repertório, com base no princípio de que quem é punido apresenta menor possibilidade de repetir seu comportamento. Infelizmente, o problema não é tão simples como parece.A recompensa (reforço) e a punição não diferem unicamente com relação aos efeitos que produzem. Uma criança castigada de modo severo por brincadeiras sexuais não ficará necessariamente desestimulada a continuar, da mesma forma que um homem preso por assalto violento não terá necessariamente diminuída sua tendência à violência. Comportamentos sujeitos a punições tendem a se repetir assim que as contingências punitivas forem removidas. (Skinner, 1983, p. 50) Skinner, aponta para alguns problemas relativos ao uso da punição como forma de controle do comportamento.

Um comportamento que vinha sendo punido pode deixar de ser punido na atualidade e talvez tenha sua frequência restabelecida. Por exemplo, uma jovem que namora um rapaz que implica com suas minissaias pode parar de usá-las. Assim, o comportamento de usar minissaia é positivamente punido pelas discussões com o namorado. Caso ela troque esse namorado por outro menos "machista e ciumento", que não implique com suas roupas, seu comportamento de usar minissaia talvez volte a ocorrer. Nesse caso, terá havido uma suspensão da contingência de punição. Ou seja, o comportamento de usar minissaia produzia discussões e agora não produz mais. Consideramos que, nesse caso, ocorre uma recuperação da resposta.

Um ponto importante a ser considerado é: a fim de que o comportamento volte a ocorrer com a quebra da contingência de punição, o reforçamento deve ser mantido, e, obviamente, o organismo deve ser exposto outra vez à contingência. Muitas vezes, o psicólogo clínico se depara com clientes que tiveram certos comportamentos punidos no passado, os quais não voltam a ser emitidos mesmo com a ausência da punição na atualidade. Dessa forma, as novas contingências de reforçamento em vigor não têm como operar sobre o seu comportamento outrora punido. Um dos objetivos terapêuticos é, portanto, criar condições para que o cliente se exponha novamente às contingências. Por exemplo, um rapaz que um dia fez uma apresentação oral no seu colégio e foi não só criticado por um professor rigoroso, mas também ridicularizado pelos colegas, pode evitar falar em público no futuro. Talvez, caso viesse a fazer uma nova apresentação oral em sua faculdade, diante de outros colegas e de outro professor, o seu comportamento de apresentar não seria punido. Entretanto, a probabilidade de ele se expor a essa situação novamente é baixa em função dos efeitos da punição em seu passado. Para que as novas contingências de reforçamento providas pelo novo professor e pelos novos colegas passem a vigorar sobre o seu comportamento de apresentar trabalhos, é fundamental que ele emita esse comportamento novamente.

PUNIÇÃO VERSUS EXTINÇÃO

Os dois casos são similares porque, em ambos, não se tem acesso a reforçadores outrora disponíveis. Entretanto, na extinção, um comportamento produzia uma consequência reforçadora, e, por algum motivo, esta deixa de ocorrer – o que é diferente da punição negativa. Outra diferença entre punição e extinção refere-se ao processo: a punição suprime rapidamente a resposta, enquanto a extinção produz uma diminuição gradual na frequência de ocorrência da resposta.

Ao aludirmos à punição, não nos referimos à suspensão da consequência que reforça o comportamento, mas, sim, a outra consequência que diminui a probabilidade de sua ocorrência. Por exemplo, o comportamento de telefonar para a namorada era reforçado por sua voz do outro lado da linha quando ela o atendia. Caso o namoro acabe e a ex-namorada se recuse a atender aos telefonemas, o comportamento de telefonar estará em extinção. Ou seja, não produz mais a consequência reforçadora que produzia. Já na punição negativa, um comportamento passa a ter uma nova consequência, que é a perda de potenciais reforçadores de outros comportamentos. Porém, a contingência de reforçamento que mantém esse comportamento permanece intacta. Retomando nosso exemplo, digamos que esse namorado era infiel e que algumas de suas traições foram descobertas pela namorada, ocasionando o fim da relação. Se, em namoros futuros, esse rapaz deixar de trair, teremos um exemplo de punição negativa, pois o comportamento de ser infiel foi punido pela perda dos reforçadores associados ao namoro. Essa consequência reduziu a frequência do comportamento de ser infiel. Note que as consequências que mantinham o comportamento de ser infiel permaneceram intactas, como, por exemplo, o reforçamento social advindo de seus amigos quando ele relatava os casos de traição. Se o rapaz emitir novamente comportamentos de infidelidade, seus amigos ainda reforçarão o seu comportamento. Portanto, não podemos falar em extinção nesse exemplo. O que houve foi a apresentação de uma nova consequência: a retirada dos reforçadores contingentes a outros comportamentos relacionados ao namoro.

Como podemos classificar o comportamento de uma criança pequena que coloca a mão em uma panela quente e retira imediatamente?

Você já reparou que, quando colocamos a mão em uma chapa quente, retiramo-la bem rapidamente, antes mesmo de sentir a dor? Essa nossa reação rápida a um estímulo é denominada de ato reflexo e é uma resposta exclusivamente medular.

Quando seguramos em uma panela quente retiramos a mão e imediatamente esse ato é voluntário?

Esse é um ato involutario , pois nosso corpo entende q nos estamos correndo perigo.

Como uma pessoa reage ao encostar a mão direita em uma chapa quente?

A pessoa coloca a mão num objeto quente, e seu sistema nervoso responde rapidamente. Também pode ser chamado de pulsão. É realizado de forma inconsciente, diferentemente de uma decisão.