Gráfico do desmatamento da Amazônia 2022

A Amazônia Legal registrou no primeiro trimestre de 2022 o maior número acumulado de alertas de desmatamento na história do monitoramento feito pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O total chega a 941,34 km², maior índice desde 2016. Os dados são da plataforma Terra Brasilis, do Inpe, e foram atualizados nesta sexta-feira (8).

Em 2021, por exemplo, foram registrados 573,29 km² no mesmo período. Os dados do primeiro trimestre deste ano apresentaram crescimento de 64,19%. Até então, os primeiros três meses com maior número de alertas de desmatamento haviam sido registrado em 2020, com 796,95 km².

Apenas em março deste ano, foram 312,23 km². Apesar de representar aumento em relação ao mês anterior – em fevereiro foram 198,67 km² -, março de 2022 registrou área menor que a registrada nos anos de 2021 (368 km²), 2020 (327 km²) e 2018 (357 km²).

Em fevereiro de 2022, a Amazônia Legal registrou o maior acumulado de alertas de desmatamento para o mês desde 2016. Foram 198,67 km² – 61,7% mais do que os 122,8 km² registrados em 2021.

Em janeiro de 2022, a região amazônica contabilizou os piores índices para o mês na história do monitoramento: foram 430,44 km²,  419,3% mais do que os 82,88 km2 registrados no ano anterior.

Em 2022, o estado da Amazônia Legal que registrou o maior desmatamento foi o Mato Grosso, com 32,56 km². Em seguida, estão os estados do Amazonas (190,39 km²); Rondônia (176,27 km²), Pará (160 km²).

Os dados analisados são alertas de desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e mineração na região da Amazônia Legal. As informações foram extraídas da plataforma Terra Brasilis, que reúne alertas e monitora o desmatamento na região da Amazônia desde 2015, considerando as maiores taxas de 6,25 hectares. No entanto, os dados do primeiro semestre começaram a ser computados apenas a partir de 2016.

postado em 17/09/2022 03:55

 (crédito: Carlos Fabal/AFP - 25/8/19)

(crédito: Carlos Fabal/AFP - 25/8/19)

Em agosto passado, 1.415 quilômetros quadrados da Amazônia Legal foram desmatados —uma redução de 12% em relação a agosto de 2021, quando o desmatamento somou 1.606 quilômetros quadrados. Porém a soma das áreas desmatadas nos oito primeiros meses deste ano ultrapassa a verificada no mesmo intervalo de 2021. De janeiro a agosto, forma derrubados 7.943 quilômetros quadrados de floresta, a terceira pior devastação para o período dos últimos 15 anos.

Os dados, divulgados ontem, são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). "Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E, infelizmente, temos visto ações insuficientes para combater esse problema", explica Bianca Santos, do Imazon. Somente a área de vegetação derrubada em agosto tem quatro vezes i tamanho da cidade de Belo Horizonte.

Já o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o desmatamento acumulado na Amazônia até agosto de 2022 atingiu 7.135km², cerca de 800km² a menos do que o registrado pelo Imazon. A diferença ocorre porque o Imazon usa um sistema que detecta áreas menores na Amazônia Legal, levando em conta áreas desmatadas a partir de 1 hectare. O satélite do Sistema Deter, de responsabilidade do Inpe, tem como base no mínimo 3 hectares. A mediação oficial de desmatamento é feita pelo Prodes, pesquisa também do Inpe, e costuma superar os valores estimados pelo Deter e pelo Imazon.

Saiba Mais

O Pará foi o estado com o segundo maior nível de degradação do bioma, e o primeiro no desmatamento. Quanto às áreas degradadas da região, o estado que teve a maior área de floresta perdida em agosto foi Mato Grosso (657km²), com 67% do total registrado em toda a Amazônia.

A diferença entre desmatamento e degradação se explica pela forma com que o instituto classifica os fatores. O desmatamento ocorre quando a vegetação é totalmente removida, o chamado "corte raso". A degradação florestal é caracterizada quando parte da mata é retirada por causa da extração de madeira ou afetada pelo fogo. Por isso, o Imazon explica que é comum que uma área classificada como degradada seja posteriormente desmatada.

"Em muitos casos de áreas que sofrem degradação florestal por exploração madeireira, após a retirada total das espécies de valor comercial, é feita a remoção completa das árvores para destinar aquela área a outros tipos de uso, como a agropecuária, ou até para a especulação imobiliária, no caso da grilagem", afirmou a pesquisadora Bianca Santos.

*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo 

Como está o desmatamento na Amazônia em 2022?

Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto apontam que de janeiro a setembro deste ano, foram derrubados 9.069 km² de floresta. De janeiro a setembro de 2022, a área de floresta derrubada na Amazônia Legal atingiu 9.069 km², um número quase oito vezes maior que a cidade do Rio de Janeiro.

Qual a porcentagem de desmatamento da floresta amazônica?

Até agora, cerca de 729 mil km² já foram desmatados no bioma Amazônia, o que corresponde a 17% do referido bioma. Desse total, 300.000 Km2 foram desmatados nos últimos 20 anos!

Qual a taxa de desmatamento no Brasil?

O valor estimado foi de 13.235 km2 de corte raso no período de 01 agosto de 2020 a 31 julho de 2021. Esse valor representa um aumento de 21,97% em relação a taxa de desmatamento apurada pelo PRODES 2020 que foi de 10.851 km2 para os nove estados da ALB.

Como está a situação da Amazônia?

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) anunciou nesta quarta-feira (17) que a área de floresta desmatada da Amazônia Legal em 2022 foi a maior dos últimos 15 anos. De agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, o que equivale a sete vezes a cidade de São Paulo.