Explique as dificuldades enfrentadas pelos portugueses que migraram para o Brasil

De acordo com o Psicólogo Douglas Marques de Oliveira (CRP-08/19792), que é especialista no tema e membro do Núcleo de Psicologia e Migrações (NUPSIM) da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), a lacuna de atenção aos direitos deixada pelo Estado é suprida por instituições, ONGs e membros da organização civil, que se mobilizam para receber as pessoas. Além disto, comunidades que já estão mais estabelecidas, como a dos migrantes provenientes do Haiti, por exemplo, acabam acolhendo novos haitianos que chegam ao Brasil.  “Essa é uma preocupação que vem inclusive antes do trabalho, porque quem chega tem como primeira necessidade um local para se abrigar e dormir”, explica o Psicólogo. Mas, nem todos conseguem ser atendidos pela sociedade civil e acabando buscando abrigos destinados à população de rua ou mesmo ficando ao relento quando essas unidades estão lotadas.

Crescimento

De acordo com dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, de 2011 a 2017 o Brasil recebeu 126.102 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado O maior número de requerimentos vem da Venezuela, Haiti, Senegal e Síria. É considerada refugiada a pessoa que deixou seu país de origem por causa de perseguição por motivo de raça, religião, por pertencer a um determinado grupo social ou por suas posições políticas. Nesse contexto, o Paraná é um dos principais destinos de quem chega ao Brasil. Segundo levantamento do Conare, 8% dos 5.134 refugiados que se encontram em situação regular no Brasil (com registro ativo) residem em cidades paranaenses, a terceira maior população entre os Estados.

Psicologia

Para os migrantes e refugiados, além do acolhimento prático com a oferta de abrigo e alimentação emergencial e de políticas de colocação no mercado do trabalho e habitacionais, o acesso à saúde, em especial à saúde mental, é essencial. Neste aspecto também o Paraná se destaca, sendo considerado referência nacional, sobretudo pelos programas desenvolvidos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) que incluem, além do atendimento psicológico por meio do Centro de Psicologia Aplicada da UFPR, o ensino da língua portuguesa, capacitação em informática, apoio jurídico e História do Brasil.

O Brasil é um país de imigrantes. Desde o início da colonização brasileira, o país recebe pessoas de todo o mundo. Durante os primeiros anos da colonização, essa imigração, ou seja, a vinda de pessoas de outras partes do mundo para o Brasil, acontecia de forma espontânea. Quando a notícia do “descobrimento” das Américas espalhou-se na Europa, muitas pessoas vieram para o Brasil para explorar o “Novo Mundo”.

A partir do século XVIII, com a ameaça de invasão espanhola, a imigração para o país passou a ser incentivada, inicialmente pela Coroa Portuguesa e, depois da independência, pelos governos seguintes. Isso ocorreu tanto como uma forma de ocupação e proteção do território brasileiro, uma vez que, com uma numerosa população, a Coroa portuguesa teria um controle maior sobre as fronteiras do país, quanto como uma estratégia de fomento ao desenvolvimento do país, já que, para explorar o território, era preciso muita mão de obra.

Durante o período colonial, a coroa portuguesa incentivava a imigração oferecendo viagem gratuita, gado, cavalo, armas, ferramentas, alimentos e terras para milhares de portugueses. Outro fluxo migratório que se iniciou no período colonial foi a migração forçada de negro-africanos para servirem de mão de obra escrava para o desenvolvimento da economia da colônia. Estima-se que 5,5 milhões de negros saíram da África para serem escravizados no Brasil. Desses, 4,8 milhões chegaram vivos em nosso país.

Com a pressão inglesa para a libertação dos escravos, que culminou no fim do tráfico negreiro em 1850 e na abolição da escravatura em 1888, houve uma intensificação da imigração para o Brasil, já que era necessário substituir a mão de obra escrava por assalariada barata, mas que tivesse domínio das técnicas de produção agrícolas e manufatureiras da Europa. Assim, grandes levas de migrantes entraram no Brasil durante 1850 e 1934 e tiveram grande influência no desenvolvimento econômico e social do país nesse período. Os principais grupos de migrantes que vieram para o Brasil nesse período foram:

  • Portugueses: No fim do século XIX, em virtude das difíceis condições econômicas de Portugal, muitos portugueses vieram para o Brasil, espalhando-se por diversas regiões, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo.

  • Alemães: A imigração alemã no país começou a partir de 1824 e estendeu-se ao longo do século XX. A maioria dos migrantes alemães fixou-se em Santa Catarina (Vale do Itajaí), Rio Grande do Sul (Novo Hamburgo, Estrela, Lajeado e Vale dos Sinos), Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Eles especializaram-se na produção de policulturas alimentícias.

  • Italianos: A imigração de italianos ficou mais consistente a partir de 1870, quando a Itália passava por conflitos internos, e foi bastante importante para o Brasil, já que eles substituíram a mão de obra escrava nas fazendas de café e possuíam o conhecimento das técnicas de produção de manufaturas, fundamentais para a instalação das primeiras indústrias no país. A maior parte dos migrantes italianos fixou-se em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

  • Espanhóis: Vieram para o país, em maior número, no final do século XIX e fixaram-se principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

  • Sírios e Libaneses: Começaram a chegar ao Brasil no final do século XIX, motivados pelas dificuldades enfrentadas por eles nos seus países de origem. Fixaram-se em São Paulo, Pará, Amazonas, Acre e no Ceará e desenvolveram, principalmente, atividades comerciais.

  • Japoneses: Chegaram em maior número a partir de 1908, quando o Japão sofria com um sério problema econômico e grande parte de sua população passava fome. Concentraram-se principalmente em São Paulo, Paraná, Pará e Mato Grosso do Sul, onde desenvolviam atividades agropecuárias. Foram responsáveis pela implantação de novas técnicas de cultivo e produção no país.

Com o grande crescimento demográfico das primeiras décadas do século XX, os governos brasileiros passaram a dificultar a vinda de migrantes, visando ao não comprometimento da oferta de emprego para a população que já vivia no Brasil. Para se ter uma ideia, a Constituição de 1937 previa um sistema de cotas de migrantes em que só eram aceitos 2% do total de migrantes de cada nacionalidade dos últimos 50 anos, limitando, assim, drasticamente o acesso dos imigrantes ao país.

A partir de 1934, embora a imigração para o Brasil tenha diminuído seu ritmo, ela continuou acontecendo. Estima-se que mais de um milhão de pessoas tenham entrado no país entre os anos de 1934 e 2005. Atualmente, com o crescimento econômico brasileiro e a crise mundial dos últimos anos, houve um crescimento da quantidade de imigrantes no país. Segundo estimativas do Ministério da Justiça³, o número de estrangeiros legais no Brasil aumentou cerca de 60%, passando de 960 mil para 1,54 milhão de pessoas de 2010 até 2012. Além disso, cresceu o número de imigrantes em situação irregular no país. Esses migrantes são originários, principalmente, dos países vizinhos e vêm em busca de empregos em confecções, comércio, construção civil etc.

Essa intensa migração para o Brasil alterou profundamente a nossa cultura. Quando os portugueses chegaram ao país, eles não consideraram a cultura dos povos que aqui viviam e impuseram seus hábitos e valores culturais. Com a chegada dos demais imigrantes, novos elementos culturais foram sendo inseridos na cultura brasileira. Atualmente a cultura brasileira é multicultural, isto é, possui elementos de diversas culturas, tanto dos povos autóctones que viviam no país e que conseguiram perpetuar suas tradições quanto dos povos que chegaram ao país a partir do início da colonização.

Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos portugueses no Brasil?

Durante a tentativa de colonizar o Brasil os portugueses se depararam com dificuldades naturais (causadas pelo clima, fauna e flora brasileiros, que eram desconhecidos pelos portugueses), ataques dos povos nativos e a disputa pelo território com outras potências europeias.

Quais são as principais dificuldades enfrentadas pelos imigrantes quando chegam ao país de destino?

Falta de informação, dificuldades com o idioma e acesso à documentação são os principais obstáculos para os estrangeiros no país.

Qual o motivo que os portugueses vieram para o Brasil?

Isso porque o grande interesse dos portugueses era a obtenção do ouro e esse metal precioso não seria fácil de achar, pois era preciso explorar a terra. Naquele momento, o comércio com as Índias era mais lucrativo e, por isso, tornou-se a prioridade portuguesa.

Quais eram as dificuldades enfrentadas por esses grupos de trabalhadores no Brasil?

Resposta verificada por especialistas Dentre as principais estão a fome , a pobreza e a dificuldade na comunicação pois na maioria das vezes a língua portuguesa não era a sua língua materna o que dificultava conseguir comida ou emprego e assim era bastante difícil manter-se no Brasil nestas condições especificadas.